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Condução da política monetária e balanço de riscos

No documento Relatório de Inflação (páginas 68-71)

Perspectivas para a inflação

2.3 Condução da política monetária e balanço de riscos

O conjunto dos indicadores de atividade econômica mostra recuperação consistente da economia

Projeção central e intervalos de probabilidade 50%

Obs.: inflação medida pelo IPCA, acumulada em quatro trimestres (%).

Tabela 2.5 – Projeção da inflação no cenário com taxa de juros da pesquisa Focus e taxa de câmbio constante

2018 1 2,8 2,8 2,8 2,8

Obs.: inflação medida pelo IPCA, acumulada em quatro trimestres (%).

Tabela 2.6 – Projeções centrais de inflação em diferentes cenários

brasileira. A economia segue operando com alto nível de ociosidade dos fatores de produção, refletido nos baixos índices de utilização da capacidade da indústria e, principalmente, na taxa de desemprego.

O cenário externo tem se mostrado favorável, na medida em que a atividade econômica cresce globalmente. Isso tem contribuído até o momento para manter o apetite ao risco em relação a economias emergentes.

As expectativas de inflação para 2018 apuradas pela pesquisa Focus encontram‑se em torno de 3,6%. As expectativas para 2019 e 2020 situam‑se em torno de 4,2% e de 4,0%, respectivamente.

O cenário básico para a inflação evoluiu de forma mais benigna que o esperado nesse início de ano. O comportamento da inflação permanece favorável, com diversas medidas de inflação subjacente em níveis baixos, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico e à política monetária.

Em sua reunião mais recente (213ª reunião), o Copom decidiu, por unanimidade, pela redução da taxa básica de juros em 0,25 p.p., para 6,50% a.a. O Comitê entende que esse movimento é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante para a condução da política monetária, que inclui os anos‑calendário de 2018 e, com peso gradualmente crescente, de 2019.

Na ocasião, o Copom comunicou que seu cenário básico para a inflação envolve fatores de risco em ambas as direções. Por um lado, (i) a possível propagação, por mecanismos inerciais, do nível baixo de inflação pode produzir trajetória prospectiva abaixo do esperado. Por outro lado, (ii) uma frustração das expectativas sobre a continuidade das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação no horizonte relevante para a política monetária. Esse risco se intensifica no caso de (iii) reversão do corrente cenário externo favorável para economias emergentes.

O Copom entende que a política monetária tem que balancear duas dimensões: reagir para assegurar que a inflação convirja para a meta em uma velocidade adequada e, ao mesmo tempo, garantir que a conquista da inflação baixa perdure, mesmo diante de choques adversos. O Copom reafirma que a política monetária tem flexibilidade para reagir a riscos de ambos os lados.

Projeção central e intervalos de probabilidade 50%

Obs.: inflação medida pelo IPCA, acumulada em quatro trimestres (%).

Tabela 2.7 – Projeção de inflação com taxas de juros e câmbio constantes

Projeção central e intervalos de probabilidade 50%

Obs.: inflação medida pelo IPCA, acumulada em quatro trimestres (%).

Tabela 2.8 – Projeção da inflação no cenário com taxa de câmbio da pesquisa Focus e taxa de juros constante

O Copom entende que a conjuntura econômica prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. O Comitê enfatiza que o processo de reformas e de ajustes necessários na economia brasileira contribui para a queda da sua taxa de juros estrutural. As estimativas dessa taxa serão continuamente reavaliadas pelo Comitê.

O Copom ressalta que a evolução do cenário básico tornou adequada a redução da taxa básica de juros em 0,25 p.p. em sua reunião mais recente. Para a próxima reunião, o Comitê vê, neste momento, como apropriada uma flexibilização monetária moderada adicional. O Comitê julga que este estímulo adicional mitiga o risco de postergação da convergência da inflação rumo às metas. Essa visão para a próxima reunião pode se alterar e levar à interrupção do processo de flexibilização monetária, no caso dessa mitigação se mostrar desnecessária. Para reuniões além da próxima, salvo mudanças adicionais relevantes no cenário básico e no balanço de riscos para a inflação, o Comitê vê como adequada a interrupção do processo de flexibilização monetária, visando avaliar os próximos passos, tendo em vista o horizonte relevante naquele momento. O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos, de possíveis reavaliações da estimativa da extensão do ciclo e das projeções e expectativas de inflação.

A Carta Aberta do Presidente do Banco Central do Brasil (BCB) ao Ministro da Fazenda, de 10.1.2018, apresentou os resultados do procedimento de decomposição do desvio da inflação de 2017, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em relação à meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Este boxe apresenta mais detalhes da metodologia empregada1.

O procedimento procura identificar a contribuição de diferentes fatores da inflação, baseando‑se nos modelos semiestruturais de projeção do BCB. A metodologia empregada refletiu aperfeiçoamentos recentes em relação à utilizada em Relatórios anteriores2.

Em primeiro lugar, o cálculo passou a ser feito diretamente por meio de simulações completas dos modelos, captando, em maior grau, efeitos de retroalimentação entre as variáveis envolvidas.

Esse procedimento permite o mapeamento de interrelações mais complexas, e, em particular, mostrou‑se bastante conveniente com a utilização do novo modelo de projeção de preços administrados3. O novo procedimento permite que seja captada com maior precisão a retroalimentação entre as taxas de inflação dos grupos de preços livres e de administrados. Assim, por exemplo, o cálculo da contribuição da inércia do IPCA do ano anterior é feito de maneira conjunta, incorporando simultaneamente as contribuições desses dois grupos4. A contribuição da inércia é obtida por meio de dois diferentes cenários de projeção. No

No documento Relatório de Inflação (páginas 68-71)