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As conclusões obtidas a partir da análise dos dados e demais informações apresentadas no transcorrer desta pesquisa, assim como algumas recomendações para seguimento de trabalhos e continuidade de outros estudos, pesquisas e análises no campo aeroportuário serão expostos neste último capítulo.

7.1. CONCLUSÕES

As principais conclusões que serão apresentadas a seguir, não serão expostas por capítulo ou por determinado argumento, mas sim pela combinação de assuntos que são intrínsecos entre si. Desse modo, conclui-se que:

a) uma maior preocupação com as condições funcionais dos pavimentos aeroportuários brasileiros foi verificada mais intensamente a partir de meados do ano 2000, apesar de existirem registros de ensaios de macrotextura e de coeficiente de atrito, e levantamentos no final dos anos 90, especificamente para o Aeroporto Internacional de Fortaleza;

b) os ensaios de macrotextura e de coeficiente de atrito apresentados nesta pesquisa foram, na maior parte, realizados em períodos distintos, o que proporciona obter conclusões imprecisas ou não correspondentes;

c) provavelmente, a lacuna registrada no item anterior pudesse ter sido resolvida com a aplicação de um Sistema de Gerência de Pavimentos Aeroportuários – SGPA. Apesar de ser uma necessidade para toda e qualquer administração aeroportuária, atualmente o Aeroporto Internacional de Fortaleza não dispõe de tal ferramenta. Da mesma forma, não se tem informações concretas por parte da INFRAERO de que um SGPA esteja sendo utilizado em outro aeroporto da rede;

166 d) o uso de um SGPA conduziria o corpo técnico da administração aeroportuária em Fortaleza ou na sede da Empresa, em Brasília, a realizar um planejamento mais efetivo quanto à execução das atividades de manutenção, não permitindo um tempo demasiado longo sem qualquer tipo de intervenção – restauração e conservação;

e) a avaliação das condições funcionais através da metodologia internacional denominada PCI – Pavement Condition Index, não foi possível de ser realizada na pista de pousos e de decolagens do Aeroporto Internacional de Fortaleza, apesar de ter sido a pretensão original desta pesquisa. Tal fato deveu-se ao intenso movimento de pousos e de decolagens no Aeroporto, impedindo a permanência naquela pista pelo tempo necessário para execução do levantamento;

f) visivelmente a pista de pousos e de decolagens do Aeroporto Internacional de Fortaleza não apresenta grandes problemas estruturais apesar da idade e tempo de uso intenso;

g) por outro lado, existem inúmeros e graves problemas funcionais, tais como buracos, trincas transversais e longitudinais, desgastes, sendo o pior e mais comum deles o acúmulo de borracha no revestimento;

h) a questão do acúmulo de borracha se agrava especialmente quando da presença de água na superfície. Em pista seca e em adequadas condições funcionais e estruturais, esse acúmulo não gera grandes problemas; i) a solução imediata para controlar e minimizar os efeitos danosos dessa

problemática, até então utilizada pela maioria das administrações aeroportuárias brasileiras, tem sido a remoção do contaminante – borracha através do hidrojateamento de água de alta pressão. Contudo, essa técnica, a longo prazo, não tem trazido grandes benefícios aos aeroportos, haja vista que proporciona desgaste aos revestimentos necessitando da aplicação de outras tecnologias reconhecidas e recomendadas pela Organização da Aviação Civil Internacional – ICAO; j) possivelmente o problema do trecho da pista de pousos e de decolagens

problemas quanto as especificações dos materiais. Outro fato a se considerar, está no fato da abertura prematura da pista ao tráfego;

k) uma única pista de pousos e de decolagens para um aeroporto do tamanho e da intensidade operacional que possui o Aeroporto Internacional Pinto Martins, ocasiona um desgaste intenso do pavimento, dado ao uso constante. A situação se agrava pela falta de aplicação de ações de manutenção que visem prolongar sua vida útil.

7.2. RECOMENDAÇÕES PARA PESQUISAS FUTURAS

As recomendações aqui apresentadas têm o objetivo de dar continuidade a trabalhos e outros estudos, pesquisas e análises no campo aeroportuário, além de servir como subsídio às ações das administrações aeroportuárias e da Agência Nacional de Aviação Civil brasileira.

Faz necessário ainda esclarecer que não se tratam de verdades absolutas que devem ser seguidas rigorosamente por aqueles que assim o desejarem.

Dentre as principais recomendações desta pesquisa, tem-se:

a) o desenvolvimento de um SGPA ou alguma ferramenta com os mesmos princípios e atividades para a rede INFRAERO e outras administrações aeroportuárias, ou especificamente para o Aeroporto Internacional de Fortaleza;

b) a realização de ensaios de macrotextura e de coeficiente de atrito em períodos contíguos, visando aproximar os valores com relação às reais condições funcionais do pavimento;

c) a efetivação de pesquisas ou estudos para correlacionar os valores obtidos para a macrotextura e o coeficiente de atrito, buscando uma classificação padrão e/ou unificada;

d) a determinação exata na pista de pousos e de decolagens dos pontos de medição da macrotextura, por ocasião do ensaio da mancha de areia, através de processos georeferenciados ou pela marcação da luzes laterais

168 de marcação e/ou orientação dessas pistas, uma vez que não é possível fazer qualquer tipo de pintura na superfície do pavimento, pois tal ação pode comprometer a sinalização horizontal;

e) a execução de medição da macrotextura através das outras técnicas e/ou ensaios recomendados pela ICAO, com o objetivo de procurar associar os valores encontrados com o ensaio mais comum, o da macha de areia; f) a padronização dos ensaios de coeficiente de atrito através da utilização

de um único equipamento de medição. Tal equipamento deve estar à disposição da administração aeroportuária para a realização dos ensaios sempre que necessário;

g) o estudo para aplicação das outras técnicas de extinção da borracha acumulada, recomendadas pela ICAO, com o objetivo de se analisar a viabilidade operacional, os custos e os benefícios de tal execução;

h) o planejamento para construção de uma pista auxiliar de pousos e de decolagens para o Aeroporto Internacional de Fortaleza, de modo a facilitar a aplicação das técnicas de manutenção e otimizar a operacionalidade do aeroporto;

i) a elaboração de legislação específica destinada às administrações aeroportuárias para aplicação efetiva de técnicas de manutenção que prolonguem a vida útil do pavimento, especialmente devido à introdução de modernas e potentes aeronaves no mercado nacional e internacional que seguramente irão requerer uma maior disponibilidade das condições funcionais e de resistência das pistas e dos pátios dos aeroportos;

j) o treinamento contínuo da equipe técnica das administrações aeroportuárias e da agência reguladora para conduzir e fiscalizar as avaliações de condições dos pavimentos;

k) o levantamento das condições estruturais dos pavimentos do Aeroporto Internacional de Fortaleza, em especial da pista de pousos e de decolagens, através de metodologia apropriada, recomendada e reconhecida, como forma de se analisar a real situação dessas condições.