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2. Prática Supervisionada no 1.º Ciclo do Ensino Básico

3.6. Conclusões do Estudo

Terminada a apresentação e a análise de dados torna-se importante apresentar as conclusões retiradas desta investigação. Assim, é pertinente recordar o problema, a questão e os objetivos de investigação.

O problema em que se centrou a nossa investigação foi o de compreender se as atividades experimentais são benéficas na aprendizagem científica dos alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico e a questão de investigação a que se pretendeu responder foi a seguinte: “Uma prática pedagógica, com recurso a atividades experimentais, favorece a aprendizagem científica dos alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico?”.

Tendo em conta os resultados obtidos podemos considerar que, efetivamente, a atividade experimental favoreceu a aprendizagem científica dos alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico. Através da análise dos registos, nomeadamente dos guiões, algumas notas de campo e registos fotográficos, percebeu-se que os alunos estavam empenhados e motivados para a realização das atividades. Mesmo os alunos com dificuldades de aprendizagem mantiveram-se interessados e empenhados em todas as tarefas das atividades, o que favoreceu a aprendizagem científica.

Consideramos importante referir que foi fundamental ter em conta “o antes, o durante e o depois” das atividades realizadas. A previsão foi um fator que, além de nos permitir conhecer as perspetivas dos alunos, motivou-os para a realização das atividades, uma vez que sentiam necessidade de validar as suas ideias. As observações e os registos foram também fundamentais para a aprendizagem científica dos alunos porque permitiram que estes testassem e, posteriormente, relatassem as observações. Verificou-se, nos guiões do aluno, uma preocupação com o registo dos resultados obtidos, o que facilitou a fase do “depois da atividade”. Nesta última fase foi imprescindível confrontar as previsões dos alunos com os resultados obtidos, bem como a elaboração de uma conclusão para que a aprendizagem fosse feita de forma significativa e fosse sedimentada.

É de salientar a importância do trabalho cooperativo, quer em grupo, quer a pares. Observou-se que este tipo de trabalho ajudou a combater algumas dificuldades dos alunos, nomeadamente dos alunos com dificuldades de aprendizagem. A comunicação entre colegas fluiu, conversava, ajudavam-se mutuamente.

Quanto ao objetivo de investigação que pretendia avaliar as atitudes, capacidades investigativas e conhecimentos científicos dos alunos em relação ao trabalho experimental, verificou-se através das observações feitas em sala de aula e dos registos dos alunos que a atividade experimental favoreceu a atitude interrogativa e a reflexão crítica, embora os alunos com dificuldades de aprendizagem fossem

classificados com níveis mais baixos. No que diz respeito às capacidades investigativas verificou-se que os alunos com dificuldades de aprendizagem sentiam maior dificuldade na comunicação e no rigor das observações. Assim, foi necessário, ao longo das semanas de implementação, trabalhar estas capacidades com estes alunos.

Quando se aplicaram os instrumentos para avaliar os conhecimentos científicos, as capacidades investigativas e as atitudes, antes da realização das três atividades planeadas, verificou-se que os alunos dominavam termos, conceitos e factos simples e que, algumas vezes, não estavam relacionados de forma adequada. Após a realização das atividades experimentais houve uma melhoria neste domínio, sendo que os alunos foram capazes de identificar termos, factos e conceitos mais relevantes e relacionados com o tema em análise. Em relação à capacidade de observação e registo notou-se uma grande melhoria, após a realização das atividades experimentais, sendo que, ao longo das atividades, os alunos fizeram registos e observações mais rigorosas e detalhadas. Notou-se ainda uma evolução na capacidade de prever, uma vez que, antes da realização das atividades, os alunos não procuravam fundamentar as suas previsões. Nas atividades experimentais realizadas, os alunos já mostraVam necessidade de fundamentar as suas ideias.

A interpretação dos dados foi outra capacidade em que se verificou uma melhoria substancial.

A comunicação científica foi um fator que nos preocupou, desde o início, mas que a nosso ver melhorou bastante. Notou-se que os alunos já utilizavam mais frequentemente uma terminologia científica, embora os alunos com dificuldades de aprendizagem ainda recorressem, por vezes, à linguagem de senso comum para se expressarem.

Em relação à atitude interrogativa e á reflexão crítica obtiveram-se classificações muito semelhantes antes e após a realização das atividades. Sentimos que, embora os alunos refletissem sobre os resultados, é ainda necessário melhorar a fundamentação das interpretações e conclusões. Verificámos ainda que os alunos necessitavam de melhorar a capacidade de procurarem dar resposta às questões que formulavam.

Em síntese, e centrando-nos agora nos objetivos da investigação, podemos afirmar que todos eles foram atingidos. Ao longo das atividades realizadas foi possível investigar se uma prática pedagógica com recurso a atividades experimentais favorece a aprendizagem científica dos alunos, avaliou-se as atitudes, capacidades investigativas e conhecimentos científicos dos alunos em relação ao trabalho experimental, promoveu-se a exploração de atividades experimentais para trabalhar conteúdos presentes no programa do 1.º Ciclo do Ensino Básico e refletiu-se sobre os resultados obtidos em termos de formação e desenvolvimento profissional, como futura Professora do ensino básico.

pode-se afirmar que os conhecimentos científicos, as capacidades investigativas e as atitudes inerentes às atividades melhoraram.

4. Reflexão Global do Contributo da Prática e da