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Clifton Morais Correia 1 Rodrigo Barbosa e Silva

3. DAS CONSEQUÊNCIAS DA VIOLÊNCIA

Uma vez praticado um ato de violência, ocorre de maneira imediata as suas consequências. Seja qual for à consequência, todos os agentes envolvidos juntamente com a sociedade sofrerão as consequências negativas desse ato, e somente negativas, uma vez que ao tratar desse assunto, não há espaço para benefícios ou lado bom.

Danos emocionais, diminuição da autoestima,

transtornos de personalidade, diminuição do patrimônio, traumas e em casos mais graves, a morte, várias são os danos vindo da violência ao ser humano, sendo todas elas responsáveis por transformar a vida de muita gente.

A violência social é ainda mais agravante, pois atinge um número maior de vítimas. Além de ser um constrangimento físico ou moral, a violência é um ato vergonhoso que vem ocorrendo rotineiramente, em todos os lugares do Brasil e no mundo. Nos dias de hoje, quase ninguém se sente mais seguro em andar na rua, ou na volta ao seu lar, pois o número de homicídios causados pela violência tem deixado muitas pessoas morrerem, causando nas famílias muito sofrimento e dor, seja por causa de um assalto, uma bala perdida ou outra causa de violência.

Completando esse cenário, continuam a ocorrer no Brasil, graves violações dos direitos humanos. As vítimas tendem a serem aqueles que mais precisam de proteção: os pobres urbanos e rurais, os povos indígenas, os negros, as mulheres, os jovens e também aqueles que trabalham em prol dos mesmos: advogados,

GILSON PÔRTO JR.; DARLENE T. CASTRO ; GABRIELA P. MELO; ALESSANDRA BACELAR (ORGS.) | 153 sacerdotes, líderes sindicais, camponeses. Os violadores costumam ser agentes do Estado, cuja responsabilidade legal é a proteção dos cidadãos. A despeito de algumas exceções notáveis, a impunidade ainda predomina para a maioria dos crimes contra os direitos humanos.

E é justamente a impunidade que gera ainda mais violência. A omissão de muitos membros da sociedade e do próprio Estado frente aos atos de violências vistos aos olhos nus, acaba por causar ainda mais desordem, pois incentiva ao agente violentador a continuar a praticar seus atos, vez que imagina não haver consequências pelas suas ações.

Nesse sentido, apresenta-se:

Em muitas cidades emergiram forças que passaram a explorar a desintegração social do ambiente urbano, para impor formas próprias de regulação social. As brechas cada vez maiores entre riqueza e pobreza, juntamente com as atividades do crime organizado e a disponibilidade de armas, criaram uma mistura explosiva, em que se deu a escalada da violência social brasileira. Somando-se a isso a inadequação do judiciário e a propensão de certos setores da polícia a agir como juiz, júri e carrasco daqueles que consideram “elementos marginais”, formou-se um vácuo político e legal em que ocorrem violações brutais dos direitos humanos (MORAIS, 2015, p. 01).

Dessa forma, pode-se observar que a violência acaba gerando como consequência social, a perda total da confiança dos brasileiros frente ao Poder Público, ou seja, a relação entre a procura da justiça e a estrutura e motivação do Estado para proporcioná-la e/ou resolvê-la. Desta feita, para a grande parcela dos brasileiros, principalmente para aqueles que integram os setores mais vulneráveis da população, o Brasil é também um país sem justiça. Não é que o povo não acredite na justiça. É que suas convicções são cruelmente destruídas pelas próprias pessoas cujo dever seria preservá-las.

Além da falta de apoio, a violência também gera consequências na família e de forma mais acentuada no indivíduo. A vítima de uma violência claramente irá sofrer as maiores mazelas dessa ação, podendo nunca mais recuperar a confiança ou a autoestima. Tem-se como exemplo, as mulheres, que são as maiores vítimas nos dias de hoje. Todas elas, em maior ou menor grau sempre sofrerão a dor e o sofrimento de serem vítimas de uma violência, se ela for de teor sexual, esse dano é ainda mais forte.

De qualquer modo, há soluções para que a violência não seja cada vez mais presente na sociedade. A repressão controlada e a polícia tem um papel crucial no controle de violência, principalmente quando ela se torna na criminalidade. Todavia, essa repressão controlada deve ser simultaneamente apoiada e vigiada também pela sociedade civil.

De acordo com Camargo (2014, p. 01) “temos de conceber, divulgar, defender e implantar uma política de segurança pública, sem prejuízo da preservação de nossos compromissos históricos com a defesa de políticas econômico-sociais. Os dois não são contraditórios”.

Assim, a solução mais eficiente contra a violência envolve os mais diversos setores da sociedade, não somente a segurança pública ou um judiciário eficiente, mas também demanda com urgência, profundidade e extensão da melhoria do sistema educacional, da saúde, da habitação, do emprego, dentre outros fatores.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Diante de todo o exposto, fica evidente constatar que a violência vem trazendo terríveis consequências para a população em geral, gerando prejuízos de toda ordem para a sociedade e para

GILSON PÔRTO JR.; DARLENE T. CASTRO ; GABRIELA P. MELO; ALESSANDRA BACELAR (ORGS.) | 155 o Estado. Não há nada de produtivo e benéfico no ato de violência, seja em ele contra quem for.

A violência possui raízes na desordem, no escárnio, no prejuízo, no atentado à liberdade do outro, dando à vítima todas as consequências negativas para a sua vida. Por conta disso, é tão combatida, debatida, repudiada e não aceitável no mundo moderno, pois fere os princípios básicos da dignidade do homem.

Para que as suas práticas sejam sanadas, é preciso ter políticas públicas de combate e prevenção, em todas as esferas da sociedade e o Estado, para que o número de vítimas possa aos poucos ser diminuído. Seja nas escolas, no trabalho, na imprensa jornalística ou até mesmo no seio das famílias, a conscientização dos malefícios da violência deve sempre ser abordada.

Referências

Brasil. (OMS) Ministério da Saúde. Brasília; 2005. Disponível em: <http://www.saude.gov.br/>. Acesso em: 09/06/2016.

CAMARGO, Orson. Violência no Brasil, outro olhar. 2014. Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/violencia-no-brasil.htm>. Acesso em: 08/06/2016.

CARVALHO, Fábio. A real causa da violência. 2013. Disponível em: <http://ambienteediversidade.blogspot.com.br/2013/08/a-origem-da- violencia-social.html>. Acesso em: 08/06/2016.

MORAIS, Regis de. A Violência na sociedade brasileira. 2015. Disponível em:<http://www.coladaweb.com/sociologia/a-violencia-na-sociedade- brasileira>. Acesso em: 06/06/2016.

SANTINON, Evelyn Priscila; SILVA, Lucia Cristina Florentino Pereira da; MELO, Celia Regina Maganha e; PARENTI, Patrícia Woltrich; ARAúJO, Natalúcia Matos; TRINTINáLIA, Maryam Michelle Jarrouge; GUALDA, Dulce Maria Rosa. Direitos humanos: classificação dos tipos de violência contra a

mulher e diplomas legais de amparo e prevenção. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XV, n. 104, set 2012. Disponível em:

<http://www.ambito-

juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=12273>. Acesso em: 06/06/2016.

SOUZA, Rodrigo. Origens da Violência. 2010. Disponível em:

<http://professorrodrigosouza.blogspot.com.br/2010/08/origens-da- violencia.html>. Acesso em: 09/06/2016.

WINTHER, Lucia. A origem da violência. 2015. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/cotidiano/a-origem- daviolencia/89936/>. Acesso em: 09/06/2016.

CAPÍTULO 9

LIBERDADE DE IMPRENSA SOB AMEAÇA: UMA ANÁLISE