• Nenhum resultado encontrado

 Em comparação com o gás de hidrogênio, o plasma frio de hidrogênio como agente redutor propicia um aumento considerável na cinética de redução de pós de óxido de cobalto (Co3O4), para temperaturas de redução entre 250 e 300ºC.

 Em temperaturas de 350 e 380ºC, praticamente são iguais as cinéticas de redução a plasma e a gás.

 O tempo e a temperatura são fatores determinantes, seja na redução a plasma ou a gás.

 Na temperatura de 250ºC, frações de redução em torno de 0,90 podem ser atingidas após 50 min de redução, com o plasma de hidrogênio como agente redutor. Já com o uso do gás, frações de redução máximas de apenas 0,30 podem ser obtidas nesta mesma temperatura.

 Tanto na redução a plasma quanto na redução a gás, as partículas de pó de óxido de cobalto numa primeira etapa se transformam em monóxido de cobalto e numa segunda etapa no metal: Co3O4→CoO→Co

 Na microanálise química de partículas aglomeradas parcialmente reduzidas sob plasma ou a gás, observou-se em regiões periféricas das partículas a existência de altas concentrações de cobalto enquanto em regiões do núcleo altas concentrações de oxigênio, o que denota que o processo de redução se dá da superfície para o núcleo.

 Em temperaturas entre 300 e 380 ºC, o mecanismo de redução das partículas de óxido de cobalto é controlado predominantemente por difusão. Já em temperaturas mais baixas, como a de 250ºC, as reações topoquímicas tendem a controlar a redução das partículas de óxido de cobalto.

 Provavelmente, a mudança de mecanismo de redução e a alta cinética de redução do óxido em baixa temperatura estão associadas à atuação das espécies redutoras derivadas do hidrogênio molecular presentes no plasma.

 A energia de ativação para a redução do óxido de cobalto sob plasma de hidrogênio é de 35,38 kJ/mol, valor aproximadamente 2,5 vezes menor que aquele encontrado para a redução por gás hidrogênio (90,79 kJ/mol).

SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS

 Realização de experimentos de redução, seja a gás ou a plasma, em tempos mais curtos, menores que 10 min, para verificar se existem outros mecanismos de reação atuando na redução do óxido de cobalto.

 Caracterização morfológica pormenorizada dos produtos de redução do óxido de cobalto por microscopia eletrônica de varredura

REFERÊNCIAS

ALVES JÚNIOR , C. Nitretação a plasma: Fundamentos e aplicações. Natal: Ed. UFRN, 2001.

BRITO, A. R. Obtenção de pós de tântalo metálico a partir da redução

aluminotérmica com ignição a plasma. Dissertação (Mestrado em Ciência e

Engenharia de Materiais) – Programa de Pós Graduação em Ciência e Engenharia de Materiais da UFRN, Natal, 2007.

BULLARD, E. D.; LYNCH C. D. Reduction of Titanium Dioxide in a Nonequilibrium Hydrogen Plasma. Metallurgical and Materials Transactions B. v. 28, n 6, p. 1069 – 1080, 1997.

BUSTNES J.A.; SICHEN DU; SEETHARAMAN S. Kinetic Studies of Reduction of CoO and CoWO4 by Hydrogen. Metallurgical and Materials Transactions B. v. 26, n. 3, p. 5468 – 5477, 1995.

CHAPMAN, B. Glow Discharge Processes. Sputtering and Plasma Etching. New York. Chichester. Brisbane. Toronto . Ed. Jonn Wiley & Sons. 1980. 21- 46 p. CHEN G. Z.; FRAY D.J.; FARTHING T.W. - Direct electrochemical reduction of titanium dioxide to titanium in molten calcium chloride. Nature, v. 407, p. 361-364, 2000.

CRUNDWELL, F. K.; MOATS, M. S.; RAMACHANDRAN, V.; ROBINSON,T. G. ; DAVENPORT , W. G. Extractive Metallurgy of Nickel, Cobalto and Platinum

Group Metals. Elsevier Ed. ,. 610 p. 2011

DAVIS, J. R. (Ed.) Nickel, cobalt, and their alloys. ASM Specialty Handbook. , ASM International Ed., 1st print, materials Park, OH, USA, 442p., 2001.

DEMBOVSKY V. Zu Fragen der Thermodynamik und Reaktionskinetik in der

Plasma metallurgie. Neue Hütte, v. 32, 1987. 214 – 219 p.

DNPM.- Boletim do Departamento Nacional de Produção Mineral, Sumário Mineral

Brasileiro. v.32, DNPM/DIPLAM, 128 p. , 2012.

DRESSELHAUS, M. Basic Research Needs for the Hydrogen Economy. U.S. Department of Energy Office of Science Laboratory operated. 4 p., 2003.

HALMANN M.; FREI A.; STEINFELD A. - Vacuum carbothermic reduction of Al2O3,

BeO, MgO - CaO, TiO2, ZrO2, HfO2 + ZrO2, SiO2, SiO2 + Fe2O3, and GeO2 to the

metals. A thermodynamic study. Mineral Processing and Extractive Metallurgy

Review, v.32, n.4, p.247-266, 2011.

HAWKINS, M. Why we need cobalt. Applied Earth Science:Transactions of the Institution of Mining and Metallurgy Section B – Applied Earth Science, v. 110p, B66- B70 p., 2001.

HOLMBERG, K.; MATTHEWS, A. Coating Tribology: Properties, Techniques and Applications in Surface Engineering. Elsevier Science B. V., Ed., 607 p., 1994

JOVIĆ V. .; JOVIĆ B.M.; AVLOVIĆ M.G. - Electrodeposition of Ni, Co and Ni–Co alloy powders. Electrochimica Acta, v. 51, p. 5468 – 5477, 2006

JOVIĆ V.; MA SIMOVIĆ V.; AVLOVIĆ M.G.; O OV . I. Morphology, internal structure and growth mechanism of electrodeposited Ni and Co powders.J Solid

State Electrochem.v. 10, p. 373 – 379, 2006.

KHOSHANDAM B.; KUMAR R.V.; JAMSHIDI E. - Reduction of cobalt oxide with methane. Metallurgical and Materials Transactions B. v. 35B, p. 825 – 828, 2004. KIM J.Y., RODRIGUEZ J.A., HANSON J.C., FRENKEL A.I., LEE P.L. - Reduction of CuO and Cu2O with H2: H Embedding and kinectics effects in the formation of suboxides. Journal of the American Chemical Society, v.125, n.35, p. 10684 – 10692, 2003.

KUBASKI E.T.; CINTHO O.M - Obtenção de Nb metálico através da redução de Nb2O5 por moagem de alta energia. Tecnol. Metal. Mater. Miner., São Paulo, v. 6, n.

4, p. 185 – 191, 2010.

LEE, J. D. Química inorgânica não tão consisa. São Paulo ,4º ed. Edgard BlucherLtda, 2000, 527p.

LEYLAND A.; FANCEY K.S.; MATTHEWS A. Enhanced plasma nitriding at low pressure: a comparative study of d.c. and r.f. techniques. Surface and Coatings

Technology, v.41, p. 295 – 304, 1990.

LIN H-Y.; CHEN Y-W. The mechanism of reduction of cobalt by hydrogen. Materials

chemistry and physics. v. 85, p. 171 – 175, 2003.

KURTULUS, F.; GULER. H. A simple microware assisted route to prepare black cobalt, Co3O4. Inorganic Materials. V 41, p. 483 – 485, 2004.

OKAMOTO Y.; ADACHI T.; NAGATA K.; ODAWARA M.; IMANAKA T. Effects of starting cobalt salt upon the cobalt-alumina interactions and hydridesulfurization activity of CoO/Al203. Applied Catalysis. v. 73, p. 249 – 265, 1991.

OLIVEIRA, M.P. Propriedades estruturais e magnéticas de nanoparticulas de

Co3O4 com a adição de agentes quelantes. Dissertação de mestrado (Núcleo de Pós Graduação em Física da UFS), São Cristovão-SE, 2012.

PATNAIK P. Handbook of Inorganic Chemicals. New York, NY: McGraw-Hil. p. 231, 2003.

PEÑA M.A.; GÓMEZ J.P.; FIERRO J.L.G. - New catalytic routes for syngas and hydrogen production. Applied Catalysis A: General, v. 144, n. 1–2, p. 7 – 57, 1996.

PINEAU A.; KANARI N.; GABALLAH I. – Kinetics of reduction of iron oxides by H2.

Part I: Low temperature reduction of hematite. Thermochimica Acta, v. 444, n1, p. 98 –100, 2006.

RAJPUT P.; BHOI B.; SAHOO S.; PARAMGURU R.K.; MISHRA, B.K. - Preliminary investigation into direct reduction of iron in low temperature hydrogen plasma.

Ironmaking and Steelmaking, v.40, n.1, p. 61-68, 2013.

RODRIGUES, Ruy Lacourt; SILVA, Valdir Costa e. Definição e plano de produção de um depósito típico de níquel laterítico aproveitado através de rota de lixiviação ácida sob pressão. Revista da Escola de Minas. v. 61, n.3, p. 303 – 308, 2008.

ROTH, W. L. The magnetic structure of Co3O4. Journal of Physics and Chemistry of Solids. v. 25, p. 1-10, 1964.

SANTOS, R. K. S.; BATISTA, M. S.; ASSAF, E. M.; ASSAF, J. M.- Effect of metal

load in Co/Al2O3 catalysts for ethanol steam reforming. Química Nova. v. 28, n.4, p.

587-590, 2005

SASTRI, M. V. C.; VISWANATH, R. P; VISWANATHAN. Studies on the reduction of iron oxide with hydrogen. International Journal of Hydrogen Energy, v.7, n.12, p. 951-955, 1982.

SILVA G.G. Estudo da redução do trióxido de tungstênio ativado por plasma de

hidrogênio. Tese de doutorado (Doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais) – Programa de Doutorado em Ciência e Engenharia de Materiais da UFRN, Natal –

RN, 119 p, 2003.

SURYANARAYANA C. - Mechanical alloying and milling. Progress in Materials

Science, v. 46, n. 1–2, p. 1–184, 2001.

TIEN R.H.;TURKDOGAN E.T. - Gaseous reduction of iron oxides: Part IV.

mathematical analysis of partial internal reduction-diffusion control. Metallurgical

Transactions, v. 3, n. 8, p. 2039-2048, 1972.

TURKDOGAN E.T.; VINTERS J.V. - Gaseous reduction of iron oxides: Part I.

Reduction of hematite in hydrogen. Metallurgical Transactions, v. 2, n. 11, p. 3175- 3188, 1971.

WATT S. - The Element Cobalt. Marshall Cavendish Benchmark, Tarrytown, New York, 2007.

ZHANG Y.; DING W.; GUO S.; XU K. Reduction of metal oxide in nonequilibrium hydrogen plasma. The Chinese Journal of Nonferrous Metals, v.14, n. 2, p. 317- 321, 2004.

ANEXO A

A.1 Produção do Gás de Hidrogênio

O elemento químico hidrogênio (H) é o mais leve e o mais abundante no universo. Pertencente ao grupo 1A da tabela periódica, o seu peso atômico é de 1g/mol. Estima-se que a sua concentração na crosta terrestre é de aproximadamente 1,400 mg / kg (PATNAIK, 2002).

Apesar da sua grande abundância, na Terra ele não existe na forma livre, sendo encontrado em compostos de hidrogênio. Ele pode ser produzido industrialmente a partir de hidrocarbonetos presentes no gás natural. Em condições normais de pressão e temperatura, o hidrogênio encontra-se no estado gasoso, sob a forma da molécula diatômica H2 (DRESSELHAUS, 2003).

Atualmente, o processo de reforma de hidrocarbonetos e o processo de eletrólise da água (H2O) são os métodos mais econômicos de produção de hidrogênio.

Nos Estados Unidos da América, o gás hidrogênio é produzido quase exclusivamente pelo processo de reforma a vapor no qual se utiliza energia térmica para separar o hidrogênio (H2) do carbono (C) que pode estar presente tanto em

moléculas de metano (CH4) quanto em subprodutos do refino de petróleo e

compostos químicos derivados do petróleo.

A obtenção do hidrogênio pelo processo de eletrólise consiste na separação do H2

presente na água pela passagem de corrente elétrica. De acordo com o Departamento de Energia dos Estados Unidos, em 1995 o custo de produção por esse método estava em US$7,39 por milhão de BTU (US$7,00 por GJ). Já a produção de hidrogênio por eletrólise utilizando hidroeletricidade, considerando taxas de horários de baixo consumo, custa entre US$10,55 e US$21,10 por milhão de BTU (US$10,00 a US$20,00 por GJ).

Documentos relacionados