A proposta de pesquisa nesta Dissertação de Mestrado foi desenvolver atividades de leitura literária na escola e, por conseguinte fora dela também, a partir de uma sequência básica de letramento desenvolvida por Cosson (2006). Antes mesmo de se fazer a proposição, traçamos um percurso que foi desde a formação do professor de Língua Portuguesa e Literatura até a formação do leitor literário. Nesse intervalo, destacamos a importância de se ler obras literárias na escola e o incentivo à leitura de literatura. Depois de estabelecido esse quadro é que propomos o trabalho de leitura literária no Ensino Fundamental dentro de uma metodologia adequada à leitura de literatura.
Quanto à formação do professor para atuar com ensino de Literatura no Ensino Fundamental precisa ser específica, pois pelo que se constata é que ainda há uma dificuldade desse profissional de trabalhar Literatura nessa etapa de ensino. Isto, talvez, justifica-se na falta da disciplina curricular de Literatura no Ensino Fundamental, ou no próprio currículo do profissional em Letras, que nem sempre dá conta de formar professores de Literatura. No geral se forma professores de Língua Portuguesa, e nisso estar o conhecimento a respeito de literatura, reforçando a escolha desse profissional pelo trabalho com Gramática, Gêneros no Ensino Fundamental.
A respeito da leitura de obras literárias na escola. Não basta apenas escolarizar a literatura como condição para formar leitores. Existe todo um trabalho que perpassa pelo professor responsável por essa tarefa de ser leitor assíduo de literatura e também ter uma metodologia adequada ao trabalho com leitura literária. Essas condições pressupõem uma formação que se acredita acontecer nas universidades assim como o professor participando de curso de formação para embasar sua atuação em sala de aula.
Referente à formação do leitor literário. É difícil pensar em formação do leitor quando na própria sala de aula não se observa práticas de leitura de literatura como, conto, romances, projetos de incentivo à leitura, eventos literários e visita a biblioteca. O professor, enquanto responsável por essa tarefa, não precisa fazer constar apenas em seu plano de trabalho tópicos referente à leitura literária, mas efetivá-los.
A esse respeito observamos em nossa pesquisa, na maioria das vezes, que o professor tem no livro didático da escola as orientações “necessárias” à leitura literária. Porém, tais orientações fragmentam o texto literário para ser “explorado”, o que, de certa forma, não contempla um trabalho de literatura com fim ao estético, a reflexão, ao prazer e a crítica. Considerando isso, o trabalho com literatura de formar leitores, que futuramente possam saber
escolher suas leituras literárias assim como terão condições de fazerem julgamentos a respeito do texto lido com autonomia, precisa ser sistemático e requer tempo e planejamento. Levando em conta essa considerações, houve a necessidade de se pensar em uma proposta metodológica apropriada ao trabalho de literatura, principalmente de conto que foi o gênero literário utilizado, no oitavo ano do Ensino Fundamental.
Portanto, considerando essas questões anteriores abordadas, ao final do nosso trabalho, estamos convictos de que para haver mudança do quadro atual do ensino de literatura no Brasil, a solução começa com o professor, que deve ser qualificados, como aconteceu comigo. O professor de Língua Portuguesa deve ser um leitor de Literatura e também um Professor de Literatura, segundo a visão de Ceia (2002) que quer incentivar a leitura de textos literários em sua escola.
Só assim haverá mudança, como a que fizemos em nossa escola, a partir de um processo que começou com as minhas leituras dos textos literários, até chegar a este trabalho, que teve o seguinte processo: leitura de vários teóricos que estudaram o ensino de leitura de literatura, leitura de poemas, de romances, leitura de vários contos, objeto desta Dissertação de Mestrado, seleção de oito contos, estudo dos oito contos, desenvolvimento de oito atividades para serem trabalhadas em sala de aula, em duas turmas do 8º ano A e B, do Ensino Fundamental, fazendo com que todos os alunos lessem e se pronunciassem sobre aquilo que estavam lendo, retornando à leitura do conto quando verificávamos que havia alguma informação não compreendida por um deles.
Acreditando que com a mudança da metodologia, ou seja, possibilitando que todos os alunos lessem os textos literários em sala de aula, com acompanhamento do professor, no Ensino Fundamental, poderemos mudar o retrato da nossa escola e consequentemente do Pará e do Brasil.
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APÊNDICE
Dos setenta alunos das duas turmas do oitavo ano do Ensino Fundamental de uma escola da rede municipal de Maracanã-PA, que participaram deste projeto de pesquisa, selecionamos 40 alunos para esta Dissertação de Mestrado sendo 20 de cada turma divididos em dez do sexo feminino e dez do sexo masculino na faixa etária de 11 a 19 anos de idade, para fazer parte dos dados estatísticos apresentados adiante, que diz respeito à preferência leitora dos alunos dessas duas turmas.
Apêndice A – Preferência dos alunos por leitura
O resultado desta estatística, realizada com 70 alunos do Ensino Fundamental de 02 (duas) do 8º (oitavo) de uma escola da rede municipal de Maracanã, traz, a seguir, o registro dos primeiros livros com os quais os alunos em questão tiveram contato. A esse respeito, a literatura aparece nos dados em destaque com baixa presença na preferência dos alunos. A bíblia surge como um dos livros mais lido pelos alunos. Em segunda posição figura o livro didático, acompanhado respectivamente pelos livros de histórias em quadrinhos e outros gêneros como a série Sabrina e romance policial.
27 alunos leram a bíblia
08 alunos leram histórias em quadrinhos 20 alunos leram o livro didático
05 alunos leram livros de literatura
10 alunos leram outros gêneros, por exemplo, a série Sabrina, romance policial.
Apêndice B– Turma A – Resposta dos questionários dos alunos 0 5 10 15 20 25 30
Biblía HQs Livro didático Literatura Outros
Q ua ntida de de a lun o s do E ns ino F un da m ent a l
Preferência pela leitura