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Durante a fase de estudo da à estrutura a demolir, estabeleceu-se que a demolição total da estrutura teria de se realizar durante a noite de 24-25 de Junho, de modo a perturbar o menos possível o trânsito de automóveis na auto-estrada. Isto é, a demolição começou por volta das 21.00h do dia 24 e o trânsito na auto-estrada deveria estar restabelecido às 7.00h do dia 25 de Junho.

De facto às 7.00h do dia 25 de Junho, o trânsito foi restabelecido e circulava normalmente (Figura 78) mas a passagem superior não estava totalmente demolida, faltando parte do tramo sul e norte. Provavelmente, este atraso da obra deveu-se às avarias técnicas que ocorreram durante os trabalhos de demolição. Conclui-se que se estas avarias não tivessem acontecido, o prazo estabelecido para a demolição total teria sido cumprido.

Em relação à escolha do método de demolição para a passagem superior por equipamentos mecânicos, através de escavadoras hidráulicas com acessórios de demolição, mostrou ser uma opção acertada na medida em que o prazo de demolição da obra era de 10 horas e este foi cumprido, embora tivessem restado partes da estrutura que não estavam totalmente demolidas. No entanto, a demolição dos elementos restantes não implicava o corte de tráfego na auto-estrada.

É de realçar a boa escolha dos equipamentos de trabalho, assim como a boa execução dos procedimentos de demolição e a coordenação dos mesmos por parte dos trabalhadores e dos responsáveis pela obra. Foi também efectuada uma manutenção cuidada dos níveis de segurança em obra para todas as pessoas ligadas e não ligadas à obra por parte dos responsáveis de segurança da obra.

Figura 78. Aspecto do resultado da demolição na reabertura do tráfego na auto-estrada

Posteriormente, foi demolido os pilares e as fundações assim como os pilares que suportavam a estrutura nas extremidades do tabuleiro e que estavam no interior do terreno, como se está esquematizado na Figura 68. No entanto, começou-se também a fazer uma separação dos resíduos da demolição, com recurso a um pulverizador que fragmentou os elementos de betão resultantes da demolição para uma granulometria menor e ao mesmo tempo separava o betão das armaduras de reforço a fim de todos os materiais serem reciclados em local próprio.

A nova passagem superior já estava em construção aquando da demolição e foi concluída após a demolição (Figura 79).

Figura 79. Nova passagem superior e local da antiga passagem superior

Ao acompanhar esta obra de demolição verificou-se que as avarias que ocorreram nos equipamentos mecânicos durante a execução dos trabalhos de demolição, não podiam ser reparados no local. A avaria ocorreu numa escavadora hidráulica com tesoura de corte de betão e impossibilitou-a de continuar a operar. Como este equipamento possuía bastante eficiência nos trabalhos de demolição, a par com a segunda escavadora hidráulica com tesoura de demolição, a sua falta condicionou o prazo de execução da obra. A presença de equipamentos de substituição no local da demolição solucionava este problema. No entanto, o transporte destes equipamentos até ao local da demolição é algo dispendioso e a presença de equipamentos de substituição implicava maiores gastos com transporte.

Quando se verificou a avaria na tesoura de corte de betão de uma das escavadoras hidráulicas, deu-se a troca por um martelo hidráulico. Contudo, aquando da avaria havia a segunda escavadora hidráulica avariada com uma tesoura de corte de betão. Caso a troca fosse por esta tesoura, em vez da aplicação de um martelo de demolição, o prazo de execução teria sido reduzido em virtude do maior rendimento de uma tesoura de corte de betão.

Capítulo 5.

Fichas de Custos e Rendimentos

5.1 Preâmbulo

A quantificação e o cálculo do rendimento do trabalho produzido por qualquer actividade de construção serão sempre uma tarefa difícil de realizar. Nesta quantificação é necessário considerar factores tais como o valor da amortização dos equipamentos, o desgaste dos equipamentos, o transporte para o local de obra desses mesmos equipamentos ou os consumos de electricidade ou de combustíveis.

Entre o ano de 1968 e o ano de 1984, o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) publicou, no âmbito das actividades de Documentação e Divulgação Técnica Geral, uma série de informações sobre custos onde se apresentam fichas de rendimentos de operações na construção. A última publicação dessa série datada de 1984 era constituída por 1912 fichas de operações na construção. Actualmente, o LNEC publica uma revista sobre fichas de rendimentos bastante mais actualizada e ampliada e com um maior rigor (Manso et al., 2004).

A publicação do LNEC sobre custos e rendimentos é, de facto, um documento que auxilia os profissionais da construção e o público em geral na quantificação de custos e de rendimentos em operações de construção civil. As operações de demolição estão presentes nesta publicação como trabalhos preparatórios para a construção de infraestruturas, no entanto, é preciso referir que os trabalhos de demolição não são apenas trabalhos preparatórios para a construção de novas estruturas. Os trabalhos de demolição de edifícios e de estruturas podem ser trabalhos de remodelação, de reconstrução ou de demolição total, sendo que não são trabalhos que obrigam a que ocorra construção de novas estruturas.

Na publicação mais recente do LNEC sobre fichas de custos e rendimentos, a secção sobre operações de demolição contém apenas cinco fichas de custos e rendimentos, referindo-se apenas à demolição manual com ferramentas ligeiras de paredes de alvenaria de tijolo. Com a leitura desta dissertação, verifica-se que existe uma variedade

de metodologias de demolição que podem ser aplicadas em várias operações que não estão contempladas nas fichas de custos e rendimentos publicadas pelo LNEC. Assim, no decorrer da elaboração desta dissertação surgiu a hipótese de elaborar fichas de custos e rendimentos de algumas actividades de demolição aplicadas em diferentes métodos de demolição. Estas fichas propostas podem ser consultadas em anexo nesta dissertação (Anexo B).

Neste capítulo irá abordar-se o modo como foram elaboradas as fichas de custos e rendimento e o modo como foram conseguidos os dados e valores necessários para a elaboração destas mesmas fichas.

No documento Processos de demolição de estruturas (páginas 128-132)