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Considerações finais Estamos diante de uma sociedade com hábitos sedentários e, portanto, com

aumento significativo da prevalência de comorbidades como obesidade e outras, assim como maior prevalência de DCNTs relacionadas ao sedentarismo. Por sua vez, sabe- se que o exercício físico é importante para a saúde e bem-estar da população em geral; corroborando tal afirmação revisões recentes conduzidas nas novas diretrizes de 202028 não deixam dúvidas quanto aos benefícios da prática regular de atividade física.

As consequências da negligência acerca da presença do exercício físico na atenção primária são refletidas por uma cascata de eventos que envolvem comportamentos sedentários, aumento na prevalência de DCNTs, aumento da incidência de comorbidades relacionadas, sobrecarga dos sistemas de saúde e um sistema de saúde público oneroso, tendo como principal prejudicado o indivíduo que mais necessita deste serviço público. Sendo assim, esperamos que o presente guia possa trazer de forma racional e objetiva, a necessidade de implementação do exercício físico na atenção primária, como ferramenta tanto preventiva quanto terapêutica. O êxito desta medida depende, por exemplo, do ingresso do PEF no âmbito da atenção primária no SUS (UBS, atendimentos domiciliares e mais recentemente, hospitais), como executor de programa de exercício físico, com objetivos de prevenção e/ou reabilitação na equipe multidisciplinar de saúde, considerando a formação específica deste profissional. Aos gestores de Saúde Pública, recomenda-se que a proposta de implementação do exercício físico na atenção primária deva ser interpretada como prioridade, e notadamente, acompanhada de formação continuada de seus profissionais, visando a constância do conhecimento e competências destes, e consequentemente, a excelência do serviço.

Neste contexto, a inserção definitiva do PEF dentro da UBS acarreta desafios, pois se trata de um caminho novo a ser percorrido, de nova reestruturação curricular, e interação com outras áreas da saúde. No entanto, considerando ser este profissional determinante para a implementação e evolução dos protocolos de reabilitação e prevenção envolvendo exercício físico, espera-se que a inserção do PEF na atenção primária seja alavancada no futuro, promovendo assim, maior sensibilidade profissional na condução dos programas de exercício. Ademais, a nova resolução40 vem de

encontro com estes novos desafios, pois proporciona ao PEF nova perspectiva de trabalho, deixando claro a capacidade de intervir em contextos de atenção primária e também em ambientes hospitalares, dentro da estrutura hierarquizada preconizada pelo Ministério da Saúde no âmbito do SUS.

A necessidade da mudança do estilo de vida (considerando o comportamento da prática regular de atividade física) deve ser uma via de mão dupla, onde o paciente, médico e PEF devem estar em sintonia, pois só assim o plano traçado se tornará eficaz. O aconselhamento sobre o tema e aspectos motivacionais (redução do estress/ ansiedade, condicionamento físico, saúde, prevenção de doenças, qualidade de vida, entre outros) para a prática sistematizada de atividade física, assim como a prescrição do exercício físico, são tão importantes quanto a prescrição de um plano alimentar ou a de um tratamento farmacológico, e por este motivo, deve ser conduzida de forma responsável. A presente proposta deve contribuir para melhores resultados em saúde e controle de comorbidades, assim como redução da sobrecarga do sistema de saúde, e dos gastos em saúde pública.

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Sylvia Karine de Deus Bussulo Sergio Marques Borghi

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