• Nenhum resultado encontrado

Os aspectos elétricos de corona e radiointerferência, abordados nesse trabalho, mostram a evolução dos condutores compactos, representados pelo condutor LINNET compacto TW (desenvolvido no Brasil) e LINNET compacto Aero Z. Nos estudos teóricos os condutores LINNET compacto TW e Aero Z foram representados com características geométricas idênticas. Nos ensaios em laboratório constatou-se que as formas em “Z” dos fios mais externos dos condutores compactos Aero Z apresentam desempenho elétrico de corona 10% melhor que a forma trapezoidal (condutor LINNET compacto TW).

As linhas de transmissão compactas, em virtude da presença de obstáculos e na maioria das vezes em vias públicas, embora seja uma solução economicamente viável, apresentam níveis de RI 40% maiores, quando comparados com os níveis de RI das linhas tradicionais para 138 kV e que utilizam torres maiores.

A superfície mais externa do condutor com a geometria compacta dos fios permite reduzir a tensão de início de corona em 23% para a geometria trapezoidal e 30% para a geometria Aero Z, em comparação com os condutores tradicionais.

A geometria dos fios compactos permite uma melhor distribuição e comportamento do campo elétrico na superfície do condutor, reduzindo o gradiente superficial em torno de 13% para a forma trapezoidal de condutor compacto.

A redução do gradiente superficial dos condutores, quando utilizados com torres compactas instaladas ao longo das vias públicas, permite a otimização da aplicação desse tipo de condutor e estrutura, reduzindo as faixas dessas LT, quando comparados com os condutores tradicionais de mesmo diâmetro, redução esta de até 14%.

A aplicação dos modelos comparativos, para a predeterminação dos níveis de RI, tem sido uma prática empregada para todos os níveis de tensão, mesmo tendo sido desenvolvidos para tensões acima de 400 kV. Apesar disso, notou-se que, para gradientes superficiais elevados, como aqueles encontrados em linhas de transmissão compactas de 138kV, estas formulações ainda necessitam de estudos mais aprofundados. Neste trabalho optou-se por corrigir os valores de referência para os gradientes apresentados na formulação empírica, não tendo sido objetivo deste trabalho a medição destes ruídos em linhas compactas.

A combinação de ambas as formas compactas, condutor e estrutura, abre uma ampla perspectiva para auxiliar a otimização dos corredores das linhas de transmissão. Essas mesmas formas compactas de estruturas aplicadas para a tensão de 138 kV necessitarão, a exemplo do estudo apresentado em parceria IEEE e CIGRÈ [5], de uma ampla medição de RI ao longo de suas faixas de passagem, o que poderá melhorar, certamente, o modelo de predeterminação de RI, utilizado neste trabalho.

Contribuições do trabalho

Esse estudo contribui de uma forma geral para:

• redução das perdas nas linhas aéreas de transmissão e distribuição de energia elétrica, associado a um aumento do carregamento elétrico, aplicado a faixas de passagem cada vez mais reduzidas, principalmente para as linhas urbanas que tem exigido distâncias de segurança menores;

• incentivar a continuidade do desenvolvimento e pesquisa do comportamento elétrico de novas geometrias aplicadas a condutores com o desenvolvimento e parcerias nacionais;

• ser mais uma alternativa como solução de projeto e construção ou mesmo de recapacitação das linhas existentes, com a redução dos custos de um modo geral;

• o setor elétrico nacional como mais uma opção eficiente para seleção e aplicação de condutores nos projetos de linhas aéreas de transmissão e distribuição de energia elétrica.

Sugestões para Trabalhos Futuros

É importante a continuidade da investigação e avaliação sobre as adaptações aqui inseridas e recomendadas nos modelos existentes para a predeterminação de RI no limite das faixas de segurança das linhas de transmissão e distribuição de 138 kV, próximas aos centros urbanos, que exigem faixas de passagem reduzidas. Tal procedimento deve contemplar também as LT de 230kV, utilizando condutores compactos de diâmetros maiores.

Esse trabalho direciona para a necessidade de se efetuar uma ampla medição dos níveis de RI, nos limites das faixas de segurança, inicialmente para as LT urbanas de 138 kV, uma vez que os métodos comparativos existentes foram baseados em linhas com tensões acima de 230-400 kV e com características diferentes.

Após a instalação dos condutores compactos nacionais nas LT compactas, nas versões Liga Termorresistente e Al 1350, o desempenho desses condutores devem ser monitorados sob temperaturas mais elevadas, consolidando esse modelo de condutor e contribuindo para o processo de utilização otimizada das faixas de LT.

Recomendamos que esse estudo se estenda para as configurações em feixe, utilizando não só os condutores compactos desenvolvidos no Brasil, como também outros condutores especiais, aplicados para tensões acima de 230 kV.

Referências Bibliográficas

[1] GIUDICE, E. B. F.; NASCIMENTO, C..A M; GUIMARÃES, G. E.; BRAGA, G. E.; CAMPOS, O. F.; MIRANDA, G.C.; SALDANHA, J. O. P.; UEDA, S. M. Desenvolvimento de Condutores Compactos Aplicados a Linhas Aéreas de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica. In:

Seminário Nacional de Produção e Transmissão de Energia Elétrica - XVII SNPTEE.

Uberlândia, 2003.

[2] HYDRO QUÉBEC; ELECTRICITÉ DE FRANCE. Projet conjoint de recherche et d’essais sur les conducteurs compacts, Août, 1996 and Joint research and testing project on compact conductors, October, 1996.

[3] MARTIN, C.; SONCIN, A.; HENRIQUE, N. C.S. RI e TVI em decorrência de LT de 138 kV Urbanas Compactas da COPEL. In: Seminário Nacional de Produção e Transmissão de

Energia Elétrica - VII SNPTEE. Brasília (DF), 1983.

[4] RADIO NOISE SUBCOMMITTEES. Survey on extra high voltage transmission line radio noise. In: CIGRE Study Committee, n. 36, Working Group n. 1. In: IEEE Transaction on Power

Apparatus and Systems, v. PAS-92, n. 3, maio/junho, 1973.

[5] RADIO NOISE SUBCOMMITTEES REPORT. Comparison of radio noise prediction methods with CIGRE/IEEE survey results”. IEEE Transaction on Power Apparatus and Systems, v. PAS-92, n. 3, maio/junho, 1973.

[6] EN 50183 Conductors for overhead lines, aluminium, magnesium-silicon alloy wires. In:

Brussels, VDE Meeting, Verlag, 1985.

[7] THRASH, F. R. Transmission conductors, a review of the design and selection criteria. In:

Technical Support Resources. Carrolton, Southwire, 1999.

[8] GAUDRY, M. AT AL. Increasing the ampacity of overhead lines using homogeneous compact conductors. In: Cigré Report 22-201, 1998.

[9] CIGRÉ SC22 WG12 TF1. Conductors for the optimal and design and uprating of lines, v. 1 and Conductors for increased capacity of overhead transmission lines, v.2 and Calculation of conductor characteristics for use in their application. CIGRÉ Brochure, December, 2000 and February, 2001

[10] CIGRÉ SC22 WG12 TF1. Conductors for the Uprating of Overhead Lines, v. 1 and Calculation of conductor performance at elevated temperatures, v.2 and Conductor for increased current capacity of overhead transmission lines. CIGRÉ Brochure, 29 January, 2002.

[11] CIGRÉ SC22 – 12. Determintion probabiliste de la capacité thermique des conducteurs. In:

Electra, n. 164 p. 102-119, 1979

[12] ALCAN ALUMINIO. Summary field installation data on sdc and self-damping conductor. In:

Bulletin, fevereiro/1971

[13] CIGRE SC22-WORKING GROUP ON MECHANICAL OSCILLATIONS. Guide on conductor self-damping measurements. In: Electra, n. 62, p. 79-90, January 1979.

[14] HOULE, S.; HARDY, C.; IAPOINT, A.; LOUIS, S.T. M., Experimental Assessment of Spacer-Damper System Performance on Wind-Induced Vibrations of High Voltage Transmission Lines. In:

IEEE/CSEE Joint Conference on High Voltage Transmission Systems, Nº 87JC-39, 1987.

[15] VAN DYKE P.; HARDY, C.; LOUIS S.T.M.; GARDES, J.L. Comparative Field Tests of Various Practices for the Control of Wind-Induced Conductor Motion. In: IEEE Transactions on Power

Delivery, vol. 12, Nº 2, April 1997.

[16] FUCHS, R.D. Transmissão de Energia Elétrica. Linhas Aéreas. Vol. 2, Editora Livros Técnicos e Científicos S.A., 1979.

[17] BPA. Transmission Line Reference Book, 345kV and Above. 2 ed.: Electric Power Research Institute, 1982.

[18] MIRANDA, G. C de. Uma contribuição ao estado do efeito corona em linhas de

transmissão utilizando o método de elementos finitos. Tese (Doutorado) - Universidade

Estadual de Campinas, 1994.

[19] PEEK, F.W. Dielectric Phenomena in High Voltage Engineering. Editora McGraw Hill, 1915.

[20] MARUVADA, P.S.; NGUYEN, D.H.; HAMADANI-ZADEH, H. Studies on Modeling Corona Attenuation of Dynamic Overvoltages. In: IEEE Summer Meeting. Proc. of PES, 88~SM~538-7, 1988.

[21] CLADE, J.J.; GARY, C.H.; LEFEVRE, C.A. Calculation of Corona Losses Beyond the Critical Gradient in Alternating Voltage. IEEE Transactions on Power Apparatus and Systems, v. 88, pp 695-703, 1969

[22] MARUVADA, P.S.; MENEMENLIS; MALEWSKI, H. R. Corona Characteristics of Conductor Bundles under Impulse Voltages. IEEE Transactions on Power Apparatus and Systems, v. 96, pp 102-115, 1977.

[23] GARY, C.; TIMOTIN, A.; CRISTESCU, D. Prediction of Surge Propagation Influenced by Corona and Skin Effect. IEE Proceedings, Pt. A, v. 130, pp 264-272, 1983.

[24] CARNEIRO, S. JR. The Study of Corona and its Effects on Surge Propagation on Transmission Lines, an Overview. In: Technical Meeting on Corona Models. Proc. of DCG/EPRI, 1987.

[25] NASSER, Fundamentos od gaseous ionization and plasma electrotronics. In: Wiley,

Interscience, 1971.

[26] CHANG, J.; LAWLESS, P.A.; YAMAMOTO, T. Corona Discharge Processes. IEEE 0093-3813/91, 1991.

[27] BELEVTSEV, A.A. Modern Theory of Corona Discharge. In: Proceedings of the 3rd

International Conference on Properties and Applications of Dielectric Materials, 1991.

[28] NGUYEN, T.T. Corona Discharge Streamer Model. IEE Proceedings-C, v. 139, pp 31-35, 1992.

[29] CARNEIRO, S. JR.; DOMMEL, H.W.; MARTI, J.R.; BARROS, H.M. An Efficient Procedure for the Implementation of Corona Models in the Electromagnetic Transients Program. In: Proc. of

IEEE PES Summer Meeting, 93SM401-0 PWRD, 1993.

[30] SOWA, P. Transients on Transmission Lines Under Impulse Voltages with Corona Modelling. In: Proc. of the 8th International Symposium on High Voltage Engineering, 1993.

[31] BUBE, L.; BONFANTI, I.; CORREIA, B.M.T.; VANDERSTOCKT, V. Using the simulation language models with EMTP. In: Proc. of 11th Power Systems Computation Conference, 1993.

[32] ADAMIAK, K. Adaptive approach to finite element modelling of corona fields. IEEE

Transactions on Industry Applications, v. 30, p. 387-390, 1994.

[33] CHATIER, V.L.; BLAIR, D.E.; EASLEY, M.D.; RACZKOWSKI, R.T. Corona Performance of a Compact 30kV Line. IEEE Transactions on Power Delivery, v. 10, p. 410-415, 1995.

[34] OLSEN, R.G.; SCHENNUM, S.S. A method for calculating wide band electromagnetic iterference from power line corona. IEEE Transactions on Power Delivery, v. 10, p. 1535-1539, 1995.

[35] PHILIPS, A.J.; JANDRELL, I.R.; REYNDERS, J.P. Consideration of corona onset from a water drop as a function of air pressure. IEE Proceedings-Sci. Meas. Technol., v. 143, p.125-132, 1996.

[36] HALAHMI, E.; KRONIK, L. Color Corona Discharge Images. IEEE Transactions on Plasma

[37] AL-HAMOUZ; AL-SHEHRI, Z.M. Inception voltage os corona in bipolar ionized fields and efect on corona power loss. IEEE Transactions on Industry Applications, v. 34, p. 57-61, 1998.

[38] AL-HAMOUZ, Z.M.; ABDEL-SALAM, M. Finite element solution of monopolar corona on bundle conductors. IEEE Transactions on Industry Applications, v. 35, p. 380-384, 1999. [39] KIM, V.T.; WHANG, K.W. Two-dimensional numerical simulation of radial generation in the positive corona discharge. IEEE Transactions on Plasma Science, v. 28, p. 261-265, 2000. [40] YANG, J.; IZAWA, Y.; NISHIJIMA, K. Spectroscopic image processing and space charge field for positive dc glow corona discharge in atmosphere. In: Proceedings of The 6th

International Conference on Properties and Applications of Dielectric Materials, 2000.

[41] YOUSSEF, M. The use of corona phenomena to measure the voltage of transmission lines. In: IEEE Instrumentation and Measurement Technology Conference, 2001.

[42] KIRKICI, H. Electrical insulation in space environment. In: IEEE Annual Report Conference

on Electrical Insulation and Dielectrics Phenomena, 2001.

[43] MIN, W.; LEE, S.; KIM, H.; HAHN, S. Transient approach to steady state of discharge phenomena in corona device. IEEE Transactions on Magnetics, v. 38, p. 485-489, 2002.

[44] NATIONAL ELECTRICAL MANUFACTURERS ASSOCIATION. NEMA–107: Methods of measurement of radio influence voltage (RIV) of high-voltage apparatus. STANDARDS PUBLICATION Nº 107, 1987.

[45] MILLER, C. J. Mathematical Prediction of Radio Interference and Corona Characteristics of Smooth, Bundled Conductors. IEE, October, 1956.

[46] NILS, H.C.; KAZUMITU, Y.; CARLOS , E. O. C. Análise dos Métodos de Predeterminação de Interferência em Rádio Baseada em Medições de Campo. In: Seminário Nacional de Produção

e Transmissão de Energia Elétrica – VII-SNPTEE, Brasília (DF), 1984.

[47] NILS, H.C.; KAZUMITU, Y.; CARLOS , E. O. C. Análise dos Métodos de Predeterminação de Interferência em Rádio Baseada em Medições de Campo. In: Seminário Nacional de Produção

e Transmissão de Energia Elétrica – VII-SNPTEE, Brasília (DF), 1984.

[48] MARUVADA, P.S.; BACHA, R.J.; BACKER, A.C.; BLAIR, W.E.;BULAWKA, M.E.; CHARTIER, V.I.; CORTINS, R.; CRAINE, L.S.; ELDER, G.R.; GARY, C.; HALL, J.F.; JANISCHEWSKYJ, W.; KOLCIO, N.; MCDERMOT, T.J.; MORRIS, R.M.; NIGBOR, R.J.; ZAKALA, W.E.; PALDI, A.; PERKINS, M.D.; REICHMAN, J.; REILLY, J.P.; RICHEDA, R.J.; SCHLINGER, W.R.; SEBO, S.A.; TUTTLE, P.D.; WARBURRON, F.W.; WHITNEY, B.F.; WONG, P.S. A surfvey of methods for calculating transmission line conductor surface voltage gradients. IEEE Corona and Field

Effects Subcommittee a Report Radio Noise Working Group on Power Apparatus and Systems, v. PAS = 93 p 1660 – 1668, Sept./Oct. , 1974.

[49] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR-7876: linhas e equipamentos de alta tensão, medição de radiointerferência na faixa de 0.15 a 30 MHz, método de ensaio, version abril/1983.

[50] TIMASCHEFF. Fast calculation of gradients for the center phase of a three phase bundle conductor line with any numer of subconductors. IEEE Transactions, Nova Iorque, v. PAS 90, n. 1, p. 157-164, 1971.

[51] TERMOSHOK, M. Relative surface gradients of grouped conductors. AIEE Transactions, Nova Iorque,. v. 67. parte III. p. 1 583 -1 591, 1948.

[52] KALIFA, M.; ABDEL, M. S.; ALY, F.; ABOUSEADA, M. Electric fields around conductors bundles of EHV transmission lines. IEEE Conference Papper, n. A 75 563 –7, 1975.

[53] SINGER, H.; STEINBIGLER, H; WEISS, P. A charge simulation method for the calculation of high voltage fields. I EEE Transaction on PAS, v. 93. p. 1660-1668,1974.

[54] TERA ANALYSIS. Finite element analysis system. QuickField: Version 5.2, Janeiro 2005. [55] CHEN Q.; KONRAD A. A review of finite element open boundary techniques for static and quasistatic eletromagnetic field problems. IEEE Transactions on Magnetics, January, 1997. [56] KUFFEL E. ; ZAENGL W. S. High Voltage Engineering Fundamentals. 2 ed. Pergamon Press, 1984.

Documentos relacionados