A filosofia enxuta tende à produção sem desperdícios através da redução das ineficiências inerentes ao sistema. No entanto, esta filosofia deve ser do conhecimento de todos os colaboradores para que os mesmos busquem a melhoria contínua.
Pretendeu-se com o presente estudo melhor entender a manufatura enxuta, assim como, aplicar o Mapeamento do Fluxo Valor, uma ferramenta que auxilia na eliminação de desperdícios no fluxo de produção. Além disso, esta ferramenta é de grande auxílio para redução do lead time em uma linha de produção, tornando a empresa mais competitiva em um mercado tão exigente como o atual.
Assim, para alcançar os objetivos propostos neste trabalho, foram realizadas algumas atividades. A primeira foi o desenvolvimento do fluxograma do processo produtivo de telhas. A segunda atividade foi o desenvolvimento do mapeamento do fluxo de valor, evidenciando os tempos utilizados e necessários para realização de cada operação atuais e futuros. Por último, as sugestões de melhorias através do plano de ação utilizando a ferramenta 5W2H, tendo por objetivo apresentar de forma sucinta as melhorias que podem ser implementadas dentro da indústria.
A aplicação desta pesquisa na empresa em questão, busca obter uma redução dos estoques intermediários e de produto acabado, balanceamento de operações, remanejamento de funcionários, redução de desperdícios e de custos com retrabalho, além de diminuir o lead time da empresa, o que a proporciona entregar seus produtos na hora certa, com baixo custo e alta satisfação do cliente.
A mudança mais significativa do ponto de vista da indústria está relacionada ao estabelecimento do ritmo através do tempo takt, conceito pouco utilizado nas empresas, que possibilita uma melhor utilização dos recursos. Além disso, existem alguns paradigmas típicos na indústria que precisam ser quebrados, como os longos tempos de preparação, longas campanhas de produção e o sistema empurrado. A aplicação do sistema puxado é uma mudança que exige disciplina e persistência para sua implementação.
Os próximos passos devem estar ligados a uma maior redução de estoques, implementação de mecanismos de solução de problemas, trabalhos
padronizados e foco na qualidade do produto. Do mesmo modo, o plano de ação proposto deve ser executado dentro dos prazos para que os ganhos projetados possam ser alcançados, tornando a organização cada vez mais competitiva.
Seguindo este pensamento, uma sugestão para trabalhos futuros diz respeito à aplicação do plano de ação e, em seguida, a criação de um novo mapa de fluxo de valor, levando em consideração as mudanças realizadas no processo produtivo. Assim, será possível comparar os mapas de fluxo de valor, bem como o processo de produção puxada e empurrada dentro da empresa estudada.
REFERÊNCIAS
ABCERAM - Associação Brasileira De Cerâmica (Brasil). Cerâmica no Brasil - Considerações Gerais. 2014. Disponível em:
http://www.abceram.org.br/site/index.php?area=2. Acesso em: 01/04/2016.
ANFACER - Associação Nacional Dos Fabricantes De Cerâmica Para Revestimentos, Louças Sanitárias E Congêneres. A História da Cerâmica. Disponível em: http://www.anfacer.org.br/#!historia-ceramica/c207w/. Acesso em 01/04/2016.
ANICER - Associação Nacional Da Indústria Da Cerâmica. Nossa História. Disponível em: http://portal.anicer.com.br/anicer/nossa-historia/. Acesso em 15/04/2016.
BARRETO, Andre Renato. Sistema Toyota De Produção: Lean Manufacturing Implantação E Aplicação Em Uma Indústria De Peças Automotivas. 2012. Disponível em: http://www.fatecbt.edu.br/seer/index.php/tl/article/viewFile/54/118. Acesso em: 07/04/2016.
BUSTAMANTE, Gladstone Motta; BRESSIANI, José Carlos. A indústria cerâmica brasileira. Cerâmica Industrial, São Paulo, v. 3, n. 5, p.31-36, jun. 2000. Disponível em: <http://ceramicaindustrial.org.br/pdf/v05n03/v5n3_5.pdf>. Acesso em:
15/04/2016.
COELHO, Leandro Callegari. O que é e como calcular o estoque de segurança. 2016. Disponível em: http://www.logisticadescomplicada.com/o-que-e-e-como- calcular-o-estoque-de-seguranca/. Acesso em 06/11/2016.
CORRÊA, Henrique L.; CORRÊA, Carlos A.. Administração de produção e operações: Manufatura e serviços: uma abordagem estratégica. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
DANTON, Gian. Metodologia cientifica. Pará de Minas: Virtual Books Online, 2002.
FERREIRA, João. Layouts de Sistemas de Manufatura. Disponível em:
http://www.grima.ufsc.br/im/transparencias/TranspIM_Parte2_Layouts.pdf. Acesso em: 14/05/2016.
GAITHER, Norman; FRAZIER, Greg. Administração da produção e operações. 8 ed. São Paulo: Thompson Learning, 2006.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2007. GHINATO, Paulo. Sistema Toyota de Produção: mais do que simplesmente just-in- time. Caxias do Sul: EDUCS, 1996.
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produto interno Bruto. 2015. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/pesquisas/pesquisa_resultados.php?id_pes quisa=46>. Acesso em: 24/05/16.
KAUARK, Fabiana da Silva; MANHÃES, Fernanda Castro; MEDEIROS, Carlos Henrique. Metodologia da Pesquisa: um gria prático. Itabuna: Via Litterarum, 2010.
LEAN INSTITUTE BRASIL. Onde está o desperdício?. 2016. Disponível em: http://www.lean.org.br/comunidade/artigos/pdf/artigo_250.pdf. Acesso em: 05/11/2016.
LUSTOSA, Leonardo; MESQUITA, Marco A.; QUELHAS, Oscaldo. Planejamento e controle da produção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de Metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
MARTINS, Petrônio G.; LAUGENI, Fernando P.. Administração da produção. São Paulo: Saraiva, 2005.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MEIRA, R. C. As ferramentas para a melhoria da qualidade. Porto Alegre: SEBRAE, 2003.
MIND TOOLS. Lean Manufacturing: Working More Efficiently. 2016. Disponível em: https://www.mindtools.com/pages/article/newSTR_44.htm. Acesso em: 15/04/2016.
MOREIRA, Daniel Augusto. Administração da produção e operações. 2. ed. São Paulo: Cangage Learning, 2011.
MONDEN, Yasuhiro. Sistema Toyota de Produção. São Paulo: IMAM, 1984.
OHNO, Taiichi. O sistema Toyota de Produção: além da produção em larga escala. Porto Alegre: Bookman, 1997.
POLACINSKI et al. Implantação dos 5Ss e proposição de um SGQ para uma indústria de erva-mate. Disponível em: <
https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&v ed=0CC0QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.admpg.com.br%2F2012%2Fdown.php %3Fid%3D3037%26q%3D1&ei=afbIUKvPKrLO0QHol4HYBA&usg=AFQjCNG_xK4M iwxLH- 05YB4kSXiApwYP1g>. Acesso em: 30/10/2016.
ROTHER, Mike; SHOOK, John. Aprendendo a Enxergar: Mapeando o fluxo de
valor para agregar valor e eliminar o desperdício. São Paulo: Lean Institute Brasil, 2003.
SEBRAE - Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas. Cerâmica Vermelha. 2008. Disponível em: http://www.sebraemercados.com.br/wp-
content/uploads/2015/09/ESTUDO-CERAMICA-VERMELHA.pdf. Acesso em: 15/04/2016.
SEZZI, Graziano. Produção e Consumo Mundial de Revestimentos Cerâmicos. 2001. Disponível em: http://www.ceramicaindustrial.org.br/pdf/v07n05/v7n5_2.pdf. Acesso em: 12/05/2016.
SHINGO, Shigeo. O sistema Toyota de Produção: do ponto de vista da Engenharia de Produção. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 1996.
TOLEDO, Marcelo de. Mapeamento de Fluxo de Valor. 2015. Disponível em: http://lean6sigmaimprovements.blogspot.com.br/2015/09/mapeamento-de-fluxo-de- valor.html. Acesso em: 14/05/2016.
TUBINO, Dalvio Ferrari. Planejamento e controle da produção: Teoria e prática. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
VIEIRA, M. G. Aplicação do Mapeamento de Fluxo de Valor para Avaliação de um Sistema de Produção. 2006. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica) - Faculdade de Engenharia Mecânica, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2006.
WERKEMA, Maria Cristina Catarino. Lean Seis Sigma: Introdução às ferramentas do Lean Manufacturing. Belo Horizonte: Werkema Editora, 2006.
WOMACK, J. P.; JONES, D. T. A Mentalidade Enxuta nas Empresas: Elimine o Desperdício e Crie Riqueza. 6ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.