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CONSIDERAÇÕES FINAIS: “A gente acha que o computador é só aquilo que a gente

No documento mirellavaleperotta (páginas 166-200)

mas é muito além. A tecnologia vai muito além”

O texto é um objeto virtual, abstrato, independente de um suporte específico. Essa entidade virtual atualiza- se em múltiplas versões, traduções, edições, exemplares e cópias. Ao interpretar, ao dar sentido ao texto aqui e agora, o leitor leva adiante essa cascata de atualizações (...) a leitura resolve de maneira inventiva e sempre singular o problema do sentido. A inteligência do leitor levanta por cima das páginas vazias uma paisagem semântica móvel e acidentada.

Pierre Lèvy

Uso o trecho de Lèvy (1996) entendendo o “texto” como algo além do que está escrito em páginas impressas ou digitalizadas. Denomino “texto”, as imagens, as falas, as idéias expressas, o “discurso elaborado ou propósito deliberado” (LÈVY, 1996, p. 37). No trabalho de campo por mim realizado, portanto, os textos são as enunciações construídas por mim, em conjunto com as enunciações dos alunos participantes da pesquisa.

Assim, as idéias e opiniões de cada membro de nosso grupo iam sendo construídas coletivamente no decorrer das sessões de Grupos Focais Reflexivos. No início, a concepção de inclusão digital e a visão sobre o computador/internet na escola e na Universidade não eram claras. O texto era “semeado de brancos” (LÈVY, 1996), de aspectos obscuros, de idéias contraditórias pela não compreensão do assunto que nos dispusemos a discutir.

Aos poucos os “brancos” iam sendo substituídos pela compreensão, pela ampliação das potencialidades do computador/internet:

Daniele: Eu acho que eu comecei, agora, a entender que é importante mesmo o uso dessas ferramentas e mais ainda, a discussão dentro da faculdade, por parte dos professores, que não existe.

(Fragmento das discussões do Grupo Focal Reflexivo realizada no dia 19 de junho de 2007 – Grupo 01). Raquel: Eu achei interessante porque a gente acha que o computador é só aquilo que a gente vê, mas é muito além. A tecnologia vai muito além.

(Fragmento das discussões do Grupo Focal Reflexivo realizada no dia 19 de junho de 2007 – Grupo 01).

Ter o contato com textos, com os objetivos da implantação do infocentro, com seus direitos e deveres em relação a este ambiente configurava-se, a cada encontro, em uma forma de

valorizar a utilização deste instrumento nos processos de ensino-aprendizagem e de preocupar-se com sua inserção, de maneira significativa, em instituições educativas.

Ao desenvolver uma pesquisa qualitativa de abordagem histórico-cultural, os objetivos não centram-se apenas no diagnóstico de uma realidade; mas pretende-se também, intervir de maneira a realizar um trabalho de formação com os envolvidos no processo.

Nesta perspectiva, acredito que a discussão sobre o tema em questão, aliada à possibilidade de falar e ter sua voz ouvida/respondida, trouxe uma (re)configuração do olhar sobre o computador/internet, sobre as escolas de Ensino Fundamental, sobre o curso de Pedagogia da UFJF, sobre seus professores e sobre a atitude adotada por eles, alunos deste curso:

Mirella: O que significou para vocês, que sentidos vocês constroem para esses encontros que a gente realizou, as discussões que foram estabelecidas aqui? O que isso representou para vocês?

Gilberto: Para mim foi bom para saber como funciona uma pesquisa mais de perto... ver os obstáculos, as limitações. E a própria discussão em si, o conteúdo leva a gente a pensar primeiro o que a gente faz, já que esse também é um dos objetivos da pesquisa. E começa a lançar para mim também a possibilidade de usar o computador, sem ter que fazer grandes malabarismos. Dá para você descobrir um recurso... você tem um lugar que é mais pobre, mesmo assim, dá para você fazer algo. E para mim abre as possibilidades, não respostas prontas, mas abre o campo para pensar mais sobre isso. Que era uma discussão que eu não fazia. Ou se fazia era ocasionalmente, nada rigoroso. A gente buscou isso com textos, com pesquisas. Acho que principalmente isso. Abre esse leque de possibilidades para a gente. Mirella: Então despertou um pouco a sua atenção para esse assunto também!?

Gilberto: Para usar também, na educação. Que é o nosso curso, a nossa tarefa.

Daniele: É, para mim também. Despertou agora para eu usar na minha prática, sabe? Eu vou usar na escola agora... como que eu posso trabalhar com os meus alunos? Começo a pensar nisso (...) Antes eu não tinha parado para pensar na importância que tem. Agora eu penso no que ele pode contribuir para melhorar as aulas.

(...)

Roberta: Despertou mais o interesse pela internet, sabe?

Mirella: Você não tinha muito interesse, né!? Por que começa esse interesse? O que você acha que mudou?

Roberta: Não seria nem tanto interesse, mais necessidade mesmo.

Raquel: Acho que a gente começa com a necessidade... e você começa a mexer na internet, você vai vendo que ela te dá tantas possibilidades que você acaba tendo muito interesse por ela.

(Fragmento das discussões do Grupo Focal Reflexivo realizada no dia 04 de julho de 2007 – Grupo 01).

É possível notar, diante disso, que os alunos começam a se aproximar do computador/internet de forma a expandir a utilização efetivada anteriormente, basicamente restrita ao lazer e à digitação de trabalhos. As mudanças voltam-se mais para o Ensino Fundamental e para suas práticas pedagógicas, mas já noto um movimento inicial de reflexão sobre um assunto que praticamente não era pensado anteriormente.

Percebo ainda, que no desenrolar desta pesquisa, minha visão também era constantemente reformulada. Entrava em conflito com diversas vozes, questionava-as, refletia sobre elas, colocava-me no lugar do outro, reformulava minha opinião. Isso porque, nas palavras de Lèvy (1996, p. 37):

escutar, olhar, ler equivale finalmente a constituir-se. Na abertura ao esforço de significação que vem do outro, trabalhando, esburacando, amarrotando, recortando o texto, incorporando-o em nós, destruindo-o, contribuímos para erigir a paisagem do sentido que a habita. O texto serve aqui de vetor, de suporte ou de pretexto à atualização de nosso próprio espaço mental.

Assim, através das entrevistas individuais com os gestores do infocentro, compreendi e aceitei várias atitudes e posicionamentos. Conversei com muitos alunos ainda no Estudo-Piloto, ajudei alguns a entender melhor as “políticas” do infocentro e reconstruir sua opinião. Entrevistei os bolsistas, que também são alunos, e consegui me colocar melhor no lugar dos discentes. Trabalhei com alguns alunos dos cursos de Pedagogia da UFJF e, juntos, reformulávamos nossa opinião a respeito do infocentro. O meu conhecimento e o desses alunos iam sendo construídos a partir do diálogo e da relação estabelecida entre nós.

Da mesma forma, ao retomar as gravações/filmagens, as transcrições de fita e as notas de campo de nossos encontros, rememorava as reflexões oriundas de cada tema e os sentimentos por eles despertados. Esse retorno representava uma “atualização” (LÈVY, 1996) do que havia sido vivenciado, uma (re)interpretação e uma nova compreensão.

Neste momento, as relações com os textos de teóricos sobre o assunto faziam-se ainda mais presentes. Os autores ajudavam-me a desdobrar e compreender melhor os sentidos daqueles acontecimentos, daquelas falas. Ao mesmo tempo, o que foi por nós vivenciado iluminava e contextualizava meu entendimento sobre os textos lidos.

Por isso, não foram apenas as falas dos alunos do curso de Pedagogia da UFJF que se fizeram importantes. Como destaca Lèvy (1996, p. 36), “não é mais a unidade do texto que está em jogo, mas a construção de si, construção sempre a refazer, inacabada. Não é mais o sentido do texto que nos ocupa, mas a direção e elaboração de nosso pensamento, a precisão de nossa imagem do mundo”. Diante disso, Lèvy (1996) acredita que o texto inicial em si não existe. Ao ser “atualizado”, o que resta são interpretações, compreensões, estabelecimento de relações e, por isso, a construção de um novo texto, diferente daquele inicial, embora muitas vezes baseado nele.

Foi desta maneira que minha dissertação foi construída. Aqui encontra-se a minha visão sobre o infocentro. Uma visão que é permeada pelas minhas crenças, vivências e opiniões; pelas vozes dos sujeitos dessa pesquisa; pelos textos de teóricos que abordam as Tecnologias da Informação e da Comunicação; e pelas idéias de pesquisa e sociedade propostas por Bakhtin e Vygotsky. Portanto, pode ser diferente da visão de possíveis leitores deste texto. Esta é apenas uma “atualização” das tantas possíveis de serem feitas.

É uma visão que se materializa, no conceito de Bakhtin, em um olhar exotópico. Ao olhar de fora, pude vislumbrar aspectos até então despercebidos por aqueles que se encontram mais envolvidos com o infocentro – gestores, bolsistas e alunos, por freqüentarem esse ambiente – e, com a minha contrapalavra, acredito ter despertado um movimento de reflexão sobre a realidade do infocentro e sobre o computador/internet, seja nas escolas ou nas Universidades.

Este trabalho possibilitou-me, ainda, uma compreensão do infocentro e dos sentidos à ele atribuídos por alunos do curso de Pedagogia da UFJF. Trabalhar com questões que envolvam o computador/internet em sua relação com a educação torna-se importante por ser este um assunto ainda pouco explorado. Percebo ainda mais, a importância de se preocupar com as implicações que ambientes como os infocentros podem trazer para a formação inicial de professores, tema sobre o qual inexistem trabalhos.

Como uma iniciativa recente, mas que vem sendo amplamente difundida, as Universidades estão se equipando de maquinário com o fim de minimizar a exclusão digital. Esse é o caso da UFJF e percebo que muitos alunos começam a se aproximar de instrumentos como o computador/internet por meio destes ambientes. Apesar de todas as críticas feitas, os discentes também apontam os aspectos positivos deste local. Uma das mudanças trazidas é a aproximação, ainda que tímida e restrita, dos alunos com o computador/internet:

Mônica: Outra coisa em relação à importância do Infocentro... eu vi muita gente o ano passado, da minha sala, não sabia mexer no computador. Então ia todo mundo para o Infocentro... eu acho que incentiva a pessoa, eu acho que ela vê a importância da informática. A metade da minha turma não tinha nem e-mail. Então depois que começou a freqüentar o Infocentro, ver as pessoas freqüentando, então elas começaram a criar e-mail. Então uma pessoa no ano passado, quando começou e hoje, quanto que ela já sabe mexer? Ela foi basicamente obrigada a saber, porque se a Universidade está disponibilizando isso... (Fragmento das discussões do Grupo Focal Reflexivo realizada no dia 25 de maio de 2007 – Grupo 02).

Diante dessa fala é possível notar que a visão a respeito da informática ainda é estreita, sendo vista como “um conjunto de ferramentas para calcular, escrever, conceber e comunicar mais depressa e melhor” (LÈVY, 1996, p. 85). O foco quando se trata deste instrumento, geralmente recai sobre a agilidade e beleza que pode proporcionar ao trabalho.

Assim, apesar da aproximação que acontece, ainda não evidencio reflexões aprofundadas sobre a utilização do computador/internet, ainda não vislumbro atitudes que tornem possível uma inclusão digital ampliada, como Seminários, cursos, entre outros. Falta a realização de um trabalho junto aos professores do curso de Pedagogia da UFJF, para que estes proponham atividades que envolvam o uso deste instrumento e consigam formar futuros docentes que, por sua vez, também consigam envolvê-los em suas aulas de maneira mais natural. A preocupação com o discente do curso de Pedagogia é fruto da opinião de que seu olhar sobre esta tecnologia norteará a forma com que se posiciona diante dela em sua vida e em seu ambiente de trabalho, trazendo ou não transformações para o seu cotidiano profissional e as atividades que nele desempenha e propõe.

Da mesma forma, ainda não percebo o computador como “invisível” no sentido idealizado por Salvat (2000)52. Noto, através da análise dos gráficos elaborados durante o Estudo Piloto53 e através das falas dos alunos do curso de Pedagogia da UFJF durante as sessões de Grupo Focal Reflexivo, que o sentido por eles atribuídos ao computador/internet ainda é restrito, justamente por não conseguirem vislumbrar potencialidades outras daquelas apresentadas pelo professor.

Evidencia-se, diante disso, que nem todos os objetivos propostos no Projeto Organizacional e Pedagógico (2005) do infocentro foram atingidos. As transformações trazidas com sua implantação ainda são pouco visíveis, estando relacionadas à utilização para digitação de trabalhos, pesquisa na internet e acesso ao e-mail. Contudo, para aqueles que sequer tinham contato com o computador/internet, esse pode ser o início de uma grande descoberta.

É fato, diante disso, que não há uma real apropriação do instrumento. O tempo é um dos fatores que podem justificar tal distância com o computador/internet. De acordo com Salvat (2000), os avanços tecnológicos são rápidos e muitas vezes nossa capacidade cognitiva não consegue acompanhar tal evolução. As possibilidades que esta tecnologia abrange são muitas,

52 Este termo foi trabalhado nos capítulos 3 e 4.

53 Os gráficos encontram-se nas páginas 116 e 117 desta dissertação e apontam para a pequena utilização

porém, o conhecimento das mesmas para um uso que possa trabalhá-las de maneira ampla nas escolas e Universidades nem sempre acontece.

Assim, assumo que existem problemas e carências, seja no Projeto Organizacional e Pedagógico (2005) do infocentro, seja em sua implantação; mas vejo nele uma oportunidade para que os alunos comecem a desvendar os caminhos do computador/internet e para que professores despertem seu interesse para este assunto, passando a incentivar e colaborar o uso efetivado pelos discentes.

Essa é uma fase inicial, são dois anos de existência do infocentro na FACED e este estudo pode observar que por enquanto apenas a aproximação com estes instrumentos acontece. O computador/internet adentra esta instituição, mas ainda gera certa estranheza; ainda causa expectativas e desconfianças. Com o tempo, acredito que ele possa ser melhor apropriado às práticas desenvolvidas pelos professores e alunos. Porém, além do tempo, requer ajudas específicas para que esse ideal seja concretizado, requer o envolvimento de todos os atores para a integração deste instrumento. Portanto, é indispensável que sua utilização seja incentivada através, inclusive, da divulgação das possibilidades de uso do infocentro.

De acordo com Arruda (2004), para que a inovação se efetive em uma instituição de ensino não basta inserir máquinas, instalar internet e comprar softwares. Precisa existir uma inovação pedagógica advinda da utilização das tecnologias; precisa gerar uma re-significação dos processos de ensino-aprendizagem; precisa trazer uma transformação do sentido social da máquina; precisa provocar um novo olhar sobre o ensino presencial. E isso ainda não aconteceu no curso de Pedagogia da UFJF. Não aconteceu o que Souza (2007) denomina como “cidadania digital” de professores e alunos.

Todavia, ao final desta dissertação foi possível observar a presença de um desconforto entre os integrantes da Faculdade de Educação. Um desconforto perante as práticas existentes; um desconforto perante o currículo do Curso de Pedagogia e demais Licenciaturas e um desconforto perante a própria estrutura da Faculdade de Educação. A partir desse incômodo, a direção e os professores iniciaram um processo de reformulação da estrutura da FACED por considerá-la rígida, não conseguindo atender às necessidades mutantes do ensino, da pesquisa e da extensão.

O ano de 2007, portanto, foi decisivo para a Faculdade de Educação da UFJF. Ao avaliar seu contexto histórico-cultural, é possível entrever que iniciativas que antes eram isoladas e

estanques começaram a ser apropriadas pelos demais atores desta instituição, que passaram a unir forças em prol de uma transformação efetiva e marcante do curso de Pedagogia e demais Licenciaturas.

O grupo LIC, coordenado pela professora Maria Teresa de Assunção Freitas, foi pioneiro ao preocupar-se com questões que envolviam o computador/internet, pois desde 1999 desenvolve pesquisas nesta temática54. Parte integrante do NUPEL, o LIC ganhou forças no que tange a essas discussões com a chegada de uma nova professora concursada, Eliane Medeiros Borges, também pertencente ao NUPEL, que atua nas áreas de Comunicação Educacional, Educação a Distância, Antropologia Visual e Sociologia da Infância. Aliado aos trabalhos deste núcleo, o movimento de Educação a Distância dentro da Faculdade de Educação, permeado pelo Projeto Veredas, pelo Curso de Formação de Gestores da Educação Pública (Pró-Gestão), pelo curso de Pedagogia a Distância e agora pela Universidade Aberta do Brasil (UAB), despertaram o olhar para as Tecnologias da Informação e da Comunicação.

Esse conjunto de situações culminou no desejo de uma reestruturação administrativa da Faculdade de Educação da UFJF. Até o momento a FACED era constituída por quatro departamentos: 1) Departamento de Administração Escolar (ADE), 2) Departamento de Fundamentos da Educação (EDU), 3) Departamento de Métodos e Técnicas da Educação (MTE), e 3) Departamento de Psicologia e Orientação Educacional (PEO). Além dos Departamentos a FACED possui Núcleos interdisciplinares de Pesquisa e Extensão, com a idéia de promoção de pesquisas, grupos de estudo, seminários e outros eventos: 1) Núcleo de Educação em Ciência, Matemática e Tecnologia (NEC), 2) Núcleo de Educação Especial (NESP), 3) Núcleo de Pesquisa e Ensino em Linguagem (NUPEL), 4) Núcleo de Estudos Sociais do Conhecimento e da Educação (NESCE), 5) Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação (CAEd) e 6) Núcleo de Educação, Trabalho e Tecnologia (NETTEC).

Ao buscarem uma modificação no perfil atual de interação entre os diversos departamentos que atuam na formação de professores, debateu-se durante todo o ano de 2007

54 A primeira pesquisa desenvolvida pelo LIC em relação ao computador/internet foi “A

construção/produção da escrita na internet e na escola: uma abordagem sócio-cultural” (1999-2001). Depois dessa pesquisa foram realizadas: “A construção/produção da leitura/escrita na internet e na escola: uma abordagem sócio-cultural – continuidade e desdobramentos (2001-2003); e “Letramento digital e aprendizagem na era da internet: um desafio para a formação de professores” (2003-2007). Atualmente, inicia a pesquisa "Computador/internet como instrumentos culturais de aprendizagem na formação de professores em diferentes contextos educacionais de uma Universidade Federal" (2007-2011). Todas essas pesquisas foram aprovadas e financiadas pelo CNPq e FAPEMIG.

sobre a viabilidade de uma reforma estrutural da FACED. No final desse processo foi criado um documento com a proposta de redepartamentalização, fruto do envolvimento e discussão de todos os atores da FACED, votado e aprovado no dia 05 de dezembro de 2007, em Reunião da Congregação dessa unidade. Com a redepartamentalização houve a dissolução dos quatro departamentos existentes na Faculdade e a criação de um único departamento – Departamento de Educação, composto pela Coordenação de Pedagogia, Coordenação do Programa de Pós- graduação em Educação do PPGE, Coordenação de Educação em Redes Digitais, Coordenação das Disciplinas Pedagógicas das Licenciaturas, Coordenação de Estágios e Coordenação de Articulação e Divulgação Acadêmica.

A criação da Coordenação de Educação em Redes Digitais reflete o trabalho desenvolvido no NUPEL e na EaD, que desencadearam um repensar sobre as TIC no ensino presencial. Com esta nova coordenação busca-se uma maior articulação entre as diversas áreas e uma incorporação maior do computador/internet nas práticas pedagógicas dos professores do curso de Pedagogia e Licenciaturas da UFJF.

Diante disso, cabe destacar que no momento da implantação do infocentro e no decorrer desta dissertação, a realidade da Faculdade de Educação era outra. Hoje é possível notar um desejo de reformulações, de mudanças; um desejo de uma nova educação. A existência de um novo currículo, com disciplinas que envolvem as TIC e com professores que se interessam por ela, poderão trazer transformações efetivas para o curso pesquisado gerando, conseqüentemente, um diferente funcionamento do infocentro, sendo à ele atribuídos novos sentidos.

Esta nova realidade abre margens para outras pesquisas, que visem compreender como uma nova estrutura, um novo currículo e uma mentalidade diferente de professores pode gerar uma outra utilização do computador/internet dentro de cursos de formação inicial.

O que tentei apresentar nesta dissertação foram algumas considerações sobre o processo de implantação do infocentro; seus objetivos; sua utilização pelos alunos do Curso de Pedagogia da UFJF e os sentidos que estão sendo construídos sobre este ambiente. Considero tais considerações iniciais por saber que, ao desenvolver um trabalho, cada resposta construída nos leva a outras indagações e questões. Por isso, escrever este texto e, em função disso, pensar que o assunto foi esgotado, pode ser um equívoco. Este portanto, talvez seja apenas o começo de um caminho em que o trabalho com a questão das Tecnologias da Informação e da Comunicação nas instituições de Ensino Superior responsáveis pela formação de professores seja central.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALBUQUERQUE, Heloisa Helena Fernandes Soares de. Inclusão digital para a redução de desigualdades sociais: a apropriação e o uso das tecnologias da informação para a atuação cidadã. 2005. 131 f. Dissertação (Mestrado em Ciência da Informação) – Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2005.

ALMEIDA, Kátia Regina de Souza. A formação docente no contexto das TIC: reflexões sobre o fazer pedagógico. 2005. 137 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de

Educação, Universidade Estácio de Sá, 2005.

ALTOÉ, Anair. A Gênese da Informática na Educação e o Curso de Pedagogia: ação e mudança da prática pedagógica. 2001. 287 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de

No documento mirellavaleperotta (páginas 166-200)