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Nem todos os alimentos industrializados específicos para o consumo por lactentes e crianças de primeira infância são a melhor opção. O desenvolvimento saudável da criança depende de que o AME seja oferecido até o sexto mês e a partir dessa idade, complementando o leite materno, seja ofertado outros alimentos, priorizando os in natura e minimamente processados, seja iniciada a partir dos seis meses.

Nesse sentido, a partir dos resultados obtidos no presente estudo e respondendo à pergunta inicialmente proposta no título: a oferta dos alimentos infantis comercializados não é saudável, segundo critérios da OPAS, principalmente se estejam presentes frequentemente na alimentação das crianças, visto que possuem excesso de pelo menos um nutriente crítico em ambas as categorias de alimentos analisadas, destacando-se o excesso de sódio, açúcares livres e gorduras totais.

Portanto, é importante o desenvolvimento de ações de educação nutricional com pais e responsáveis para desestimular o consumo frequente de papas/purês e sopas industrializadas, e priorizar a oferta de refeições preparadas com alimentos in natura e minimamente processados, proporcionando assim a familiarização da criança com os alimentos e diminuindo o consumo frequente de alimentos industrializados na primeira infância. Além disso, ressalta- se a necessidade de que os órgãos públicos competentes fiscalizem a rotulagem dos alimentos destinados a alimentação infantil e que a indústria alimentícia forneça alimentos com menores teores de nutrientes críticos prejudiciais à saúde.

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