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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados dessa pesquisa oferecem novos olhares e perspectivas, oportunizando reflexão e subsídio para uma nova prática no processo avaliativo, mediante o aprofundamento crítico e contextualizado que contribui para a consecução de melhorias para a educação nos municípios, além de produzir informação de relevância a pesquisadores focados nessa temática.

7.1 CONCLUSÕES

Esta pesquisa teve como objetivo geral: Descrever os Sistemas Municipais de Avaliação Educacional da Paraíba, sistematizando seus pressupostos, estratégias e resultados alcançados.

Sendo concretizado a sua finalidade por meio do contato com os dois municípios estudados, mediados pelas entrevistadas com Secretárias de Educação, Diretoras e Professores, bem como observações de campo, possibilitando a averiguação dos principais pressupostos do processo avaliativo promovido pelos sistemas municipais de avaliação educacional, que enxergam a avaliação como uma forma de verificação e, ou medição do conhecimento, a partir de objetivos traçados anteriormente pelo planejamento do ensino.

Uma avaliação que busca a qualidade da educação e a intervenção por meio de mais investimentos, contudo, paralelamente, pensada como forma de corrigir distorções apresentadas nos resultados não satisfatórios nas avaliações realizadas pelo SAEB, sendo esta a principal motivação, pelo que se constatou, levando os municípios a criarem seus próprios sistemas de avaliação, visando bons resultados e mais visibilidade para o município.

Pressupõe-se, ainda que as metas a serem atingidas pelas escolas e professores dependem do empenho e compromisso pessoal e profissional que atrelados a uma boa gestão são capazes de produzir os resultados esperados. Precisando ressaltar a responsabilização oculta a docentes da área de língua portuguesa e matemática, e a falta de participação dos demais docentes.

Como estratégia para a consecução dos seus objetivos os sistemas de avaliação utilizam a realização de testes padronizados, cujos conteúdos são selecionados e trabalhados pelas escolas em períodos determinados. Ainda, com nuances nos dois municípios, percebe-se como método: no município 1 a realização de reforço escolar para os alunos, com foco nos conteúdos da avaliação; no município 2 a

pretensão de estimular o professor associando aos resultados incentivos financeiros.

No que concerne aos resultados dos alunos nas avaliações, estes não são positivos, conforme mostraram os gráficos e as análises, necessitando um trabalho mais profícuo e participativo para a superação dessas fragilidades constatadas nos municípios.

O aprofundamento das informações sobre a caracterização da política de gestão da avaliação educacional nos municípios, expressando os processos e os resultados favoreceram a sistematização dos principais pressupostos, estratégias e resultados, sendo necessária ainda a sua ampliação somando-se ao exposto o fato de que essa política avaliativa não está consolidada.

Dessa forma, assinala-se nessa caracterização também: A difusão, nos sistemas estudados, da avaliação voltada para o levantamento das competências que garantam resultados mais positivos nas avaliações externas realizadas pelo Governo Federal; Uma avaliação que sendo promovida para subsidiar a tomada de decisão, ainda não promove intervenção a partir dos resultados, seja na formação continuada do professor, seja estrutura física ou pedagógica; Provas e resultados vistos com desconfiança pelos professores por não considerarem a realidade, sendo pautadas em conteúdos semelhantes aos conteúdos das provas do SAEB, causando o estreitamento do currículo; Provas elaboradas em parcerias, ou por meio de assessorias contratadas; Os objetivos dos sistemas de forma geral orientados para a melhoria da educação, mas, principalmente, preocupados com os resultados das avaliações em larga escala que expõem os municípios; Um quantitativo de provas considerado alto a que são submetidos os alunos, contudo uma adaptação rápida e passiva a esta realidade; Divulgação parcial dos resultados e falta de conhecimento desses por parte de alguns docentes; Pouco conhecimento sobre os pressupostos e objetivos do sistema de avaliação por parte dos professores que não são avaliados no processo; Desconhecimento da legislação local que normatiza o funcionamento do sistema avaliativo; Responsabilização velada de professores; Pouca referência ao sistema avaliativo no PPP e no Plano Municipal de Educação; Limitações em professores, nos incentivos, nos investimentos e nas informações, inviabilizando as melhorias para a educação.

No que se refere à avaliação das formas de divulgação dos resultados da avaliação e ao apoio as escolas, evidenciou-se lacunas que expõem a não eficiência dessa divulgação e apoio, mesmo que as secretárias respondentes afirmem haver um amplo debate na secretaria de educação com a equipe pedagógica e com as diretoras para a

explanação dos resultados, por meio de gráficos, não há o acompanhamento sistemático, ressaltando também que o debate nas escolas fica sob a responsabilidade das diretoras e pelo que foi citado nas entrevistas é voltado para os professores das disciplinas avaliadas.

Assim, os resultados são parcialmente conhecidos uma vez que nem todos os agentes educacionais que fazem a escolas, com a mesma intensidade e interesse, participam ou se entrosam nas discussões.

Nesse contexto registra-se, ainda, a carência de outros materiais mais diversos e completos que orientem e elucidem os resultados, inclusive os cálculos e as teorias subjacentes à nota que é atribuída ao aluno, para serem corretamente absorvidos pela equipe escolar.

Consequentemente, com uma divulgação ineficiente não se criam condições para a análise, entendimento e superação dos problemas locais que comprometem a qualidade do ensino e a conquista de melhores resultados. E o apoio fica, sobretudo, na oferta de sugestões metodológicas ao professor, que na verdade precisa de mais formação continuada e garantia de melhores condições de trabalho.

Outro ponto a ser destacado, nos dois municípios, é que a avaliação está direcionada ao aluno, na verificação do seu aprendizado.

Nas entrevistas e observações foi possível perceber que outros domínios aparecem subjacentes no debate como as condições da infraestrutura da instituição, mas segundo as secretárias essa questão não é vista claramente. O ensino é mais discutido voltando-se, pontualmente, para o professor e os conteúdos, porém as avaliações não são pensadas para este fim.

Portanto, a avaliação executada pelos sistemas municipais é focada, deliberadamente, no aluno estando em processo de maturidade e necessitando um trabalho mais profícuo para que ela seja legitimada. 7.2 SUGESTÕES DE NOVAS PESQUISAS

a) A eficiência da política de gestão da avaliação na implementação de ações a partir dos resultados;

b) Os limites e as consequências de uma política de gestão da avaliação focada no aluno.

c) O nível de influência do social na obtenção de uma média favorável ou desfavorável no Ideb.

REFERÊNCIAS

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR