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Após a realização deste estudo, observamos que as queimaduras são geradas a partir de diversos agentes, com diferentes intensidades e por consequência, diferentes sequelas. Devido à escassez de estudos realizados sobre o tema, não podemos afirmar quantitativamente a incidência de acidentes ocorridos nos últimos anos no mundo, mas estima se que no Brasil aproximadamente 1 milhão de casos são relatados anualmente. Em sua grande maioria, os acidentes ocorrem na própria residência do indivíduo, neste caso, ocorrendo com maior incidência em crianças e mulheres, e nos casos dos homens, a grande maioria foram acidentes no trabalho. Portanto, programas de conscientização e informação junto à população poderiam ser mais acessíveis e rotineiros na sociedade.

Muitas consequências são desenvolvidas a partir dos acidentes que os pacientes sofrem, em sua maioria, os casos relatados são de queimaduras de 2º e 3º grau, essas consequências podem comprometer diferentes estruturas orgânicas, além disso, a extensão da superfície corporal queimada é outro aspecto importante a ser avaliado, devendo ser analisado o mais precisamente possível, por ser um dos fatores que mais influência na repercussão sistêmica e na sobrevida do acidentado. As queimaduras geram traumas graves, pois suas consequências podem resultar em desordens físicas, psicológicas e sociais.

As complicações respiratórias e motoras são comuns, e no que tange à fisioterapia, as mais comuns são: problemas pulmonares devido à hipoventilação, além de que o uso excessivo de sedativos promove o surgimento secreções brônquicas e por vezes a necessidade de ventilação mecânica invasiva; as complicações motoras mais desenvolvidas são as cicatrizes hipertróficas, queloides, rigidez articular, entre outros.

A atuação do fisioterapeuta é considerada eficaz e imprescindível. Para isso, o conhecimento inerente às sequelas é de extrema importância para a identificação dos impactos das queimaduras em nosso meio. A fisioterapia age com eficácia no tratamento de pacientes queimados diminuindo sequelas funcionais e estéticas.

O tratamento exige sabedoria de técnicas e condutas específicas, que além de resultarem na melhora motora e respiratória, auxiliam na evolução positiva do paciente. As mais comuns citadas na literatura são: reexpansão pulmonar, reeducação da função respiratória, broncodesobestrução, massoterapia, entre outras.

A fisioterapia deve ser iniciada desde a admissão do paciente para que haja redução das complicações decorrentes. As formas de tratamentos são amplas para este tipo de paciente. O laser é um dos exemplos de instrumentos utilizados, e se mostra muito importante no processo de cicatrização das feridas, auxiliando na regeneração tecidual.

É de extrema importância salientar que pacientes e profissionais devem se conscientizar de que técnicas fisioterapêuticas e frequência de tratamento devem andar lado a lado, pois além do bem estar hospitalar, o resultado final do tratamento depende de todo o processo.

Em nosso estudo foi encontrado uma maior prevalência na fase de vida adulta, do sexo masculino (53,3%), que se autodeclaram pardos (45,2%) e solteiros (68,4%). Os incidentes ocorreram em sua grande maioria em domicílio (47,7%), por agentes térmicos (82,0%), causadas por queimaduras de 3º grau (71,3%). Quase 90% não tiveram complicações durante a internação hospitalar, a taxa de óbito foi de 6,6%. No que tange a fisioterapia, 100% dos pacientes fizeram fisioterapia motora e 95,8% respiratória. Os procedimentos fisioterapêuticos mais utilizados neste estudo foram a cinesioterapia global (92,8%), deambulação (86,8%), posicionamento (84,4%), reexpansão pulmonar (84,4%), exercícios respiratórios (82,5%) e tosse assistida (55,0%).

Quanto às limitações deste estudo, destacamos a dificuldade durante a realização da pesquisa bibliográfica devido à escassez da literatura no que diz respeito a pacientes queimados e a atuação da fisioterapia.

Quanto ao estudo de campo, encontramos grande dificuldade no momento da coleta de dados, uma vez que os prontuários estavam consideravelmente desorganizados, alguns incompletos ou com poucas informações; as condutas realizadas não eram descritas em sua amplitude, sendo sempre generalizadas; em alguns casos as letras eram ilegíveis e os prontuários danificados pelo tempo por serem ainda em papeis, dificultando a todo o momento a coleta dos dados. Ressaltamos a necessidade de que se melhorem os registros em nossos hospitais, para, dessa forma, possibilitar pesquisas futuras.

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