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Prós e contras dos Museus virtuais

Parte II INTERNET VIRTUAL: UMA JANELA ABERTA PARA/E DO MUNDO

5.2 Prós e contras dos Museus virtuais

As vantagens relativas às visitas virtuais não nos deixarão também indiferentes ao enunciado das suas desvantagens. De umas e de outras falaremos agora.

5.2.1 Os Prós

Um Museu Virtual que indica a informação visual e textual sobre artefactos é uma ótima maneira de divulgar a sua História online. Ele fornece “um ponto de acesso diário ao mundo dos museus, permitindo aos seus utilizadores a oportunidade de entrar e sair dele à vontade”. Se comparamos com um museu físico, em que para visitar um artefacto temos de despender uma quantidade considerável de esforço, o museu online tem a vantagem de “poder ser acedido com um simples clique, num item específico numa função de pesquisa” (Emerson, 2012, p. 73).

Num Museu Virtual, a exploração também é mais fácil. “Os itens estão agrupados dinamicamente de acordo com certos parâmetros” e ao utilizador é permitido “filtrar conteúdos e adaptá-los à sua própria experiência de visita”, uma vez que uma galeria online oferece uma quantidade infinita de opções e configurações (Emerson, 2012, p. 84).

O Museu Virtual estimula as pessoas “a ter vontade e interesse em visitar o local do Museu Físico”. Um conteúdo interessante é suscetível de “captar o interesse das pessoas, interessadas em História e Património”. Em muitos casos, um bom conteúdo tem “a capacidade de espalhar-se através da web, atingindo um grande público num curto período de tempo” (Emerson, 2012, p. 86).

Os Museus Virtuais fornecem uma ajuda significativa para a educação e entretenimento proporcionam uma experiência atraente e cativante, bem como divulgam informação cultural. Prestam ainda assistência à pesquisa de estudantes e especialistas.

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A preservação do património cultural está hoje em dia ligada à digitalização tridimensional e as novas tecnologias ajudam também a conservar o artefacto físico, possibilitando não só a informação adicional, que dificilmente é reproduzida no museu tradicional, como também a visualização detalhada do próprio objeto, que no museu físico, poderá estar isolado numa caixa de vidro e requerer uma distância de segurança, o que não acontece no Museu Virtual. De acordo com Sylaiou (2007), a salvaguarda eficaz de artefactos culturais pode ser conseguida através do uso de avanços tecnológicos, as novas tecnologias possibilitam maneiras de recriar os artefactos digitalmente podendo ser arquivados em bases de dados e acedidos sempre que necessário.

O mesmo refere que a manutenção do espaço do Museu Virtual, ao contrário dos museus tradicionais, pode ser atualizada e alterada com significativa facilidade, com custos relativamente baixos e sem limite de espaço. Afirma que um Museu Virtual com uma página Web pode fornecer publicidade a nível mundial e que o folheto informativo online pode ser um recurso turístico, desde que o seu conteúdo seja atualizado, sendo possível aceder ao mesmo de qualquer ponto do mundo, a qualquer hora do dia e em qualquer localização ou espaço.

O autor faz referência a um estudo onde consta que “70% das pessoas que visitam um site de um museu, estariam mais propensas a ir visitar o Museu Físico” (Sylaiou, 2007, p. 3).

5.2.2 Os Contras

Sylaiou (2007), chama a nossa atenção, para o facto de gráficos avançados utilizados para as reconstruções de objetos ou ruinas de monumentos históricos adotados por museus virtuais, podem às vezes ser demasiado realistas, Refere que estes geralmente baseiam-se em evidências parciais, mas sugerem uma impressão algo enganadora do conhecimento do passado. O autor menciona que os sistemas de gráficos avançados apresentam a imagem como verdadeira, sendo essa precisão enganadora e que reconstrução baseada em informação histórica e pressupostos pode resultar na elaboração de um artefacto impreciso e não representante da realidade (Sylaiou, 2007)

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Outro contra é a aquisição de modelos 3D que pode ser, um processo caro e complexo, se por um lado a construção do objeto usando softwares proprietários é complexo e dispendioso, por outro lado, a digitalização através de scanners 3D é igualmente cara e obriga a várias operações de edição e simplificação (Sylaiou, 2007).

Os Museus Virtuais podem até desvalorizar as obras que representam, “caso apresentem representações com baixo nível de detalhe e qualidade” (Sylaiou, 2007, p. 20).

Os visitantes do Museu Virtual têm de ter, conhecimentos de informática. Isto significa que, “o utilizador inexperiente de computador é automaticamente excluídos” (Sylaiou, 2007, p. 25). Assim sendo, acreditamos que um grande número de visitantes dos Museus Virtuais poderá encontrar dificuldades.

Em suma, apesar de todos os prós e contas referidos anteriormente, percebemos que as tecnologias colocam o público no centro do processo criativo, possibilitam formas promissoras de mediação cultural, com utilizadores menos elitistas e regras menos rígidas. Inferimos que os utilizadores não são apenas consumidores de informações culturais. Estes podem ser, eles mesmos, os produtores. Até há pouco tempo atrás, os museus tinham o seu acesso muito restrito, por essa razão acreditamos que os Museus Virtuais têm vindo a inovar e a possibilitar a universalização do conhecimento.

Apresentamos neste trabalho um protótipo de uma virtualização inicial de um Museu Físico que, a nosso ver, vai permitir criar uma simbiose entre o Museu Físico e a sua recriação virtual. Este projeto pretende mostrar que o museu ao apostar nas novas tecnologias para promover e dinamizar o seu espaço, contemplando a inovação e apostando em tecnologias, estará abrindo uma janela para o mundo.

O protótipo que construímos consiste numa visita “virtualizada”, com panorâmica de 360º na página web do museu e terá a capacidade de instruir o utilizador de uma forma dinâmica durante a “visita”, permitindo uma visualização pormenorizada de todos os detalhes visíveis do espólio do museu e uma primeira interação entre o futuro visitante e o espólio existente.

Esta interação poderá revelar-se futuramente vantajosa ao permitir que o visitante fique com vontade de visitar o espaço físico, usufruindo de uma experiência mais concreta e

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integrada. Ao mesmo tempo, o projeto permite que pessoas sem possibilidade de se deslocarem ao museu (por vária razões) o visitem. Funciona ainda como um registo, para memória futura de exposições, possibilitando a consulta virtual a informação dispersa, mesmo depois da data do encerramento da exposição. Permite ainda a vista panorâmica, a 360º, de objetos expostos, e possibilita a sua análise pormenorizada.

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