• Nenhum resultado encontrado

A discussão sobre modelos de desenvolvimento econômicos que consigam conciliar crescimento com cuidados ambientais visando à sustentabilidade dos recursos naturais vem se intensificando nas ultimas décadas, em face da ênfase nos desequilíbrios ambientais presenciados no cotidiano, por exemplo, a poluição, a extinção de espécies da fauna e flora entre outros. Essa questão é de grande interesse, em especial para os países e regiões pobres que confrontam suas possibilidades de desenvolvimento futuras. O desafio consiste em adotar um sistema que possibilite o crescimento econômico da região de forma que não comprometa a qualidade de vida das gerações presentes e futuras.

O presente trabalho procurou mostrar como o Programa Selo Município Verde e o ICMS Socioambiental atuam como encorajadores da boa gestão ambiental, ofertando recursos para o equilíbrio financeiro dos municípios, juntamente com a conservação do meio ambiente e a qualidade de vida da população cearense.

O PSMV trouxe artifícios legais de defesa do meio ambiente, além da mobilização social para essa causa. O programa procura sensibilizar e conscientizar as autoridades responsáveis, além de toda a população quanto à importância do tema e da busca por caminhos por um desenvolvimento sustentável.

Mesmo com esse aparato legal e com a mobilização popular, o programa ainda tem muito a evoluir, pois, segundo o comitê gestor do PSMV, a maioria dos municípios apresenta pouco ou nenhum compromisso com a sustentabilidade no período estudado.

A Lei Estadual que instituí o ICMS Ecológico, devido possuir critérios como o Índice Municipal de Qualidade Educacional (IQE), Índice Municipal de Qualidade da Saúde (IQS) e Índice Municipal de Qualidade do Meio Ambiente (IQM) passou a ser conhecido como ICMS Socioambiental. Certamente esse foi um grande feito, pois o ICMS, que é a maior fonte de recursos financeiros advindos da tributação, agora está atrelado a critérios socioambientais. Dessa forma, os representantes municipais se veem na obrigação de melhorar as políticas socioambientais para melhorar a captação

desse recurso. O ICMS Socioambiental passa a ser um grande incentivo na melhoria da qualidade de vida da população.

Os municípios que adotarem politicas sustentáveis, além de ganhar socialmente, serão também beneficiados financeiramente através do ICMS Socioambiental. Dessa forma os municípios ganhariam em dobro adotando tais politicas.

Dado o aumento dos municípios que participam do PSMV, a partir da criação do ICMS Socioambiental, conclui-se que a readequação dos critérios redistributivos desse imposto, veio contribuir a busca por um caminho pautado no equilíbrio entre economia, meio ambiente e seres humanos. Esses instrumentos, além de proporcionar discursões sobre o tema em questão formam uma valiosa base de dados que propiciam estudos científicos nessa área.

Compreende-se, então, que o Programa Selo Município Verde e o ICMS Socioambiental são importantes instrumentos incentivadores da elaboração de um Modelo Operacional de Desenvolvimento Sustentável no Estado do Ceará.

REFERÊNCIAS

BATISTA, Danielle. Análise do Índice de Sustentabilidade Ambiental como Instrumento de Gestão Ambiental na Região Metropolitana de Fortaleza. Fortaleza, 2013.

BRASIL. Constituição da Republica Federativa Brasileira de 1988 (CF, 1988) – que dispõem sobre os princípios gerais da Republica Federativa Brasileira. Brasília. D.O.U., 1988.

CABRAL, Nájila. Cenário de sustentabilidade dos governos locais, no Ceará. Disponível em: <http://www.tribunadoceara.com.br/blogs/blog-verde/meio-

ambiente/cenario-de-sustentabilidade-dos-governos-locais-no-ceara>. Acesso em: 10 jul.2013.

________. Certificação Ambiental dos Municípios e a Gestão Ambiental Local. Artigo apresentado no Seminário “ICMS Ecológico do Ceará: A Conservação da

Natureza”. Secretaria da Fazendo do Estado do Ceará, 2005. Cartilha UFC/Associação caatinga, 2006a.

________. Certificação Ambiental de Municípios – A Experiência do Estado do Ceará na Construção de um Modelo de Desenvolvimento Sustentável. Anais... In: “11º CONGRESSO NORDESTINO DE ECOLOGIA”. Recife: Sociedade Nordestina de Ecologia (SNE), 2006b

CEARÁ. Constituição do Estado do Ceará. Lei N.º 15.166, publicada no D.O.E em 05 de outubro de 1989.

CEARÁ. Lei Estadual nº 13.304 de 19 de maio de 2003. Dispõe sobre a criação e implementação do Selo Município Verde e do Prêmio Sensibilidade Ambiental e dá outras providências.

CONPAM. Relatório do Ceará. Fortaleza: Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (CONPAM), 2012.

CONSELHO DE POLÍTICAS E GESTÃO DO MEIO AMBIENTE. Município Verde. Disponível em:

<http://www.conpam.ce.gov.br/images/stories/codes/cartilha%202011.pdf> Acesso em: 10 jul.2013.

DIAMOND, J. Colapso. Rio de Janeiro: Record, 2005.

FURTADO, André et al.; Clóvis Cavalcanti (Org.). Desenvolvimento e natureza:

Estudos para uma sociedade sustentável. Recife: Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, 1994.

HADDAD, Paulo R. Modelo Para Análise Econômica da Aplicabilidade das Decisões do CONAMA e Adequação desse Modelo aos Temas Definidos como Prioritários pela Câmara Técnica Temporária de Assuntos Econômicos.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – BRASIL, 2002.

HEMPEL, Wilca Barbosa. A importância do principio protetor-recebedor para o desenvolvimento ambientalmente sustentável: o caso Ceará. Fortaleza, 2006. Disponível em: <http://www.prodema.ufc.br/dissertacoes/145.pdf>. Acesso em: 10 jul. 2013.

________. ICMS ecológico. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2007.

IPECE. ÍNDICES DE RATEIO DA COTA PARTE DO ICMS 2013/2014. Disponível em: <http://www.ipece.ce.gov.br/icms/icms013/Notas_explicativas_ICMS_2013.pdf>.

Acesso em: 22 nov. 2013.

LAGO, André Aranha Corrêa do. Estocolmo, Rio, Joanesburgo: O Brasil e as três conferências ambientais das nações unidas. Brasília: Fundação Alexandre de Gusmão, 2006.

LEFF,E. Saber Ambiental: Sustentabilidade, racionalidade, complexidade, poder. Petrópolis: Vozes, 2001.

MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito ambiental brasileiro. São Paulo: Malheiros, 2003.

MAIMON, D. Passaporte Verde-Gestão Ambiental e Competitividade. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 1996.

MALTHUS, T. R.;RICARDO, D. Princípios de Economia Política. Coleção Os Economistas. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

MELO, P. T. Nunes Bezerra. Indicadores da Dimensão Institucional do

Desenvolvimento Sustentável e os Objetivos da Rio +20. Artigo publicado na revista eletrônica Desenvolvimento em Questão. Santa Catarina: Editora Unijuí, 2013.

PESSOA, G. P. (2006). Avaliação dos Resultados dos Instrumentos de Politica e Gestão Ambiental – Estudo de Caso de Certificação Ambiental Cearense.

Fortaleza, 2006.

QUEIROZ, Paula Vanessa Mesquita; JORGE, Danillo Lobo. Comparação do ICMS socioambiental nos municípios do semiárido dos estados de Minas Gerais e de Pernambuco. Artigo publicado em Resumos do VII Congresso Brasileiro de

Agroecologia. Anais. – Fortaleza, 2011.

SACHS, Ignacy. Ecodesenvolvimento : crescer sem destruir. São Paulo: Vértice, 1981.

SALOMON, D. V. Como fazer uma monografia. 10º ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

SANTOS, Tacilla Siqueira et al. Organizações da sociedade civil e as construções

teóricas contemporâneas acerca da sustentabilidade. Cadernos Gestão Social, v. 2, n. 1, p. 105-120, 2009.

SILVA, Valquiria Brilhador da; CRISPIM Jefferson de Queiroz. Um breve relato sobre a gestão ambiental. Revista de Geografia, Meio Ambiente e Ensino, v. 2, n. 1, p. p. 163-175, 2011.

SOMA. Manual de COMDEMAS. Governo do Estado do Ceará, 2004.

VEIGA, J. E. A emergência socioambiental. São Paulo: Senac, 2007.

VIOLA, E. (Orgs.). Incertezas de sustentabilidade na globalização. Campinas: Unicamp, 1996.

Documentos relacionados