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6 RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS

6.6 Conclusões e sugestões para futuros trabalhos

Assim, findado o ciclo interno (coleta de dados) da metodologia de avaliação proposta, pode-se retornar ao ciclo externo, preenchendo-se a parte faltante da fase Faça e complementando o processo, agora já na alçada da administração do EEL.

Como já foi comentado, o tratamento dos dados dos questionários trazem à tona informações sobre o modo de pensar dos opinantes, o valor diferenciado que atribuem a determinados conceitos, as similaridades e divergências de opinião, os aspectos que mais influenciam os demais, as mútuas influências etc. Tais informações, quando bem interpretadas, podem ser importantes para guiar a administração no cumprimento do planejamento para o atingimento dos objetivos e metas.

O mapa cognitivo difuso permite, entre outras coisas, a criação de um modelo matemático do processo de ensino em engenharia. A validade de um mapa cognitivo difuso está em sua representatividade do processo, ou seja, no quanto mais o modelo espelha o processo em questão. Quanto mais representativo for o modelo, mais dados relevantes podem ser extraídos dele e mais conhecimento se obtém. A definição dos conceitos e a discussão dos resultados podem e devem ser feitas com a participação ativa do grupo interessado e com a participação dos opinantes. Desta forma, se possibilita a construção de um modelo mais fidedigno. Cabe aqui alertar o cuidado fundamental no sentido de ampliar a reflexão do grupo envolvido, levantando conceitos que, à primeira vista, podem não ter valor semântico às pessoas envolvidas, mas podem ter importantes relacionamentos não perceptíveis sem uma análise mais cuidadosa. Deve-se evitar o pensamento hegemônico. Deve-se provocar “desequilibrações”.

Assim, a discussão em grupo favoreceria um raciocínio relacional mais amplo por parte dos interessados e a exposição de diversos pontos de vista e aspectos importantes no processo educacional. Isto, além de favorecer a administração departamental, permitiria a construção do conhecimento, individual e grupal, sobre os aspectos e relações envolvidas no processo. Isto seria positivo para a definição e redefinição de valores e metas criando-se uma “cultura departamental”, favorecendo o trabalho colaborativo e cooperativo. Como o modelo “aprende”, novos conhecimentos podem ser acrescentados, e a representação da

Avaliação Formativa Continuada do Processo Educativo em Engenharia Usando Mapas Cognitivos Difusos Capítulo 6 – RESULTADOS E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Renato Lucas Pacheco _________________________________________________________________________

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“dinâmica” educacional, inserida no processo social de que ela toma parte, também pode ser contemplada por esta metodologia.

Deve ficar claro, como já foi comentado, que os mapas cognitivos difusos não constituem um método estatístico. Os dados obtidos até permitem várias análises estatísticas, como foi mostrado nos Capítulos 5 e 6. Mas, as diferenças já começam no questionário utilizado, diferente dos questionários tradicionais. Num questionário tradicional as perguntas, muitas vezes, direcionam as respostas de acordo com a tendenciosidade (o “viés”) do pesquisador. Já no mapa cognitivo difuso, uma quantidade muito grande de pequenas/simples relações de causa e efeito praticamente “inibe” tal problema, e o pensamento do opinante surge do “entrelaçamento” das relações entre os conceitos.

Sugere-se para aprimoramento do trabalho:

• Associação do programa desenvolvido a outras técnicas de inteligência artificial, como sistemas especialistas, para a criação de um sistema computacional mais amigável e mais fácil de ser gerenciado por um administrador.

• Associação com outras abordagens numéricas, como algoritmos genéticos e técnicas de “mineração” de dados.

• Pesquisa de outras formas de tornar a busca de dados (preenchimento do questionário) mais rápida e eficiente, por exemplo, com o uso do modelo de análise fatorial43, que pode reduzir o tamanho da amostra e agilizar sobremaneira a aquisição e

atualização dos dados do mapa cognitivo.

• Análise de “estabilidade” ou conformação da matriz de valências, visando o aperfeiçoamento do tratamento numérico e fazendo uma análise matemática das potencialidades e limitações do método, análise de sensibilidade e previsão do desempenho do sistema modelado, por exemplo, antecipando a existência ou a não existência de um ciclo limite e a sua evolução.

• Obtenção de um tipo de “função de transferência” do mapa e análise de seu comportamento com técnicas de circuitos elétricos.

43 Técnica estatística calcada sobre o pressuposto de que uma série de variáveis observadas, medidas,

chamadas de variáveis empíricas ou observáveis pode ser explicada por um número menor de variáveis hipotéticas, não observáveis, chamadas precisamente de variáveis hipotéticas ou variáveis fonte, mais conhecidas sob o nome de fatores (PASQUALI, 2003).

• Revisão e, se necessário, alteração dos conceitos utilizados, visando a um aperfeiçoamento e adaptação do processo de avaliação e uma melhor aproximação da situação real.

• Aplicação do questionário a alunos, funcionários e egressos do curso, buscando seus pontos de vista e os confrontando com a visão dos professores, buscando-se elementos para melhor entendimento de fatores como evasão escolar e altos índices de reprovação, por exemplo.

• Aplicação do questionário a alunos e a professores de outras áreas, como pedagogia e psicologia. Comparar e estudar os mapas resultantes, buscando novas inferências e pontos de vista.

• Incorporação de novos conceitos.

• Promoção de formas de discussão (seminários/palestras/cursos) para favorecer a construção da idéia da avaliação, considerando os segmentos administrativo, docente e discente, buscando engajar estes agentes do processo educacional na avaliação formativa contínua e retroalimentada.

• Disponibilização do questionário on-line para coleta periódica de dados de estudantes, professores e funcionários/servidores.

• Utilização de outras metodologias administrativas para ambientes educacionais, com caráter cíclico, em que o mapa cognitivo difuso possa ser utilizado como parte de um sistema de informação sobre o ambiente educacional.

A modelagem sugerida é muito abrangente, e pode ser aplicada em futuros trabalhos como:

• Ferramenta de ensino de aspectos não técnicos para engenheiros. A modelagem matemática de processos sócio-políticos, da imprecisão e da incerteza cria condições para um raciocínio relacional, “em rede”, diferente daquele raciocínio determinístico e probabilístico típico de um engenheiro.

• Em vários níveis da administração escolar.

• Como ferramenta para modelagem de diversos sistemas complexos em engenharia.

Avaliação Formativa Continuada do Processo Educativo em Engenharia Usando Mapas Cognitivos Difusos APÊNDICE A – TEORIAS CONTEMPORÂNEAS DE APRENDIZAGEM

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APÊNDICE

A

TEORIAS CONTEMPORÂNEAS

DE APRENDIZAGEM

A.1 Introdução

Vários autores buscam dar explicações e interpretações a respeito deste importante assunto na vida de cada um em particular e na humanidade como um todo, que é o processo de aprendizagem. Para este trabalho foram escolhidos cinco pensadores, que foram considerados como o pai da ciência do aprendizado (Jean Piaget), o pai do ensino dentro do contexto social (Paulo Freire), o representante da tecnologia no ensino (Roger Schank), o pai das inteligências múltiplas (Howard Gardner) e o Mozart da psicologia (Lev Semenovich Vygotsky).

Segue um resumo da bibliografia de cada autor e a forma como interpretam algumas facetas do ensino, que têm interesse para os objetivos deste trabalho.

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