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A partir do trabalho em questão, foi possível adquirir uma biblioteca de propriedades do aço LNE 380. Este aço apresenta um comportamento dúctil, porém com alta resistência mecânica, sendo superiores ao do certificado de qualidade. Ele demonstra maior resistência do que o aço LNE 280, de mesma família e maior ductilidade do que os aços LNE 500 e LNE 600.

Com relação ao material recebido, por conta do seu processamento (laminação a quente seguida de normalização), este apresentou uma microestrutura refinada, com grãos equiaxiais, sem vestígios do alongamento devido à laminação. Entretanto, o material apresentou um comportamento mecânico anisotrópico. Podem ter contribuição do maior refino de grão na superfície, por conta das diferentes taxas de resfriamento ao longo da espessura na normalização. Entretanto, podem estar relacionadas também à textura resultante da recristalização. Recomenda-se que seja estudada a análise da textura via EBSD, o que pode apresentar um alto custo, porém com uma definição individual da orientação dos grãos. Entretanto, é possível fazer uma análise menos rigorosa através da difração de raios X.

O aço em questão apresentou sua trinca por fadiga nucleada na superfície, por conta do tipo do ensaio, da baixa incidência de inclusões não metálicas e pelos defeitos induzidos na superfície por conta da usinagem do material. Também, como usual em fadiga de alto ciclo, o material teve sua vida em fadiga governada pela nucleação.

O material apresentou um bom comportamento em fadiga, apresentando uma maior resistência ao fenômeno do que a dada a partir de estimativa. Este é um fator interessante no sentido industrial, uma vez que é possível uma redução do peso de componentes que utilizam o aço LNE 380 em sua fabricação, gerando uma redução de combustível e CO2.

Com relação às curvas R95C90 de projeto, foi possível perceber que de forma geral, elas não apresentam condições de fratura a partir das amostras ensaiadas, com exceção de condição com 4 amostras por nível de tensão, que apresentou a falha de uma amostra.

Embora o aço LNE 380 tenha sido escolhido como o melhor em termos de custo- benefício pela MAN LATIN AMERICA – VOLKSWAGEN em comparação a outros de mesma família, como o LNE 280, LNE 500 e LNE 600, é interessante realizar um estudo desses aços em fadiga, uma vez que, como mostrado pelo aço do trabalho, as estimativas a partir de propriedades monotônicas não são tão coerentes com a realidade deste aço.

Além disso, recomenda-se um estudo de custo-benefício de aços de ultra-alta resistência, como o SAE 4340, o qual apresenta menor limite de escoamento em estado recozido do que o LNE 380, porém com o tratamento de têmpera, esse aço pode apresentar um ganho significativo de resistência mecânica, com dados de fida em fadiga maiores do que o utilizado neste trabalho. Recomenda-se também um estudo com outros microligado, porém com elementos de liga mais baratos, como os aços ao boro.

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