5.4 PROJETO
5.4.1 Planta e programa de necessidades
Figura 143 – Vista superior da volumetria.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Como no projeto preliminar, ela foi realizada de acordo com a malha modular de 60 x 60 cm, que é uma técnica realizada para projetar em LSF, que mede a distância em que cada perfil montante é encaixado no perfil guia.
Figura 144 – Planta.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 145 – Programa de necessidades.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Como mostra a planta (Figura 144), a residência térrea possui uma sala de estar/jantar integrados com a cozinha, uma área de lazer ao lado e uma garagem, onde acima fica um deck.
Possui também dois dormitórios, sendo um suíte, closet, dois banheiros, área de serviço e um lavabo referente a área de lazer. O programa de necessidades (Figura 145), foi realizado de acordo com a metragem dos ambientes descritos.
Como também citado no anteprojeto, o terreno possui as dimensões de 35,00 x 17,20 metros, totalizando 602 m². A área total construída foi de 230,76 m², a área livre de 231,01 m² e 140,23 m² reservado para passeio público. A taxa de ocupação (T.O.) é de 38,33% e o coeficiente de aproveitamente (C.A.) de 0,38.
5.4.2 Corte e vista frontal
Figura 146 – Corte esquemático.
Fonte: Elaborado pelo autor.
No corte transversal esquemático pode-se observar a inclinação da cobertura e parte de sua estrutura, também se observa onde fica localizada a caixa d’água e alguns materiais do utilizados no LSF que foi abordado durante o trabalho e utilizados no projeto, como: gesso acartonado, siding vinílico, lã de pet, placas de OSB e placas cimentícias.
Figura 147 – Vista frontal.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Na vista frontal, pode-se observar a patamarização da garagem, que fica 1,45 metros abaixo do nível da residência e, também se observa o deck localizado acima dela, funcionando como um mirante
Assim como no corte esquemático, na vista pode-se notar alguns materiais utilizados no projeto que estão indicados na imagem por linhas de chamada, como: revestimento de porcelanato, elementos vazados (cobogós), siding vinílico, entre outros.
5.4.3 Processo construtivo
O objetivo principal da proposta projetual é o processo construtivo do Light Steel Frame, por isso, foram realizadas dezesseis etapas por meio de um projeto em 3D, para explicação e demonstração do funcionamento do sistema e da utilização correta dos materiais.
Todo detalhamento projetual do processo construtivo está localizado na prancha que foi entregue junto a está monografia, também serão descritas as etapas abaixo:
1ª Etapa – Patamarização do terreno: O terreno foi patamarizado em dois níveis, o de baixo para localização da garagem e o de cima o restante da edificação. A diferença de altura dos patamares é de 1,45 metros. Nesta etapa também já foram feitos todos os muros de arrimo em alvenaria;
2ª Etapa – Sistema de esgoto: - Foi utilizado no projeto o sistema de esgoto convencional por gravidade com canos de PVC. Todo encanamento deve ser realizado antes da concretagem do radier (tipo de fundação utilizada no projeto), pois ele não poderá ser desfeito posteriormente;
3ª Etapa – Fundação: A fundação escolhida para o projeto em si foi do tipo radier, porém, o sistema também permite a escolha de outras fundações, como a sapata corrida, dependendo da proposta;
4ª Etapa – Estrutura: A estrutura do Light Steel Frame é composta por aços leves galvanizados formados a frio, que formam os perfis metálicos denominados de guia (U) e montante (Ue). Esses perfis parafusados e encaixados entre si (guias na horizontal e montantes na vertical) formam os painéis metálicos, que são chumbados junto a uma fita protetiva diretamente na fundação. Algumas treliças são necessárias em vãos que necessitam suportar mais cargas;
5ª Etapa – Cobertura – Também são utilizados perfis de aço leve galvanizados para realização da estrutura da cobertura. A cobertura da garagem foi realizada para suportar uma laje seca acima, por isso, foram utilizados painéis treliçados, já na cobertura do restante da edificação foi utilizado perfis montantes (Ue) cruzados para suportar um telhado inclinado com telhas tipo sanduíche. Exceto a cobertura da caixa d´água, o restante não possui calhas, pois existem marquises abaixo que servem como um beiral para escoar a água até os pedriscos que ficam no entorno do edifício.
Figura 148 – Vista em 3D do radier, estrutura metálica e cobertura.
Fonte: Elaborado pelo autor.
6ª Etapa – Sistema hidráulico: No projeto, foi optado pela utilização do sistema hidráulico do tipo PEX, que é realizado por meio de mangueiras rígidas e flexíveis que levam a água até determinados pontos da edificação. Também pode ser utilizado o sistema convencional com tubos de PVC, porém, foi escolhido o PEX pelas suas vantagens de instalação e manutenção, principalmente no LSF.
Figura 149 – Detalhamento projetual do sistema hidráulico PEX.
Fonte: Elaborado pelo autor.
7ª Etapa – Isolamento térmico e acústico: Foi utilizada a lã de PET, que são mantas que garantem o conforto térmico de acústico. É um material fabricado a partir da reciclagem de garrafas PET, e que são instalados por dentro da estrutura. Poderiam também ser utilizados outros tipos de isolamento, como a lã de vidro, lã mineral, lã de rocha, EPS, etc;
8ª Etapa – 1º Fechamento externo: Placas de OSB, que são altamente recomendadas para o LSF, foram utilizadas para o fechamento externo de praticamente toda a residência. Elas são parafusadas com parafusos autobrocantes diretamente na estrutura, possuem uma dimensão de 2,40 m x 1,20 m, foram assentadas na vertical, em amarração de 50% e com uma junta de 3mm para dilatação. Também foram assentadas na parte interna da edificação em paredes que vão receber mais pesos, como armários e painéis de TV;
Figura 150 – Vista em 3D da instalação das placas de OSB.
Fonte: Elaborado pela autor.
9ª Etapa – Impermeabilização: Foi utilizada a membrana hidrófuga no projeto, que é um material desenvolvido para proteger estruturas e materiais de construções a seco contra água, poeira, vento e calor. É aplicada desenrolando um rolo na vertical, envolvendo toda parte externa da edificação e fixadas com parafusos ou grampos galvanizados;
10ª Etapa – 2º Fechamento externo: Também foi utilizado como um fechamento no projeto as placas cimentícias, que foram aplicadas acima da placa de OSB e da membrana hidrófuga, ficando expostas (são resistentes a água, servindo também como um revestimento).
Elas também podem ser fixadas diretamente na estrutura, tem uma dimensão de 2,40 m x 1,20 m, foram assentadas na vertical, em amarração de 50% e com uma junta de 3mm para dilatação;
11ª Etapa – Laje seca: Para demonstração do funcionamento de uma laje no Light Steel Frame, foi optado a utilização dos painéis Wall, que são placas de dimensões 2,40 m x 1,20 m que em sua composição tem o miolo de madeira laminada e são contraplacadas em ambas as faces com placas cimentícias. Foram fixadas com parafusos autobrocantes diretamente na estrutura, assentadas em amarração de 50% e com juntas de 3mm para dilatação. Também poderiam ser escolhidos outros modelos de laje para o sistema, como: laje mista, laje úmida (steel deck) ou outros tipos de laje seca;
12ª Etapa – Revestimento externo: O siding vinílico foi utilizado em praticamente toda área externa da residência, são réguas de PVC encaixadas entre elas e parafusadas nas placas de OSB. Sua vantagem é não precisar de pintura, pois já são oferecidas no mercado com uma gama de cores, além de garantir que a casa não seja pintada por uma grande quantidade de tempo. Réguas de porcelanato imitando madeira também foram assentados em detalhes externos, da maneira tradicional, com o uso de uma argamassa específica para áreas externas.
Além do siding vinílico, pode ser optado por outros métodos de acabamento externo, como o smart side, o sistema EIFS, o base coat, entre outros;
Figura 151 – Detalhamento da fixação da placa de OSB, da membrana hidrófuga e do siding vinílico na estrutura.
Fonte: Elaborado pelo autor.
13ª Etapa – Fechamento interno: Placas de gesso acartonado são utilizadas para fazer o fechamento interno das paredes de LSF, são placas de 2,40 m x 1,20 m, fixadas na vertical com parafusos autobrocantes diretamente na estrutura, assentadas com amarração de 50% e com juntas de 3mm para dilatação. No projeto, foram utilizadas as três placas oferecidas no mercado, a ST (comum), a RU (resistente a umidade) e a RF (resistente a fogo), sempre em seus locais específicos. Em locais que necessidade receber mais cargas, por exemplo, para colocação de armários, bancadas e painéis de TV, as placas de gesso são fixadas juntamente as placas de OSB;
Figura 152 – Detalhamento da fixação do gesso acartonado na estrutura.
Fonte: Elaborado pelo autor.
14ª Etapa – Pisos: Pisos de porcelanato foram assentados com argamassa em toda parte externa da residência, na área de serviço, no lavabo, na área de lazer e nos banheiros. Nos restantes dos cômodos do interior, foram utilizados pisos vinílicos, que são colados com uma cola específica. O Light Steel Frame permite que sejam utilizados todos os modelos de pisos que o usuário desejar;
15ª Etapa – Esquadrias: Na área externa, foram utilizados portas, janelas e batentes de PVC junto ao vidro temperado, já na área interna, foi feita a utilização de portas de madeira com batentes de PVC, os portões são de alumínio. O LSF permite outros tipos de esquadrias, como madeira e alumínio, porém, a utilização do PVC foi pela sua facilidade de manutenção, pelo maior conforto térmico e acústico e pela sua sustentabilidade, além de permitir esquadrias de vários formatos e tamanhos;
16ª Etapa – Residência finalizada: Nesta etapa, a residência já está finalizada com todos os materiais, foram implementados também o gradil, que serve como um guarda-corpo para o deck acima da garagem e para a rampa, os cobogós, que se localizam em frente os cômodos das casas que possuem grandes aberturas de vidro, evitando a entrada de uma iluminação natural direta e também ajudando na privacidade, as marquises, que servem como um beiral e para o escoamento das águas do telhado que não possui calhas e o paisagismo completo.
Figura 153 – Vista frontal da residência finalizada.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 154 – Vista lateral da residência finalizada.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 155 – Imagem externa da residência finalizada.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 156 – Imagem interna da sala da residência finalizada.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 157 – Imagem interna do dormitório da residência finalizada.
Fonte: Elaborado pelo autor.
Figura 158 – Imagem interna do lavabo da residência finalizada.
Fonte: Elaborado pelo autor.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este trabalho serviu como entendimento do uso do sistema construtivo Light Steel Frame em residências e em qualquer outra edificação, assim como suas aplicações, as etapas de montagem, custos, materiais utilizados e suas variedades.
O presente trabalho apresenta também as vantagens e comparações do LSF com outros métodos construtivos, principalmente ao de alvenaria e concreto armado, hoje o sistema mais utilizado pelos brasileiros.
A apresentação da proposta projetual de uma residência com o método construtivo Light Steel Frame, demonstrou como o sistema é, além de seguro, um sistema liberal em relação ao seu formato arquitetônico e nos materiais que são utilizados.
O entendimento do Light Steel Frame entre os brasileiros é necessário para que ele tenha mais procura e se torne mais acessível, com isso, o país conseguirá se tornar mais sustentável em relação a métodos construtivos e, ao mesmo tempo, suprir demandas imobiliárias, por conta de sua rapidez.
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