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3. PERFIL

3.2 CONSIDERAÇÕES SOBRE OS INDICADORES DO PERFIL

Em um diagnóstico social o indicador tem a capacidade de buscar sintetizar e avaliar as ações na área em que se está pesquisando, auxiliando de forma preponderante a construção de um plano da intervenção social.

Os indicadores apontam qual a realidade local e tendências em que se deve atuar, subsidiando a elabo-ração de um planejamento que venha realmente transformar a realidade social, bem como possibilitar o mo-nitoramento, o aprimoramento de programas e projetos, possibilitando ao gestor público e a sociedade criar mecanismos para atuar de forma concreta em certas situações que necessitam de mudanças da realidade social.

Destaca-se, primeiramente, 8,1% de crescimento populacional em Curitiba de 2010 para 2016, enquanto a sua RM (outros municípios) cresceu 11,9%. Dos 5 municípios mais populosos da RM, São José dos Pinhais e Araucária, são os que mais cresceram, 14,6% e 13,7% respectivamente.

Analisando o Indicador 3, população na faixa etária de 0 a 17 anos, que comparado a população total re-sidente na Regional de Tatuquara, pode ser observado que 35% é formada por crianças e adolescentes (0 a 17 anos), bem acima da média geral de Curitiba que é de 24,6%. Isso demanda do poder público uma atenção es-pecial, haja vista, a necessidade de investimentos, principalmente na educação infantil e fundamental se for comparadoa os percentuais apresentados pelos indicadores 5 e 6, com uma população de 22,5% de crianças e adolescentes sobre o total da população residente nesta Regional.

Quando analisado por bairros, verifica-se que o mais populoso nesta faixa etária de 0 a 17 anos, é o CIC, ou seja, a diferença proporcional é 683 vezes maior, que o de menor população que é o Riviera. Demonstrando que o Bairro CIC necessita de atenção quanto à implementação de políticas públicas de Promoção, Proteção e Defesa dos seus direitos como: construções de espaços para o esporte, cultura e lazer; incentivo à perma-nência na escola; cursos profissionalizantes; entre outros, observando a distribuição desse atendimento em todo o território do bairro.

Na RM de Curitiba, dos cinco municípios mais populosos, destacam-se São José dos Pinhais, Colombo e Araucária, com mais 30% da sua população na faixa etária de 0 a 17 anos, muito acima de Curitiba, que apre-sentou 24,6% e também acima do Brasil que apresenta um percentual de 29%. O indicador destaca um com-portamento bem diferenciado nos municípios limítrofes e mais populosos da RM, o que sugere uma atenção maior e possíveis ações coordenadas de promoção.

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No indicador 8, (Razão de Dependência Jovem – RDJ), a Regional de Tatuquara, apresenta um percentual de 43,6%, ou seja, a população inativa do bairro é quase a metade da população ativa, enquanto em Curitiba, a RDJ é de 29,1%. Este grande contingente populacional potencialmente inativo, que está sendo sustentado pela população em idade produtiva, significa consideráveis demandas sociais para o poder público e para a sociedade.

O Indicador 11, que mostra o percentual por sexo, das pessoas responsáveis pelos domicílios de Curitiba que segue os parâmetros nacionais. Lembrando que segundo definições do IBGE, pessoa responsável pelo domicílio é um homem ou mulher, com no mínimo 10 (dez) anos de idade, reconhecida pelos moradores como responsável pelo domicílio (IBGE, 2011). No Brasil, segundo as Estatísticas de Gênero, produzidas pelo IBGE houve um aumento de 13,7% de mulheres responsáveis pelos domicílios se comparado o censo de 2000 com o de 2010. Não é difícil entender que essa mudança, veio com a inserção das mulheres no mercado de trabalho, devido à necessidade de complementação da renda domiciliar. Além disso, podem ser citadas as mudanças de comportamento a respeito dos papéis sociais, ou seja, o fortalecimento de movimentos organizados de mulheres pela defesa de iguais direitos na sociedade.

O indicador de condição de moradia (Indicador 13) mostrou que na Regional de Tatuquara, tem o maior percentual (38,4%) de imóveis em aquisição, refletindo aqui a compra da moradia pelos programas de governo federal como, Programa Minha Casa Minha Vida, que trouxe mais facilidade de crédito para a aquisição de mo-radias para famílias de baixa renda e de regiões mais periféricas das grandes cidades. Neste mesmo indicador Curitiba, Araucária, Pinhais e Colombo apresentam os menores percentuais de domicílios próprios, menos de 75%, entre todos os municípios que compõem a RM.

Ressaltamos no Indicador 13, que os dados de infraestrutura dos domicílios, podem estar bem desa-tualizados, pois é sabido, que muitos municípios investiram em tais serviços após 2010, data de referência do Censo do IBGE.

A renda per capita domiciliar (Indicador 15) identificou que nas regionais Boa Vista (2,0%) e Tatuquara (3,2%), existem as maiores concentrações de domicílios com menores rendas per capitas do município. Estes percentuais estão bem acima dos encontrados em Curitiba que é de (1,3%). Analisando os bairros, a diferença proporcional entre o Bairro Parolin e o Bairro Batel é de 66 vezes, percentual bem significativo em se tratando de bairros bem próximos. A RM apresenta no Geral 2,6% dos domicílios com renda per capita inferior a 1/4 SM, percentual esse que é influenciado pelo baixo percentual de Curitiba (1,3%). Os outros municípios que compõem a RM apresentam em média 4,4% dos domicílios com renda inferior a 1/4 SM, percentual três vezes maior que o de Curitiba.

A densidade por dormitório, Indicador 16, mostra que nas regionais, Bairro Novo (15,3%) e Tatuquara

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(19,6%), estão as maiores concentrações, bem acima dos números do Estado do Paraná e do Município de Curitiba. Considera-se, como já mencionado anteriormente, adequado quando o domicilio tem até duas pes-soas por dormitório (IBGE).

Existe aqui, neste indicador, um grande desafio para superar esta carência, as desigualdades sociais existentes em grandes cidades como Curitiba, que é uma política habitacional e de reurbanização consisten-tes, que venham realmente trazer mudanças radicais nestes índices, dando à população, condições e ter uma vida digna, mas acima de tudo, tem-se que repassar um olhar direcionado às possíveis soluções que englobam também às questões culturais e sociais da população das regionais aqui citadas.

No indicador 18, percentual por nível de instrução da população com 14 anos ou mais, novamente apare-ce a Regional de Tatuquara com o índiapare-ce de 46,6% de pessoas sem instrução e/ou ensino fundamental incom-pleto, acima inclusive da média nacional que é de 44,9% e muito acima da média de Curitiba de 27,0%.

Outro dado que chama a atenção, é que somente 2,3% da população desta mesma regional, possuem superior completo. Para diminuir este índice, há a necessidade de aprofundamento nas ações direcionadas à educação de jovens e adultos, ampliando o financiamento para abertura de novas turmas com foco nas po-pulações de baixa renda como demonstrado no indicador 15, de renda per capita domiciliar, analisado acima.

Alguns municípios mais do interior da RM de Curitiba, apresentam indicadores altíssimos de falta de instrução. São, Cerro Azul e Tunas do Paraná, ambos, segundo dados do Censo demográfico do IBGE 2010, apresentaram mais de 70% da sua população sem instrução ou com fundamental incompleto.

Por último, chama a atenção o indicador de pessoas desocupadas em Curitiba. Pode-se neste indicador comparar os dados do Censo Demográfico do IBGE 2010 com o resultado da PNAD (3º trimestre 2016), que mostra o efeito do atual momento do Brasil – Em 2010, o percentual de pessoas desocupadas em Curitiba era de 4,8% e em 2016 passou para 10,0%.

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