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Projetar, construir e qualificar um equipamento utilizando como referências as normas, envolve um grande número de variáveis capazes de interferir no processo. No caso do protótipo da fonte geradora de impacto padronizado, fruto desta pesquisa, as partes componentes do equipamento que foram encomendadas para fabricação passaram por um processo de estudo preliminar para caracterizar os materiais disponíveis mediante a realidade do mercado nacional. Foi priorizado que cada material e peça componente do protótipo tivessem origem nacional, com o objetivo de independer de condições de comércio com empresas sediadas em outros países, e por consequência facilitar a substituição de peças ou adaptações ao equipamento.

A interação com grupos de pessoas que possuem formação com especializações em áreas distintas como a física, engenharia civil e engenharia mecânica foi essencial para aquisição do conhecimentos necessários à execução do projeto da fonte de impactos objeto desta pesquisa. A assessoria de especialistas para tomadas de decisão sobre as características de materiais, de peças e sistemas foi imprescindível para minimizar os riscos nas fases iniciais do projeto do protótipo.

O nível de pressão sonora de impacto padronizado (L´nT) em função de frequência e o nível de pressão sonora de impacto padronizado ponderado (L´nT,w) foram obtidos para diferentes composições de sistemas piso-teto, sendo utilizadas nos ensaios duas fontes geradoras de impacto distintas: uma fonte comercial importada e uma fonte construída no Brasil com materiais e serviços de origem nacional.

Na comparação entre fontes, os valores correspondentes ao nível de pressão sonora de impacto padronizado ponderado (L´nT,w) obtidos foram idênticos em 3 ensaios: residencial, com piso cerâmico e edifícios FEC, com piso tipo paviflex. O ensaio residencial com piso laminado de madeira apresentou uma diferença tolerável de 1 dB no valor L´nT,w. Segundo Taveira (2012), a incerteza associada ao L´nT,w obtido mediante ensaios de campo pode ser próxima a 2 dB.

A comparação entre os espectros obtidos para os níveis sonoros de impacto padronizado (L´nT,), em função de frequência, considerando duas fontes de impacto distintas apresentou resultados similares. Para os valores referentes ao nível de pressão sonora de impacto (Li) em função de frequência, as diferenças encontradas entre equipamentos não foram estatisticamente significativas.

O teste F foi empregado para validar o uso do protótipo em ensaios de campo mostrou-se adequado para qualificar a proximidade entre os resultados dos níveis Li obtidos com o uso do protótipo e com o uso da fonte comercial. Sendo este um teste sensível a desvios de normalidade foi possível estabelecer estatisticamente um limite mínimo de 95% de confiança para compatibilidade entre os resultados.

Outras pesquisas poderão estabelecer valores mais precisos de tolerância e indicar as incertezas de medição associadas ao valor do descritor (L´nT,w), também para justificar eventuais diferenças entre valores encontradas dentro de uma mesma série de medição ou desvios apontados no uso de um mesmo equipamento.

A construção de uma fonte de ruído de impacto padronizado permitiu conhecer em detalhes os requisitos do equipamento recomendado pela International Organization

for Standardization (ISO), como fonte para avaliação de desempenho acústico para ruído

de impacto em pisos. A meta de construir um equipamento com peças e serviços de origem nacional foi atendida o que permitirá tornar mais eficiente a substituição de peças. As inovações introduzidas no protótipo com o intuito de minimizar o ruído aéreo de funcionamento próprio e garantir a condução linear dos martelos estão sendo pesquisadas junto a órgão de patentes para registro.

Atualmente o protótipo encontra-se funcional e apto como fonte de impactos para levantamentos de campo do desempenho acústico de impactos oferecido por um sistema piso-teto de uma edificação.

Para tornar o protótipo construído num modelo de fonte geradora de impacto padronizado, produzido no formato e em escala industrial, pouco serão os

aperfeiçoamentos e ajustes de componentes e peças. No estagio atual, o protótipo tem plenas condições de ser utilizado em levantamentos de campo ou aplicações didáticas para determinação do nível de pressão sonora de impacto padronizado ponderado de pisos.

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Apêndice A

Neste apêndice são apresentadas as tabelas contendo os dados de medição em campo, sucessivamente para cada um dos quatro ensaios. Da Tabela A1 até a Tabela A16, são apresentados por ensaio, os valores do Nível de Pressão Sonora (L), do Nível de Pressão Sonora de Ruído de Impacto (Li), do Tempo de Reverberação (T) e do Nível de Pressão Sonora para o Som Residual (B). Da Tabela A17 até a Tabela A20 são apresentados os dados da aplicação do Teste F para as variâncias de Li (Li,com e Li,prot) comparando os dados (Fo) em função de frequência com o valor tabelado (Fc).

Tabela A 1. Níveis de pressão sonora (L) e nível de pressão sonora de impactos (Li) medidos e calculados com o emprego do protótipo - Ensaio 1

Tabela A 2. Níveis de pressão sonora (L) e nível de pressão sonora de impactos (Li) medidos e calculados com o emprego da fonte de impactos comercial – Ensaio 1

Tabela A 3. Tempos de reverberação em função de frequências e respectivas médias obtidas para o ambiente receptor – Ensaio 1

Tabela A 4. Níveis de pressão sonora e respectiva média obtida para o som residual (B) na sala receptora – Ensaio 1

Tabela A 5. Níveis de pressão sonora (L) em função de frequências com respectiva média (Li) obtidos com o emprego do protótipo – Ensaio 2

Tabela A 6. Níveis de pressão sonora (L) em função de frequências com respectiva média (Li) obtidos com o emprego da fonte de impactos comercial– Ensaio 2

Tabela A 7. Tempos de reverberação em função de frequências (T) e suas respectivas médias obtidos na sala receptora – Ensaio 2

Tabela A 8. Níveis de pressão sonora em função de frequências e seus respectivos valores médios obtidos para o som residual (B) – Ensaio 2

Tabela A 10. Níveis de Pressão sonora (L) em função de frequências e seus respectivos valores médios (Li) medidos e calculados quando empregado o protótipo – Ensaio 3

Tabela A 9. Níveis de Pressão sonora (L) em função de frequências e seus respectivos valores médios (Li) medidos e calculados quando empregada a fonte de impacto comercial – Ensaio 3

Tabela A 11. Tempos de reverberação e respectiva média de valores (T) em função de frequências determinados para a sala receptora – Ensaio 3

Tabela A 12. Níveis de pressão sonora em função de frequências medidos e respectivos valores médios (B) o som residual – Ensaio 3

Tabela A 13. Níveis sonoros em função de frequência medidos com o uso da fonte de impactos construída (protótipo) - Ensaio 4

Tabela A 14. Níveis sonoros em função de frequência medidos com o uso da fonte de impactos comercial – Ensaio 4

Tabela A 15. Tempos de reverberação e média de valores em função de frequências medidos (T) na sala receptora – Ensaio 4

Tabela A 16. Níveis de pressão sonora medidos e respectivo valor médio em função de frequências (B) para o som residual – Ensaio 4

Tabela A 18. Teste F aplicado para verificação de compatibilidade entre variâncias – Ensaio 1

Tabela A 17. Teste F aplicado para verificação de compatibilidade entre variâncias – Ensaio 2

Tabela A 20. Teste F aplicado para verificação de compatibilidade entre variâncias – Ensaio 3

Tabela A 19. Teste F aplicado para verificação de compatibilidade entre variâncias – Ensaio 4

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