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Conclusões do Projeto

Parte III A MEDIAÇÃO ENTRE O PÚBLICO E O MUSEU

9. Conclusões do Projeto

Este projeto tinha como objetivo principal a mediação entre o público e o Museu, através das ferramentas de utilizador, tendo sido estudado o caso do MHN-Funchal.

Na primeira parte do trabalho procedemos a uma reflexão sobre o aparecimento dos museus, e consideramos ter atingido os nossos objetivos caraterizando as suas configurações e percursos e identificando as principais causas de ruturas e continuidades na História destas entidades culturais. Tomamos como exemplo o caso português, através das especificidades do Museu Allen e do Museu Portuense, ficando assim a conhecer um pouco da História dos primórdios da museografia em Portugal. Julgamos ter abordado as principais funções dos museus, tendo como referência as definições do ICOM.

Abordámos o conceito de Museu Tradicional, Museu Contemporâneo passando pela Nova Museografia. Falámos dos Cenários Museológicos no Funchal, nomeadamente do Museu de História Natural do Funchal, desde a sua fundação até à atualidade.

Analisámos as entradas de visitantes, neste museu, nos últimos três anos (2011/12/13) e concluímos que só cerca de 20% dos visitantes têm visitas guiadas e são, na sua totalidade, oriundos de estabelecimentos de ensino ou de associações socioculturais.

Referimos de que forma as funções estabelecidas pelo ICOM são aplicadas no MHN- Funchal. Ficámos a saber que a função Investigação neste museu é uma das mais desenvolvidas e conceituadas a nível mundial.

Desta análise inferimos que os visitantes regionais, nacionais e turistas, não têm qualquer visita guiada explicativa do acervo existente, com exceção para os visitantes oriundos de instituições de ensino ou de solidariedade social, sendo que a percentagem de visitantes turistas ronda os 20%, de modo que julgamos que haverá margem para a aplicação das TIC`s, como forma de minorar estas lacunas.

Refletimos sobre a forma como as TIC poderão ser utilizadas no enriquecimento das funções desempenhadas pelo museu. Abordamos o aparecimento do computador e da internet, e refletimos sobre de que modo, as TIC poderão ser utilizadas no enriquecimento das funções dos museus.

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Estudamos algumas definições de Museus Físicos e Museus Virtuais, pela perspetiva de especialistas e chegamos à conclusão que um não anula o outro, mas sim complementam- se.

Fizemos uma incursão pela evolução dos museus virtuais e pelo Código Deontológico para Museus ficando assim a conhecer um pouco da História da evolução museológica. Caraterizamos algumas vantagens e desvantagens referentes a visitas virtuais, e, concluímos que é necessário, usar a interatividade com bom senso, para não tornar as aplicações multimédia a essência da visita.

Definimos o conceito de interatividade, pela perspetiva de curadores e especialistas em museus. Refletimos sobre a forma como a interatividade está relacionada com o museu na atualidade e concluímos que, através da mediação cultural e das novas tecnologias é facilitada a descodificação da mensagem museológica e isso aproxima o público.

Inferimos sobre o estado da interatividade nos museus da Região Autónoma da Madeira, tendo como base, um estudo efetuado em alguns museus do Funchal.

Analisámos a opinião dos visitantes do MHN-Funchal, que responderam a um inquérito, e concluímos que no geral as opiniões foram favoráveis, na questão da modernidade da exposição e da ligação virtual com o público, foram apontadas algumas críticas.

Julgamos que os objetivos propostos com a criação do Protótipo foram cumpridos, embora nos tenhamos deparado com algumas dificuldade, nomeadamente na parte do registo fotográfico, pelo facto de este trabalho ser muito demorado e por vezes termos de repetir várias vezes até termos um resultado aceitável. O facto de não sermos profissionais de fotografia e não dominarmos a técnica, também nos dificultou a tarefa. A implementação do interface gráfico42 não foi devidamente otimizada, mas configura-se como um espaço reservado para uma futura implementação no site da CMF.

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Durante a pesquisa para este trabalho inferimos a existência de diversas aplicações virtuais museológicas disponíveis na internet, todas com características e tecnologias específicas, mas o objetivo de todas elas é dar a conhecer um determinado museu e o seu património. Foram realizadas várias visitas ao MHN-Funchal, de forma a retirar o maior número possível de fotos de referência e outras informações úteis para a construção do Protótipo, ainda assim durante o desenvolvimento do trabalho algumas das imagens não apresentavam qualidade suficiente, o que limitou a própria qualidade final da vista de 360º do objeto e da sala de exposição permanente. Parte das dificuldades que encontrámos durante a elaboração do projeto foram referentes às limitações do próprio hardware informático.

Estamos cientes que no futuro haverá um decréscimo das limitações e mais ferramentas disponíveis e gratuitas para a criação de modelos a três dimensões. Por enquanto, os objetos que apresentamos neste trabalho tiveram de ser simplificados devido a razões técnicas, e, por essa razão, perderam alguma qualidade no resultado final.

Cumprimos com o objetivo de utilizar para a construção do protótipo, todas as ferramentas disponibilizadas gratuitamente na internet e de fácil manuseamento, por parte de leigos nestas questões. Neste trabalho, demonstramos apenas um exemplo de cada possibilidade, podendo no futuro esse trabalho ser alargado a todos os objetos existentes no museu. Elaborámos um vídeo de uma sala de exposição temporária, como nos havíamos proposto no início, para a sua realização usamos a ferramenta movie make43r, igualmente gratuita, no entanto o nível de interação e liberdade de movimento neste tipo de aplicação é ausente, ao contrário do que acontece com a vista 360º, onde o utilizador pode interagir com o objeto.

O Protótipo que desenvolvemos tem como objetivo a integração na plataforma Web CMF, com o intuito de cativar novos públicos a visitar virtualmente e fisicamente o MHN- Funchal. Estamos convictos que a CMF terá todo o interesse em levar este projeto adiante, passando da teoria à prática.

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