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maior obstáculo da nação brasileira é ultrapassar a barreira de sua educação e cultura, concebendo métodos que influenciem o cotidiano político e o desenvolvimento público.

A sociedade é a pedra fundamental para o crescimento político-econômico do país, na medida em que contribui para as receitas e enquanto destinatária das políticas públicas, ou seja, é dever do Estado atuar em prol do interesse da coletividade, que escolhe por vias democráticas os seus representantes.

Para tanto, os cidadãos precisam conscientizar-se a atuarem em parceria com a Administração Pública, reconhecendo sua força perante a definição e elaboração orçamentária, exigindo transparência e a destinação correta dos recursos públicos, isto é, uma gestão fiscal eficiente em benefício dos maiores interessados: o

170 povo.

Encontramos no controle social e na accountability instrumentos que, na teoria, retiram do Estado o poder absoluto, repassando-o para a sociedade como uma forma de atender os anseios da população e não apenas o interesse político e sua visão de negócios, fruto de disputas entre partidos em busca de poder e vultosas quantias.

São modelos teóricos que se desenvolvem na prática em outros países, mas também teriam capacidade de desencadear uma reforma no Brasil, desde que aliado ao anseio da sociedade civil, pois dependente da vontade da coletividade em reconhecer o seu próprio poder, visto que também são compatíveis com o sistema normativo vigente, onde dispositivos constitucionais e infraconstitucionais, tal como a Lei de Responsabilidade Fiscal, consagram o poder-dever dos agentes públicos e as sanções aplicáveis pelo descumprimento, sob a restrição de que no poder público só se autoriza a realização de determinados atos se a lei assim os permitir.

Enfim, a atividade financeira do Estado é a incumbência que o Estado tem de administrar as finanças públicas, atendendo às necessidades da população de maneira democrática, transparente e eficiente, através de seus gestores, regulada por um conjunto de normas e princípios que formam um verdadeiro ciclo, pelas suas integrações e previsões periódicas.

Desta forma, o orçamento público, compreendido pelo PPA, pela LDO e LOA, é ferramenta de planejamento do administrador público e é o meio pelo qual,

171 com base nas despesas, se concretiza a aplicação das receitas.

Para que seja garantida a destinação dessas receitas, é preciso que a sociedade acompanhe, participando da elaboração orçamentária, cobrando do governo o estabelecimento de metas prioritárias, e fiscalize o gerenciamento dos recursos públicos.

Contudo, não basta uma reinvenção democrática do Estado, é preciso que a sociedade civil se reestruture com base nos mecanismos políticos e participativos, tornando-se apta ao pleno exercício do controle social.

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