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. A pesquisa realizada foi do tipo qualitativa, foram utilizadas as técnicas de entrevista semiestruturada para a coleta de informações, e de análise de conteúdo para o processo analítico. As entrevistas ocorreram em dezembro de 2012. O método adotado foi o dialético-critico, que possui como categorias centrais a totalidade, a historicidade e a contradição.

Como resultado de pesquisa constatou-se que as pessoas se inserem na sociedade como vendedoras de sua força de trabalho, uma sociedade que valoriza a aparência, o ter, e não mais o ser, o belo estereotipado. Logo, na sociedade que padroniza a família ideal, a beleza, os gostos, enfim padroniza o modo de viver, a pessoa com deficiência não encontra lugar, pois ela é anormal aos olhos da estética dominante. A forma de organização da sociedade não permite a inserção da pessoa com deficiência. Ela se encontra em situação de invisibilidade. Estes processos sociais se interpenetram nos processos particulares, nas relações entre a família e a pessoa com deficiência e favorece o assujeitamento da mesma, porque a família, frustrada pelo filho não corresponder aos ideais da sociedade, não reconhece que ele pode se inserir na sociedade, que pode ter vida laborativa e vida amorosa.

As famílias têm expectativas sociais de que seus filhos cresçam e se tornem cidadãos que correspondam a esta sociedade, que sejam bons profissionais, que tenham uma família perfeita e feliz, e que sejam pais maravilhosos, sujeitos bem sucedidos. Mas, diante do nascimento desta criança com deficiência, o futuro fica incerto, ou melhor, os pais já não veem futuro para este filho. A frustração dos genitores é imensa, sendo necessário desconstruir a imagem do bebê ideal, perfeito, para dar lugar ao filho com deficiência. E, a partir daí, lutar para tornar esta criança

um adulto o mais independente possível, que possa ser um cidadão como outro qualquer, apesar de suas limitações.

Neste processo, algumas famílias têm atitudes de negligência e maus tratos, e de superproteção, impedindo que o filho com deficiência adquira autonomia e independência, mesmo que relativa devido à sua deficiência, podendo ingressar no mercado de trabalho, constituir família, se for desejo seu. Esta violação de direitos ocorre no ambiente familiar, com famílias vulnerabilizadas de todas as formas e que tem como prioridade suas necessidades básicas, como conseguir comprar alimentos, pagar conta de gás etc. Os cuidados com o filho se torna secundário diante da urgência da sobrevivência.

A negligência ocorre não apenas nos cuidados essenciais básicos, mas também quanto aos cuidados com ele ao não levar o filho aos atendimentos na APAE, que são fundamentais à sua reabilitação.

contribui para o isolamento social da pessoa com deficiência e sua família, que diante do olhar do outro, da discriminação e preconceito não consegue ter vida social, sua convivência se restringe apenas à APAE e âmbito familiar. No entanto, um trabalho realizado pelos profissionais pode contribuir para que a família estabeleça outra forma de relação com a pessoa com deficiência, como proposição Diante destas atitudes, a família é culpabilizada pelos profissionais, apesar de não ter condições efetivas de cuidar e proteger seus membros com deficiência, pois ela se encontra vulnerabilizada econômica, social e psicologicamente. Constata-se, portanto, que a família pode ser facilitadora no processo de independência, autonomia e fortalecimento da pessoa com deficiência como, ao contrário, pode impossibilitar que ele adquira autonomia e continue sendo visto como uma pessoa totalmente incapaz e dependente.

O preconceito construído socialmente se manifesta nas relações familiares e de estudo fica a possibilidade dos Assistentes Sociais trabalharem com as famílias, com intuito de sensibilizar as famílias para fortalecer a autonomia das pessoas com deficiências.Não apenas o assistente social mas toda a equipe multidisciplinar da APAE trabalha com as famílias de sujeitos com deficiências.

O papel do Assistente Social é o de inclusão social dos usuários com deficiências intelectuais e/ou múltiplas, orientar os familiares sobre os direitos dos usuários de receber o Benefício de Prestação Continuada e passe livre, que

possibilitem a ter uma melhor qualidade de vida, prestar orientações socioeducativas, além de realizar ações interventivas que viabilizem os direitos dos usuários.

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Prezado(a) Senhor(a):

Estamos desenvolvendo uma pesquisa cujo título é “O Processo de Violação de Direitos de usuários com Deficiências na APAE de Ijuí-RS”. Este trabalho é fruto do curso de graduação em Serviço Social na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUÍ) e tem como objetivos analisar como a família contribui com o processo de violação de direitos dos usuários com deficiências na APAE de Ijuí-RS, com a finalidade de oferecer subsídios que favoreçam o aprimoramento da intervenção com estes sujeitos.

A metodologia utilizada para a realização da pesquisa é pesquisa qualitativa, como instrumento de pesquisa será utilizada entrevista semi- estruturada.

Esta pesquisa será feita através de entrevistas cujos dados, posteriormente, serão tabulados/transcritos e analisados. Os instrumentos de coleta serão através de entrevistas, que ficarão sob nossa responsabilidade por um período de cinco anos e serão utilizadas apenas para fins científicos vinculados ao presente projeto de pesquisa, após serão deletados e/ou incinerados.

Nós pesquisadores garantimos que as informações obtidas serão utilizadas apenas para fins deste estudo/pesquisa podendo você ter acesso as suas informações e realizar qualquer modificação no seu conteúdo, se julgar necessário.

Seu nome e o material que indique sua participação não será divulgado. Você não será identificada(o) em qualquer publicação (exemplificar) que possa resultar deste estudo.

dela a qualquer momento, podendo solicitar que suas informações sejam desconsideradas no estudo, sem constrangimento. Mesmo concordando em participar da pesquisa poderá recusar-se a responder as perguntas ou a quaisquer outros procedimentos. Como sua participação é voluntária e gratuita, está garantido que você não terá qualquer tipo de despesa ou compensação financeira durante o desenvolvimento da pesquisa.

Eu, José Wesley Ferreira, bem como Silvana Rejane Siminóvski Oss, assumimos a responsabilidade na condução da pesquisa e garantimos que suas informações somente serão utilizadas para esta pesquisa, podendo os resultados vir a ser publicados.

Caso ainda haja dúvidas você poderá pedir esclarecimentos a qualquer um de nós, nos endereços e telefones abaixo

Silvana Rejane Siminóvski Oss, Rua Viajantes, nº 14, apto 401 A, centro, Ed. Casabela, Ijuí-RS, Fone: (55) 9928-2139.

José Wesley Ferreira, Rua São Boaventura, Bloco 2, Apartamento 201, Bairro São Geraldo, Ijuí-RS, Fone: (51) 8123-5346

Ou ao Comitê de Ética em Pesquisa da UNIJUI - Rua do Comércio, 3.000 - Prédio da Biblioteca - Caixa Postal 560 - Bairro Universitário - Ijuí/RS CEP 98700-000. Fone/fax (55) 3332-0301; email cep@unijui.edu.br.

O presente documento é assinado em duas vias de igual teor, ficando uma com o sujeito da pesquisa e outra arquivada com o pesquisador responsável.

ciente das informações recebidas concordo em participar da pesquisa, autorizando a utilização das informações por mim concedidas e/ou os resultados alcançados.

_____________________ Assinatura do entrevistado (ou seu responsável legal)

(Se for alfabetizado)

Impressão dactiloscópica

(Se for analfabeto)

Assinatura do orientador(a)

Nome do (a) orientador (a)

CPF do (a) orientador (a)997513800-49

Assinatura do aluno(a)

Nome do (a) aluno(a)Silvana R.Siminóvski Oss CPF do (a) aluno (a)739549340-00

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