• Nenhum resultado encontrado

89

Como suporte do presente trabalho foi necessário reunir conhecimentos não só sobre a caraterização de uma placa de circuito impresso, bem como de todo o processo de soldadura por onda em contexto industrial.

Sabendo à priori que o objetivo do trabalho envolvia cálculo numérico, foram estudadas as leis fundamentais que regem a mecânica de fluidos computacional, bem como os modelos necessários para a simulação do caso de estudo. O acesso a essa informação auxiliou a compreensão dos valores calculados numericamente.

Tendo adquirido conhecimentos teóricos acerca do funcionamento da soldadura por onda e das características necessárias para a realização de um estudo numérico que obedecesse ao processo verificado em ambiente de produção, procedeu-se à simulação do escoamento da solda líquida em torno de um componente eletrónico com comportamento crítico.

Antes de concluir os resultados finais obtidos no presente trabalho torna-se relevante referir que o processo de validação dos resultados fornecidos pelo software foi de extrema importância, pois conferiu fiabilidade à realização de uma análise crítica dos resultados obtidos nas fases seguintes.

Depois da validação do software desenvolveu-se um modelo numérico com o objetivo de determinar o valor teórico da força exercida sobre um componente do tipo 0603 (o componente crítico), tendo sido obtido o valor de 0,001158 N.

De forma a validar o método numérico utilizado para obter o valor da força teórica sobre o componente foi desenvolvido um modelo cujas caraterísticas físicas e geométricas pudessem ser reproduzidas numérica e experimentalmente. Com esse modelo registou-se uma diferença de 5,45 % e 8,72% entre os valores numéricos e experimentais em duas posições de teste distintas do perfil da onda de soldadura: um na crista da onda e outro a 8 𝑚𝑚 após a crista da onda, respetivamente. No final concluiu-se que com uma diferença percentual tão baixa, o valor obtido para a força teórica exercida sobre o componente crítico é aceitável.

Obtido o valor da força teórica exercida sobre o componente, foi efetuado um estudo experimental para determinar a força mínima necessária para arrancar um componente. Para realizar esse estudo foi projetada e construída uma placa de teste específica para a realização dos arrancamentos.

90

A força mínima necessária (determinada experimentalmente) para arrancar um componente à temperatura do processo de soldadura é de 0,4 N, o que significa que a força exercida pela onda no componente é 345 vezes mais baixa. O estudo demonstrou que o processo de soldadura por onda não exerce uma força suficiente para arrancar um componente cujo processo de montagem tenha sido eficaz.

Este estudo permitiu ainda à empresa adotar novas regras no processo de deposição de pontos de cola nas placas de circuito impresso, como por exemplo a adoção da solução E testada no teste de arrancamento, pois revelou ser a solução em que se conseguem obter valores de força mais elevados e menor contaminação10 dos pads, o que permite uma boa adesão sem pôr em causa a qualidade do processo de soldadura.

Propostas de trabalhos futuros

Devido ao elevado tempo computacional exigido para realizar simulações do modelo desenvolvido para a soldadura por onda não foi possível estudar diferentes disposições dos componentes na placa, pelo que seria interessante no futuro efetuar o estudo do escoamento da onda de soldadura num modelo distinto para avaliar o efeito dessa alteração no escoamento e consequentemente no valor da força exercida.

A realização de um estudo numérico em que fossem modelados componentes com dimensões diferentes poderia ser interessante para perceber não só o efeito da geometria destes componentes no escoamento como a possível existência de um efeito de sombra causado pela mesma.

10O termo contaminação aplica-se sempre que se verifica a existência de cola no pad do componente.

Quanto mais afastados se encontrarem os pontos de cola, menor é a probabilidade de contaminação aquando da inserção do componente.

91

BIBLIOGRAFIA

[1] R. S. Khandpur, Printed Circuit Boards: Design, Fabrication, Assembly and Testing, New Delhi: Tata McGraw-Hill, 2005.

[2] C. F. Coombs, Printed Circuit Handbook, New York: McGraw Hill, 2008. [3] C. T. Robertson, Printed Circuit Board Designer's Reference: Basics, New

Jersey: Prentice Hall PTR, 2004.

[4] Buttars, Richard, Printed Circuit Board Assembly, 2011.

[5] J. C. Whitaker, The Electronics Handbook, Second Edition, Florida: CRC Press Taylor & Francis Group, 2005.

[6] P. Maheshwari, Eletronic Components and Processes, New Delhi: New Age International Publishers, 2006.

[7] H. E. L. H. a. H. Y. Liukkonen M., “Application of self-organizing maps in analysis of wave soldering process,” Expert Systems With Applications, vol. 36, pp. 4604-4609, 2009.

[8] A. M. Abdul, M. Abdullah e C. a. F. C. A. Khor, “Influence of pin offset in PCB through-hole during wave soldering process: CFD Modeling approach,” International Communications in Heat and MAss Transfer, vol. 48, pp. 116-123, 2013.

[9] M. Liukkonen, E. Havia e H. a. Y. H. Leinonen, “Quality-oriented optimization of wave soldering process by using self-organizing maps,,” Applied Soft Computing, vol. 11, pp. 214-220, 2011.

[10] N. C. Lee, Reflow Soldering Processes and Troubleshooting SMT, BGA, CSP, and Flip Chip Technologies, Boston: Butterworth Heinemann, 2002.

[11] M. Abdul Azis, M. Abdullah, C. Khor e A. a. A. F. Jalar, “CFD modeling of pin shape effects on capillary flow during wave soldering,,” International Journal of Heat and Mass Transfer, vol. 72, pp. 400-410, 2014.

92

[12] R. Powell, W. Tan e I. and Ume, “Experimental and Numerical Study of Effect of Plastic Ball Grid Array Package and Placement on PWB Warpage Convective Solder Reflow,” em IMECE, Chicago, Illinois, USA, 2006.

[13] M. Judd e K. Brindley, Soldering in Electronics Assembly, Oxford: Newnes, 1999.

[14] G. Henshall, J. Bath e C. A. Handwerker, Lead-Free Solder Process Development, New Jersey: John Wiley and Sons, 2011.

[15] M. Pecht, Soldering Processes and Equipment, New York: John Wiley and Sons, 1993.

[16] H. H. Manko, Soldering Handbook For Printed Circuits and Surface Mounting, Massachusetts: Kluwer Academic Publishers, 1998.

[17] Lead Free Soldering, California: Springer Science+Business Media, LLC, 2007.

[18] B. Illés e I. Bakó, “Numerical study of the gas flow velocity space in convection reflow oven,” International Journal of Heat and Mass Transfer, vol. 70, pp. 185-191, 2014.

[19] D. Whalley, “A simplified reflow soldering process model,” ournal of Materials Processing Technology,, vol. 150, pp. 134-144, 2004.

[20] J. Tu, G. Yeoh e C. Liu, Computational Fluid Dynamics: A Practical Approach, Oxford: Elsevier, 2013.

[21] T. J. Chung, Computational Fluid Dynamics, Cambridge: Cambridge University Press, 2010.

[22] C. Khor, M. Abdullah e W. Leong, “Fluid/Structure interaction analysis of the effects of solder bump shapes and input/output counts on mouldad packaging,” IEEE Trans. Components Packag Techn, pp. 604-616, 2012.

[23] S. V. Patankar, Numerical Heat Transfer and Fluid Flow, USA: Hemisphere Publishing Corporation, 1980.

93

[24] A. Eghbalzadeh e J. M., “Comparison of Mixture and VOF Models for Numerical Simulation of Air-entrainment in Skimming Flow over Stepped Spillways,” Procedia Engineering , vol. 28, pp. 657-660, 2012.

[25] M. Tabbara, J. Chatila e R. Awwad, “Computational simulation of flow over stepped spillways,” Computers and Structures, vol. 83, pp. 2215-2224, 2005. [26] Y. Shen, C. Ng e Y. Zheng, “Simulation of wave propagation over a submerged

bar using VOF method With a two-equation K-e turbulence modeling,” Ocean Engineering, vol. 31, pp. 87-95, 2004.

[27] B. D. N. C. W. Hirt, “Volume of Fluid (VOF) Method for the Dynamics of Free Boundaries,” Journal of Computational Physics, vol. 39, pp. 201-225, 1981.

[28] S. Shin e W. Lee, “Finite element analysis of incompressible viscous flow with moving free surface by selective volume of fluid method,” International Journal of Heat and Fluid Flow, pp. 197-206, 2000.

[29] “http://cdlab2.fluid.tuwien.ac.at/LEHRE/TURB/Fluent.Inc/v140/flu_th.pdf. [Acedido em 20 Fevereiro 2014].,” [Online].

[30] I. A. B. B. Pereira, “Escoamento Turbulento em Torno de um Cilindro a Baixo Número de Reynolds,” 2010.

[31] P. Robin e B. Moshfegh, “Numerical predictions of indoor climate large industrial premises. A comparison between different K-e models suported by field measurements.,” Building Environment, vol. 42, pp. 3872-3882, 2007.

[32] Y. Nagano e Y. Itazu, “Renormalization group theory for turbulence: Assessment of the Yakhot-Orgszag-Smith theory.,” Fluid Dynamics Research, vol. 20, pp. 157-172, 1997.

[33] R. Dutta, A. Dewan e B. Srinivasan, “Comparison of various integration to wall (ITW) RANS models for predicting turbulent slot jet impingement heat transfer,,” Internationa Journal of Heat and Mass Transfer, vol. 65, pp. 750-764, 2013.

94

[34] G. Mompean, “Numerical Simulation of a Turbulent Flow Near a Right-Angled Corner Using The Speziale Non-Lienar Model With RNG K-e Equations,,” Computers and Fluids, vol. 27, pp. 847-859, 1998.

[35] J. M. Zhan, Z. Dong, W. Jiang e Y. S. Li, “Numerica lsimulation of wave transformation and runup incorporating porous media wave absorver and turbulence models.,” Ocean Engineering, vol. 27, pp. 1261-1272, 2010.

[36] K. Van Maele e B. Merci, “Application of two buoyancy-modified k-e turbulence models to different types of buoyant plumes.,” Fire Safety Journal, vol. 41, pp. 122- 138, 2006.

[37] V. Priyadarshini, “Study of Drag Coefficient Using CFD Tools,” Department of Chemical Engineering, National Institute of Technology..

[38] G. Bruschi, K. Tsang, T. Nishioka e R. Wang, “Drag Coefficient of a Cylinder,” 2003.

[39] W. Chen e E. M. Lui, “Handbook of Structural Engineering, Second Edition,” CRC Press, USA, 2005.

[40] O. C. Zienkiewicz, R. L. Taylor e P. Nithiarasu, The Finite Element Method for Fluid Dynamics., USA: Butterworth-Heinemann, 2014.

[41] N. Ferreira Gonçalves, “Método dos volumes finitos em malhas não- estruturadas,” Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Porto, 2007.

[42] W. P. Graebel, Engineering Fluid Mechanics, New York: Taylor & Francis, 2001.

95

Anexo A. Ciclo térmico da soldadura

99

Anexo B. Desenhos técnicos da

113

Anexo C. Datasheet dos extensómetros

117

Documentos relacionados