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O objetivo deste trabalho foi de apresentar e comparar tecnicamente os dois regimes de apuração do ICMS no Estado de Mato Grosso, Regimes: Normal e Estimativa Simplificada. Assim, a partir de uma pesquisa descritiva e bibliográfica, principalmente remetendo-se à legislação, para analisar o ICMS dentro do ano de 2019 da entidade estudada, buscando-se compreender a sistemática e suas formas de apuração.

O regime de apuração normal utiliza a sistemática de apuração do crédito na entrada das mercadorias para revenda e o débito na saída das mesmas. Caso os créditos forem maiores que os débitos a empresa possuirá Impostos a Recuperar junto ao fisco, sendo que se os débitos forem maiores que os créditos a empresa terá Imposto a Pagar ao fisco. Havendo ainda que recolher o DIFAL para as mercadorias destinadas a uso, consumo e ativo fixo da entidade, pois as mesmas não serão objetos de operações subsequentes.

No regime de estimativa simplificada a sistemática utilizada é aplicar a carga média, alíquota definida de acordo com o CNAE da empresa. Nesse regime não há distinção entre bens e mercadorias destinadas a venda ou ao ativo fixo, uso ou consumo. Desta forma, aplica-se a mesma sistemática para as mercadorias destinadas a comercialização, uso, consumo e ativo fixo.

Diante dos resultados simulados, notamos que o melhor regime a ser adotado para a empresa estudada é o de estimativa simplificada, cuja hipótese fora confirmada ao decorrer do estudo, ficando evidenciado que encerra a cadeia tributária do ICMS dentro do Estado, e proporciona menor desembolso. Nota-se que a sistemática de tributação Simplificada leva em consideração para apuração do ICMS a pagar apenas o CNAE da empresa e o valor das entradas provenientes de outras unidades de federação, o que acaba trazendo vantagens para empresas de médio e grande porte, como é o caso da empresa objeto de estudo, pois sabe-se que essas empresas conseguem comprar suas mercadorias a um menor preço, ou seja, a base de cálculo para a apuração do imposto e consequentemente o imposto a pagar de uma empresa de médio ou grande porte será menor do que de uma pequena, mesmo em se tratando do mesmo produto.

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Contudo, a partir de 01.01.2020 não é mais permitido o uso do regime de estimativa simplificada em nosso Estado de Mato Grosso, uma vez que foi revogado pela Lei Complementar nº 631 de 31 de julho de 2019, que dispõe sobre a remissão e anistia de créditos tributários decorrentes de benefícios fiscais ou fiscais- financeiros de ICMS, criados sem lastros em Convênios aprovados no âmbito no Confaz (Conselho Nacional de Política Fazendária). Ocorre que a sistemática de tributação Estimativa Simplificada só existe no estado de Mato Grosso, e foi estabelecida com incompatibilidade à Constituição Federal, uma vez que não foi implementada com base em lei complementar e muito menos submetida à aprovação do Confaz, sendo considerada como benefício fiscal e impulsionado a famosa guerra fiscal.

A guerra fiscal é a prática dos Estados de concederem incentivos fiscais, sem a aprovação do Confaz, o qual é composto pelos secretários de fazenda de todos os Estados, e a aprovação de qualquer incentivo fiscal tem que ser por unanimidade. Consequentemente todos os Estados foram obrigados a reinstituição, modificação ou extinção dos benefícios fiscais concedidos em desacordo da lei, inclusive com remissão e anistia dos incentivos, isenção ou benefícios fiscais. Fica aprovado como forma de recolhimento padrão do ICMS o regime de apuração normal, ou seja, pela conta gráfica, para todos os Estados, afim de acabar com a guerra fiscal.

O regime de estimativa simplificada entrou em vigor no dia 1º de junho de 2011 e foi extinto em 31 de dezembro de 2019, beneficiando muitos empreendimentos e empresários durantes os 8 anos e 6 meses que ficou vigente.

Por fim, constata-se que o objetivo geral foi alcançado, assim como o problema de pesquisa, respondido. Como desdobramentos futuros, essa linha pesquisa pode ser estendida através da investigação sobre como se comportou a formação de preço dos produtos de vestuários e acessórios com o aumento do ICMS e consequentemente o aumento dos custos empresarias.

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REFERÊNCIAS

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