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Buscou-se com esse trabalho fazer um levantamento bibliográfico de como é relevante o desenvolvimento da oralidade desde as séries iniciais através das atividades planejadas e bem articuladas. Essas atividades relativas à oralidade devem acontecer de maneira eficiente proporcionando ao aluno desenvolvimento de competências lingüísticas e habilidades comunicativas para que a criança possa cada vez mais cedo se adequar aos usos e habilidades da fala e melhorar seu desempenho. Isso resultará, por conseguinte, na melhora da escrita.

As escolas ainda têm muitos preconceitos sobre o trabalho com a oralidade dando mais ênfase ao desenvolvimento da escrita. Alguns professores acreditam que se o aluno aprende a escrever é o suficiente para o aprendizado da linguagem. Porém, o trabalho com a linguagem inclui tanto linguagem escrita como também linguagem oral e faz-se necessário que a preocupação com a expressão oral também ocorra. O preconceito lingüístico é muito recorrente no meio escolar e os professores muitas vezes não sabem como lidar com isso em sala de aula. Por isso, o professor deve proporcionar ao aluno o uso eficaz da língua, mas sem deixar de falar, é claro, que existem variações lingüísticas em nosso país, e que não existe ”certo” nem “errado” na fala, o que existe são formas diferentes de falar, que não faz de um dialeto nem melhor, nem pior do que o outro, apenas diferente.

Com o trabalho dos teóricos que embasaram essa pesquisa bibliográfica observa-se que o desenvolvimento da língua oral das crianças é de suma importância e que o professor deve ter responsabilidade e compromisso na hora de fazer o seu planejamento incluindo de forma significativa atividades que possam melhorar a habilidade lingüística dos seus alunos. Sabe-se que no processo de construção do conhecimento as crianças utilizam diferentes linguagens e exercem a capacidade que possuem de ter idéias e hipóteses originais sobre o que buscam desvendar e utilizam-se da oralidade para investigarem e expressarem o que sentem e o que descobriram. A escola pode garantir ao educando uma grande variedade de usos da língua tornando-o competente e hábil no uso da sua fala.

As escolas têm o dever de desenvolver a língua oral dos seus alunos desde cedo, porém, a ênfase sempre recai na leitura e na escrita. Vale ainda ressaltar que língua é um sistema de códigos lingüísticos convencionados pela sociedade no

decorrer da nossa história e expressado através da fala. Portanto, foi muito proveitosa à contribuição que a revisão da literatura trouxe para o desenvolvimento dessa pesquisa.

Percebe-se, também, que os PCNLP contribuem de maneira relevante como auxílio na hora de planejar atividades que desenvolvam a oralidade de seus alunos, podendo buscar mais referências para melhorar o seu trabalho.

No estudo de campo realizado pode-se fazer uma visualização sobre o que pensam os professores que responderam o questionário a respeito da língua oral e de sua importância para melhorar a aprendizagem dos alunos e de como as atividades que estimulam a oralidade são importantes nesse processo de ensino- aprendizagem dos alunos.

Com a finalização desse trabalho monográfico, chamamos a atenção para uma questão muito importante no nosso ponto de vista, que é a possibilidade de um estudo mais aprofundado na área do desenvolvimento da oralidade dos alunos. Vimos que os autores citados destacam e defendem a relevância do ensino da linguagem oral desde as séries iniciais, ainda que sob aspectos diferentes. Muito ainda tem que ser estudado e analisado. Sendo assim, esse estudo não finaliza por aqui, ele nos incentiva a continuar buscando novos conhecimentos, novas formas de se trabalhar em sala de aula com atividades que desenvolvam cada vez mais e melhor a oralidade dos alunos desde as séries iniciais.

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