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Considerações finais

No documento sandramacieldecarvalho (páginas 149-200)

Em 2001, a Organização Mundial de Saúde (OMS) em parceria com a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) publicou o “Relatório sobre a saúde no mundo: Saúde mental: Nova concepção, nova esperança”, no qual Gro Harlem Brundtlandvem, então diretora-geral da OMS, afirma que o relatório vinha renovar a ênfase dada aos princípios proclamados pela Organização das Nações Unidas (ONU) há uma década, sendo o primeiro deles o de que não deveria mais existir discriminação em virtude de doenças mentais. As projeções da OMS naquele relatório indicavam que, nos 20 seguintes (portanto, 2021), a depressão seria a segunda das principais causas da carga mundial de doenças e uma de cada quatro pessoas seria afetada por um distúrbio mental em dada fase da vida.

Nesse mesmo documento, a OMS apresentou 10 recomendações acerca da saúde mental para os países, sendo elas: (1) proporcionar tratamento na atenção primária; (2) disponibilizar medicamentos psicotrópicos; (3) proporcionar atenção na comunidade; (4) educar o público; (5) envolver as comunidades, as famílias e os usuários; (6) estabelecer políticas, programas e legislação nacionais; (7) preparar recursos humanos; (8) formar vínculos com outros setores (dentre eles, o direito); (9) monitorizar a saúde mental na comunidade e (10) dar mais apoio à pesquisa “sobre os aspectos biológicos e psicossociais da saúde mental a fim de melhorar a compreensão dos transtornos mentais e desenvolver intervenções mais efetivas, sendo urgentemente necessário o fortalecimento da capacidade de investigação nos países em desenvolvimento” (OMS, 2001, x).

Em um mundo onde os transtornos mentais e comportamentais têm sua incidência progressivamente aumentada ao longo das últimas décadas (WHO, 2013), o que o leitor pôde acompanhar, nesta dissertação, foi uma articulação entre as recomendações de números 8 e 10 da Organização Mundial da Saúde, ainda que em âmbito restrito e bem delimitado: uma pesquisa envolvendo aspectos psicossociais da saúde mental vinculados ao direito, no contexto da cidade de Cataguases (MG).

A psicologia se pôs em campo, lançando-se em uma seara de difícil e desafiadora compreensão: a do direito. As análises apresentadas nesta dissertação fazem ver e fazem falar da lacuna existente entre a prática judiciária e os princípios preconizados pela Reforma Psiquiátrica Brasileira, especialmente, no tocante à inclusão social dos portadores de

transtorno mental usuários do CAPS Cataguases (MG), como sujeitos de direitos e deveres, isto é, referente ao âmbito da cidadania.

O exercício do poder da justiça, no âmbito da cidadania dos portadores de transtorno mental, evoca ora a antiga relação entre a organização do direito em torno da soberania com a fixação da legitimidade do poder e a obrigação legal da obediência resultante da possibilidade do exercício pleno de poder do curador em relação ao interdito, ora um jogo no qual o “benefício” legal tem, como efeito, a “semi-cidadania”.

O usuário a quem se referia o processo de “Ato obsceno”, excluído desta dissertação, ao trazer para o CAPS uma cópia do Boletim de Ocorrência e ser informado sobre quais poderiam ser os seus desdobramentos, assim afirmou: “Eu não entendo a lei,

então, eu faço a minha própria lei”. De fato, pôde-se comprovar, durante a pesquisa

bibliográfica sobre a legislação brasileira pertinente aos aspectos analisados nos processos judiciais que compuseram esta dissertação, que a lei não se dá ao fácil entendimento e o discurso jurídico se constitui em um saber-poder que resulta em efeitos de produção de verdades e fabricação de sujeitos.

As análises realizadas nesta dissertação permitem afirmar que o direito se articula com o saber médico, produzindo, como efeito, a subjugação dos portadores de transtorno mental ao Poder Judiciário. Os dispositivos médico-jurídicos (laudos), produzidos nos “exames periciais”, são fundamentais para que o Poder Judiciário fabrique verdades acerca dos portadores de transtorno mental. O saber-poder médicos, que não se restringem aos da especialidade psiquiatria, através de dispositivos médico-jurídicos, opera tanto como “álibis” para o exercício de poder da justiça, respaldando cientificamente verdades enunciadas pelo Poder Judiciário; tanto como dispositivos de normalização dos portadores de transtorno mental.

As posições de sujeito em que os portadores de transtorno mental figuram como sujeitos ativos, ou são enunciadas pelo discurso jurídico a fim de operarem em seu desfavor, ou lhes são destituídas, resultando em posições de sujeito que remetem à passividade e à consequentesubjugação.

Tentativas de resistência e exercício de poder por parte de portadores de transtorno mental, no jogo de forças com o Poder Judiciário são inviabilizadas, não sendo possível ocupar outras posições de sujeito que não as queo discurso jurídico lhes designa. Os diagnósticos de transtorno mental se associam e/ou se articulam, no discurso jurídico, a enunciados depreciativos, afirmando a biopolítica do Judiciário, assim como

afirmam o poder disciplinador do Judiciário através de dispositivos médicos e, novamente, o poder de enunciar verdades acerca dos portadores de transtorno mental.

As articulações entre direito e saúde mental configuram-se como um vasto campo de estudo e as considerações aqui apresentadas, relativas a alguns dos processos judiciais dos usuários do CAPS Casa dos Amigos, de Cataguases (MG), indicam novas possibilidades de pesquisas acerca dos aspectos psicossociais inerentes à saúde mental. Elementos que não foram amplamente analisados e questões não abarcadas nesta dissertação constituem-se como um campo fértil de trabalho e um desafio a ser levado adiante, especialmente pelos trabalhadores em saúde mental, que acompanham diariamente os “Josés”, “Cláudios” e “Douglas”, usuários do sistema público de saúde.

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ANEXO A

Autorização da coordenadora do CAPS para acesso e cópia de documentos

relativos à justiça em prontuários

Figura 1 – Tabela de distribuição dos documentos por usuárioe natureza

USUÁRIOS D O C U M E N T O S O C E A F R C C P C O P F N C S H R J C H G I S C M J S F S J S P J O M F M R S M R S F B S R O A C S C C C S S S

O C E A F R C C P C O P F N C S H R J C H G I S C M J S F S J S P J O M F M R S M R S F B S R O A C S C C S S S S LEGENDA

MANDADO DE INTIMAÇÃO DE TERCEIROS SENTENÇA

RELATÓRIO SOCIAL OFÍCIO

RELATÓRIO DE VISITA DOMICILIAR TERMO DE DECLARAÇÕES

PESQUISA POR PESSOA LAUDO PSICOLÓGICO

MANDADO DE INTIMAÇÃO DE SENTENÇA RESPOSTA À OFÍCIO

LEGENDA

MANDADO DE INTIMAÇÃO PARA AUDIÊNCIA MANDADO GERAL

CARTA ENCAMINHAMENTO

CONSULTA ANDAMENTO PROCESSUAL EXAME DE CESSAÇÃO DE PERICULOSIDADE TERMO DE DEPOIMENTO

BOLETIM DE OCORRÊNCIA DEFERIMENTO

TERMO DE AUDIÊNCIA PRELIMINAR CRIMINAL

REQUERIMENTO DE DECLARAÇÃO DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA SOLICITAÇÃO CARTA DECLARAÇÃO DO DEPOIMENTO ATESTADO MÉDICO OFERECIMENTO DA DENÚNCIA RECEBIMENTO DA DENÚNCIA QUESITOS DO MINISTÉRIO PÚBLICO PROMOÇÃO

MANDATO JUDICIAL QUESITOS DA DEFESA CERTIDÃO

LEGENDA

ENCAMINHAMENTO JUDICIAL NOTIFICAÇÃO

ESTUDO SOCIAL DE CASO

COMUNICADO DE SENTENÇA E SOLICITAÇÃO JUDICIAL OFERECIMENTO DE DENÚNCIA E REQUERIMENTO

ANEXO B

Autorização do juiz da Vara Criminal e JuizadoEspecial Criminal para

ANEXO C

Autorização da juíza da Vara da Família Infância e Juventude para cópia

de processos

ANEXO D

ANEXO E

ANEXO F

Lei nº 10.216/01

Presidência da República Casa Civil

Subchefia para Assuntos Jurídicos LEI No 10.216, DE 6 DE ABRIL DE 2001.

Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu

sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Os direitos e a proteção das pessoas acometidas de transtorno mental, de que

trata esta Lei, são assegurados sem qualquer forma de discriminação quanto à raça, cor, sexo, orientação sexual, religião, opção política, nacionalidade, idade, família, recursos econômicos e ao grau de gravidade ou tempo de evolução de seu transtorno, ou qualquer outra.

Art. 2o Nos atendimentos em saúde mental, de qualquer natureza, a pessoa e seus

familiares ou responsáveis serão formalmente cientificados dos direitos enumerados no parágrafo único deste artigo.

Parágrafo único. São direitos da pessoa portadora de transtorno mental:

I - ter acesso ao melhor tratamento do sistema de saúde, consentâneo às suas necessidades;

II - ser tratada com humanidade e respeito e no interesse exclusivo de beneficiar sua saúde, visando alcançar sua recuperação pela inserção na família, no trabalho e na comunidade;

III - ser protegida contra qualquer forma de abuso e exploração; IV - ter garantia de sigilo nas informações prestadas;

V - ter direito à presença médica, em qualquer tempo, para esclarecer a necessidade ou não de sua hospitalização involuntária;

VI - ter livre acesso aos meios de comunicação disponíveis;

VII - receber o maior número de informações a respeito de sua doença e de seu tratamento;

IX - ser tratada, preferencialmente, em serviços comunitários de saúde mental.

No documento sandramacieldecarvalho (páginas 149-200)