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Para promover sua subsistência o homem se apropria da natureza como se essa fosse uma fonte inesgotável de recursos. Essa condição vigorou por muitos anos entre a população. Deste modo, pode-se dizer que, desde a época da colonização no Brasil, os recursos naturais foram utilizados para facilitar a vida humana. A apropriação das florestas, seja como fonte de recursos econômicos ou mesmo para subsistência, demonstra a relação que o homem tinha com o meio natural. Outra relação estabelecida foi com os cursos d’água, que diante das necessidades humanas, tanto físicas – para sobrevivência, como econômicas – realização de atividades em gerais, acabou atraindo a população para áreas próximasdestes cursos.

Neste cenário, o que se evidencia é a ocupação das Áreas de Preservação Permanente, seja ela nos topos de morros ou nas margens de rios e outros cursos d’água. A este processo de ocupação, presente na maioria dos municípios, não foi dada a devida importância, o que acabou culminando na atual situação das áreas protegidas.

Mesmo com um grande avanço na legislação ambiental, somado a conscientização da população, esta ocupação continua a ocorrer e, é a cada dia mais danosa, trazendo mais prejuízos à população como um todo. Assim, neste panorama, fica clara a necessidade da intervenção visando à proteção dos recursos naturais.

Contudo, estas intervenções não são somente incumbências dos órgãos públicos, pois, num processo de Gestão Ambiental eficaz, forças devem ser somadas, ou seja, tanto os setores públicos como a sociedade civil devem estar envolvidos. Neste sentido cabe aos órgãos públicos a organização de políticas que promovam a sustentabilidade ambiental.

No Brasil existem 3 (três) esferas de governos – a Federal, a Estadual e a Municipal. As incumbências relacionadas à preservação ambiental são distribuídas entre essas esferas. Cada qual deve cumprir o determinado por lei. No entanto, verifica-se que a cada dia mais os municípios passam a realizar e participar com maior veemência destas atividades e/ou obrigações.

Assim sendo, o processo de Gestão Ambiental realizado nos municípios é algo determinante neste cenário de preservação e, por isso, foi o instrumento de análise nesta pesquisa, pois, para se compreender se as estruturas de Gestão Ambiental estão adequadas faz-se necessário conhecê-las.

Neste sentido, comprovando-se através da revisão de literatura a relevância da realização de uma Gestão Ambiental adequada para a efetivação da preservação ambiental, o trabalho em questão objetivou analisar como se apresentam as estruturas de Gestão Ambiental nos municípios margeados pelo Rio Iguaçu, em seu Médio Curso e de como estas se situam num contexto regional.

Desta forma, com base nas pesquisas realizadas, pode-se dizer que o problema pesquisado foi resolvido, bem como, seu objetivo foi alcançado, visto que as hipóteses analisadas foram confirmadas. Em relação aos objetivos específicos propostos para este trabalho pode-se dizer que foram igualmente atingidos, visto que as análises realizadas permitiram alcançá-los.

Sobre estes é possível afirmar que, ao analisar os Contextos Institucional, Social e Sócio-Econômico-Territorial Municipal, voltando para a Gestão Ambiental, verificou-se que os municípios, embora pertencentes a uma mesma região, apresentam características diferentes quanto à estrutura de Gestão Ambiental. Estas características vão desde a estruturação da administração pública voltada para o processo de Gestão Ambiental, onde se verifica maiores investimentos de alguns municípios, até a participação da sociedade civil organizada nas ações ligadas ao meio ambiente.

Da classificação dos municípios em grupos, qualificando-os segundo sua estrutura de Gestão Ambiental, pode-se concluir que, mesmo municípios que apresentam estruturas adequadas para a realização de uma Gestão Ambiental ainda não estão totalmente organizados, pois nenhum apresentou a existência dos fundos de meio ambiente, necessários, segundo o SISNAMA, para realização desta gestão. Outro fator verificado entre os municípios foi a falta de investimentos em uma equipe técnica multidisciplinar habilitada a gerir assuntos ambientais.

Quando comparada a situação das Áreas de Preservação Permanente nos municípios, como indicativo da efetivação das políticas de conservação, constatou- se que a estruturação dos órgãos ambientais municipais nem sempre refletem nas áreas protegidas, ou seja, a apresentação de uma estrutura de Gestão Ambiental

adequada não é, para os municípios pesquisados, a garantia de melhores condições de preservação do meio ambiente.

Em relação ao cartograma elaborado para apresentação dos diferentes contextos de gestão municipal, sob a ótica regional, pode-se dizer que surpreendeu devido à segregação das estruturas de gestão ocorridas ao longo do Rio Iguaçu, onde se verificaram uma melhor estruturação os municípios da margem direita do rio.

Em relação à metodologia aplicada nesta pesquisa pode-se dizer que esta foi adequada para o alcance dos objetivos, pois tanto na Revisão de Literatura, onde foi utilizado o Método Dedutivo, apoiado pela abordagem Sistêmica, foi possível o alcance dos resultados esperados, seguindo o caminho proposto no início deste trabalho. Sobre as referências bibliográficas, pode-se afirmar que todo o material consultado permitiu o enriquecimento deste trabalho, visto que ideias de autores renomados puderam ser utilizadas, contribuindo de maneira valiosa com esta dissertação.

Na intenção de contribuir com a sociedade, os dados aqui apresentados poderão servir de base para futuras investigações, visto que com a evolução da legislação e da maior cobrança pela efetivação das políticas ambientais, análises comparativas poderão ser efetuadas, visualizando a evolução dos municípios e suas políticas de gestão. Ainda como subsídios para os municípios, os dados provenientes desta pesquisa poderão ser considerados visando melhorias no processo de Gestão Ambiental Municipal.

Diante das conclusões apresentadas constata-se então a necessidade de maiores investimentos pelo poder público e também maior participação da sociedade civil organizada, somado a isso se tem ainda a necessidade de ações mais pontuais (investimento em fiscalização e educação ambiental) que realmente venham a refletir na efetivação das políticas de conservação ambiental. Deste modo, verifica-se mais uma vez a relevância desta pesquisa, que buscou analisar as estruturas de Gestão Ambiental nos municípios margeados pelo Rio Iguaçu, em seu Médio Curso.

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