• Nenhum resultado encontrado

O grande d es envol vimento d a fu nção de AV du rant e o primeiro

semest re de vida co rrobo ra achados relatados em trabal hos anteriores

(Dobso n & Tell er, 1978; M aurer et al ., 1 999 ; No rci a & T yl er, 198 5; Salom ão & Ventura, 1995; Schwartz, 200 4; Sok ol, 19 78 ).

Assim com o a AV, a SC também ap res enta grandes mud an ças durant e a fase de des envolvi ment o, m odi fi cando tant o os limi ares d e co ntrast e de cad a freqü ên ci a es paci al qu ant o a form a da curv a de SC, com transferência do pi co d e s en sibili dad e para as freqüênci as mai s alt as, e com di ferent es cu rso s de des envol vimento para cad a freqü ên ci a esp acial, con fi rmando ach ados an terio res de Ad ams et al. (1992), Ad ams & Co urage (1993), Atkin son , Braddi ck, & M oar (1977), Boo the et al. (1 988 ) e Norci a, T yl er & Ham er (1990).

Uma dis crepânci a pode ser o bs ervada n a comp aração d es te trab alho com o d e No rcia, Tyl er & Hamer (1990 ), no q ual b eb ês de 10 mes es de idade al can çam o s limiares dos ad ulto s n as freqü ên cias espaci ais mais baix as .

Na fi gu ra 34 , q ue ap resent a d ados d e AV e SC aos 4 , 6 e 12 mes es de idade, al ém do s adulto s, o b raço es querd o da cu rv a apres ent a dados sob repost os, form an do um a úni ca fun ção, at é 1 2 m es es, en quanto após o pico, d o lado direit o do gráfi co, as fun çõ es s e esp al ham em leq ue e s ão aprox imadamente paral el as t al como des cri to po r Norci a, Tyl er & Ham er (1990). Estes autores descreveram a existência de doi s processos no

desenvol vimento da AV e da SC. Entre 4 e 9 semanas todas as freqüências espaci ais d a SC au ment av am . Apó s a non a sem an a a SC em freqü ên ci as espaci ais b aix as p erman ecia const ant e enquant o a s ensi bilidade aument av a sistemat icam ent e n as freqü ênci as esp aciais altas. No ssos dado s parecem indi car o s mesmos pro cess os d e d es en volvim en to d es crito s po r No rci a, T yl er & Hamer (19 90). No s p resentes dad os ess e p aral elis mo pod e s er obs ervado na freqüên ci a es paci al 4, 0 cp g, n a qual a SC passo u de ap rox imadamente 2, 5% aos 4 m es es, para 5,0% aos 6 m es es , e p ara 10 % aos 12 meses. Po rtanto , a SC dob ra d e valo r de 4 p ara 6 m es es , e nov am ent e dob ra de 6 para 12 meses, mostrando a grande aceleração do processo de desenvol vimento até o sexto mês de vida. O valor adulto é de ap rox imadamente 40 %, ou sej a, 4 vezes o val or d e SC aos 1 2 mes es (fi gura 35).

Desenvolvimento da Sensibilidade ao Contraste em 4 cpg 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 1 10 100 1000 Idade em meses SC ( % )

Fig. 35 – Desenvolvimento da sensibilidade ao contraste para a freqüência espacial de 4,0 cpg, mostrando que o aumento da sensibilidade é proporcional ao logaritmo da idade.

Noss os d ado s most ram qu e há um a di ferença si gnifi cativ a ent re os limiares de AV e d e SC em tod as as freqü ên ci as es p aci ais medid os em adu ltos e em b eb ês av ali ados durant e o prim ei ro an o d e vid a. Noss os result ados s egu em o s ach ado s de Teller (19 90 ), em qu e res u ltad os adult os são alcançados apó s o t ercei ro ano de vid a comp let o, de Bo oth e et al . (19 88 ), que m ost raram a vis ão es paci al al cançan do o s níveis de um adulto ent re o tercei ro e o quinto ano de vid a, de Mont és -Mi có & Ferrer-Blasco (20 01 ), qu and o crian ças ap resent av am desen volv imento lento da FSC ent re o tercei ro e o s étim o ano d e vid a, d e J ackso n et al. (2 003 ) que most ro u discreto aum ento d a FSC em fun ção d a i dade em cri anças av ali ad as en tre 7 e 13 anos de vid a, e de Ad am s & Cou rage (2 002 ), qu e most raram m atu ração com plet a da FSC po r volt a do nono ano d e v id a.

Medi das do d es env olvim ent o visual d e bebês nas cido s a termo e prem aturos s ão um a ferram ent a int eressante p ara an ali sar a fu nção da experi ên ci a visu al. Comp aran do ess es dois grupo s, s ão anali sados bebês d a mesm a id ad e, m as com di feren tes perí odos d e ex peri ên cia visu al, e isto pod eri a ajud ar a el uci dar as p ect os do des en vol vimento vi s ual qu e aind a con tinu am d es con hecidos.

No p resent e trab alh o a ex p eri ên ci a vi su al , est ud ad a d a form a su geri da acima, não afet ou os res ult ado s, p ois não fo ram en con tradas diferen ças est atíst icas entre as AVs e as SCs d e bebês n as cido s a term o e p rem atu ros , avali ado s at ravés do mét odo eletrofi siol ó gi co de PVCP d e Varredu ra. Est e result ad o co nfi rm a noss os trabalh os prelimin ares (Oli vei ra et al ., 20 04) e também confi rm a os result ados de es tudos prévios sobre diferenças na AV

de cri an ças n as cid as a t ermo e prem aturas , avaliadas com o P VCP de p ad rão revers o (R udduck & Hard ing, 1994; Kos -Pi etro et al ., 1 997 ), P VCP d e Varredu ra (Mazzit elli, 2 002; Haro, 200 3), e n a SC avali ada psicofisi cam ente po r J ackso n et al. (2003 ). Ou tro estud o d emon strou result ad os s emel h ant es entre p rematu ros e termo s qu and o avaliad os com o PVCP d e Varredura, e result ad os s u perio res d os p rem aturo s qu ando av ali ado s com a técnica de Ol har P referen ci al de es colh a forçad a (Baral di et al., 1 981 ). M irab ell a et al. (2006), q ue t amb ém uti lizaram o PVCP d e Varredura, encont raram result ados sem el han tes de AV, FSC e acuidad e de verni er para premat uro s e t ermos , com prem atu ros apres ent and o m elh ores ampli tud es n as med idas d e s ensi bilid ad e ao cont rast e e d e acui dad e de verni er.

Por o utro l ado , al guns rel at os fo ram d isco rd an tes, com result ados inferiores para prematuros. Um estudo semelhante ao de Jackson et al. (20 03 ) qu e av alio u p rem at uros durant e a fase de ad olescênci a com m étodos psicofísi cos , ob servo u resul tados i nferiores p ara os p rem aturo s na AV e SC (Li ndqvist et al., 20 07). Hammarren ger et al . (20 07 ) en co nt rou di feren ças nos res ult ados d e P VCP de p ad rão rev erso para um dos grupos d e id ad e av ali ados, com res ultados inferi ores dos p rem at uros para estím ulos ass oci ad os à vi as m agno celul ar.

A ex istênci a d e complicaçõ es p eri natais to rn a m ai s com plex a a anális e. Apes ar disso, Van Hof-van J. & Mohn G. (1986) havi am dem onst rado o desenvolvimento simil ar da AV em term os e p rem at uros mesm o com com pli cações peri nat ai s mínimas . Por outro lado, prem aturos

com compli caçõ es mais graves av ali ados po r J on gm an s et al. (199 6), tiveram al terações na AV e na estereopsia, mas seus achados pod em ser atribuí dos a fat ores com o erro refrati vo, es trabi smo, ambli o pia, e l es ão da regi ão p ós-qui asm áti ca da vi a vis ual . Out ros est udo s confirm am ach ado s d e perd as vi su ais em p acientes nas cido s prem aturos com al gum a compli cação perin at al (M ash & Dobson, 198 8), com b aix a at en ção visu al e les ão ret roqui asm áti ca (S alomão et al ., 2001), com alt eração de desenvolvimento neuropsi com oto r (Haro, 2 003 ) ou na AV d e p remat uro s com ex am e neu rol ó gi co an orm al (Mo rant e et al. 1982). Foram aind a rel at ados em um estu do, mel ho res result ados em prem at uro s s em alteraçõ es relat ivo ao s nas cid os a t erm o, mas rest rit os ao s primei ros m es es do d es env olvim en to visu al, e que p ost erio rm ent e s e i gu al aram ent re os grupo s d e cri an ças (Haro, 20 03 ).

Como fo ram av ali ad as di feren ças na AV e na SC nos ní vei s p rim ári os do córt ex vis ual , estes resul tados s u gerem qu e o p ro cess ament o vis ual prim ário dos b eb ês n as cido s a t ermo e prematu ro s é b ast an te si milar.

Os d ad os pres ent es su gerem qu e o d es env olvim en to des t as du as funções é muit o si mi lar para am bos os bebês nascidos a termo e prem aturos.

Os dado s ainda su gerem não haver correlações en tre as funções de AV e SC e os v alo res de í ndide d e Apgar, p eso ao nas cim ent o, e i dade gest acional d os b ebês prem at uros.

Sab e-se qu e o s ist ema visual é dependente d e ex peri ência, com o foi com pro vado po r M aurer et al. (1 999 ). Os d ado s p res ent es de AV e SC, em ass oci ação com o utros estu dos de resol ução es paci al (Baral di et al., 1981 )

realiz ados em bebês nas ci dos a term o e p remat uros, s u gerem qu e a ex peri ênci a visual não afet a a capacid ade do sis tem a vi sual de res olv er um estím ulo esp aci al . Ess a ex peri ên ci a p rovavelment e afet a as sin ap ses das áreas corti cai s vis uais qu e p ro cess am a info rm ação vis ual em nív eis m ais alto s no córt ex ass o ci ativo visu al. Co n cl uindo , p arece q ue a prem atu rid ade não co ncede ao bebê uma v isão m elho r, mas m elhora o process am ent o e a utilização daquil o q u e el e est á enxergand o. 2

2 D a d o s d e a l g u n s d e s t e s s u j e i t o s a o s 3 e a o s 1 0 me s e s d e i d a d e n a s fr e q ü ê n c i a s e s p a c i a i s 0 , 2 e 4 , 0 c p g fo r a m a p r e s e n t a d o s s o b a fo r ma d e p a i n e l n o C o n g r e s s o d a F e S B E ( F e d e r a ç ã o d e S o c i e d a d e s d e B i o l o g i a E x p e r i e me n t a l ) e m 2 0 0 3 e m C u r i t i b a – P R , e o t r a b a l h o fo i s e l e c i o n a d o p a r a a p r e s e n t a ç ã o o r a l s e n d o p r e mi a d o c o mo F i n a l i s t a d o C o n c u r s o J o v e m P e s q u i s a d o r – P r ê mi o M i c h e l J a mr a 2 0 0 3 , p e l a S o c i e d a d e B r a s i l e i r a d e I n v e s t i g a ç ã o C l í n i c a – S B I C ( a n e x o I I I ) . C o mo p r e mi a ç ã o o t r a b a l h o r e c e b e u u m c o n v i t e p a r a p u b l i c a ç ã o n o p e r i ó d i c o B r a z i l i a n J o u r n a l o f M e d i c a l a n d B i o l o g i c a l R e s e a r c h , s e n d o e n v i a d o e m 2 0 0 3 e a c e i t o e m 2 0 0 4 ( a n e x o I V ) . R e s u l t a d o s p r e l i mi n a r e s d o t r a b a l h o a t u a l fo r a m a p r e s e n t a d o s s o b a f o r ma d e p a i n e l e m 2 0 0 5 n o C o n g r e s s o I n t e r n a c i o n a l d a A R V O ( T h e A s s o c i a t i o n f o r R e s e a r c h i n V i s i o n a n d O p h t h a l m o l o g y ) , r e a l i z a d o e m F o r t L a u d e r d a l e – F L – U S A . ( a n e x o V ) , n o C o n g r e s s o d a F e S B E ( F e d e r a ç ã o d e S o c i e d a d e s d e B i o l o g i a E x p e r i e me n t a l ) t a mb é m e m 2 0 0 5 e m Á g u a s d e L i n d ó i a – S P , o n d e fo i p r e mi a d o c o m u m C e r t i f i c a d o d e H o n r a a o M é r i t o p e l a c o mi s s ã o o r g a n i z a d o r a d o c o n g r e s s o ( a n e x o V I ) . E m 2 0 0 6 fo i a p r e s e n t a d o s o b a fo r ma d e p a i n e l n o C o n g r e s s o M u n d i a l d e O ft a l mo l o g i a e m S ã o P a u l o – S P , ( a n e x o V I I ) e e m 2 0 0 7 n o v a me n t e a p r e s e n t a d o s o b a fo r ma d e p a i n e l n o C o n g r e s s o I n t e r n a c i o n a l d a A R V O ( T h e A s s o c i a t i o n f o r R e s e a r c h i n V i s i o n a n d O p h t h a l m o l o g y ) , r e a l i z a d o e m F o r t La u d e r d a l e – F L – U S A ( a n e x o V I I I ) . A l é m d a s p u b l i c a ç õ e s s u p r a c i t a d a s , p a r t e d a i n t r o d u ç ã o d e s t e t r a b a l h o fo i s e l e c i o n a d a p a r a c o mp o r u m c a p í t u l o d e l i v r o a s e r l a n ç a d o n o p r i me i r o s e me s t r e d e 2 0 0 7 ( a n e x o I X ) .

Documentos relacionados