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Consolidação orçamental adicional

No documento BOLETIM MENSAL DEZEMBRO (páginas 104-112)

Como referido na Caixa 1, os pressupostos em termos de políticas orçamentais incluem todas as medidas de política já aprovadas pelos parlamentos nacionais ou especificadas em suficiente pormenor

pelos governos e que provavelmente serão aprovadas no âmbito do processo legislativo. Para a maioria dos países, as medidas incluídas na projeção de referência ficam aquém dos requisitos de consolidação orçamental, ao abrigo das vertentes corretiva e preventiva do Pacto de Estabilidade e Crescimento. O  compromisso de cumprir estes requisitos encontra -se, em geral, refletido nos programas de estabilidade para 2014 e nos documentos dos programas da União Europeia e do FMI. Todavia, muitas vezes, as medidas subjacentes destinadas a alcançar esses objetivos não são referidas ou não são suficientemente bem definidas. Por conseguinte, não são consideradas na projeção de referência. Assim, é não só necessário, como também provável, que, até 2016, vários governos adotem medidas no sentido de uma consolidação orçamental adicional, em comparação com as incorporadas na projeção de referência.

Pressupostos subjacentes à análise de sensibilidade orçamental

A análise de sensibilidade orçamental toma como ponto de partida o “desvio orçamental” entre os objetivos orçamentais dos países e as projeções orçamentais de referência. Para aferir a provável consolidação orçamental adicional, consideram -se as condições e a informação, tanto em termos de dimensão como de composição, específicas aos países. Mais precisamente, a informação específica aos países visa captar as incertezas em torno dos objetivos orçamentais, a probabilidade de medidas no sentido de uma consolidação orçamental adicional, com um impacto na procura agregada por oposição a outros fatores de redução do défice, e os efeitos de retorno macroeconómicos associados. Com base nesta abordagem, avalia -se serem prováveis, em 2015 e 2016, medidas de consolidação orçamental suplementares com impacto na procura, elevando o valor acumulado da consolidação orçamental adicional para cerca de 0.2% do PIB, no final de 2016. No que respeita à composição das medidas orçamentais, a análise de sensibilidade procura incorporar os perfis nacionais e temporais específicos dos esforços de consolidação adicional mais prováveis. No âmbito deste exercício, a nível agregado da área do euro, a consolidação orçamental é avaliada como ligeiramente enviesada para o lado da despesa do orçamento.

Impacto macroeconómico da consolidação orçamental adicional

O quadro a seguir resume os resultados da simulação do impacto do exercício de análise de sensibilidade orçamental no crescimento real do PIB e na inflação medida pelo IHPC na área do I m p a c t o m a c r o e c o n ó m i c o e s t i m a d o d a c o n s o l i d a ç ã o o r ç a m e n t a l a d i c i o n a l n o

c r e s c i m e n t o d o P I B e n a i n f l a ç ã o m e d i d a p e l o I H P C , n a á r e a d o e u r o (em percentagem do PIB)

2014 2015 2016

Objetivos orçamentais dos países1) Projeções orçamentais de referência Consolidação orçamental adicional (em termos acumulados)2)

Efeitos da consolidação orçamental adicional com impacto na procura (em pontos percentuais)3) Crescimento real do PIB

Inflação medida pelo IHPC

1) Objetivos nominais, tal como especificados nos documentos mais recentes dos programas da União Europeia e do FMI para os países relevantes; para os restantes países, tal como incluídos nos projetos de planos orçamentais ou nas leis orçamentais aprovadas para 2015 ou nas atualizações de 2014 dos programas de estabilidade dos países.

2) Análise de sensibilidade assente em avaliações efetuadas por especialistas do Eurosistema.

3) Desvios face à projeção de referência, apresentados em pontos percentuais para o crescimento real do PIB e a inflação medida pelo IHPC (em ambos os casos, em termos anuais). O impacto macroeconómico é simulado utilizando o NAWM.

-2.7 -2.2 -1.7

-2.6 -2.5 -2.2

0.0 0.0 0.2

0.0 0.0 -0.1

referência relativa ao crescimento real do PIB em 2016, dado que não foram incluídas na projeção de referência todas as medidas de consolidação orçamental pretendidas. Paralelamente, os riscos existentes no que respeita à projeção para a inflação são negligenciáveis.

Importa destacar que esta análise de sensibilidade orçamental se centra apenas nos potenciais efeitos de curto prazo de uma provável consolidação orçamental adicional. Embora mesmo medidas de consolidação orçamental bem concebidas tenham frequentemente efeitos de curto prazo negativos sobre o crescimento real do PIB, verificam -se efeitos positivos a mais longo prazo na atividade, os quais não são evidentes no horizonte desta análise3. Consequentemente, os resultados da análise não devem ser interpretados como colocando em causa a necessidade de, no horizonte de projeção, serem envidados esforços no sentido de uma consolidação orçamental adicional. Com efeito, é preciso intensificar os esforços de consolidação, a fim de restabelecer a solidez das finanças públicas na área do euro. Sem uma consolidação adicional, existe o risco de a fixação do preço da dívida soberana poder vir a ser adversamente afetada. Além disso, os efeitos sobre a confiança poderão ser negativos, dificultando a recuperação económica.

2 Para uma descrição deste modelo, ver Christoffel, K., Coenen, G. e Warne, A., “The New Area -Wide Model of the euro area: a micro- -founded open -economy model for forecasting and policy analysis”, Série de Documentos de Trabalho do BCE, n.º 944, outubro de 2008. 3 Para uma análise mais pormenorizada dos efeitos macroeconómicos da consolidação orçamental, ver o artigo intitulado “Fiscal multipliers

and the timing of consolidation”, na edição de abril de 2014 do Boletim Mensal.

P R E V I S Õ E S D E O U T R A S I N S T I T U I Ç Õ E S

Estão disponíveis várias previsões para a área do euro elaboradas por organizações internacionais e instituições do setor privado. No entanto, essas previsões não são rigorosamente comparáveis entre si ou com as projeções macroeconómicas elaboradas por especialistas do Eurosistema, dado que foram concluídas em momentos distintos. Além disso, utilizam métodos diferentes (parcialmente não especificados) de cálculo dos pressupostos relativos às variáveis orçamentais, financeiras e externas, incluindo preços do petróleo e de outras matérias -primas. Por último, existem diferenças nos métodos de correção de dias úteis utilizados nas diversas previsões (ver quadro a seguir). As previsões atualmente disponíveis de outras instituições situam o crescimento real do PIB da área do euro, em 2014, no mesmo valor que o apresentado nas projeções dos especialistas do Eurosistema. As projeções para o crescimento real do PIB em 2015 e 2016 são semelhantes ou um pouco superiores às avançadas pelos especialistas do Eurosistema. No que respeita à inflação média anual medida pelo IHPC em 2014, os valores apresentados coincidem com os projetados pelos especialistas do Eurosistema. As  projeções da maioria das outras instituições apontam para uma inflação medida pelo IHPC em 2015 ligeiramente mais elevada do que a projetada pelos especialistas do Eurosistema. C a i x a 4

Em 2016, a inflação medida pelo IHPC deverá situar -se, em média, entre 1.0% e 1.5%, de acordo com outras projeções disponíveis, o que compara com 1.3%, segundo as projeções dos especialistas do Eurosistema. Presentemente, todas as previsões disponíveis para 2015 e 2016 estão dentro dos intervalos avançados nas projeções do Eurosistema, indicados no quadro.

Projeções dos especialistas do BCE

Comissão Europeia OCDE

Barómetro da Zona Euro Previsões da Consensus Economics

Inquérito a Analistas Profissionais FMI

Fontes: Previsões Económicas Europeias do outono de 2014, elaboradas pela Comissão Europeia; World Economic Outlook, de outubro de 2014, do FMI; Economic Outlook, de novembro de 2014, da OCDE; Previsões da Consensus Economics; MJEconomics (Barómetro da Zona Euro) e Inquérito a Analistas Profissionais, realizado pelo BCE.

Nota: As projeções macroeconómicas dos especialistas do Eurosistema e as previsões da OCDE apresentam taxas de crescimento anuais corrigidas de dias úteis, ao passo que a Comissão Europeia e o FMI apresentam taxas de crescimento anuais não corrigidas de dias úteis por ano. As outras previsões não especificam se foram ou não utilizados dados corrigidos de dias úteis.

Dezembro de 2014 0.8 1.0 1.5 0.5 0.7 1.3 [0.7-0.9] [0.4-1.6] [0.4-2.6] [0.5-0.5] [0.2-1.2] [0.6-2.0] Novembro de 2014 0.8 1.1 1.7 0.5 0.8 1.5 Novembro de 2014 0.8 1.1 1.7 0.5 0.6 1.0 Novembro de 2014 0.8 1.2 1.6 0.5 0.9 1.3 Novembro de 2014 0.8 1.1 1.5 0.5 0.9 1.3 Novembro de 2014 0.8 1.2 1.5 0.5 1.0 1.4 Outubro de 2014 0.8 1.3 1.7 0.5 0.9 1.2

Data de Crescimento do PIB Inflação medida pelo IHPC

publicação

C o m p a r a ç ã o d e p r e v i s õ e s p a r a o c r e s c i m e n t o r e a l d o P I B e p a r a a i n f l a ç ã o m e d i d a p e l o I H P C , n a á r e a d o e u r o

(variação anual, em percentagem)

1.4 Estatísticas de reservas mínimas e de liquidez E 9 2 M O E DA , B A N C O S E O U T R A S S O C I E DA D E S F I N A N C E I R A S

2.1 Balanço agregado das IFM da área do euro E 1 0

2.2 Balanço consolidado das IFM da área do euro E 1 1

2.3 Estatísticas monetárias E 1 2

2.4 Empréstimos de IFM: desagregação E 1 5

2.5 Depósitos em IFM: desagregação E 1 7

2.6 Títulos detidos por IFM: desagregação E 2 0

2.7 Desagregação por moedas de rubricas selecionadas do balanço das IFM E 2 1

2.8 Balanço agregado dos fundos de investimento da área do euro E 2 2

2.9 Títulos detidos por fundos de investimento desagregados por emitente de títulos E 2 3

2.10 Balanço agregado das sociedades de titularização da área do euro E 2 4

2.11 Balanço agregado das sociedades de seguros e fundos de pensões da área do euro E 2 5

3 C O N TA S DA Á R E A D O E U RO

3.1 Contas económicas e financeiras integradas por setor institucional E 2 6

3.2 Famílias E 3 0

3.3 Sociedades não financeiras E 3 1

3.4 Sociedades financeiras E 3 2

3.5 Famílias e sociedades não financeiras, indicadores de síntese E 3 3

4 M E R C A D O S F I N A N C E I RO S

4.1 Títulos exceto ações, por prazo original, residência do emitente e moeda E 3 4

4.2 Títulos exceto ações emitidos por residentes na área do euro, por setor do emitente e tipo de instrumento E 3 5

4.3 Taxas de crescimento dos títulos exceto ações emitidos por residentes na área do euro E 3 7

4.4 Ações cotadas emitidas por residentes na área do euro E 3 9

4.5 Taxas de juro das IFM dos depósitos e empréstimos denominados em euros de residentes na área do euro E 4 1

4.6 Taxas de juro do mercado monetário E 4 3

4.7 Curvas de rendimentos da área do euro E 4 4

4.8 Índices bolsistas E 4 5

5 P R E Ç O S , P RO D U TO, P RO C U R A E M E R C A D O S D E T R A B A L H O

5.1 IHPC, outros preços e custos E 4 6

5.2 Produto e procura E 4 9

5.3 Mercados de trabalho E 5 3

6 F I N A N Ç A S P Ú B L I C A S

6.1 Receita, despesa e défice/excedente E 5 5

6.2 Dívida E 5 6

6.3 Ajustamento défice-dívida, principais ativos financeiros e dívida pública ao valor de mercado E 5 7

6.4 Títulos de dívida pública E 5 8

6.5 Evolução orçamental nos países da área do euro E 5 9

7 T R A N S A Ç Õ E S E P O S I Ç Õ E S E X T E R N A S

7.1 Síntese da balança de pagamentos E 6 0

7.2 Balança corrente e balança de capital E 6 1

7.3 Balança financeira E 6 3

7.4 Apresentação monetária da balança de pagamentos E 6 9

7.5 Comércio de bens E 7 0

8 TA X A S D E C Â M B I O

8.1 Taxas de câmbio efetivas E 7 2

8.2 Taxas de câmbio bilaterais E 7 3

9 E VO L U Ç Ã O F O R A DA Á R E A D O E U RO

9.1 Evolução económica e financeira noutros Estados-Membros da UE E 7 4

9.2 Evolução económica e financeira nos Estados Unidos e Japão E 7 5

L I S TA D E G R Á F I C O S E 7 6

N OTA S T É C N I C A S E 7 7

N OTA S G E R A I S E 8 5

Sinais convencionais usados nos quadros

“-” dados inexistentes/dados não aplicáveis

“.” dados ainda não disponíveis

“…” nulo ou irrelevante

c.s. corrigido de sazonalidade

“mil milhões” 109

n.c.s. não corrigido de sazonalidade

(p) provisório

Desde o início de setembro de 2014, as estatísticas europeias estão em fase de transição por forma a acomodar normas estatísticas atualizadas, a saber, o Sistema Europeu de Contas (SEC) 2010 e a 6.ª edição do Manual da Balança de Pagamentos e da Posição de Investimento Internacional do FMI (BPM6). Tal terá um impacto sobre muitos dos indicadores macroeconómicos mais cruciais, tais como o PIB, a balança corrente, os défices públicos e indicadores da dívida setoriais. A transição afetará o Capítulo 3, bem como os Capítulos 5 a 9 do presente anexo estatístico. Para mais pormenores sobre as novas normas e respetiva aplicação aos vários domínios estatísticos, consultar o artigo intitulado “New international standards in statistics – enhancements to methodology and data availability”, na edição de agosto de 2014 do Boletim Mensal. O sítio do BCE disponibiliza igualmente explicações e documentação associada em http://www.ecb.europa.eu/stats/ acc/ESA2010/html/index.en.html relativamente ao SEC 2010 e http://www.ecb.europa.eu/stats/external/bpm6/html/index. en.html relativamente ao BPM6. Para o SEC 2010, consultar também a informação disponibilizada no sítio do Eurostat http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/esa_2010/introduction.

1 2 3 4 5 6 7 8 2012 2013 2013 T4 2014 T1 T2 T3 2014 Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. 4.0 3.1 2.9 - -0.2 0.7 0.57 1.72 7.0 4.0 2.4 - -1.5 0.9 0.22 2.24 6.4 3.1 1.5 - -2.2 1.3 0.24 2.24 6.0 2.4 1.2 - -2.3 -1.3 0.30 1.82 5.3 2.1 1.1 - -1.9 -1.8 0.30 1.44 5.8 2.6 2.0 - -1.5 -0.8 0.16 1.06 5.4 2.4 1.6 1.5 -1.8 -1.3 0.24 1.44 5.6 2.5 1.8 1.8 -1.6 -0.3 0.21 1.34 5.9 2.7 2.0 2.1 -1.5 -0.8 0.19 1.03 6.2 3.0 2.5 2.3 -1.2 -1.3 0.10 1.06 6.2 2.7 2.5 . -1.1 . 0.08 0.96 . . . 0.08 0.80

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