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Conhecimento e aplicação do Decreto-lei 3/2008 por parte da direção da IPSS

59 5.3 Análise e Discussão dos Resultados

5.3.7 Conhecimento e aplicação do Decreto-lei 3/2008 por parte da direção da IPSS

Relativamente a esta categoria só a diretora técnica foi questionada.

Segundo a diretora técnica existe um conjunto de medidas muito importantes no Decreto- lei 3/2008, referindo a importância das parcerias educativas entre pais, família, criança, educadores, equipas de intervenção precoce, ou outras que possam vir a trabalhar com aquela instituição, pessoal docente e não docente. Este aspeto coincide com o que é referido no Decreto-lei 3/2008, Artigo 30º: “As escolas ou agrupamentos de escolas devem, isolada ou conjuntamente, desenvolver parcerias com instituições particulares de solidariedade social, centros de recursos especializados, ou outras (…)” (p.163)

Defende, também, a existência de medidas de caráter mais específico que levariam muito tempo a explicar.

Depois de questionada relativamente ao Projeto Educativo da instituição declara que o mesmo contempla as Necessidades Educativas Especiais, referindo a articulação com a ELIP, ou outros técnicos a trabalhar na instituição. De acordo com o Decreto-lei 3/2008, artigo 4º , que refere:

As escolas devem incluir nos seus projectos educativos as adequações relativas ao processo de ensino e aprendizagem, de carácter organizativo e de funcionamento, necessárias para responder adequadamente às necessidades educativas especiais de carácter permanente das crianças e jovens, com vista a assegurar a sua maior participação nas actividades de cada grupo ou turma e da comunidade escolar em geral. (p.155)

Refere, ainda, que antes da publicação do Decreto-lei 3/2008 já tinham existido casos de Necessidades Educativas Especiais na instituição, dos quais refere: Trissomia 21, Paralisia Cerebral e AVC.

Relativamente à Princesa, menciona que a escolha da sala para a Princesa recaiu sobre o facto de a gravidade dos seus problemas virem a exigir um pedido de adiamento da matrícula da escolaridade obrigatória aos 6 anos, tendo a Princesa sido colocada numa sala de idade inferior, o que irá permitir que entre no Primeiro ciclo, um ano mais tarde obrigatoriamente, junto com os seus pares do grupo. De acordo com o Decreto-lei 3/2008, Artigo 19º: “As crianças com necessidades educativas especiais de caráter permanente podem, em situações excepcionais devidamente fundamentadas, beneficiar do adiamento da matricula no 1º ano de escolaridade obrigatória, por um ano, não renovável.” (p.159).

Podendo desta forma manter os laços afetivos com os seus pares e com a equipa educativa. Que está contemplado no Decreto-lei 3/2008, Artigo 1º: “A educação especial tem por objectivos a inclusão educativa e social, o acesso e o sucesso educativo, a autonomia, a estabilidade emocional, bem como a promoção da igualdade de oportunidades (…)” (p.155)

Refere, ainda, que nem tudo o que está no Decreto-lei 3/2008 “é taxativo” ou obrigatório, têm de ser vistas tendo em conta cada caso em particular, e posteriormente aplicar unicamente o que fizer mais sentido.

Há um conjunto de medidas todo ele muito importante, porém a inclusão e a adaptação entre tudo o que é parceiro educativo é extraordinariamente importante, entre os pais, a família, a criança, os educadores, os outros alunos, os pais dos outros alunos e as equipas de intervenção precoce ou outras que aqui possam vir a trabalhar, assim como os educadores, auxiliares e todo o pessoal que aqui trabalha. Existem medidas de caráter mais especifico que levaríamos muito tempo aqui a debater e a analisar, mas é obvio que é sem dúvida um Decreto que está minimamente bem estruturado.; o Projeto Educativo da Instituição (…) contempla as Necessidades Educativas Especiais articulando sempre com a equipa de Intervenção Precoce, ou os técnicos que estiverem a trabalhar com as crianças que aqui estejam incluídas.(…) Antes do Decreto- 3/2008 “Houve casos de deficiências, mas tão acentuadas e multideficiência tão acentuadas não. Tivemos trissomia 21, tivemos paralisia cerebral mas que só atingiu a criança de forma motora, na parte motora, tivemos AVC que apenas atingiu a criança na área da motricidade fina. Portanto, com uma multideficiência tão grave é o primeiro caso.”; (…) tendo em conta que a gravidade da situação da Princesa era… impunha um pedido de adiamento escolar quando chegasse (…) aos 5 anos de pré-escolar (…), iria fazer com que ela voltasse para trás, para um grupo que não conhecia, para pessoas que não conhecia e iria fazer com que ela deixasse e perdesse o contacto com aqueles… com aquelas crianças com quem tinha andado até aos 5 anos.(…) Quando chegar aos cinco anos ela vai pedir adiamento, vai continuar com aquele grupo e no ano seguinte, obrigatoriamente o grupo vai para a escola primária e ela também. (…) o que está escrito no papel nem sempre é taxativo, o que para um é realmente uma adaptação, para outro pode não ser, portanto, nem todas as medidas que lá estão definidas são tão taxativas ou tão (…) de forma tão obrigatórias, mas sim tendo em conta cada caso, e consoante cada caso, vamos estudar o decreto, vamos estudar o caso e, aí sim, aplicar aquilo que de lá fizer mais sentido;

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Em suma: A diretora técnica começa por mencionar que existe um conjunto muito importante de medidas no Decreto-lei 3/2008, mas refere unicamente a importância das parcerias educativas. Depois de questionada sobre o projeto educativo da instituição, acaba por reconhecer que este contempla os casos de Necessidades Educativas Especiais existentes na instituição.

Relativamente à Princesa, argumenta que a escolha da sala para a Princesa baseou-se no facto de ela, certamente ter de pedir adiamento da matrícula da escolaridade obrigatória, e assim poder manter os seus pares até ao primeiro ciclo, uma vez que estes são um ano mais novos do que ela. Refere também que antes da publicação da lei atual, já tinham tido outros casos de crianças com Necessidades Educativas Especiais. Refere, ainda que relativamente ao Decreto-lei 3/2008 nem tudo é “taxativo” nem obrigatório, que tem de ser visto tendo em conta cada caso em particular.