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DOMÉSTICA E FAMILIAR

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente artigo traduz de forma incontestável que a experiência prática proporcionada aos docentes e discentes, quando da realização do projeto de extensão de “Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar: Direitos e Garantias da Mulher Agredida” é imensurável. O relato das mulheres beneficiadas com a atenção aos seus problemas, somado ao rico processo de formação humanista acumulado pelas alunas, são exemplos de uma formação acadêmica integral. Os benefícios são mútuos e a UNISC cumpre sua missão institucional de promover e desenvolver soluções dos problemas de sua comunidade.

A extensão universitária na formação prática dos acadêmicos

do Curso de Direito é uma ferramenta muito interessante para que os alunos desenvolvam no campo de atuação, experimentando de forma epidérmica a realidade, os ensinamentos teóricos aprendidos dentro da sala de aula. Costuma-se dizer no meio extensionista que um aluno que teve experiência na dimensão da extensão durante a sua formação é um aluno mais completo, mais apto e preparado para se inserir de forma mais adequada na vida profissional. Pelo que se percebeu durante a preparação deste artigo, essa afirmação pode-se entender verdadeira. A riqueza dos relatos de experiência, o testemunho encantador das bolsistas e a descrição das atividades são elementos que corroboram essa mesma afirmação.

O presente artigo foi desenvolvido em três partes. Na primeira, pretendeu-se abordar a concepção e as diretrizes da extensão universitária brasileira. A compreensão das finalidades da educação superior, com destaque para a extensão e o conhecimento e domínio sobre os conteúdos do plano nacional de extensão, é fundamental para quem pretende fazer a correta leitura da importância dessa dimensão formativa no percurso acadêmico.

Percebeu-se, igualmente, que a UNISC tem clareza na definição da extensão universitária através de seus marcos legais internos. Soma-se a isso uma trajetória consolidada no Soma-seio da comunidade regional que se expressa pela sua caminhada histórica desde a fundação de sua mantenedora, ainda na década de sessenta do século passado.

No segundo capítulo foram destacados o aprendizado do estudante e as contribuições para a sociedade, com ênfase no papel da extensão nas universidades comunitárias. Nesse aspecto, restou nítido que a UNISC fundamenta suas diretrizes em uma formação integrada das dimensões de ensino, pesquisa e extensão.

As normativas internas direcionam, jogam luzes e estimulam o desenvolvimento de processos ensino-aprendizagem centrados na prática e na realidade da comunidade.

Na terceira parte, o objetivo foi o de analisar alguns aspectos referentes ao projeto de extensão chamado “Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar: Direitos e Garantias da Mulher Agredida”. Os dados alarmantes e crescentes de violência contra a mulher no Brasil infelizmente justificam e tornam cada vez mais necessário o desenvolvimento de projetos com essa temática.

O acolhimento da mulher agredida, a tentativa de minimizar o constrangimento sofrido e finalmente o alcance da rede de atenção e proteção são destaques desse projeto. Bem orientadas pelos professores coordenadores, as bolsistas fazem um trabalho social absolutamente relevante e importante e merecem todo o reconhecimento.

Finalmente, afirmamos de maneira muito segura que o projeto de extensão “Enfrentamento da Violência Doméstica e Familiar: Direitos e Garantias da Mulher Agredida” é um projeto destacado dentro e fora da UNISC, pela sua importância. Com um trabalho abnegado, comprometido e intenso dos coordenadores e bolsistas, afirmamos que é um privilégio para a UNISC poder desenvolver esse trabalho. Para muito além dos benefícios diretos às mulheres agredidas e violentadas, a repercussão e a visibilidade que o projeto atingiu nos últimos anos contribuiu para que esse assunto, essa temática, esse tabu, fossem parar na mesa de discussões das famílias da nossa região. As reportagens e entrevistas com as repercussões do projeto certamente contribuíram muito sob o ponto de vista preventivo e pedagógico da prevenção à violência doméstica. Quanto mais pessoas debaterem, discutirem, falarem sobre essa temática, mais certamente o nível de vigilância e prevenção coletiva da comunidade crescerá.

Docentes, alunos e comunidade integrados em um projeto como esse são motivos de sobra para comemorarmos o êxito do trabalho de uma universidade comunitária como a UNISC.

NOTAS

1 Mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. Fisioterapeuta pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA). Diretor de Extensão e Relações Comunitárias da UNISC. E-mail:

angelo@unisc.br.

2 Mestre em Desenvolvimento Regional pela Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Bacharel em Direito pela UNISC. Assessora da Direção de Extensão e Relações Comunitárias da UNISC. E-mail: patrikon@unisc.br

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E FAMILIAR CONTRA A MULHER: DIREITOS E

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