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Quero expor mais dois aspectos que moldam a sociedade e o indivíduo, com exemplos distintos do uso de crack. O primeiro é quando o uso e usuário de crack se tornam públicos e por causa dessa exposição o seu meio social se reduz fazendo com que o indivíduo adquira posturas que vão se afastando das suportadas pela sociedade de uma cidade pequena.

Além do afastamento, as pessoas passam a esconder seu próprio dinheiro em suas carteiras ou em bolsos diferentes. Porque o usuário pede dinheiro emprestado e as pessoas se sentem acuadas e de alguma forma acabavam “emprestando”. A forma com que se pede o dinheiro às vezes caí no tom de ameaças, e às vezes são mesmo.

O crack nas pequenas cidades expõe um problema ainda maior que o uso, a falta de informações ou uso de informações midiáticas falsas colocando os usuários em uma categoria de “pré-bandido”.

Outro tipo de usuário que identifiquei foi o que teve contato com a cocaína nos anos 80 e 90 quando o processo de fabricação ainda era artesanal. Quando ainda estava industrializando o processo de fabricação de cocaína. Os efeitos eram mais intensos, o processo pra se consumir era distinto dos atuais. Com o passar do tempo e do uso, ele não encontra mais os efeitos que encontravam com a cocaína, e no primeiro contato com a pedra de crack, adere, gosta. Os efeitos dele são “maravilhosos” capaz de substituir coisas insubstituíveis, que se colocam no lugar de outros tempos. Uma pessoa vende maconha para poder ter a sua maconha sem custos para usar, acontece também com a cocaína. Mas com o crack essa regra é quebrada como o som da pedra queimando, que origina o nome da droga.

O crack não é a causa da exclusão, é um elemento a mais, que reforça a exclusão social, processo que é anterior à droga, no entanto, é reversível.

7. ENTREVISTAS

Eu fiz três perguntas a quatro diferentes pessoas as quais, de forma direta e indireta, são envolvidas com a pedra de crack e o consumo dela.

Tais pessoas são um trabalhador usuário, que consome crack há cinco anos; um ex usuário; um policial militar e uma pessoa que conhece usuários e de forma indireta está presente no meio social da pedra de crack, a quem chamarei de cidadão.

1 – Qual impacto direto do crack na sua vida?

Usuário:

“Comecei a fumar crack do nada. Um dia o fulano apareceu com a pedra em casa, eu estava muito cansado e com muita dor no corpo. Eu trabalho com lenha. Pego toras de madeira com mais de 50 Kg. O óleo4 me ajuda a me recuperar pra outro dia. Minha mulher não gosta, mas não deixo faltar nada em casa. Aqui quem não fuma, chera, quem não chera, bebe cachaça. E quem não faz nada disso é fofoqueiro.

Polícia:

“Na minha direta só que tenho que apreendê-la e tirar de circulação os traficantes. A pedra de crack não faz mal se ninguém vender. O crack é a pior droga que eu tenho conhecimento. A pessoa perde tudo que tem. Vira zumbi. Escravo da droga.”

Ex usuário:

“Agora nenhum. Nem gosto muito de falar sobre isso.” Já fumei demais, você sabe.

Cidadão:

4 Óleo é como o crack é conhecido entre usuários e traficantes que acham que crack é pejorativo. E também um método de disfarçar o uso.

40 “As vezes aparece uns ai me pedindo dinheiro, você sabe quem, os mesmos de sempre, eu vejo gente que vai no mercado compra as coisa na conta e troca pela maldita pedra. Fulano, nem quer vender mais pra ele mais. Tem um amigo que chega da lavoura e a primeira coisa é dá uma pedra no trem.

2- Usar crack atrapalha seu trabalho? Por que?

Usuário:

Não. Até hoje não. Porque só me ajuda. È foda ficar pegando peso o dia todo dói tudo. Mas já faltei uns dia por causa de fuma pedra, mas eu trabalho, não deixo de trabalhar, não, tenho que pagar as coisa em casa e pensão do meu filho.”

Polícia:

“Não. Eu não uso drogas. Mas os usuários, sim. E principalmente quem vende. O traficante afeta a sua vida, a vida de todo mundo que mora aqui na cidade, uma parte das ocorrências acontece por causa da droga. Mais de cinquenta por cento.”

Ex usuário:

“Sim. Eu achava que não até perder algumas oportunidades de trabalho. Aqui as pessoas dão moral pra ladrão, mas pra usuário de crack, eles querem que morra, pras pessoas usuário de crack não come, não bebe, fui tratado igual lixo por muita gente.”

Cidadão:

“Sim. Tem amigo que fuma essa merda e tão acabado”

3 -Por que você acha que o crack não é aceito na sociedade como as outras drogas?

Usuário:

“Não sei, o trem é bão demais. Ruim que é caro. Os outros falam mais eu não devo nada pra ninguém eu compro com meu dinheiro, não roubo pra comprar. O

crack é mal falado por causa dos vagabundo que rouba pra comprar, pra manter seu vício.”

Polícia:

“O crack é a pior droga pra nós aqui. Como já te disse as ocorrências de roubo daqui são todas pra comprar droga, e noventa por cento é de crack. Não tem como aceitar essa desgraça na vida das pessoas. A maconha e o pó ainda dá pra levar uma vida mais ou menos, a pedra destrói tudo”

Ex usuário:

“Porque as pessoas roubam pra comprar” Se não fosse por conta dessas coisas seria igual maconha, pinga. Rapaz sujeito tá usando a pedra junto com você, daí você percebe que sumiu um dinheiro aqui, um rádio ali, ai você vai ver o mesmo cara que tá fumando com você tá te roubando, e acaba que fumei as minhas coisa que estavam me roubando. E traficante nem quer saber pega tudo, só não pega a alma do sujeito. Porque se pegasse já tinha vendido por uma pedra de dez. E quando fosse pagar pra devolver seria vinte. (Risos)

Cidadão:

Nem pode, né? Você já pensou se do jeito que tá parece que já é liberado. Alá tá vendo já tão indo fumar a desgraça. Olha a hora meio dia.(Risos) (nesse momento avistamos pessoas fazendo consumo de pedra embaixo de uma árvore as margens da BR 116)

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8. CONCLUSÃO

O realce no estudo do consumo, a partir de grupos que fazem uso laboral, recreativo, controlado ou não abusivo de substâncias, visa questionar as ideias simplistas de que todo usuário de drogas é (ou pode se tornar) um dependente químico e de que o uso de drogas pode vir a se constituir um problema para qualquer pessoa que experimente alguma substância, independente da sua trajetória de uso. Tais estudos mostram a heterogeneidade de modos de se relacionar com as substâncias, de classificá-las e dialogam fundamentalmente com modelos médicos de pesquisa, questionam o diagnóstico generalizante acerca desse uso, assim como a autoridade do campo da medicina em falar sobre o assunto. Expressam claramente o debate no qual a questão está situada. Para eles. Assim, os estudos voltados às muitas formas de usos controlados e laborais ou recreativos enfocam sua discussão na crítica às generalizações de um modelo médico de pesquisa apressado em conferir diagnósticos e “destinos”. Ou seja, tais estudos se edificaram na oposição a outra área do conhecimento: as chamadas ciências da saúde, principalmente a medicina e, mais que tudo, opondo-se ao seu foco na dependência química (talvez por isso mesmo haja, nessa literatura, lacunas no que diz respeito ao consumo abusivo de substâncias). Para tanto, orientam suas investigações focando os modos como os indivíduos usam as substâncias à luz dos aspectos sócioculturais presentes na experiência.

Apenas pondero que levar a sério o que se chama de contexto sociocultural supõe considerar relações desiguais e mais ou menos hierárquicas presentes na sociedade brasileira, do mesmo modo que implica ter em conta a proximidade (ou não) com as muitas formas de violência aí envolvidas. Pois não se pode esquecer que tanto o tráfico quanto o consumo de drogas estão encapsulados por uma política proibicionista atravessada por desigualdades sociais – o que impõe fronteiras significativas entre os grupos e implica distintos tratamentos jurídicos, díspares negociações com policiais, e, ainda, diferentes aproximações com o chamado “mundo do crime” No que diz respeito ao modo como essa desigualdade se apresenta em relação ao consumo.

Assim, por outros caminhos, cheguei a aspectos que eram relevantes inclusive aos próprios usuários. E então fiz as pazes com esses escritos e com minha escolha metodológica. Foi quando eu constatei que, para falar daquilo que move e toca as pessoas, nem sempre é preciso ficar escarafunchando suas histórias de vida. Às vezes, é só olhar, com bastante seriedade e respeito, para as relações que elas estabelecem com outras pessoas, com substâncias, com corpos, com sensações, com objetos, com instituições, com ideias e com espaços.

Acredito que precisamos encontrar uma via analítica que possa fazer com que usos tão diferentes sejam igualmente inteligíveis; e não abordar a questão de uma forma que às vezes parece cair em visões etnocêntricas que julgam alguns usos como melhores, mais racionais e, portanto, mais justificados que outros.

Chegamos então ao principal problema do desvio: que é o problema de quem pode ou não, quem tem legitimidade ou não, quem tem segurança ou não de exercer determinadas formas de interação social. No caso específico das “drogas”, isto se traduz em quem consome, em qual contexto e de que modo. Nessas “disputas” classificatórias entre grupos consumidores de “drogas”, o que está em jogo é também quem detém a possibilidade de vida na “fantasia” ou retirar os resquícios da dor e a existência da experiência diversificadora, em que o corpo aparece como a grande porta de entrada.

Há uma tensão constitutiva, principalmente no âmbito das ciências sociais, na distinção entre problema social e problema teórico, já que o primeiro não necessariamente se constitui no segundo. Embora não esperemos resolvê-la, tal tensão pode ser, se tomada de modo absoluto, imobilizadora e pouco produtiva.

Não se pode negar que problemas sociais têm movido a humanidade, notadamente as ciências sociais, em sua curta história de vinculação às disciplinas científicas.

Através de diversos referenciais teóricos capazes de distanciar observador e objeto, os problemas sociais são historicamente contextualizados e desnaturalizados, o que não deve implicar, em hipótese alguma, a negação de sua importância enquanto tal.

44 Não fosse assim, como explicar a importância política e teórica da contribuição das ciências humanas ao estudo das classes sociais, da identidade racial ou cultural e das separações de gênero, citando apenas três exemplos entre dezenas de outros possíveis? A questão das “drogas”, portanto, se estabelece enquanto um campo de pesquisa não apenas porque se configura num problema social relevante, mas também porque o fenômeno do consumo sistemático de substâncias psicoativas vai muito além do contato físico entre indivíduos e determinadas substâncias.

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