Baseado no conceito de quadra aberta e do baixo im- pacto ambiental proposto nas premissas o terceiro estudo começou analisando de forma menos agressiva a definição das casas a serem demolidas através de critérios relaciona- dos ao uso do solo, análise visual das condições estruturais e de salubridade mínima nas quais as mesmas se encontra- vam.
Análises prévias dos condicionantes naturais e urbanís- ticos da área foram de suma importância para ajudar a iden- tificar fatores que podiam afetar de forma positiva ou negati- va o projeto.
Fatores como identificação do norte solar, a direção dos ventos predominantes, topografia, emissão de ruídos, dire- ção de escoamento de águas e pré-existências, são alguns exemplos de análises feitas da área.
Sem uma boa análise destes fatores, o projeto corre riscos de não atender adequadamente as necessidades previstas além de demandar mais custos de implementação, ou seja, o projeto pode sair mais caro tanto economicamente quanto ecologica- mente.
Com a análise de todos os condicionantes da área foi possí- vel conceber mapas que os identificam e que também propõem as diretrizes de intervenção para os mesmos.
Os condicionantes analisados foram: pré-existências, posi- ção solar, Ventos dominantes, ruído externo, drenagem pluvial, topografia e vegetação existente. A seguir a apresentação dos condicionantes analisados na área e suas diretrizes:
•
PRÉ-EXISTÊNCIAS
- Analisando de forma menos agressiva a definição das casas a serem demolidas, al- guns critérios foram considerados para selecionar ape- nas as edificações que não apresentavam boas condi- ções de moradia. Os critérios de seleção levaram em consideração a análise visual das condições estruturais e o estado de preservação nas quais as mesmas se en- contravam.Na área também foram detectados alguns lotes voltados para a avenida Nenê Sabino com a presença de mais de duas casas por lote sendo algumas subdivididas em cômodos separados evidenciando características de encortiçamento esses lotes também foram identificados e desapropriados.
DIRETRIZ: Desapropriar e demolir as edificações identifi- cadas em vermelho conforme o mapa abaixo de desa- propriações e demolições.
Lotes com características de encortiçamento voltados pa-
Figura 62 - Fotomontagens das fachadas das edificações existentes na área do projeto
DIRETRIZ: Quartos e salas dos apartamentos assim co- mo qualquer ambiente que necessite de incidência so- lar direta devem ficar voltados para a posição norte.
DIRETRIZ: Os blocos de apartamentos devem ser dispos- tos de forma a beneficiar a direção em que as correntes de ar circulam ou seja de oeste para leste.
DIRETRIZ: Quartos dos apartamentos, equipamentos escolares ou qualquer ambiente que necessite de baixo teor de ruídos devem ser voltados para as ruas locais (rua natal, rua recife, rua centenário, rua Maceió, rua brasília) com menos fluxo de veículos e estabele- cimentos comerciais, com exceção á rua fortaleza devi- do o terreno estar mais próximo da rua cel. Antônio
• POSIÇÃO SOLAR
– a identificação do norte solar per- mitiu perceber o percurso aparente do sol tanto no Solstício de Verão como no Solstício de Inverno . Es- ta percepção ajudou a constatar que a posição Norte, a que mais recebe luz natural direta, ideal para a ilumina- ção das salas e quartos dos apartamentos, é também a posição que deve ser mais protegida em razão dos raios Ultravioleta (U.V.)• VENTOS DOMINANTES
- a identificação dos ven- tos dominantes permitiu perceber a direção em que as correntes sopram e com isso a distribuição dos blocos de apartamentos visando o melhor aproveitamento da circulação de ar auxiliando no conforto térmico, e o mesmo para as áreas externas comuns propiciando am- bientes bem ventilados e agradáveis de se permanecer.• RUÍDO EXTERNO
– a identificação de ruídos exter- nos no entorno imediato da área pretendeu identificar a intensidade de ruído proveniente das ruas que con- tornam a área de projeto. Com esta análise foi possível identificar no mapa abaixo as ruas que geravam mais ou menos ruído e com isso distribuir os espaços conforme o nível de ruído permitido.DIRETRIZ: trabalhar a implantação dos blocos com menos cor- tes e aterros respeitando os desníveis dos terrenos de forma a não demandar grandes movimentações de terra para não ge- rar gasto de energia e CO².
• VEGETAÇÃO EXISTENTE
- foi notada a existência de muitas árvores na área principalmente no centro da mesma formando maciços, após análise mais aprofundada percebeu- se que a maioria delas não se tratavam de espécies nativas da região, sendo as mesmas, espécies plantadas pelos próprios moradores do local. Foi constatado que boa parte dos exem- plares são de origem frutífera sendo possível identificar algu- mas espécies como mangueiras, aceroleiras, jabuticabeiras, goiabeiras, limoeiros, bananeiras, mamoeiros, tangerineiras dentre outras. Também foram identificadas espécies de pal- meiras como Areca bambu, Coco da Bahia, Babaçu e árvores como Sibipirunas, Chefleras, Schinus, etc.DIRETRIZ: Instalar bocas de lobo nesses pontos de convergên- cia bem como em qualquer outros pontos em que forem necessários o correto escoamento de águas.
•
TOPOGRAFIA
– A topografia da área apresenta uma inclina-ção leve e contínua com um desnível de 13 metros de altura, ou aproximadamente 3% de inclinação, do ponto mais baixo ao ponto mais alto, sendo seu ponto mais baixo na confluência entre as ruas Fortaleza e Cel. Antônio Rios e seu ponto mais alto na confluência entre Av: Nenê Sabino e Rua Cel. Antônio Rios.
• DRENAGEM PLUVIAL
– analisando a topografia da área foi possível prever o sentido de drenagem das águas de chuva e identificar certos pontos de convergência desses fluxos que podem acarretar alagamentos. Nesses pontos não foram cons- tatados a existência de bocas-de-lobo ou bueiros que permi- tam o correto escoamento das águas.DIRETRIZ: Manter as árvores localizadas no centro da área e retirar apenas as árvore indicada no mapa pois a mesma está plantada muito próxima ao meio fio prejudicando a estrutura da calçada e a libre circulação do pedestre.