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III. MATERIAL E MÉTODOS

5. Considerações Éticas

O estudo foi aprovado pela Comissão de Ética da Faculdade de Medicina de Lisboa e do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria. Foi realizado sob consentimento informado de acordo com a Declaração de Helsinki.

IV. RESULTADOS

No grupo dos controlos foram incluídos 15 indivíduos dos quais 9 eram do sexo masculino (60%) e 6 pertenciam ao sexo feminino (40%). A idade média foi de 49±5,1 anos tendo variado entre um mínimo de 40 anos e um máximo de 74 anos.

No grupo dos doentes com glaucoma de baixa pressão incluíram-se 10 pacientes, 6 do sexo masculino (60%) e 4 do sexo feminino (40%). A média de idades foi de 56±8,0 anos tendo variado entre um mínimo de 41 anos e um máximo de 77 anos.

O parâmetro global avaliado na perimetria estática computorizada foi o desvio médio (MD). O valor do desvio médio encontrado para o grupo controlo foi de - 0,5±1,7 dB tendo variado entre um mínimo de -2,8 dB e um máximo de1,6 dB. Para o grupo de doentes com glaucoma de baixa pressão o valor médio obtido foi de -8,5±8,2 dB tendo variado entre um valor mínimo de -20,4 dB e um máximo de -0,5 dB.

As diferenças médias de MD observadas entre os dois grupos foram estatisticamente significativas (P <0,05).

O valor médio da espessura central da córnea (EEC) obtido para o grupo dos controlos foi de 563±1,9 µm com um valor mínimo de 560 µm e um valor máximo de 573 µm.

Para o grupo de doentes com glaucoma o valor de ECC obtido foi de 564±1,2 com um valor mínimo de 560 µm e um valor máximo de 582 µm.

1. Avaliação autonómica segundo o protocolo de Ewing.

Controlos

Glaucoma

P

OP (PASb-PASm) mmHg 10,06±2,56 14,88±3,58 NS (p>0,05) RP 6(RRM-RRm)/6 ms 20,77±2,80 16,74±9,34 NS (p>0,05) EI (PADM-PADb) mmHg 33,06±5,59 36,77±6,94 NS (p>0,05) FrC (PASM-PASb) mmHg 29,47±4,37 24,53±4,46 NS (p>0,05) Tabela 1 – Resultados do protocolo de Ewing. OP – ortostatismo passivo; RP – respiração profunda; EI – esforço isométrico FrC – frio cutâneo. Significância estatística (P): NS- não significativo; S- significativo. PASb (pressão arterial sistólica média basal); PASm (pressão arterial sistólica mínima durante a prova); RRm (intervalo RR mínimo); RRM (intervalo RR máximo); PADM (pressão arterial diastólica máxima durante a prova); PADb (pressão arterial diastólica média basal); PASM (pressão arterial sistólica máxima durante a prova).

Na prova do ortostatismo passivo os resultados encontrados para a diferença entre a pressão arterial sistólica em repouso e a pressão arterial sistólica mínima obtida durante a prova não revelaram diferenças com significado estatístico (Tabela 1).

Durante a respiração profunda com o objectivo de evidenciar a activação do sistema nervoso parassimpático foi avaliado o valor médio da diferença entre o maior e menor intervalo RR observado durante a prova de seis ciclos respiratórios. Mais uma vez utilizando este protocolo não se detectaram diferenças entre o grupo controlo e os doentes com neuropatia óptica glaucomatosa (Tabela 1).

Durante a prova do esforço isométrico a diferença entre o valor de pressão arterial diastólica máxima obtida durante a prova e a pressão diastólica basal não revelou ser estatisticamente diferente entre os dois grupos estudados (Tabela 1).

Na prova do frio cutâneo a diferença entre a pressão arterial sistólica máxima obtida durante a prova de activação simpática e a pressão arterial média em

2. Avaliação autonómica segundo análise de variabilidade da frequência cardíaca, da pressão arterial e da pressão intra-ocular

Apresenta-se de seguida a análise dos resultados pelo método da transformada discreta de wavelet Db12 aplicada às variáveis pressão arterial, frequência cardíaca e pressão intra-ocular sistólica durante as provas do ortostatismo passivo e do frio cutâneo.

2.1 Ortostatismo passivo

2.1.1 Ortostatismo passivo: análise de variabilidade da PAS

Na prova do ortostatismo passivo a análise estatística comparativa dos valores médios de LF, HF, LF/HF para a pressão arterial sistólica, encontrados no grupo de controlo revelou que: entre os valores basais e os valores obtidos após estimulação do sistema nervoso simpático uma diferença estatisticamente significativa para o LF (4,62 vs 11,13 mmHg2) e balanço LF/HF (3,83 vs 16,70 mmHg2) durante o segundo período de adaptação TA2 (P <0,05) com aumento desde valores durante a prova.

Apesar de em TA1 ter ocorrido um incremento nas bandas de LF e LF/HF este não mostrou diferença com significado estatístico.

Não se encontraram diferenças para a banda do HF (1,29 vs 1,67 mmHg2) (Tabelas 2 e 3).

C-PAS

n=15

Basal

TT

TA1

TA2

LF mmHg2 4,62±2,40 6,65±5,65 10,41±8,53 11,13±9,71

HF mmHg2 1,29±0,68 1,11±0,75 1,32±1,15 1,67±1,72

LF/HF mmHg2 3,83±2,19 10,79±19,25 16,36±23,67 16,70±23,64

Tabela 2 – GRUPO CONTROLO – Valores de LF, HF e LF/HF (Hz) da Pressão Arterial Sistólica (PAS) em condições basais (basal), na subida do ortostatismo passivo (TT), no primeiro minuto de adaptação (TA1) e no segundo minuto de adaptação (TA2).

C-PAS

n=15

Basal vs TT

Basal vs TA1 Basal vs TA2

LF mmHg2 NS (P >0,05) NS (P>0,05) S (P<0,05)

HF mmHg2 NS (P>0,05) NS (P>0,05) NS (P>0,05)

LF/HF mmHg2 NS (P>0,05) NS (P>0,05) S (P<0,05)

Tabela 3 – GRUPO CONTROLO – Significância estatística PAS (NS- não significativo; S- significativo) na prova do ortostatismo passivo entre os valores de LF, HF e LF/HF em condições basais (basal) e os valores de LF, HF e LF/HF durante os diferentes passos da prova: na subida do ortostatismo passivo (TT), no primeiro minuto de adaptação (TA1) e no segundo minuto de adaptação (TA2).

Nos doentes com glaucoma de baixa pressão não se encontraram diferenças entre os valores de LF (Basal-TA2: 4,52 vs 5,94 mmHg2), HF (Basal-TA2: 1,06 vs 1,82 mmHg2), LF/HF (Basal-TA2: 6,15 vs 5,56 mmHg2) antes de depois da prova de estimulação simpática (Tabelas 4 e 5).

GBP-PAS

n=10

Basal

TT

TA1

TA2

LF mmHg2 4,52±4,29 7,13±15,18 7,10±6,09 5,94±4,09

HF mmHg2 1,06±1,24 1,76±1,49 2,41±2,58 1,82±1,55

LF/HF mmHg2 6,15±6,23 8,92±16,80 4,03±3,76 5,56±6,54

Tabela 4 – GRUPO GBP – Valores de LF, HF e LF/HF (Hz) da Pressão Arterial Sistólica (PAS) em condições basais (BASAL), na subida do ortostatismo passivo(TT), no primeiro minuto de adaptação (TA1) e no segundo minuto de adaptação (TA2).

GBP-PAS n=10

Basal vs TT

Basal vs TA1 Basal vs TA2

LF mmHg2 NS (P >0,05) NS (P>0,05) NS (P>0,05)

HF mmHg2 NS (P>0,05) NS (P>0,05) NS (P>0,05)

LF/HF mmHg2 NS (P>0,05) NS (P>0,05) NS (P>0,05)

Tabela 5 – GRUPO GBP – Significância estatística PAS (NS- não significativo; S- significativo) na prova do ortostatismo passivo entre os valores de LF, HF e LF/HF em condições basais (basal) e os valores de LF, HF e LF/HF durante os diferentes passos da prova: na subida do ortostatismo passivo (TT), no primeiro minuto de adaptação (TA1) e no segundo minuto de

Entre os dois grupos GBP e Controlos não se encontraram diferenças com significado estatístico na análise da pressão arterial no que diz respeito aos valores basais e aos diferentes passos da prova do ortostatismo passivo (Tabela 6).

C vs GBP

Basal

TT

TA1

TA2

LF mmHg2 NS (P>0,05) NS (P>0,05) NS (P>0,05) NS (P>0,05)

HF mmHg2 NS (P>0,05) NS (P>0,05) NS (P>0,05) NS (P>0,05)

LF/HF mmHg2 NS (P>0,05) NS (P>0,05) NS (P>0,05) NS (P>0,05)

Tabela 6 – CONTROLOS vs GBP – Significância estatística da PAS (NS- não significativo; S- significativo) na prova do ortostatismo passivo entre os valores de LF, HF e LF/HF em condições basais (basal) e os valores de LF, HF e LF/HF durante os diferentes passos da prova: na subida do ortostatismo passivo (TT), no primeiro minuto de adaptação (TA1) e no segundo minuto de adaptação (TA2).

2.1.2 Ortostatismo passivo: análise de variabilidade da FC (intervalo RR)

No grupo de controlo a análise estatística dos valores de LF, HF, LF/HF para o intervalo RR, comparando os valores médios basais e os valores encontrados durante a prova do ortostatismo passivo revelaram uma elevação estatisticamente significativa para o LF durante o TA1 (1128,07 vs 988,44 ms2), para o HF durante o TT (348,82 vs 477,66 ms2), e para o LF (656,74 vs 812,54 ms2) e LF/HF (2,62 vs 10,59 ms2) durante o TA2. O resultado em TA2 foi no sentido do aumento do LF e balanço LF/HF (Tabelas 7 e 8).

C-RR

n=15

Basal

TT

TA1

TA2

LF ms2 656,74±554,81 648,33±660,69 1128,07±988,44 812,54±592,86

HF ms2 348,82±329,82 477,66±457,51 240,30±169,18 155,72±153,37

LF/HF ms2 2,62±2,12 1,43±1,13 7,46±8,36 10,59±11,98

Tabela 7 – GRUPO CONTROLO – Valores de LF, HF e LF/HF (Hz) do intervalo RR em condições basais (basal), na subida do ortostatismo passivo (TT), no primeiro minuto de adaptação (TA1) e no segundo minuto de adaptação (TA2).

C-RR

n=15

Basal vs TT

Basal vs TA1 Basal vs TA2

LF ms2 NS (P<0,05) S (P>0,05) NS (P>0,05)

HF ms2 NS (P>0,05) NS (P>0,05) S (P<0,05)

LF/HF ms2 NS (P>0,05) S (P<0,05) S (P<0,05)

Tabela 8 – GRUPO CONTROLO – Significância estatística FC (NS- não significativo; S- significativo) na prova do ortostatismo passivo entre os valores de LF, HF e LF/HF em condições basais (basal) e os valores de LF, HF e LF/HF durante os diferentes passos da prova: na subida do ortostatismo passivo (TT), no primeiro minuto de adaptação (TA1) e no segundo minuto de adaptação (TA2).

Nos doentes com glaucoma de baixa pressão foram apenas encontradas diferenças entre os valores de LF basais e durante o TA2 (295,10 vs 108,33 ms2), com redução deste valor durante a prova (Tabelas 9 e 10).

GBP-RR

n=10

Basal

TT

TA1

TA2

LF ms2 295,10±217,81 258,82±246,29 364,29±422,69 108,33±102,72

HF ms2 108,26±90,46 87,76±81,50 72,41±89,12 52,99±53,90

LF/HF ms2 3,01±1,07 3,87±2,97 5,46±3,43 2,96±1,76

Tabela 9 – GRUPO GBP – Valores de LF, HF e LF/HF (Hz) do intervalo RR em condições basais (basal), na subida do ortostatismo passivo (TT), no primeiro minuto de adaptação (TA1) e no segundo minuto de adaptação (TA2).

GBP-RR

n=15

Basal vs TT

Basal vs TA1 Basal vs TA2

LF ms2 NS (P>0,05) NS (P>0,05) S (P<0,05)

HF ms2 NS (P>0,05) NS (P>0,05) NS (P>0,05)

LF/HF ms2 NS (P>0,05) NS (P>0,05) NS (P>0,05)

Tabela 10 – GRUPO GBP – Significância estatística FC (NS- não significativo; S- significativo) na prova do ortostatismo passivo entre os valores de LF, HF e LF/HF em condições basais (basal) e os valores de LF, HF e LF/HF durante os diferentes passos da prova: na subida do

Entre os dois grupos glaucoma e controlos foram encontradas diferenças com significado estatístico na análise do intervalo RR no que diz respeito aos valores basais de LF com valor mais baixo para os GBP (656,74 vs 295,10 ms2) , valores LF durante TA1 (1128,07 vs 364,29 ms2) e TA2 (812,54 vs 108,33 ms2) igualmente com valor mais baixo para os GBP; valores basais de HF (348,82,10 vs 108,26 ms2) e valores de HF em TT (477,66 vs 87,76 ms2), TA1 (240,30 vs 72,41 ms2), TA2 (155,72 vs 52,99 ms2) com valores mais baixos para os GBP; em relação a LF/HF foram encontradas diferenças para TT (1,43 vs 3,87 ms2) (P <0,005) com valor mais alto para GBP (Tabela 11).

CS vs GBP

Basal

TT

TA1

TA2

LF ms2 S (P<0,05) NS (P>0,05) S (P<0,05) S (P<0,05)

HF ms2 S (P<0,05) S (P<0,05) S (P<0,05) S (P<0,05)

LF/HF ms2 NS (P>0,05) S (P<0,05) NS (P>0,05) NS (P>0,05)

Tabela 11 – Controlos vs GBP FC – Significância estatística (NS- não significativo; S- significativo) na prova do ortostatismo passivo entre os valores de LF, HF e LF/HF em condições basais (basal) e os valores de LF, HF e LF/HF durante os diferentes passos da prova: na subida do ortostatismo passivo (TT), no primeiro minuto de adaptação (TA1) e no segundo minuto de adaptação (TA2).

2.2 Frio cutâneo

2.2.1 Frio cutâneo: análise de variabilidade da PAS

No grupo de controlo durante a prova do frio cutâneo, não foram encontradas diferenças para LF (5,27 vs 7,08 mmHg2), HF (1,40 vs 2,79 mmHg2), LF/HF (4,84 vs 4,70 mmHg2), entre os valores basais e os valores encontrados durante a prova relacionados com a pressão arterial sistólica (Tabelas 12 e 13).

C-PAS

n=15

Basal

Frio Cutâneo

LF mmHg2 5,27±5,31 7,08±6,10

HF mmHg2 1,40±1,17 2,79±2,88

LF/HF mmHg2 4,84±2,83 4,70±6,25

Tabela 12 – GRUPO CONTROLO – Valores de LF, HF e LF/HF (Hz) da Pressão Arterial Sistólica (PAS) em condições basais (basal) e após estimulação com gelo (frio cutâneo).

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