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Considerações realizadas pelas professoras

4.1 Cursos de Especialização (lato e/ou stricto sensu) e Formação Continuada

Quando indagadas se se sentem incentivadas a buscar cursos de especialização, 5 (cinco) professoras (12%) não opinaram (P1, P2, P15, P30 e P38), 11 professoras – 26% (P3, P4, P5, P7, P9, P14, P24, P25, P28, P32 e P39) falaram que não se sentem incentivadas e alegaram os seguintes motivos: conteúdos repetidos; ser considerada somente 1 (uma) pós-graduação na progressão salarial no Plano de Carreira dos Servidores do Quadro da Educação da Rede Pública Municipal de Ensino de Uberlândia; problemas de saúde; aproximação da aposentadoria; falta de tempo; desgaste físico e psicológico. Como podemos verificar nas falas abaixo:

Sinceramente não. A carga horária da gente de trabalho, quem trabalha na educação, ela é uma carga horária extensa, existe muita exigência pra que você consiga realizar um bom trabalho, existe muita exigência, muita pesquisa, isso acaba não sobrando tempo pra você fazer, desenvolver sua pesquisa da sua especialização, a gente acaba fazendo uma especialização muito corrida, muito sem tempo pra você estar pesquisando o que você realmente deveria pesquisar ali. Acaba desmotivando porque depois a gratificação, a remuneração que você ganha por essa especialização acaba não compensando tanto, custo benefício em relação a sua saúde, o desgaste físico é muito grande, psicológico (P32).

O tempo da gente é muito escasso, então a gente necessitaria de ter um incentivo mesmo, na verdade o nosso incentivo é pra fazer uma pós porque aí você tem um aumento, mais de uma você não tem um aumento, mais de uma você não tem e, querendo ou não, a gente fica muito atrelada à questão de aumento (P39).

Já 27 professoras – 63% (P6, P8, P10, P11, P12, P13, P16, P17, P18, P19, P20, P21, P22, P23, P26, P27, P29, P31, P33, P34, P35, P36, P37, P40, P41, P42 e P43), disseram que se sentem incentivadas a buscarem cursos de pós-graduação (tanto lato sensu quanto stricto sensu), destacando os seguintes motivos: atualização profissional; mudança de atuação dentro da carreira (exemplo: fazer especialização em AEE) para

trabalhar nessa área; e quem faz a primeira especialização geralmente alega como motivação também a progressão salarial na carreira. Todas atribuem que o incentivo para a busca de pós-graduações é pessoal.

Assim, se for pensar em conhecimento porque se for pensar em salário, em aumento de salário não compensa, minha opinião, até porque assim, não é uma coisa, como que fala assim acumulativo, você pode ter 10 pós-graduações que o salário é o mesmo e eu não tenho interesse em fazer mestrado e doutorado, então eu fiz Psicopedagogia por gostar e por ter interesse eu tenho até vontade de fazer outras pós-graduações por conhecimento mesmo não é em relação a salário (P16).

Ai eu sinto, porque se não parece que a gente fica parada, assim me motivou mais ainda depois que eu passei no concurso, porque serve assim tanto para o conhecimento da gente tanto para a progressão aí eu vi minhas colegas fazendo eu pensei gente eu não posso ficar pra trás, eu pensei, elas falavam: vamos fazer, eu ficava desanimada porque eu achava complicado, porque a gente tem família, trabalha fora, e eu sei que quando você entra pra fazer um curso, uma pós pode preparar que é trabalho mesmo, aí meu esposo ficava, nossa você vai mexer com isso tudo de novo? Fica tão difícil. Aí eu falei, mas aí eu tenho que pensar no meu futuro, na minha prática, trabalhar na escola, aí eu pensei vou fazer, aí eu passei no concurso, o incentivo foi mais, porque a gente ganha progressão, ganha tanto conhecimento (P27). Os cursos de formação continuada da rede municipal de ensino de Uberlândia/MG são promovidos pelo Centro de Estudos e Projetos Educacionais Julieta Diniz (CEMEPE) e, quanto à participação, somente 8 (oito) professoras (19%) declaram não participar dos mesmos, sendo elas a P14 e P16 que alegam que não participam, pois não se sentem incentivadas e não sabem o que fazer na prática com o que ouvem nos cursos; para a P18 não corresponde as suas expectativas, prefere participar de um grupo de estudos. A P26 estava de licença maternidade e acaba de voltar para a escola; a P4, P29, e P42 não estão conseguindo participar das formações no CEMEPE, devido à falta de tempo, mas fazem as que são oferecidas na escola; a P37 devido à falta de tempo não está participando.

As outras 35 professoras (81%) afirmam que participam dos cursos de formação continuada. Mas as P1, a P2, a P3 e a P22 declaram que participam por serem obrigadas e fazem algumas críticas a esses cursos por não verem a aplicação dos mesmos no dia a dia, ou seja, são cursos muito voltados para a teoria e não para a prática do professor, a saber:

Eu sou obrigada (risos). Eu vou por livre espontânea pressão (risos) porque se eu não for ainda mais agora que eu estou no probatório, conta falta (P2).

Participo porque sou forçada a isso, porque tem a progressão do desempenho, mas também observo que existem as mesmas questões, são cursos mal elaborados, são cursos que não te dão o parecer do tema, são cursos que não progridem, que permanecem estáticos, aí você vai com uma expectativa de uma procura para que você se auto aprimore, mas não ocorre isso, tudo conteudista. O CEMEPE ele oferece os cursos, mas ele não tem o retorno da prática, ele não convida o professor pra esclarecer como que foi usado, se foi eficiente para o que foi ofertado, então as opções que eles fornecem, que eles oferecem estão sempre estáticas é como se fosse engessado, aí as oficinas são coisas que você está cansado de fazer, são coisas que você encontra na internet é só o ponto de você digitar como tema, então o tema é assim, é muito ruim, porque na verdade o que eu vejo a necessidade hoje do professor para que ele consiga superar o que a criança já tem como vivência, então hoje o professor tem que superar os meios tecnológicos, porque o tablet é mais interessante que uma aula (P3).

Olha, eu não gosto muito dos cursos do CEMEPE não sabe! Porque na maioria das vezes eles não são direcionados para faixa etária que eu trabalho, mas mesmo assim eu tenho que fazer porque eu tenho que cumprir módulos lá (P22).

Um grupo de 20 professoras (P5, P6, P7, P8, P11, P12, P17, P20, P21, P23, P24, P25, P27, P28, P30, P33, P36, P38, P41 e P43) diz que participa dos cursos e alega que o incentivo para participação nos mesmos é pessoal; vem da secretaria de educação; da escola; dos professores que ministram os cursos. E ressaltam as vantagens dos mesmos: sempre traz algo diferente; as que estão no início da carreira destacam que são de extrema importância para auxiliá-las em sua atuação profissional; que ter um centro de formação na cidade é importante; atualmente estão sendo oferecidos cursos mais focados na atuação do professor, que estão tendo a oportunidade de escolher o curso; rica troca de experiência com as professoras de outras escolas; aperfeiçoamento profissional; é válido para repensar a prática.

A gente tem essa facilidade por ter o CEMEPE. Eu acho importante, pois poucas cidades como eu venho lá do Norte de Minas, poucas cidades oferecem isso, essa formação continuada, um centro de estudo e pesquisa, eu acho isso muito importante, apesar de que muitas vezes a gente reclama, ah porque não passaram e tudo mais, é muito importante pra gente, pro professor ter um centro específico pra isso que esta lá pra receber, às vezes a gente não fica sabendo, a gente ficou sabendo já suspendeu a matrícula, mas eu acho assim que é um incentivo da prefeitura, do professor estar buscando, eu gosto (P17).

Eu acho assim a gente, nesses cursos o que eu acho positivo é de ver as experiências de outras pessoas, de outras escolas o que eles estão fazendo, às vezes você vai o palestrante não é tão interessante, mas você acaba aprendendo com a fala do colega, com a prática do colega (P33).

Já um grupo de 11 professoras (P9, P10, P13, P15, P19, P31, P32, P34, P35, P39 e P40) diz participar dos cursos de formação continuada oferecidos pelo CEMEPE, embora não se sintam tão motivadas e fazem algumas críticas a esses cursos, sendo elas: a necessidade de se atrelar o conteúdo dos cursos à realidade do professor; falta de valorização profissional e financeira para a participação nos mesmos; conteúdos repetitivos.

A formação em si é boa, mas a hora que você vai fazer a prática é um grande problema (P10).

Eu assim vou ser bem sincera formação continuada as do CEMEPE eu acho que não vem muito ao encontro com a minha realidade, não é bem a realidade, porque devido o tempo que eu tenho de atuação, pra mim eles não são muito válidos porque são muito repetitivos, as coisas são muito repetitivas (P34).

Em relação à formação continuada a LDBEN em seu Art. 67 apresenta quais são os aspectos a se considerar para se ter uma valorização dos profissionais da educação, que é mediante a criação de planos de carreira do magistério, os quais assegurem aos docentes condições de valorização profissional tendo como um desses requisitos a formação continuada, com licença remunerada e período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga horária de trabalho.

A Meta 16 do PNE se refere tanto aos cursos de especialização quanto a formação continuada dos professores. A Meta 18 do PNE define aspectos relativos ao Plano de Carreira para os profissionais da educação básica e superior pública, e traz como estratégia: “18.4) prever, nos planos de Carreira dos/as profissionais da educação dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, licenças remuneradas para qualificação profissional, inclusive em nível de pós-graduação stricto sensu” (BRASIL, 2014, s/p; grifos nosso).

Quanto à legislação municipal no documento: “Carta às pessoas que optaram por participar ativamente da concretização do direito de ensinar e de aprender, em Uberlândia, promovendo ações coletivas, fundamentais para o fortalecimento de escolas

públicas de qualidade referenciada socialmente” é explicitado os quatro macro objetivos que foram definidos para a gestão da educação pública do município de Uberlândia, sendo o quarto macro: “4. desenvolver formação permanente com os (as) profissionais da educação: estudo, pesquisa e intervenção pedagógica” (EQUIPE DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO, 2014, p. 03).

O Plano de Carreira dos Servidores do Quadro da Educação da Rede Pública Municipal de Ensino de Uberlândia traz em seu 3º (terceiro) artigo os princípios e as diretrizes que a referida Lei se embasa, destaque para: “VII - garantia de programas de qualificação, orientados pela educação em direitos humanos, que contemplem a formação específica e a geral, nesta incluída a educação formal” (UBERLÂNDIA, 2014b, p. 01).

O Art. 27 do Plano apresenta a jornada de horas semanais de trabalho por cargo dos Servidores públicos municipais do Quadro da Educação, a saber: “[...] 20 horas semanais, para o Professor I e Professor II e 30 horas semanais para Professor Auxiliar para a Educação Infantil”. Para os cargos de Professor I, Professor II e Professor Auxiliar para a Educação Infantil, um terço da jornada semanal de trabalho, a qual é realizada através do Módulo II, destina-se: “a atividades de planejamento, atualização, pesquisa, produção coletiva, formação permanente, colaboração com a administração da unidade, participação em reuniões, eventos de trabalho e outras atividades inerentes ao Projeto Político Pedagógico da Unidade”. E: “dois terços das horas destinadas a atividades pedagógicas consideradas extraclasse poderão ser cumpridas, da forma e no local que melhor convier ao docente” (UBERLÂNDIA, 2014b, p. 17, grifos nosso).

Assim, o Eixo V e a Meta 5 do PME (2015) trazem como estratégias a serem colocadas em prática a partir da Lei, referente a formação profissional dos professores: a implantação de programas permanentes de formação continuada em serviço; a consolidação do CEMEPE como órgão responsável pela formação continuada dos trabalhadores da educação; a criação de cursos específicos, práticos e inovadores para os professores da Educação Infantil que atuam na faixa etária de 4 meses a 3 anos; assegurar o profissionalismo dos ministrantes dos cursos de formação continuada, buscando oferecer cursos com temas inovadores e interessantes; a regulamentação da liberação total ou parcial remunerada para os professores que estejam em cursos de mestrado e doutorado.

Desse modo, pode-se concluir em relação aos cursos de pós-graduação e as formações continuadas que a legislação nacional apresenta nítida preocupação quanto à

valorização profissional dos professores com a especificação da criação de planos de carreira que tenham a formação continuada como um de seus princípios; licença remunerada para quem está em processo de formação de mestrado ou doutorado; período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga horária de trabalho; formar 50% dos professores da educação básica em nível de pós-graduação.

Quanto à legislação municipal também nota-se essa preocupação começando com o documento oficial “Carta às pessoas que optaram por participar ativamente da concretização do direito de ensinar e de aprender, em Uberlândia, promovendo ações coletivas, fundamentais para o fortalecimento de escolas públicas de qualidade referenciada socialmente” o qual traz como um de seus marcos a formação permanente dos profissionais da educação.

O Plano de Carreira dos Servidores do Quadro da Educação da Rede Pública Municipal de Ensino de Uberlândia prevê no Art. 27 um tempo dentro da carga horária de trabalho para os professores pensarem e planejarem seu trabalho, também assegura a realização de atividades pedagógicas extraclasses, colaborando assim para que os professores possam utilizar esse tempo para aperfeiçoamento profissional e colaboração com as atividades da escola, momento esse chamado de módulo. Legislação que realmente é colocada em prática na rede municipal de ensino de Uberlândia/MG, uma vez que muitas entrevistas foram realizadas no momento de módulo das professoras, que chegaram até a avaliar o mesmo nesta pesquisa, como será visto mais a frente.

Ressaltamos o cumprimento da legislação na rede municipal de ensino de Uberlândia/MG, referente a liberação total ou parcial remunerada, de acordo com o PME (2015), para os professores matriculados em cursos de mestrado e doutorado, uma vez que a P13 relata que tem essa liberação para fazer seu mestrado, como se pode constar na fala da mesma: “Tenho um dia dentro da minha carga de trabalho o que a gente chama de licença remunerada para poder fazer o mestrado. Já é um incentivo, mas inicialmente eu não sabia” (P13).

Verifica-se, que a maioria das professoras entrevistadas, se sentem incentivadas a fazerem cursos de pós-graduação, mas ressaltam que o Plano deveria considerar para a progressão na carreira todos os cursos de especialização lato sensu realizados e não somente 1 (um) como é considerado para a progressão salarial, que essa realidade acaba desmotivando a realização de mais de um curso de especialização lato sensu. Quanto aos cursos de formação continuada a maioria das professoras (35 – 81%) participam dos mesmos, embora algumas aleguem que participam por serem obrigadas e outras

apresentam críticas em relação a qualidade dos mesmos, críticas essas que parecem ser reconhecidas pelo PME (2015) quando destaca a necessidade de se ofertar cursos significativos, práticos, inovadores e interessantes, com profissionais experientes e capacitados. Assim, espera-se que essas ações sejam colocadas em prática para motivar ainda mais as professoras da rede a participarem dos mesmos.

Em contrapartida constata-se que a rede municipal de ensino de Uberlândia/MG está em sintonia com a legislação nacional e municipal quando destina de fato um tempo dentro da carga horária de trabalho para os professores pensarem e planejarem e também assegura a realização de atividades pedagógicas extraclasses, através do módulo. Além, de propiciar a liberação parcial remunerada, para os professores matriculados em cursos de mestrado e doutorado.

4.2 Relação número de alunos/professor na Educação Infantil

As professoras foram indagadas sobre como percebem a relação número de alunos/professor em suas turmas de Educação Infantil, assim somente 4 (quatro) professoras – 9% (P6, P20, P24 e P43) não criticam essa relação, alegando que a mesma é tranquila e que há a necessidade de atender a demanda, como podemos constatar nas falas abaixo:

A questão de número de alunos eu acho muito tranquilo, porque se a gente for analisar outras realidades é assim gritante, em outras realidades eu sei que é bem numerosa, o trabalho é mais complicado, principalmente nessa faixa etária que eles necessitam tanto da presença da gente quase que o tempo todo (P6).

Então às vezes a gente acha que é muito, mas também a gente compreende que a demanda também é grande, então a gente faz um esforço para que o trabalho siga de maneira satisfatória, rica e proveitosa tanto para o docente quanto para o discente porque é uma situação que infelizmente na realidade hoje não tem como evitar por conta da demanda, então a gente tem que ajustar o trabalho da gente com a demanda que tem (P20).

Então eu acho que é bem tranquilo assim, principalmente aqui na nossa escola (P24).

Já para as outras 39 professoras entrevistadas (91%) a relação número de alunos professor na Educação Infantil, por ter um número significativo de crianças por adulto, acaba sendo um dos maiores problemas dessa etapa educacional e destacam os pontos

negativos: ser desgastante; a questão da qualidade do trabalho atrelada a quantidade de crianças, ou seja, quanto menos criança maior a qualidade do trabalho foi uma questão posta por muitas professoras; a dificuldade de dar atenção às crianças, justamente que se encontram na faixa etária da Educação Infantil, que segundo as professoras requer um olhar mais direcionado; a falta de atenção direcionada pode afetar o rendimento das crianças quanto ao seu desenvolvimento cognitivo; a questão da falta de espaço para comportar o número de crianças e adultos também foi ressaltada; as professoras muitas vezes se sentem frustradas com seu trabalho, pois percebem que não conseguem atingir seus planejamentos diários e metas, devido ao número elevado de crianças, algumas dessas queixas podemos encontrar nas falas abaixo:

Na nossa realidade ela é adversa porque ocorre nós estamos numa casa que o espaço físico é para uma família de 4 pessoas e nela funciona uma escola entendeu?! 80 crianças, então se eu falar para você é satisfatório eu trabalhar com 11 alunos, porém o que eu poderia ofertar no momento não tem como porque todos os espaços são agendados por todos os professores, o espaço que eu falo é um espaço de 2x3 que é uma garagem, então se você quiser ter um trabalho de recorte, pintura, isso assim é uma coisa muito agendada, esperada, e às vezes não ocorre, porque talvez no meu agendamento está chovendo (P3).

É muito complicado você fazer um bom trabalho com esse tanto de crianças, eu trabalho tem nove anos na rede particular, então assim, a diferença é gritante, gritante, sabe?! Gente, não tem condição entendeu de você trabalhar com quase 30 crianças porque aqui muita gente olha: ah um depósito de criança, a visão que muitos pais tem até a sociedade, deixa lá para passar o tempo, enquanto eu estou trabalhando os pais pensam, então aqui não é escola para eles e muitos professoras levam, empurram com a barriga, deixa a criança brincar sem nenhum direcionamento, porque a criança nessa idade aprende brincando com direcionamento, se você não intervir ela vai ficar tacando brinquedo no colega, isso não é brincar, então a quantidade de aluno influencia demais sabe, tanto para o direcionamento de uma brincadeira, quanto para você, porque é uma pré-alfabetização para você ter um trabalho individualizado com a criança e não tem jeito (P16).

Então, precisa melhorar porque assim, impacta bastante na qualidade do trabalho o número de alunos que às vezes você não consegue dá uma assistência melhor para a criança, ter aquele olhar no individual mesmo, captar as necessidades mesmo de cada um devido ao número porque já é aquela rotina, então você acaba se perdendo com aquele número de alunos, é desumano às vezes para o professor e para a criança aquele ambiente que fica estressante (P21).

Também foi perguntado as professoras se elas têm conhecimento sobre o que a legislação determina acerca do número de alunos/professor na Educação Infantil 20 professoras – 47% (P1, P6, P7, P9, P11, P16, P18, P19, P20, P21, P24, P28, P30, P32, P33, P34, P37, P38, P40 e P41) dizem não ter conhecimento e 23 – 53% (P2, P3, P4, P5, P8, P10, P12, P13, P14, P15, P17, P22, P23, P25, P26, P27, P29, P31, P35, P36, P39, P42 e P43) dizem que tem conhecimento da legislação e destacam a diferença da lei no papel e na prática; o fato da legislação ser escrita sem ouvir o professor e a imposição da lei foi uma questão falada tanto por quem diz ter conhecimento da lei quanto por quem diz não ter, a saber:

Olha, legislação é uma, o funcionamento é outro, fala-se quem tem criança especial na sala, menos dois alunos, não tem isso, num espaço físico desse aqui não poderia ter a quantidade de aluno que tem, mas eles não querem nem saber, não quer construir outra escola, então legislação ela existe, mas não na prática pra gente não, então não adianta (P5).

Então, a gente trabalha de acordo com a legislação mesmo, que é determinado, porque não tem como, é uma legislação e a gente tem que acatar não tem como eu chegar e falar assim não quero esse número de alunos na minha sala, ou eu quero ou eu dou licença, porque é uma lei, é uma legislação e eu tenho que segui-la, mas muita gente, muito professor não fica de acordo mesmo, mas a gente tem que aceitar, tem que acatar (P27).

Não, vem a norma, tem que acatar e pronto, o que fala é porque não tem escola e menino não pode ficar fora da sala, então vai enchendo, aí o juiz manda (P30).

Eu já vi, mas assim é uma coisa tão fictícia que eu nem memorizei