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2. MUDANÇAS CLIMÁTICAS

2.6. Consequências das Mudanças de Clima

É natural que mudanças profundas no clima da Terra tenham conseqüências

importantes para seus habitantes. Efeitos relacionados ao clima poderão causar grandes

prejuízos ao agronegócio, disputas territoriais ou guerras pelo uso da água, migrações em

massa e diversos outros problemas sociais (Mendonça, 2003).

Analisando as naturezas destas conseqüências, pode-se dividi-las em 3 diferentes

grupos: Regulatórias, Comportamentais e Físicas. A necessidade de preservação do meio

ambiente terá o apoio dos investidores e surgirão grandes oportunidades de investimento

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devido às ações que os diversos agentes do mercado tomarão de acordo com a sua percepção

de risco às implicações abaixo e diante de uma ameaça de mudança climática.

a) Regulatórias: algumas medidas para regular a emissão dos GEEs foram

implementadas, variando de convenções internacionais a decisões individuais de estados e

países, empresas com atuação global que passaram a estar sujeitas à diferentes regras e

padrões de emissão e o estabelecimento de sistemáticas de funcionamento em mercados

chaves, sendo o caso do mercado europeu o mais relevante na atualidade.

b) De comportamento: um número crescente de empresas e pessoas, está

voluntariamente adotando estratégias relacionadas a estas questões climáticas, talvez em

antecipação à eventuais litígios ou por questões relacionadas à reputação ou marketing.

O novo padrão de medição lançado pela BSI British Standards, o Carbon Trust e o

Defra - Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais do Governo

Britânico, chamado PAS 2050, calcula as emissões de GEEs embutidas em bens (produtos) e

serviços ao longo de todo seu ciclo de vida: partindo das fontes de matérias-primas, passando

pela fabricação, produção, distribuição até o ponto de venda (logística de transporte), sua

utilização e eliminação. O objetivo do novo padrão de medição é ajudar as empresas a irem

além do manejo das emissões criadas em seus próprios processos e olharem para as

oportunidades de redução de emissões na concepção, desenho, fabricação e fornecimento de

produtos. Isto ajuda as empresas a fornecerem produtos ou serviços menos intensivos em

carbono e, em última instância, a desenvolverem novos produtos com menor pegada de

carbono. O Carbon Trust já usou o PAS 2050 em 75 tipos de produtos da: PepsiCo, Boots,

Innocent, Marshalls, Tesco, Cadbury, Halifax, Coca-Cola, Kimberly Clark, The Co-operative

Group, Scottish & Newcastle, Coors Brewers, Muller, British Sugar, ABAgri, Sainsbury‘s,

Danone, Continental Clothing Company, Colors Fruit, Morphy Richards, Mey Selections e

indústrias agregadas. O Selo de Carbono afixado na embalagem do produto informa a

quantidade de carbono expressa em gramas de CO

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, simbolizando boa prática ambiental,

incentivando o consumo consciente, estimulando a concorrência a fazer o mesmo, assumindo

postura de responsabilidade socioambiental e de transparência perante o consumidor. Por sua

vez, o consumidor passa por uma mudança de comportamento, optando por produtos que

acusam menores emissões de CO2 em seus selos.

c) Físicas: apesar de se esperar um impacto muito mais intenso no futuro, já se

pode sentir seus efeitos, tais como: verões mais quentes e invernos mais frios na Europa, secas

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anormais em alguns países, derretimento de geleiras, elevação do nível do mar, inundando

áreas férteis ou habitadas e uma freqüência maior de furacões em diversas regiões.

Um grande exemplo de consequência ―física‖ provocada pelas mudanças climáticas é

o derretimento das geleiras dos pólos (Flanner et al., 2009). Geleira ou glaciar é uma grande e

espessa massa de gelo formada em camadas sucessivas de neve compactada e recristalizada,

de várias épocas, em regiões onde a acumulação de neve é superior ao degelo. As geleiras se

formam em áreas onde se acumula mais neve no inverno que a que se derrete no verão.

Considerando tal conceito, concluí-se que as regiões tomadas pelos glaciares, mesmo

encolhendo nos verões e expandindo nos invernos, deveriam manter a mesma área de

ocupação de sua expansão ao longo dos invernos e a mesma área de ocupação de seu

encolhimento ao longo dos verões (McConnell et al., 2007).

A Geleira Chacaltaya, na Bolívia, com uma média de altitude de 5.260 m acima do

nível do mar, foi a maior estação de esqui do mundo até poucos anos atrás. Após a retração

acelerada da geleira durante a década de 1990, reforçado pelo caloroso El Niño em 1997 / 98,

conforme a Figura 10, a Bolívia perdeu sua única área de esqui, afetando diretamente o

desenvolvimento do esporte e lazer na neve da Cordilheira dos Andes, onde os glaciares são

parte importante do patrimônio cultural.

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Em 2005, a geleira havia se separado em três pequenos organismos distintos. A

posição da cabana de esqui, que não existia em 1940, é indicada com uma cruz vermelha. O

elevador de esqui, com aproximadamente 800m em 1940 e cerca de 600m em 1996, era

normalmente instalado durante os meses de verão (época de precipitação nos trópicos) quando

uma parte importante da geleira era coberta, como indicado pela linha contínua. A localização

original do elevador de ski em 1940 é indicada pela linha segmentada nas situações

posteriores. Após 2004, esqui já não era mais possível. Fotos: Francou e Vincent (2006) e

Jordânia (1991).

Pessoalmente, conforme Figura 11, em 2005, numa visita ao Alaska, o derretimento

do Glacial do Terminal Moraine foi comprovado. Uma placa no próprio local faz um alerta

sobre o encolhimento das geleiras. A tradução da referida placa faz parte da figura 11.

Terminal Moraine. Em 1844 o Glaciar Athabasca era todo coberto (até a área onde hoje é o estacionamento). A pista (pilha de cascalho), que compõe o caminho até a área coberta pelo gelo, foi formada por sob a geleira quando esta ocupava aquele local, antes de ter diminuído ao tamanho atual. Através dos séculos, mudanças no clima mundial têm causado expansão e encolhimento nas geleiras, assim como nos períodos de neve e

de derretimento desta.Mas pode-se concluir que

as geleiras têm sof rido mais encolhimento do que expansão, não foste isto, os marcos“de tempo”, atualmente descobertos, estariam por sob o gelo.

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