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O concurso “DESIGN COM LATA”, a que os es tudantes universitários portugueses aderiram

com muito interesse, permitirá conquistar es-

tes públicos mais jovens, que são futuros con-

sumidores e que darão continuidade ao legado

das muitas gerações que ajudaram a construir

este importante património nacional que são

as conservas.

Junho’21 37

…uma das questões que temos em cima da

mesa, é a redução do IVA das conservas de

moluscos dos 13% para os 6% à semelhan-

ça dos moluscos frescos ou congelados. Trata-

-se de repor uma situação que até a data se

encontrava esquecida, sabemos que estes são

assuntos que passam despercebidos, mas que

para a indústria se revelam determinantes,

uma vez que se podem traduzir na perda de

competitividade perante os grandes produtores

de conservas na Europa

nário da Primeira Circum-Navegação e teve por objetivo identificar e selecionar propostas com uma forte componente de inovação e criatividade para o design da emblemática lata de conservas de peixe.

O concurso, subordinado ao tema “À descoberta do Planeta Ocea- no”, pediu aos jovens artistas uma abordagem criativa à pers- petiva atual do Planeta Oceano em que vivemos, assim como a respetiva relevância para sustentabilidade de toda a vida que nele habita e o papel determinante que desempenha na aproximação entre povos e o estabelecimento de relações interculturais. O concurso “DESIGN COM LATA”, destinado a alunos do Ensino Superior contou com a participação de mais 60 jovens universitá- rios portugueses e cerca de 150 propostas a concurso.

As propostas concorrentes foram avaliadas por um júri composto por quatro distintos designers (Ana Lisa Lucas, Luís Mendonça, Sandra Maria Teixeira e Victor Vicente, e pelo representante da estrutura de missão para as Comemorações do V Centenário da Primeira Circum-Navegação, Pedro Faleiro), que anunciou os ven- cedores no dia 26 de abril, no Pavilhão das Galeotas do Museu de Marinha, e que contou com a presença da Senhora Secretária de Estado das Pescas, Dra. Teresa Coelho, do Chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante António Maria Mendes Calado e, José Ma- nuel Marques, Presidente da EMCFM e José Maria Freitas, Presi- dente da ANICP.

O trabalho do júri foi árduo face à qualidade dos trabalhos apre- sentados e que serão exibidos em vários pontos do país.

A autora do trabalho vencedor, que recebeu como prémio uma viagem a bordo do NRP Sagres, descreveu a sua obra como “o retrato de uma criatura inocente, com vivências no olhar e humor no sorriso. O equilíbrio entre os dois mundos onde é difícil a di- ferenciação das características que pertencem a cada um deles”. O segundo prémio, atribuído ao trabalho que representa “um marmoreado intenso em que cada olhar pode ver um mundo di- ferente: peixes e algas, a profundidade do oceano e tudo o que nele habita ou permanece”, e o terceiro prémio, atribuído a uma representação “daqueles que tiveram a ousadia de ver para além do mapa, de chegar a novas realidades e conhecer novos povos e culturas”, foram contemplados com menções honrosas.

Com esta iniciativa, as conservas portuguesas, que já se diferen- ciam pela qualidade, chamam, agora, a necessária atenção do público mais jovem para aspetos como a inovação e a sofisticação e por representarem uma forma saudável e original de consumir peixe.

O concurso “DESIGN COM LATA”, a que os estudantes universi- tários portugueses aderiram com muito interesse, permitirá con- quistar estes públicos mais jovens, que são futuros consumidores e que darão continuidade ao legado das muitas gerações que aju- daram a construir este importante património nacional que são as conservas.

Na ANICP, achamos que a ilustração vencedora descreve simboli- camente e com enorme simplicidade, a primeira circum-navega- ção, que mudou completamente a conceção do mundo até então. Um peixe humanizado, o homem que partiu à aventura e os pés

dos que encontrou, apelidados de patagões, por conta de serem alongados pelos calçados feitos de peles.

Homens, que navegaram como peixes, movidos pelo prazer de conhecer outros povos, outros lugares, outras vezes pela necessi- dade ou movidos pela ambição, pela possibilidade de um comércio promissor, que os poderiam tornar ricos ou glorificar com o seu nome inscrito no panteão dos grandes viajantes que marcaram a história.

Acresce dizer que, a lata de conserva é um excelente elemento de estudo da evolução do design português, porque os produtores de conservas sempre tiveram e continuam a ter um cuidado muito relevante na ilustração dos seus produtos.

REDUÇÃO DA PEGADA DE CARBONO E IVA

Na ANICP, estamos sempre de olhos postos no futuro, e isso en- volve questões tão abrangentes como a redução da Pegada de Carbono ou a redução do IVA.

Com vista num futuro mais verde, a nossa indústria já se encontra a aplicar medidas de neutralidade e a Associação vai, muito bre- vemente, dar o seu contributo e sobretudo o seu exemplo, para esta nova realidade.

Relativamente à questão do IVA, uma das questões que temos em cima da mesa, é a redução do IVA das conservas de molus- cos dos 13% para os 6% à semelhança dos moluscos frescos ou congelados. Trata-se de repor uma situação que até à data se en- contrava esquecida, sabemos que estes são assuntos que passam despercebidos, mas que para a indústria se revelam determinan- tes, uma vez que se podem traduzir na perda de competitividade perante os grandes produtores de conservas na Europa, e para o consumidor final, atento ao valor de compra, pode pesar como um fator decisivo no momento de escolher um produto nacional ou importado.

Tenho que terminar este artigo com uma mensagem de reconhe- cimento aos industriais deste setor porque são eles que têm sa- bido conservar a tradição e a excelência do saber fazer nacional, ao mesmo tempo que têm sabido inovar, mesmo neste período turbulento que todos vivemos.

38 Revista Marés

Desafios futuros