• Nenhum resultado encontrado

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No documento Os riscos da fadiga na operação offshore (páginas 38-43)

Produzir o presente trabalho de pesquisa foi de suma importância para ampliar co- nhecimentos a respeito de um tema tão atual na realidade profissional das operações de heli- cóptero offshore. Discutir aspectos relacionados à fadiga dos pilotos, em alguns contextos, é muito relevante para a compreensão dos riscos que a fadiga pode ocasionar à operação aérea e principalmente no offshore.

Sabe-se que na cadeia completa de um voo, vários riscos são avaliados e mitigados, porém a fadiga é um dos fatores humanos contribuintes importantes para a ocorrência de uma falha ou erro operacional.

O piloto fadigado é de certa forma preocupante para a segurança, pois ele talvez não tenha a noção do quão está cansado até que cometa um erro e este erro pode vir a causar danos físicos, materiais ou até um acidente fatal.

Observaram-se as diferenças entre as leis e normas estrangeiras e nacionais. No exterior existem regulamentações especificas para a operação offshore, sendo mais restritivas em alguns casos devido à complexidade do voo e no Brasil não existe uma regulamentação específica para o offshore. As regras para o voo offshore são abordadas dentro da regulamen- tação de operações de helicópteros de taxi aéreo, as quais englobam diversos tipos de operações para helicópteros com características bem diferentes entre si.

Durante os estudos houve grande dificuldade de encontrar artigos sobre a aviação offshore no Brasil. Apesar de existirem algumas diferenças operacionais com a operação no exterior, os problemas relativos a fadiga, encontrados e levantados na pesquisa foram bem si- milares, entre outros foi possível observar o grande consumo de cafeína durante a quinzena de trabalho pelos pilotos e grande numero de reclamações de dores nas costas e dores lombar.

Seria interessante que fossem feitas mais pesquisas com relação à operação offshore no Brasil direcionadas para obtenção de dados estatísticos relacionados à fadiga. É uma opera- ção bastante complexa que possui diversos fatores de risco relacionados a um único voo, os quais podem vir a provocar incidentes.

39 Como contribuição deste trabalho é que os pilotos offshore conheçam mais sobre os problemas que a fadiga pode causar ao piloto e com isso possam minimizar o estresse, pro- curando aproveitar ao máximo os períodos de descanso durante a quinzena de trabalho e na folga possam se prevenir dos problemas físicos que possam afetar a profissão, preocupando-se em praticar exercícios e buscando cuidados médicos caso necessário.

O objetivo final foi atingido a medida em que se apontaram algumas questões evi- denciando problemas que a fadiga causa ao piloto, como por exemplo dores de cabeça, mal- estar, dores no corpo, devido a grande vibração. A perda auditiva por culpa dos constantes ruídos e a lombalgia causada pela posição ergométrica desfavorável e permanente durante o voo. Assim exposto estes pontos seria importante a atenção especial dos pilotos para que pos- sam reduzir as questões relacionadas a estresse e fadiga antes, durante e depois do voo.

REFERÊNCIAS

ARBACHE, Fernando Saba, Analise dos fatores determinantes de acidentes de helicópteros

no Brasil. 2015. 34 f. Seminário de Tese da Pós-Graduação - Engenharia de Infraestrutura Ae-

ronáutica, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São Jose dos Campos, São Paulo, 2015. BALASUBRAMANIAN, V; DUTT, A; RAI, S. Analysis of muscle fatigue in helicopter pi-

lots. Applied Ergonomics, United States, v.42, p.913-918, feb. 2011.

BRASIL. Lei 13.475, de 28 de agosto de 2017. Dispõe sobre o exercício da profissão de tripu- lante de aeronave, denominado aeronauta; e revoga a Lei no 7.183, de 5 de abril de 1984.

BRASIL. Ministério de Trabalho e do Emprego. Portaria n 1297, de 13 de agosto de 2014. Regulamenta a NR 15 no que se refere as atividades e operações insalubres. Diário Oficial da

União, Brasília, DF, 14 ago. 2014.

BRASIL. ANAC. RBAC 117. Regulamenta os requisitos para gerenciamento de risco de fadiga humana. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 11 set. 2017. Disponível em:

<http://www.anac.gov.br/participacao-social/audiencias-e-consultas-publicas/audien-

cias/2017/aud15/ap-15-2017-rbac-117.pdf/view >. Acesso em: 10 de out. 2018.

CARMO, Oscar Ferreira. O estudo da fadiga na pilotagem de helicóptero da policia militar

do estado de São Paulo. 2013. 117 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Mestrado) – Programa

de mestrado em ciências de segurança e ordem pública, Policia Militar do Estado de São Paulo, São Paulo, São Paulo, 2013.

CARVALHO, P. V. R. et al, Ergonomics, safety, and resilience in the helicopter offshore

transportation system of Campos Basin. 2015

CELESTINO, Victor Rafael Resende. Fadiga no trabalho dos pilotos: uma psicologia sistê-

mica da aviação civil. 2017. 141 f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade Católica

de Brasília, Brasília, Distrito Federal, 2017. Disponível em: < https://abrapac2015.files.word- press.com/2018/01/tese_29112017_versacc83o_final_03012018_protegido.pdf >. Acesso em: 19 ago. 2018.

CELESTINO, V.R.R., MARQUEZE, E.C., BUCHER-MALUSCHKE, J.S.N. Fadiga em siste- mas complexos: aplicação ao transporte aéreo regular de passageiros. Revista Conexão Sipaer, Brasília, v. 6, n. 1, p. 18-28, abr. 2015. Disponível em: < https://abrapac2015.files.word- press.com/2017/04/fadiga-em-sistemas-complexos.pdf >. Acesso em: 22 ago. 2018.

CIVIL AVIATION AUTHORITY. CAP nº 371, de janeiro de 2004. The Avoidance of Fatigue

in Aircrews: Guide to requirements. 4. ed. United Kingdom, 2004.

CNFH, Guia de investigação da fadiga humana em ocorrências aeronáuticas. Brasília, primeira edição, 2017.

CUSHMAN, J.T; FLOCCARE, D.J. Flicker Illness: An underrecognized but preventable

complication of helicopter transport. Prehospital Emergency Care, 2007, United States, v.11,

41 FALCÃO, T.P. et al. Perfil audiométrico segundo exposição de pilotos civis ao ruído. Revista

Saúde Publica, São Paulo, v.48, n.5, out. 2014.

GANDER, P.H. et al, Flight crew fatigue III: North Sea helicopter air transport operations. Aviation, Space, and Environmental Medicine 1998, Netherland, v.69, n.9, p.B16-B25, set. 1998.

GOMES, M.A.V. et al, Aspectos históricos do transporte aeromédico e da medicina aeroespa- cial. Revista Médica de Minas Gerais, Minas Gerais, v.23, n.1, dez. 2011. Disponível em: <

http://www.dx.doi.org/10.5935/2238-3182.20130019 >. Acesso em: 10 dez. 2018.

GOMES, V.M; SOBRINHO, F.P.N. Ergonomia no posto de trabalho do piloto militar de heli- cóptero: Uma revisão sistemática da literatura. Revista Conexão SIPAER, Brasília, v.9, n. 1, p. 2-8, 2018.

HARDING, G; HARDING, P; WILKINS, A. Wind turbines, flicker, and photosensitive ep-

ilepsy: Characterizing the flashing that may precipitate seizures and optimizing guide- lines to prevent them. Epilepsia, U.K., v. 49, n. 6, p. 1095-1098, jun. 2008.

ICAO. DOC 9966, Manual for the Oversight of Fatigue Management Approaches (Title in First Edition, Fatigue Risk Management Systems — Manual for Regulators). Segunda edição, 2016 reeditada, 2017.

ICAO. Fatigue risk management System – Implementation guide for operators. Primeira edição, jul. 2011.

LICATI, Paulo. A vez do FRMS. AERO magazine, São Paulo, V. 209, 2011. Disponível em: < https://aeromagazine.uol.com.br/artigo/a-vez-do-frms_71.html >. Acesso em: 01 nov. 2018. LICATI, P.R. et al. Ferramenta de apoio ao gerenciamento de risco da fadiga para pilotos da aviação comercial brasileira. Revista Conexão SIPAER, Brasília, v.1, n. 2, p. 112 -126, mar. 2010. Disponível em: <http://conexaosipaer.cenipa.gov.br/index.php/sipaer/issue/view/2>. Acesso em: 15 ago. 2018.

MARTINS, D. A. et al, Conceito de fatores humanos na Aviação. Qualidade de Vida e Fa- diga Institucional, 2006, p.203-218. Disponível em:<https://www.fef.unicamp.br/fef/si-

tes/uploads/deafa/qvaf/fadiga_cap14.pdf>, acesso em 05 de dez. 2018.

MELLO, Maiky Pizzolato de. Aviação, estresse e saúde dos profissionais. 2014. 55 f. Traba- lho de Conclusão de Curso (Graduação) – Faculdade de Psicologia, Universidade Anhanguera, Campinas, São Paulo, 2014. Disponível em: <http://www.aeronautas.org.br/images/Avia- cao_estresse_saude_profissionais.pdf >. Acesso em: 20 ago. 2018.

MELO, Marília F. S; NETO, Annibal M. S. Perfil de morbidade, aspectos ergonômicos e psi- cossociais, fadiga e perturbação do ciclo circadiano de pilotos de aviação comercial: uma revi- são narrativa. Revista Baiana de Saúde Publica, Bahia, v.36, n.3, p.683-698, jul./set. 2012. Disponível em: < http://files.bvs.br/upload/S/0100-0233/2012/v36n3/a3458.pdf >.Acesso em 5 ago. 2018.

MONTANDON, AVENOR AUGUSTO. Medicina de aviação: fisiologia do voo: fundamen-

tos essenciais para quem voa. Uberaba: Universidade de Uberaba, 2007

NIX, S; GOSSETT, K; SHEPARD, A.D. An investigation of pilot fatigue in helicopter emer- gency medical services. Air Medical Journal, United States, v.32, n.5, p.275-279, set./out. 2013.

PEGADO, Helio A. Monitoramento de vibrações: uma ferramenta eficiente na prevenção de acidentes com helicóptero. Revista Conexão Sipaer, Brasília, v. 1, n. 3, p. 38-46, jul. 2010. Disponível em: < http://conexaosipaer.cenipa.gov.br/index.php/sipaer/article/viewFile/17/76>. Acesso em: 02 nov. 2018.

PELLEGRINELLI, Alexandre Togni et. al. Análise da Fadiga no Tripulante da Aviação

Executiva. Disponível em: < https://www.aeronautas.org.br/wp-content/uplo- ads/2015/08/An%C3%A1lise-da-Fadiga-no-Tripulante-da-Avia%C3%A7%C3%A3o-Execu-

tiva.pdf > Acesso em 10 ago. 2018

RASH, CLARENCE E. Awareness of causes and symptoms of flicker vertigo can limit ill

effects. Flight safety foundation, Human factors and aviation medicine, 2014, United States,

v.51, n.2, p.1-6, mar./apr. 2004. Disponível em: < https://flightsafety.org/hf/hf_mar-apr04.pdf

> Acesso em 13 out. 2018

REIS, C, et al, Sleep complaints and fatigue of airline pilots. Sleep Science, v.9, n.2, p.73- 77, 2016.

SIMONS R; WILSCHUT E.S; VALK P.J.L. Sleep and alertness in North Sea helicopter

operations. Aviation, Space, and Environmental Medicine 2011, Netherland, v.82, p.704-710.

SOUZA, Jorge Luiz de. Gerenciamento de Risco Operacional. Carta de Segurança Operaci-

onal, Brasília, p.8-10, 21 jan. 2011.

TISSOT, Isabela. Fatores humanos na aviação. Carta de segurança operacional ANAC. Dis- ponível em:< http://www2.anac.gov.br/arquivos/carta/fatores_hum_ok.pdf>, acesso em 02 dez. 2018.

TRUSZCZYNSKA, A. et al, Back pain in polish military helicopter pilot. International Jour- nal of Occupational Medicine and Environmental Health 2012, Poland, v.25, n.3, p.258- 264, mar. 2012.

VILLAS BOAS, PCR, A Relação entre instituições, fatores humanos e segurança operacional. Aviation in Focus – Journal of Aeronautical Scineces, 2014, v. 5, n. 2 – p 68-77, dez. 2014. WAGSTAFF, A.S; ARVA, P. Hearing loss in civilian airline and helicopter pilots com-

pared to air traffic control personnel. Aviation, Space, and Environmental Medicine 2009,

43 ANEXO A – PRE-FLIGHT RISK ASSESSMENT

PREFLIGHT RISK ASSESSMENT ÁREA:

OPR

PÁGINA 1/1

REV. 07 29/03/2018 ESPECIFICAÇÃO: F-OPR 34

Aircraft Id: ___________ From: ____________ To: ___________ Captain: __________________________

1 2 3 4 5 Rating

Crewmembers Instructor Pilot & Pilot & Copilot Pilot alone Hours in aircraft type >1000 h 500- 1000 h 300-500 h 101-300 h <100 h Hours in last 90 days >150 h 90-150 h 50-89 h 30-49 h <30 h Total Hours >4000 h 2000–4000 h 1000-1999 h 500-999 h <500 h Rest in last 24 h >12 h 9-12 h <9 e >6 h 3 - 6 h <3 hrs Operations Day VFR Night – Full Moon Day IFR Night – No Moon Night IFR Landing Area Runway Airport Helipoint Helipad Rig Big Ship Small Ship

% Payload 50% 65% 75% 85% 100%

PITCH/ROLL <1º 1º a 2º >2º até 3º >3º até 4º >4º

Heave Rate 0 a 0,5 0,6 a 1,0 >1,1

HEAVE (see

Instruction 2) <1 m 1 até 2 m >2 até 3 m >3 m Wind – Destination 15-20 kts 10-14 kts ou 21- 25 kts 5 a 9 kts ou 26-30 kts <5 kts ou >30 kts Temp - Destination < 10°C 10 a 15ºC 16 a 20ºC 21 a 30ºC >30°C Crosswind – Departure 0-5 kts 6-10 kts 11-20 kts 21-30 kts >30 kts Visibility 10 KM 7-10 KM 5-7 KM 3-5 KM <3 KM Ceiling >10.000 ft 5.000– 10.000 ft 3.000– 5.000 ft 1.500– 3.000 ft < 1.500 ft Weather stability Stable Slow deterioration Rapid deterioration <<<<<<<Total Risk Score

LOW RISK No unusual hazards. Use normal flight planning and established personal minimums and operating procedures. 15 – 30 MEDIUM RISK

Somewhat riskier than usual. Conduct flight planning with extra care. Review personal minimums and operating procedures to ensure that all standards are being met. Consider alternatives to reduce risk.

31 – 50 or a 5 in any 3 rows

HIGH RISK

Conditions present much higher than normal risk. Conduct flight planning with extra care and review all elements to identify those that could be modified to reduce risk. Is mandatory to consult the Chief Pilot for guidance before flight. Develop contingency plans before flight to deal with high risk items. Decide beforehand on alternates and brief passengers and other crewmembers on special precautions to be taken during the flight. Consider delaying flight until conditions improve and risk is reduced.

51-75 or a 5 in any 5 rows Instructions for fill:

1. This form shall be completed by the Captain before the first flight of the day, and whenever deemed necessary due the complexity of the mission.

2. Assess each of the conditions above and assign a numerical rating of 1 to 5 in the right-hand (Rating) column. HEAVE must be completed only when HEAVE RATE is not available. Consider Captain’s experience (Hours in aircraft, hours in last 90 days, Total Hours)

3. After filling, should submit the form to the Flight Coordinator, the archive together with a copy of the Flight Report and the MTA.

4. If the final score is classified as HIGH RISK, after had received approval from the Chief Pilot to conduct the flight and in additional to the instruction above, a digital copy of the form should be sent for the Pilot Chief as well to operacoe@omnibrasil.com.br for record.

Data: ___/____/____ ___________________________________ Captain Sign

No documento Os riscos da fadiga na operação offshore (páginas 38-43)

Documentos relacionados