• Nenhum resultado encontrado

Uma conclus˜ao importante ´e a relac¸˜ao entre a generalidade da metodologia e a complexidade associada. O que se observa ´e que quanto mais geral, mais complexa ´e a utilizac¸˜ao da metodologia. Nesse sentido, o exemplo mais representativo ´e dado pelo KADS/CommonKADS. A concepc¸˜ao de um SBC passa pela estruturac¸ ˜ao de seis modelos, que abrangem aspectos diferentes do conhecimento, e a determinac¸˜ao da relac¸˜ao entre eles. N˜ao obstante, o modelo de per´ıcia deve ainda estruturar o conhecimento espec´ıfico do especialista em outros trˆes n´ıveis - dom´ınio, inferˆencia e tarefa. Por outro lado, o ONCOCIN/OPAL atende as mesmas etapas apenas com o preenchimento de formul´arios dedicados especificamente aos protocolos terapˆeuticos.

Em resumo, a escolha da metodologia deve ser orientada pelas seguintes diretrizes: com- plexidade do problema, velocidade do projeto, adequac¸˜ao ao dom´ınio e conhecimento do espe- cialista. Quanto mais geral o conhecimento tratado, aconselha-se sistemas mais gerais como o KADS/CommonKADS ou Prot´eg´e. Esta escolha, por outro lado, tem relac¸˜ao com o tempo necess´ario para o desenvolvimento do projeto, que neste caso, pode ser na casa de anos de trabalho at´e que tenha- se um sistema de acordo com seus requisitos m´ınimos. Metodologias mais simples, como os shells, podem ser indicados para problemas de menor complexidade, diminuindo o tempo necess´ario de projeto. O problema neste caso seria a falta de generalidade destas soluc¸ ˜oes.

2.6

Considerac¸˜oes Finais

Neste cap´ıtulo, o objetivo foi descrever a ´area em que se contextualiza o tema desta tese, ou seja, o desenvolvimento de SMA segundo uma abordagem baseada em conhecimento. Al´em disso, buscou-se estabelecer referenciais te´oricos para as contribuic¸ ˜oes deste trabalho por interm´edio de metodologias e/ou abordagens correlatas.

Desta forma, as conclus˜oes est˜ao divididas em dois aspectos: o aspecto social, formado pela avaliac¸˜ao das metodologias de desenvolvimento de SMA, e o aspecto individual, que concebe agentes segundo uma abordagem baseada em conhecimento, formado pela avaliac¸˜ao das metodologias de desenvolvimento de SBC’s.

A maioria das metodologias de desenvolvimento de SMA derivam daquelas aplicadas ao de- senvolvimento de programas orientados a objeto. A diferenc¸a est´a na extens˜ao do conceito de objeto de forma a compreender as propriedades de autonomia e comunicac¸˜ao pr´oprias da tecnologia de agen- tes. Contudo, um paradigma orientado `a agentes deve necessariamente estar a apto a representac¸ ˜ao de conceitos fundamentais, como pap´eis, organizac¸˜ao, interac¸˜ao e coordenac¸ ˜ao. Al´em disso, seria interessante que um mesmo formalismo fosse utilizado durante todo o processo de desenvolvimento,

facilitando o mapeamento e as relac¸ ˜oes entre as fases do processo global. A fim de reduzir a com- plexidade da especificac¸˜ao da in´umeras interac¸ ˜oes, a metodologia deve estabelecer as relac¸ ˜oes entre os agentes por meio de mecanismos de coordenac¸ ˜ao, como planejamento por exemplo, independente de protocolos e linguagens. No n´ıvel de estruturac¸ ˜ao interna do agente, para que se possa chegar o mais pr´oximo poss´ıvel do seu n´ıvel de implementac¸˜ao final, propor-se-ia restric¸ ˜oes de arquiteturas baseadas em conhecimento, como uma alternativa a arquitetura BDI, menos geral, e por vezes, mais complexa.

Entretanto, mesmo as metodologias baseadas em conhecimento est˜ao sujeitas a uma avaliac¸˜ao para a sua implementac¸˜ao segundo as diretrizes estabelecidas no par´agrafo anterior. Neste caso, seria interessante que o formalismo que descrevesse o n´ıvel social do SMA pudesse ser utilizado tamb´em no n´ıvel individual, tornando a relac¸˜ao entre os conceitos sociais e sua implementac¸˜ao nos agen- tes expl´ıcita e direta. N˜ao obstante, a fim de garantir uma maior generalidade `a metodologia e/ou abordagem, ´e importante que o n´ıvel individual seja capaz de reconhecer qualquer representac¸ ˜ao de conhecimento. Finalmente, uma restric¸˜ao interessante seria a possibilidade de estruturar o conheci- mento em m ´ultiplos n´ıveis de abstrac¸˜ao, de forma a facilitar o processo de aquisic¸˜ao.

Dadas estas restric¸ ˜oes, o pr´oximo cap´ıtulo apresenta as Redes de Petri, formalismo utilizado para a estruturac¸˜ao do SMA segundo a abordagem apresentada no cap´ıtulo 4.

Cap´ıtulo 3

Redes de Petri

3.1

Introduc¸˜ao

Neste cap´ıtulo faz-se uma introduc¸˜ao `as Redes de Petri (RP) a partir de dois aspectos funda- mentais. Primeiro, justificando-as como linguagem de especificac¸˜ao na abordagem para especificac¸˜ao de conhecimento para Sistemas Multiagentes (SMA), a ser descrita no pr´oximo cap´ıtulo. Segundo, apresentando uma revis˜ao bibliogr´afica sobre RP como ferramenta na especificac¸˜ao e implementac¸˜ao de SMA, seja no n´ıvel social ou individual do processo.

O cap´ıtulo ´e assim organizado. A sec¸˜ao 3.2 apresenta o modelo b´asico de uma RP, destacando seu modelo formal e a an´alise de suas propriedades. A sec¸˜ao 3.3 faz uma introduc¸˜ao aos conceitos relativos aos modelos de alto-n´ıvel de RP, destacando as diferenc¸as entre os modelos, e destes com o modelo ordin´ario. A sec¸˜ao 3.4 apresenta o processo de hierarquizac¸ ˜ao entre RP, o que garante ao mo- delo maior modularidade na construc¸˜ao de sistemas. A sec¸˜ao 3.5 apresenta uma revis˜ao bibliogr´afica sobre a utilizac¸˜ao de RP no desenvolvimento de SMA e Sistemas Baseado em Conhecimento (SBC) em geral. E finalmente, a sec¸˜ao 3.6 apresenta as conclus˜oes do cap´ıtulo.