Ao concluir essa pesquisa, percebe-se sem dúvida que a Formação Continuada se faz um instrumento de melhoria da qualidade do ensino, pois profissionais bem preparados tem consciência de que formar-se continuamente é primordial para melhor desenvolver seu trabalho. A reestruturação da escola tem muitos caminhos, mas todos passam pelos professores e seus gestores. Por isso, é de suma importância o investimento em políticas públicas de formação de administradores escolares que vão além de cursos de atualização científica, pedagógica e didática.
De acordo com os objetivos propostos pelo trabalho em análise, percebeu-se que a função do diretor escolar é composta por diferentes faces do trabalho docente. Às faces administrativa e pedagógica, e que requer uma ampliação na noção de formação continuada para esses gestores que ocupam a função nas escolas. Mesmo afirmando que a direção escolar é uma função na qual predomina o domínio de política educacional e escolar, não é dispensável uma formação pedagógica e, especialmente, de atualização de conhecimentos e procedimentos administrativos. Por fim, parece-me importante que o trabalhador docente que assume a função de diretor de escola pública no Brasil precisa ser mais bem informado sobre a expectativa que se tem sobre o desempenho dessa função nessas duas importantes áreas, administrativa e pedagógica. Para tanto, também é necessário que a sociedade (em especial, os sindicatos de trabalhadores docentes, as administrações públicas e as universidades) discuta melhor o que é a natureza desse trabalho, pois isso tem consequências na noção de carreira, remuneração, formação inicial e continuada dos diretores escolares e formas de provimento.
O movimento pelo aumento da competência da escola exige maior habilidade de sua gestão, em vista do que a formação de gestores escolares passa a ser uma necessidade e um desafio para os sistemas de ensino. Não se pode esperar mais que os dirigentes enfrentem suas responsabilidades baseados em “ensaio e erro” sobre como planejar e promover a implementação do projeto político pedagógico da escola, monitorar processos e avaliar resultados, desenvolver trabalho em equipe, promover a integração escola-comunidade, criar novas alternativas de gestão, realizar negociações, mobilizar e manter mobilizados atores na realização das ações educacionais, manter um processo de comunicação e diálogo aberto, planejar e coordenar reuniões eficazes, atuar de modo a articular interesses diferentes, estabelecer unidade na diversidade, resolver conflitos e atuar convenientemente em situações de tensão.
45
Uma competente administração da prática social da educação, no espaço sócio-político escolar, responde às exigências de um novo, já posto na produção material da existência humana. Ela consolida a nova base material das relações, que é o próprio objeto do trabalho escolar. Contribui decisivamente para que a humanidade se qualifique com e para o tempo livre que está conquistando, oportunizando a todos e a cada um a se construir efetivamente como gente, com direito e poder para a celebração do pensar e aprender, para a riqueza do convívio e do encontro de parceiros e para o encantamento da admiração.
Formar professores é uma tarefa árdua e complexa. Muitos aspectos ainda precisam ser revistos. Porém, essas práticas diferenciadas são importantes como tentativas de consolidação deste processo que requerem novas pesquisas sobre a temática. Pois não serão com medidas simplistas apresentadas como fórmula eficiente e produtiva que se resolverão os problemas educacionais atuais. Não existe o caminho, o caminho se faz ao caminhar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ARROYO, M. G. Administração da educação, poder e participação. Revista Educação e Sociedade, São Paulo: Cortez, 1979, vol. 2, p. 36-46.
BOGDAN, R; TAYLOR, S (1975). Introduction to qualitative research methods: a phenomenological approach to the social sciences. New York. J. Wiley.
BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÀO E CULTURA. Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.
____________. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÀO E CULTURA. Plano Nacional de
Educação. LEI N° 10.172, de 10 de janeiro de 2001.
CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 5. ed. São Paulo: Makron Books, 1997.
CNE. Resolução CNE/CP N.º 1, DE 15 DE MAIO DE 2006 – Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia.
DAVIS, Claudia, GROSBAUM, Maria Wolak. Sucesso de todos, compromisso da escola. Ceará. Gestão para o sucesso escolar. Fortaleza – 2005
FERREIRA, Nara Syria Carapeto. (Org.). Gestão democrática da Educação: atuais tendências, novos desafios. São Paulo: Cortez, 1999.
FERREIRA, Nara Syria Carapeto; AGUIAR, Márcia Ângela (orgs). Gestão da educação: impasses, perspectivas e compromissos. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2006.
FULLAN, Michael; HARGREAVES, Andy. A escola como organização aprendente: buscando uma educação de qualidade. Trad. Regina Garcez. 2.ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000.
IMBERNÓN, F. Formação docente e profissional: formar-se para a mudança e a incerteza. São Paulo: Cortez, 2002.
LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: Texto na íntegra Lei 9394 de 20 de dezembro de 1996. São Paulo: Saraiva, 1996.
LDBEN, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. n. 9394 de 20 de dezembro de 1996.
LIBÂNEO, J.C. et al (org). Educação escolar: política, estrutura e organização. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, 2007.
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. Ed. 5. Goiânia: Alternativa, 2004
47
LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira de; TOSCHI, Mirza Seabra. Educação
escolar: políticas, estruturas e organização. São Paulo, Cortez, 2003.
____________. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 3 ed. São Paulo: Cortez, 2006.
LIMA, Maria Lucena Lima. A hora da prática: reflexões sobre o estágio supervisionado e a ação docente. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha. 2004.
LIMA, Maria Lucena Lima; SALES, Josete de Oliveira Castelo Branco. Aprendiz da prática
docente - a didática no exercício do magistério. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2002.
LÜCK, Heloísa. Gestão Educacional: uma questão paradigmática. 2ª ed. Petrópolis: Vozes, 2006
____________. Gestão Educacional: uma questão paradigmática. 3ª Ed. São Paulo: Vozes, 2007.
____________. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. Petrópolis, RJ: Vozes, 2005.
____________. Ação integrada: administração, supervisão e orientação educacional. 23. ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
LÜCK, Heloísa. et.al. A escola participativa: o trabalho do gestor escolar. 5º Ed. São Paulo, 2001.
____________. Perspectivas da gestão escolar e implicações quanto à formação de seus
gestores. In: EM ABERTO. Vol. 17, n 72, fev/jun, 2000.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amarau. Introdução à administração. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
MINAYO, Maria Cecilia de Souza. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 6. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 1996.
MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos & BEHRENS, Marilda. Novas tecnologias e
mediação pedagógica. 7a ed. São Paulo: Papirus, 2003.
MYRTES, Alonso. O papel do diretor na administração escolar. 3. ed. SP, RJ: Difel, 1979. NÓVOA, A (coord.). Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.
____________. Os professores sua formação. Lisboa: Dom Quixote,1995.
PARO, V. H. Administração escolar: introdução crítica. 10.ed. São Paulo: Cortez, 2001. ____________. Qualidade de ensino: a contribuição do país. 1. ed. São Paulo: Xamã, 2000.
____________. Administração escolar: introdução crítica. 7. ed. São Paulo: Cortez, 1996. PERRENOUD, P. Práticas pedagógicas, profissão docente e formação: perspectivas sociológicas. Lisboa: Dom Quixote, 1997.
PIMENTA, Selma G. Pesquisa em educação. Possibilidades investigativas/formativas da pesquisa-ação. São Paulo: Cortez, 2006.
PIMENTA, Selma G; FRANCO, Maria A. Santoro. Pesquisa em educação. Possibilidades
investigativas/formativas da pesquisa-ação. São Paulo: Edições Loyola, 2008.
PORTELA, Adélia Luiza; ATTA, Dilza Maria Andrade. A gestão da educação escolar hoje: o desafio do pedagógico In: PROGRAMA DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL – Pradem. Série documentos: Gestão escolar. Salvador: UFBA, FCM, Fundação FORD, outubro de 2003.
RIBEIRO, J. Q. Ensaio de uma teoria da Administração Escolar. São Paulo: Saraiva, 1986.
SANDER, Benno. Administração da Educação no Brasil: genealogia do conhecimento. Edição Ampliada. Brasília, DF: Liber Livro, 2007.
SCHON, D. Formar professores como profissionais reflexivos. In NÓVOA, A (coord.) Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1992.
SILVA, Maria Vieira. O ethos na educação escolar: novos dispositivos, novas subjetividades: Revista Trabalho & Crítica. Florianópolis: UFSC/NUP/CED: Cidade futura, n. 3. 2002.
SIMÕES, Manoel Antonio Cantão & OLIVEIRA, Marco Antonio Martins de. O
Administrador Escolar: a legitimidade de suas funções frente à escola. Belém, 2001.
SPRADLEY, James P. (1980). Participant Observation. Orlando-Florida. Harcourt Brace Jovanovich College Publishers
QUESTIONÁRIO
1- Qual é o seu sexo?
( ) Feminino ( ) Masculino 2- Qual é a sua idade?
( ) Menos de 40 ( ) Mais de 40
3- Qual a função que você exerce na escola?
4- Qual o nível mais elevado de educação formal que você concluiu? Por favor, marque apenas uma alternativa.
( ) Inferior à educação superior
( ) Educação superior – Curso Superior de Tecnologia ( ) Educação Superior – Pedagogia
( ) Educação Superior – Licenciatura ( ) Educação Superior – Outros cursos
( ) Especialização (Lato Sensu) em Administração Escolar ( ) Especialização(Lato Sensu) em outras áreas
( ) Mestrado (Stricto Sensu) ( ) Doutorado (Stricto Sensu)
5. Quantos anos de experiência você possui trabalhando como Diretor?
6. Quantos anos você trabalhou como docente de uma disciplina / turma antes de exercer a função de Diretor?
7. Como se dar o processo de escolha dos diretores na escola?
8. Existe por parte da secretaria de Educação um programa de Formação Continuada para os gestores da rede?