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Condições materiais e infraestrutura

No documento 2017RosangelaNunes (páginas 91-93)

Dentre a análise geral dos 41 textos, são classificados 04 textos na categoria de alternativas/proposições relacionadas às condições materiais e de infraestrutura, apontadas como essenciais no processo inclusivo, pois é necessário que o espaço físico esteja de acordo com as necessidades de cada aluno/situação. Um dos propósitos da educação inclusiva é criar condições, estruturas e espaços que contemplem as diversidades dos alunos com deficiência. No Quadro 7 observa-se a relação dos texto que integram a categorização das alternativas/proposições de materiais e infraestrutura.

Quadro 7 – Textos que integram a categorização das condições materiais e de infraestrutura

Título Ano Autores(as)

Inclusão escolar: um estudo acerca da implantação da

proposta em escolas de ensino básico. 2009

Nilza Sanches Tessaro Leonardo, Cristiane Toller Bray e Solange Pereira Marques Rossato. A inclusão nas escolas de primeiro ciclo de ensino

básico de Lisboa: algumas considerações. 2009 Ana Dorziat. Percepção de professores de educação infantil sobre a

inclusão da criança com deficiência. 2010

Fabiana Cristina Frigieri De Vitta, Alberto De Vitta e Alexandra S. R. Monteiro.

Estudo de caso sobre a inclusão de alunos com

deficiência no ensino superior . 2013

Emerson Rodrigues Duarte, Carla Beatriz da Silva Rafael, Juliana Fernandes Filgueiras, Clara Mockdece Neves e Maria Elisa Caputo Ferreira.

As autoras Leonardo, Bray e Rossato (2009) no texto Inclusão escolar: um estudo

acerca da implantação da proposta em escolas de ensino básico, descrevem que a inclusão

escolar é um tema de grandes debates, pois se questiona o pouco investimento no sistema educacional brasileiro; a falta de infraestrutura nos espaços físicos para atender a todos os alunos, independentemente de serem com deficiência ou não; o preconceito; a discriminação e a falta de credibilidade que ainda prevalecem em relação às pessoas com deficiência. Em muitos casos, essas pessoas não são respeitadas e muito menos aceitas como sujeitos com potencialidades e capazes de desempenhar funções como qualquer outro ser humano. Diante desta abordagem, as adaptações necessárias, tais como projetos de acessibilidade, que contemplem espaços físicos planejados para estes sujeitos, além de todo o aparato necessário ao seu adequado atendimento, seja qual for sua limitação, nas escolas inclusivas estão ligadas à execução de uma política de educação inclusiva que existe enquanto lei, mas que não é aplicada no rigor dessas leis. Entende-se que as leis existem, porém na realidade brasileira se faz necessário a implantação das políticas inclusivas sem fragmentá-las, valorizando a todos as pessoas independentemente do ambiente em que estejam.

Também faz parte desta categoria o texto intitulado A inclusão nas escolas de primeiro

ciclo de ensino básico de Lisboa: algumas considerações de Dorziat (2009). A autora ressalta

que as escolas inclusivas na cidade de Lisboa têm restrições quanto aos espaços físicos, que impedem muitas vezes a movimentação de alunos com deficiência dificultando a realização das atividades. Segundo Dorziat (2009), é fundamental que a educação inclusiva seja pensada em sua integralidade, a inclusão não pode ser feita só para alguns, mas para todos. É necessário fazer da educação prioridade, proporcionar condições físicas, materiais, de recursos humanos e, sobretudo desestabilizar as padronizações de desenvolvimento humano. Na educação inclusiva é necessário envolver todos no sistema educacional, para que assim as diversidades dos alunos possam ser vistas e vividas de maneira plena e satisfatória, criando condições de responder aos seus desejos e necessidades tornando-os sujeitos autônomos.

Dando sequência à análise, Vitta, Vitta e Monteiro (2010) no estudo Percepção de

professores de educação infantil sobre a inclusão da criança com deficiência, identificaram

como aspectos que interferem na inclusão a necessidade de mudanças no espaço físico que facilitem a inclusão de crianças com deficiência. As sugestões envolvem colocação de rampas, piso antiderrapante, portas mais largas, banheiros adaptados, corrimão, adaptações no mobiliário, colocação de indicações através de sinais, adaptação de brinquedos no parque, aquisição de livros em Braille, enfim equipamentos necessários de acordo com a

especificidade de cada deficiência. Os autores consideram que a reorganização do espaço físico e dos materiais é de grande relevância para o êxito do processo inclusivo.

E, finalizando a análise desta categoria, os pesquisadores Duarte, Rafael, Filgueiras, neves e Ferreira (2013) em seu texto Estudo de caso sobre a inclusão de alunos com

deficiência no ensino superior destacam que para haver uma educação de qualidade para

todos, o gestor do ensino público precisa investir na produção e distribuição de materiais pedagógicos apropriados, qualificação de professores, infraestrutura adequada para ingresso, acesso e permanência e também estar atento a qualquer ação discriminatória. Para tanto, é fundamental a implementação de políticas educacionais que mencionem em seus programas, de que forma as universidades públicas poderão buscar recursos financeiros para se equipar adequadamente a essas necessidades. É importante enfatizar que as adaptações necessárias aos sujeitos com deficiência devem ocorrer conforme as diversidades de cada pessoa, cabendo a cada contexto educativo buscar soluções que melhor atendam a sua clientela. No entanto, deve-se buscar recursos que venham a contribuir com a inclusão dos alunos com deficiência no ambiente escolar.

A escola será um espaço inclusivo se suas dimensões físicas, nas salas de aula, nas dependências administrativas, nas áreas externas e em outros aspectos que envolvem sua arquitetura e engenharia, permitirem acessibilidade física com a maior autonomia possível. (CARVALHO, 2014). A escola inclusiva necessita de articulação entre as políticas públicas com o propósito dos sujeitos usufruírem o direito à educação com qualidade.

Nesta abordagem, percebeu-se que as proposições categorizadas como materiais dizem respeito à reorganização do espaço físico e dos recursos materiais pedagógicos necessários ao aluno com deficiência. Cabe ao gestor público adequar o ambiente escolar conforme as políticas de inclusão, isto é, oferecer acessibilidade.

No documento 2017RosangelaNunes (páginas 91-93)