2.15 OBRAS CORRELATAS
2.15.3 Condomínio familiar em Florianópolis – SC
A imagem acima mostra a fachada frontal da casa finalizada, também pode-se observar claramente o revestimento LAP em toda a parte externa, com forro de madeira nos beirais e pilares de madeira na varanda. Na cobertura, foram utilizadas telhas shingle, que são extremamente utilizadas no LSF, elas garantem resistência a ventos e eventos climáticos, resistência mecânica e não proliferam intempéries.
Figura 96 – Fechamento com placas de OSB.
Fonte: Espaço Smart (2017).
A imagem acima mostra o fechamento dos painéis com placas de OSB, nota-se que as chapas são assentadas em amarração, para ter um melhor travamento.
Figura 97 – Aplicação da membrana hidrófuga.
Fonte: Espaço Smart (2017).
A imagem acima mostra a aplicação da membrana hidrófuga, que vedam as placas de OSB, para proteger a edificação contra água, vento, calor e poeira.
Figura 98 – Aplicação do revestimento LAP, telhas shingle e início da pintura.
Fonte: Espaço Smart (2017).
A imagem acima mostra a fachada de uma das residências com as telhas shingle já aplicadas na cobertura, os revestimentos em LAP praticamente finalizados e começando a receber a pintura na parede externa da varanda do pavimento térreo.
Figura 99 – Casas finalizadas.
Fonte: Espaço Smart (2017).
A imagem acima mostra as três edificações finalizadas, todas contam com o uso da telha shingle e do revestimento LAP, que foram pintados em cada casa de uma cor diferente, sendo uma azul, uma verde e uma lilás.
3 VISITA TÉCNICA
A visita técnica foi realizada no dia 14/05/2022 em uma residência construída com o sistema Light Steel Frame na cidade de Bauru, interior do estado de São Paulo. A casa conta com dois pavimentos, com uma metragem total de 150 m², sendo no pavimento térreo: uma garagem, uma área de lazer, uma cozinha, uma área de serviço, uma sala de jantar e uma sala de estar. No pavimento superior, o imóvel conta com um escritório, dois dormitórios (sendo uma suíte), dois banheiros, um closet e uma varanda.
O proprietário e morador da residência é Tiago Vinicio Alves, de 35 anos, Técnico em Edificações e Empresário, que decidiu junto ao arquiteto Eraldo Rocha, responsável pelo projeto arquitetônico, a construir a primeira casa de LSF da cidade de Bauru.
Figura 100 – Anúncio da obra.
Fonte: Arquivo pessoal.
Ao lado do terreno em que o imóvel foi construído, Tiago tem uma empresa que trabalha com a fabricação e comercialização de telhas metálicas, a Coberbal, que tem planos futuros de começar a produzir e vender perfis de aço leve galvanizados exclusivos para o sistema LSF.
Sendo assim, a primeira ideia foi a construção de uma casa piloto, servindo como uma propaganda do sistema, para que os clientes da Coberbal adentrassem a residência e conhecessem o método construtivo.
Para dar início a construção, o proprietário contratou o engenheiro civil especializado em projetos do sistema LSF, Getúlio Neves, que reside na cidade de São Paulo. O engenheiro
realizou o projeto estrutural com todos os painéis metálicos e demais informações necessárias para montagem da edificação.
Figura 101 – Primeira proposta projetual da estrutura.
Fonte: Arquivo pessoal.
A obra, como todas as outras, começou pela fundação, a qual o proprietário optou pelo radier, entretanto, Tiago disse que se arrependeu e hoje em dia optaria pela sapata corrida, por ela dar mais liberdade para modificações nas instalações depois de finalizada.
Figura 102 – Fundação tipo radier concretado.
Fonte: Arquivo pessoal.
O proprietário da obra optou por comprar os perfis de aço separadamente e, com a ajuda de duas pessoas para mão-de-obra, montar os painéis metálicos diretamente no canteiro de obras. Um dos principais problemas nessa etapa foi a desorganização dos perfis, sendo que a empresa vendedora não indicou os locais corretos em que seriam utilizados.
Figura 103 – Perfis de aço leve galvanizados.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 104 – Montagem dos painéis no canteiro de obras.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 105 – Painéis montando dando forma a edificação.
Fonte: Arquivo pessoal.
Para a estrutura da escada, que leva a pessoa do pavimento térreo para o pavimento superior da residência, foi utilizado um aço pesado tradicional com a forma da escada. Essa decisão foi tomada principalmente por conta da facilidade de instalação e para evitar desperdícios dos perfis metálicos leves, que teriam vários recortes para realização da parte estrutural da escada e, consequentemente, o desperdício de materiais.
Figura 106 – Escada de aço pesado.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 107 – Escada de aço pesado revestida com piso de madeira.
Fonte: Arquivo pessoal.
Mesmo o proprietário tendo conhecimento do sistema PEX, que é uma solução hidráulica altamente recomendável para o Light Steel Frame, foi tomada a decisão da utilização do encanamento comum com canos de PVC, principalmente por conta do alto custo do PEX.
Figura 108 – Instalação hidráulica com canos de PVC.
Fonte: Arquivo pessoal.
Para fechamentos, foram utilizadas placas de OSB e placas cimentícias em todo o exterior. Internamente, a residência foi totalmente fechada com gesso acartonado e com chapas de OSB onde foram necessários esforços. Em áreas molhadas foram utilizadas placas cimentícias nas paredes e o gesso acartonado tipo RU, que são resistentes a umidade, nos tetos.
Figura 109 – Placas de OSB aplicas no exterior da residência.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 110 – Gesso nas paredes internas e no teto.
Fonte: Arquivo pessoal.
Para a realização da laje que divide o pavimento térreo e o pavimento superior, foram utilizados painéis tipo Wall, que são placas de OSB revestidas em ambos os lados com placas cimentícias, que dão mais resistência a laje. Entretanto, por falha na mão-de-obra, as placas não foram assentadas corretamente e ficaram degraus entre elas. Para resolução desse problema, foi feita uma concretagem por cima das chapas para que a laje ficasse com uma superfície plana e, em seguida, foram assentados pisos de madeira de maneira flutuante sobre ela.
Figura 111 – Pisos de madeira sendo assentados acima da laje concretada de maneira flutuante.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 112 – Escritório da residência com piso de madeira.
Fonte: Arquivo pessoal.
Internamente, a casa foi revestida com pisos e revestimentos cerâmicos, de porcelana e de madeira. Já externamente, a primeira ideia foi a aplicação do Base Coat sobre as placas cimentícias, seguida pela pintura convencional, porém, por mais um erro da mão-de-obra, as chapas de cimento não foram assentadas com uma distância de no mínimo 3 milímetros entre elas, como recomenda a fábrica, consequentemente, apareceram fissuras em todas as juntas em quase toda a edificação. Para resolver esse problema, foi aplicado o Siding Vinílico, material altamente recomendado para o LSF, em toda parte externa do imóvel.
Figura 113 – Porcelanatos sendo assentados na sala da residência.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 114 – Porcelanatos assentados na parede, no balcão e no chão.
Fonte: Acervo pessoal.
Figura 115 – Aplicação do Base Coat.
Fonte: Arquivo pessoal.
Figura 116 – Instalação do siding vinílico.
Fonte: Arquivo pessoal.
Na cobertura, Tiago optou pela utilização das telhas tipo Shingle, também muito recomendadas para esse sistema construtivo.
O início da montagem iniciou-se em agosto do ano de 2018, com a parte estrutural sendo finalizada em novembro de 2018. A obra ficou parada por quase dois anos, sendo retomada apenas em junho do ano de 2020, sendo completamente finalizada no mês de dezembro do mesmo ano. Descontando o tempo que a construção ficou estagnada, a residência que conta com dois pavimentos, de 150 m², foi finalizada em apenas nove meses, sendo a rapidez uma grande vantagem do LSF.
Em entrevista após a visita técnica, perguntado se construiria outra casa com o sistema Light Steel Frame para residir, Tiago respondeu que sim, e com preferência se comparado com o método de alvenaria tradicional. Também disse que o custo da obra comparado a se construísse uma residência com a mesma metragem em alvenaria, seria praticamente o mesmo.
Tiago ainda comentou que os principais problemas que aconteceram, foi por conta da mão-de-obra pouco especializada, que ainda é um dos problemas do sistema LSF no Brasil
Figura 117 – Fachada da residência finalizada.
Fonte: Arquivo pessoal.
4 A CIDADE DE BAURU
A Vila de Bauru surgiu no ano de 1856, quando Felicíssimo Antônio de Souza Pereira, vindo de Minas Gerais, se deslocou até a cidade de Botucatu para registrar a posse de sua residência, onde foi colocado no final do documento “Bauru, 15 de abril de 1856”, foi a primeira vez em que o nome Bauru aparecia em um documento oficial. A fundação da cidade aconteceu em 1896 e seu principal desenvolvimento foi por conta da ferrovia que ligava até o estado do Mato Grosso. (PREFEITURA MUNICIPAL DE BAURU, 2013).
A cidade está localizada no centro-oeste paulista, onde é considerada um importante polo em diversos setores em toda sua região, tendo como cidades próximas: Agudos, Piratininga, Arealva, Pederneiras, Jaú, Barra Bonita, Macatuba, entre outras. (IBGE CIDADES, 2021).
Hoje, de acordo com o censo do IBGE de 2021, o município de Bauru conta com uma população de 381.706 habitantes e uma unidade territorial de 667.684 km².
O PIB per capita de Bauru, de acordo com o censo do IBGE de 2019, equivale a R$
40.668,42, tendo como a maior fonte geradora o setor terciário da economia. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal, de acordo com o censo do IBGE de 2010, é de 0,801.
O clima de Bauru é o tropical, quente em boa parte do ano, com uma temperatura média de 22.3ºC. (CLIMATE-DATA, 2022).
Figura 118 – Vista da cidade de Bauru/SP.
Fonte: Gasbrasiliano (2020).
5 PROPOSTA PROJETUAL