• Nenhum resultado encontrado

Conclusões da XXVI Reunião do Fórum Nacional das Secretarias Municipais de Administração das Capitais sobre a Questão

No documento A Previdência do Servidor Público (páginas 32-35)

Previdenciária

O Fórum promoveu debate sobre a questão previdenciária no âmbito da administração pública municipal, onde foram comentados os modelos de regime de previdência vigentes e os de possível adoção no âmbito dos municípios.

Foram avaliadas alternativas ao Regime Geral de Previdência Social gerido pelo INSS, cujo sistema de benefícios se revela insuficiente ao ideal arremate de uma política de valoração do servidor público no instante final de sua carreira, pois o máximo do provento de aposentadoria pago pelo RGPS é significativamente inferior até mesmo aos valores iniciais de remuneração de certas categorias funcionais no serviço público, ou ainda porque a elevada contribuição previdenciária patronal fixada pelo RGPS colabora para agravar o quadro experimentado pelas finanças dos municípios.

Ao mesmo tempo, a adoção ou a manutenção de Regime Próprio de Previdência pelos Municípios importa em pesadas responsabilidades a médio e longo prazos, na medida em que as regras gerais fixadas a partir da Emenda Constitucional n° 20 e da Lei n° 9717/98 exigem comportamentos rigorosos por parte da Administração. Pode ser destacada a necessidade de aporte de capital em grande volume, a inadequada fiscalização das atividades dos municípios pela Secretaria de Previdência Social do MPAS, em flagrante desrespeito à autonomia dos entes federados, ou ainda o enorme potencial da reforma para o desequilíbrio atuarial, derivado do fato de o conjunto normativo mencionado - EC 20 e Lei n° 9717 - sequer tangenciar uma das causas do estrangulamento do sistema previdenciário, qual seja, a dicotomia entre as contribuições e os benefícios, na sua configuração atual.

Demais disso, a reforma previdenciária (complementada nesse aspecto pela edição da Lei de Responsabilidade Fiscal) impõe limites orçamentários

Cadernos

F Ó R U M

NACIONAL

A

Previdência

do Servidor

Público

2

inflexíveis, incompatíveis com a gravidade do imbróglio fiscal

experimentado pelas administrações municipais, como a definição do percentual de 12% da receita corrente líquida para os gastos com inativos mesmo em face da garantia constitucional do direito adquirido.

Igualmente, a legislação da reforma obriga os municípios a destinarem os excedentes financeiros dos regimes próprios de previdência em títulos da dívida pública federal, quase que inviabilizando a autonomia do RPPS na gestão dos seus ativos.

Por força desse quadro, o Fórum formatou e irá se empenhar para que sejam concretizadas as seguintes propostas:

a adoção de imediatas alterações para a viabilização dos RPPS, tais como a revisão da legislação constitucional e infraconstitucional na área previdenciária, com tratamento diferenciado para os municípios, dada a sua evidente peculiaridade, comparativamente ao destinado à União e aos estados;

o estabelecimento de canais de diálogo vigorosos entre o INSS e o MPAS para com os municípios, de modo a fortalecer a autonomia que a Constituição Republicana lhe confere;

o estabelecimento de relações institucionais com os Fóruns dos Procuradores e dos Secretários de Finanças das Capitais, objetivando a construção de agendas comuns de intervenção na esfera federal em defesa dos interesses dos municípios;

o aprofundamento das intervenções da Direção do Fórum Nacional das Secretarias Municipais de Administração das Capitais com o propósito de equacionar de modo uniforme os impasses verificados na condução dos RPPS em face da reforma previdenciária, especialmente a busca de soluções para o financiamento orçamentária e atuarialmente equilibrado do passivo previdenciário.

Cadernos

F Ó R U M

NACIONAL

A

Previdência

do Servidor

Público

2

Bibliografia

ANTINORO, Luciano Lopes. A Reforma os Regimes Próprios de

Previdência dos Estados Brasileiros: EAESP, 2001. 170p.

(Dissertação de Mestrado Apresentada ao Curso de Pós-Graduação da EAESP/FGV, Área de Concentração: Política Governamental e Reforma do Estado)

BRASIL. Constituição Federal, de 5 de Outubro de 1998, e Alterações Posteriores.

BRASIL. Emenda Constitucional n° 20, de 15 de dezembro de 1998. Reforma Constitucional da Previdência.

BRASIL. Lei Complementar n° 101, de 4 de maio de 2000. Lei de Responsabilidade Fiscal.

BRASIL. Lei n° 9.717, de 27 de novembro de 1998. Lei Geral da Previdência Pública.

BRASIL. Portaria MPAS n° 4.992, de 5 de fevereiro de 1999. Regulamentação da Lei Geral.

BRASIL. Resolução n° 78 do Senado Federal, de 1 de julho de 1998.

BRASIL. Resolução do CMN n° 2.651, de 23 de setembro de 1999. Operações de Antecipação de Receitas de Privatização.

BRASIL. Resolução CMN n° 2.652, de 23 de setembro de 1992. Aplicações dos Fundos de Previdência

LOGUE, Dennis e RADER, Jack S. Managing Pension Plans: A Comprehensive Guide to Improving Plan Performance. Boston, Massachusetts: Harvard Business School Press, 1998.

MONDINO, Guilhermo e BARBOSA, Fernando de Holanda. Como a

Previdência Social pode Contribuir na Retomada do Crescimento Econômico. Chicago Illinois: Catalyst Institute, 1995.

Cadernos

F Ó R U M

NACIONAL

A

Previdência

do Servidor

Público

2

OLIVEIRA, Jaime A de Araújo e TEIXEIRA, S.M.F. (Im)previdência social:

60 anos de história da Previdência no Brasil. Petrópolis: Vozes, 1986. PESKIN, Michael W. Asset-Liability Management in the Public Sector.

Pension Research Council Working Paper. Pennsylvania, Philadelphia: The Wharton School, 1999.

Previdência em Estados e Municípios: Arcabouço ou Calabouço. Brasília:

Caixa Seguros Consultoria, 2001.

RABELO, Flávio Marcílio. A Reforma da Previdência Social e o Perfil

Futuro da Previdência Complementar. Revista do 19° Congresso

Brasileiro dos Fundos de Pensão, 1998.

RABELO, Flávio Marcílio. Novas Fronteiras de Investimento das Entidades

Fechadas de Previdência Privada. Brasília (DF): SPC – MPAS / PNUD

/ BID, 2000.

RABELO, Flávio Marcílio. Estudo Sobre o Modelo Organizacional, Legal e

de Gestão de Investimentos dos Regimes Próprios de Previdência.

Brasília (DF): SPC –MPAS/PNUD/BID, 2001.

REYNAUD, Emmanuel et alli. International Perspectives on Supplementary

Pensions: Actors and Issues. Quorum, 1996.

USEEM, M. e MITCHELL, Olivia S. Holders of the Purse Strings: Governance and Performance of Public Retirement. Pension Research Council Working Paper. Pennsylvania, Philadelphia: The Wharton School, 2000.

USEEM, M. e HESS, M. Governance and Investment of Public Pensions. Pension Research Council Working Paper. Pennsylvania, Philadelphia: The Wharton School, 2000.

No documento A Previdência do Servidor Público (páginas 32-35)

Documentos relacionados