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3 A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO

3.2 Perfil da escola

Esta Dissertação de Mestrado: Leitura do conto na escola: uma proposta

metodológica para o oitavo ano do Ensino Fundamental foi desenvolvida em uma escola da

rede municipal localizada no município de Maracanã-Pará. A instituição de ensino está sediada às margens da principal avenida da cidade, isto é, Geraldo Manso Palmeira, bairro do Jurunas. Possui 1300 alunos, sendo em média quarente e dois discentes (42) por turma. É a escola com maior número de alunos da rede municipal e a única que oferece as duas etapas do Ensino Fundamental em quatro turnos: manhã, intermediário, tarde e noite. Manhã e tarde

com ensino regular; intermediário com ensino fundamental II e noite com educação de jovens e adultos. Possui 10 salas de aula refrigeradas com quadros magnético e negro, uma secretaria, uma quadra poliesportiva coberta, uma sala de professor e uma copa. Não dispõe de espaço para leitura (biblioteca) embora tenha acervo bibliográfico significativo, acesso à informática (laboratório de informática) e sala multifuncional, bem como adequação arquitetônica para cadeirantes. O espaço de recreação é o corredor da escola.

O quadro funcional da referida escola apresenta docentes com atuação fora de sua área de formação, principalmente, alguns professores de Língua Portuguesa que têm o curso de magistério e fazem faculdade de Pedagogia. Existem, também, professores sem formação superior, apenas com ensino médio ou magistério, sem plano de formação continuada, porque já são funcionários efetivos em fase de aposentadoria, ou seja, desenvolvem atividades pedagógicas há tempo e não lhes incomodam não ter nível superior.

Os professores que trabalham com os primeiros, segundo e terceiro anos do ensino fundamental I fazem formação no curso Pacto pela Alfabetização na idade certa, assim como atuam no ensino fundamental II, com disciplinas de Estudos Amazônicos e Artes. Tem um dia de formação por mês para orientá-los sobre as atividades desenvolvidas em sala de aula com os alunos das séries iniciais, cujos eixos são língua portuguesa, matemática e ciências.

No ano de 2014, a escola foi contemplada com o programa federal Mais Educação. As atividades desenvolvidas foram esporte e lazer (futsal, basquetebol, voleibol, handebol e xadrez), fotografia, rádio escolar, robótica e português e matemática para atender a um número significativo de alunos, no total de 900. Todo esse esforço de alcançar esse quantitativo foi em razão da grande procura de alunos em participar da atividade do programa, uma vez que era a primeira vez que os alunos tinham esse tipo de atividade na escola. Das atividades, ora citadas, destaco a atividade de Língua portuguesa, cujo referido programa orienta que seja trabalhada a leitura de obras da literatura brasileira com os alunos do programa. Os kits pedagógicos de cada atividade são adquiridos pela escola com verba alocada pelo governo federal para a conta bancária da instituição escolar. A tarefa pela aquisição desses kits fica a cargo do conselho escolar da escola, que recebe uma planilha já com os valores e a composição de cada kit.

A escola não tem uma linha de trabalho definitiva, nem coordenação pedagógica. O Projeto Político Pedagógico da escola não existe assim como o regimento interno escolar. Qualquer decisão que disser respeito à questão pedagógica, administrativa, financeira e disciplinar é submetida ao juízo do conselho escolar, que, por sua vez, reúne alguns membros para deliberar sobre a causa em questão.

Os alunos atendidos pela escola, espaço onde aconteceu esta pesquisa, são originários da zona urbana (sede da cidade) e zona rural. Os critérios para quem deseja estudar de manhã são basicamente ser residente na zona rural, por questão de logística, ou seja, o município não dispõe de transporte para buscar os alunos em todos os períodos de aula. Nos demais turnos, os alunos são todos da cidade.

A partir dessas informações de matrícula por turnos, percebe-se que a maioria dos alunos (55%) advém da zona rural da cidade. Após o tempo regular da aula, permanecem nas dependências da escola para desenvolverem as atividades do programa educacional por um tempo de uma hora, regressando depois às suas comunidades. O mesmo procedimento é adotado com os alunos da cidade. Isto foi uma alternativa encontrada pela gestão da escola para promover a educação em tempo integral, visto que o documento orientador do programa federal preconiza que os alunos devem ficar por um tempo de três horas após o horário regular de aula, realizando as atividades do programa, totalizando, assim, sete horas.

Os monitores do programa são todos com formação em ensino médio. Desenvolvem as atividades com no máximo cinco turmas pelas quais recebem um valor de trezentos reais a título de custeio para a locomoção dos monitores-professores para a escola. No final de cada ano a instituição de ensino promove uma culminância com o intuito de apresentar à comunidade estudantil e à sociedade as atividades desenvolvidas com o programa e os possíveis avanços de aprendizagem dos alunos.

No plano de ação da instituição de ensino são inseridas ações que estejam voltadas a questões culturais como feira cultural, dia do estudante e sarau. Esses eventos são efetuados ao longo do calendário escolar do município, que, antecipadamente, procura conhecer a “agenda” pedagógica das escolas a fim de ao longo do ano letivo (sempre uma vez), promover um encontro estudantil para apresentações culturais.

A cada início de ano alguns professores reúnem-se, juntamente com a diretora da escola, para traçar o plano de ação. Neste documento são estabelecidos os dias de cada evento realizado pela escola. No primeiro semestre acontecem a feira cultural e encerramento das aulas na escola. No segundo semestre há a realização de atividades, como o dia do estudante, o sarau e a culminância das atividades do programa Mais Educação, fora dessa agenda educacional ocorrem os períodos avaliativos.

A instituição de ensino não disponibiliza suas dependências físicas à comunidade circunvizinha, embora existam alunos participantes em grupos de quadrilha e cordão de pássaros, que precisam, às vezes, do espaço escolar, juntamente com os brincantes dos grupos

folclóricos, para ensaiar as brincadeiras. Tal posicionamento vai de encontro ao que dispõe o manual de operacionalização do programa federal Mais Educação.