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Os problemas ambientais são reais e urgentes. As consequências desse desequilíbrio são presenciadas ao nosso redor e noticiadas diariamente nos meios de comunicação. Medidas enérgicas e adequadas precisam ser tomadas para reverter esse quadro acelerado de destruição dos recursos naturais.

Se por um lado tivemos avanços com a aprovação de leis de proteção e fiscalização ambiental ao longo desses anos, por outro, tivemos um retrocesso na postura inconsequente do ser humano, que movido pela obsessão do progresso a qualquer custo e do consumismo desenfreado, não consegue enxergar as consequências desastrosas que incidirão para as próximas gerações.

Para isso, a educação exerce um papel fundamental nessa tomada de consciência, para a necessidade de busca por mudanças de atitudes nessa relação do ser humano com o meio natural. A escola como instituição educativa precisa assumir seu papel transformador e abrir espaço para a discussão da Educação Ambiental de forma mais ampla, levantar as causas e as consequências desse contexto, levando os jovens cidadãos a participarem da resolução dos problemas e da busca por alternativas.

A Política Nacional de Educação Ambiental traz esse respaldo de que a educação ambiental deve ser um componente essencial e permanente do processo educativo.

Há vários documentos que amparam essa discussão no âmbito escolar, no entanto, a BNCC é um documento planejado há muito tempo e que se pretende como documento norteador das propostas pedagógicas, sendo uma referência nacional e obrigatória para a elaboração dos currículos de todas as escolas do país.

Neste sentido, entendemos que com base nos dados coletados, a Base Nacional Comum Curricular, embora aborde a temática da Educação Ambiental, o faz de forma fragmentada, não contemplando o caráter interdisciplinar, integrador e transversal que a EA necessita, e que o próprio documento menciona, trazendo um enfoque muito tímido, não contribuindo significativamente para a organização curricular das instituições e para uma mudança de postura das práticas dentro das salas de aula.

Ao relegar a opção para as escolas incluírem a discussão, pode contribuir para a permanência de projetos isolados e fragmentados sobre a temática,

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praticados em datas específicas, exclusivamente nas disciplinas de Ciências e Geografia. Na qual os educadores já se encontram sobrecarregados e pressionados com a obrigatoriedade meritocrática de elevar índices das avaliações externas, avaliações essas que não contemplam a temática da Educação Ambiental no âmbito político, econômico e social, além disso, terão que ultrapassar a barreira de falta de formação nessa área para pôr em prática a inclusão do tema.

A abordagem não é inexistente na BNCC, no entanto, fica abaixo das expectativas para um tema tão importante e necessário, num documento normativo, que poderia amparar de forma clara e objetiva a implantação da Educação Ambiental de forma permanente.

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