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BOLETIM MENSAL DEZEMBRO

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Academic year: 2021

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BANCO CENTRAL EUR

OPEU

BOLETIM MENSAL

PT

12

1

201

4

BOLETIM MENSAL

DEZEMBRO

0112014

0212014

0312014

0412014

0512014

0612014

0712014

0812014

0912014

1012014

1112014

1212014

A edição de dezembro de 2014 será a última do Boletim Mensal do BCE, sendo substituída por um Boletim Económico. O novo Boletim será publicado, de acordo com a mudança anunciada para janeiro de 2015, com um intervalo de seis semanas, entre as reuniões de política monetária do Conselho do BCE, duas semanas após cada reunião.

(2)

apresentam um motivo retirado da nota de €20.

(3)

© Banco Central Europeu, 2014 Morada Kaiserstrasse 29 60311 Frankfurt am Main Alemanha Endereço postal Postfach 16 03 19 60066 Frankfurt am Main Alemanha Telefone +49 69 1344 0 Internet http://www.ecb.europa.eu Fax +49 69 1344 6000

Este Boletim foi preparado sob a responsabilidade da Comissão Executiva do BCE. As traduções são elaboradas e publicadas pelos bancos centrais nacionais. Todos os direitos reservados. A reprodução para fins pedagógicos e não comerciais é permitida, desde que a fonte esteja identificada.

A data de fecho das estatísticas incluídas nesta publicação foi 3 de dezembro de 2014.

ISSN 1725 -3012 (online) Execução Gráfica

(4)

2 Evolução monetária e financeira 2 1

Caixa 1 Evolução recente da balança financeira da balança de pagamentos

da área do euro 2 8

Caixa 2 Condições de liquidez e operações de política monetária

no período de 13 de agosto a 11 de novembro de 2014 3 5

3 Preços e custos 5 6

Caixa 3 Efeitos indiretos da evolução dos preços do petróleo

sobre a inflação da área do euro 5 8

4 Produto, procura e mercado de trabalho 6 7

Caixa 4 Fraqueza atual do investimento da área do euro em comparação

com anteriores crises 7 0

5 Evolução orçamental 8 2

Caixa 5 Novos indicadores estatísticos sobre os títulos de dívida pública

e respetiva utilização na análise e supervisão orçamentais 8 3

Caixa 6 Revisão dos projetos de planos orçamentais para 2015 8 9 A R T I G O

Projeções macroeconómicas de dezembro de 2014 para a área do euro

elaboradas por especialistas do Eurosistema 9 3

E S T A T Í S T I C A S D A Á R E A D O E U R O E 1

A N E X O S

Cronologia das medidas de política monetária do Eurosistema I

O sistema TARGET (“Transferências Automáticas Transeuropeias de Liquidações

pelos Valores Brutos em Tempo Real”) V

Publicações produzidas pelo Banco Central Europeu V I I

(5)

P A Í S E S BE Bélgica BG Bulgária CZ República Checa DK Dinamarca DE Alemanha EE Estónia IE Irlanda GR Grécia ES Espanha FR França HR Croácia IT Itália CY Chipre LV Letónia LT Lituânia LU Luxemburgo HU Hungria MT Malta NL Países Baixos AT Áustria PL Polónia PT Portugal RO Roménia SI Eslovénia SK Eslováquia FI Finlândia SE Suécia UK Reino Unido JP Japão

EUA Estados Unidos

O U T R A S

BCE Banco Central Europeu

BdP balança de pagamentos

BCN banco central nacional

BIS Bank for International Settlements (Banco de Pagamentos Internacionais)

CD certificado de depósito

c.i.f. cost, insurance and freight at the importer’s border (custo, seguro e frete)

CTCI 4.ª Rev. Classificação Tipo do Comércio Internacional (4.ª revisão) CUTCE custos unitários do trabalho no conjunto da economia CUTIT custos unitários do trabalho na indústria transformadora

EUR euro

FMI Fundo Monetário Internacional

f.o.b. free on board at the exporter’s border (franco a bordo)

HWWI Instituto de Economia Internacional de Hamburgo

IFM instituição financeira monetária

IHPC Índice Harmonizado de Preços no Consumidor

IME Instituto Monetário Europeu

IPC Índice de Preços no Consumidor

IPP Índice de Preços no Produtor

MBP5 Manual da Balança de Pagamentos do FMI (5.ª edição)

NACE nomenclatura estatística das atividades económicas na União Europeia

OCDE Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos

OIT Organização Internacional do Trabalho

PIB produto interno bruto

SEBC Sistema Europeu de Bancos Centrais

SEC 95 Sistema Europeu de Contas 1995

TCE taxa de câmbio efetiva

UE União Europeia

UEM União Económica e Monetária

De acordo com a prática corrente na União Europeia, a listagem dos países da UE constantes no presente Boletim é feita segundo a ordem alfabética dos nomes dos países nas línguas nacionais.

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seis até junho de 2016. No seu conjunto, as medidas terão um impacto considerável no balanço do Eurosistema, pretendendo -se que este evolua no sentido das dimensões registadas no início de 2012. Nos próximos meses, as medidas deverão tornar a orientação da política monetária globalmente menos restritiva, apoiar as indicações do Conselho do BCE sobre a evolução futura das taxas de juro diretoras do BCE e reforçar o facto de, entre as principais economias avançadas, existirem diferenças significativas e crescentes no ciclo de política monetária. Contudo, as últimas projeções macroeconómicas para a área do euro indicam uma inflação menor, acompanhada de um crescimento real do PIB mais fraco e de uma dinâmica monetária comedida.

Neste contexto, no início do próximo ano, o Conselho do BCE reavaliará o estímulo monetário conseguido, a expansão do balanço e as perspetivas de evolução dos preços. Avaliará também o impacto mais alargado da evolução recente dos preços do petróleo nas tendências da inflação a médio prazo na área do euro. Caso seja necessário dar nova resposta aos riscos de um período demasiado prolongado de inflação baixa, o Conselho do BCE permanece unânime no compromisso de, no âmbito do seu mandato, utilizar instrumentos não convencionais adicionais. Tal implicaria alterar, no início do próximo ano, a dimensão, o ritmo e a composição das medidas. Atendendo ao pedido do Conselho do BCE, os especialistas do BCE e os comités do Eurosistema pertinentes intensificaram os preparativos técnicos para as medidas adicionais, as quais, se necessário, poderão ser implementadas atempadamente. Todas as medidas de política monetária visam assegurar um ancorar firme das expetativas de inflação a médio e longo prazo, em consonância com o objetivo do Conselho do BCE de manter as taxas de inflação abaixo, mas próximo, de 2%, e contribuir para o regresso das taxas de inflação a esse nível.

No que se refere à análise económica, o PIB real da área do euro registou uma subida de 0.2%, em termos trimestrais em cadeia, no terceiro trimestre do corrente ano. Tal está em conformidade com indicações anteriores de um enfraquecimento do dinamismo de crescimento da área do euro, o que conduziu a uma revisão em baixa das perspetivas para o crescimento real do PIB da área do euro, nas previsões mais recentes. Os últimos dados e resultados de inquéritos até novembro confirmam o cenário de um perfil de crescimento mais fraco no período que se avizinha. Simultaneamente, mantêm -se as perspetivas de uma recuperação económica modesta. Por um lado, a procura interna deverá ser apoiada pelas medidas de política monetária, pela melhoria em curso das condições financeiras, pelos progressos alcançados em termos de consolidação orçamental e de reformas estruturais, assim como pelos preços significativamente mais baixos dos produtos energéticos, que apoiam o rendimento disponível real. Acresce que a procura de exportações deverá beneficiar da retoma mundial. Por outro lado, é provável que a recuperação continue a ser travada pelo desemprego elevado, pela considerável capacidade produtiva não utilizada e pelos ajustamentos de balanço necessários nos setores público e privado. Estes elementos encontram -se refletidos nas projeções macroeconómicas de dezembro de 2014 para a área do euro elaboradas por especialistas do Eurosistema, segundo as quais o PIB real anual aumentará 0.8% em 2014, 1.0% em 2015 e 1.5% em 2016. Em comparação com as projeções macroeconómicas de setembro de 2014 dos especialistas do BCE, as projeções para o crescimento real do PIB foram

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revistas substancialmente em baixa. As projeções relativas tanto à procura interna como às exportações líquidas foram objeto de uma revisão em sentido descendente.

Os riscos em torno das perspetivas económicas para a área do euro apresentam -se do lado descendente. Mais especificamente, o fraco dinamismo de crescimento da área do euro, aliado a riscos geopolíticos elevados, tem potencial para reduzir a confiança e, em especial, o investimento privado. Além disso, os progressos insuficientes em termos de reformas estruturais nos países da área do euro constituem um importante risco em sentido descendente para as perspetivas económicas.

De acordo com a estimativa provisória do Eurostat, na área do euro, a inflação homóloga medida pelo Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) situou -se em 0.3% em novembro de 2014, face a 0.4% em outubro. Em comparação com o mês anterior, tal reflete sobretudo uma queda mais forte da inflação dos preços dos produtos energéticos e um aumento homólogo um pouco menor dos preços dos serviços. Tendo em consideração o atual contexto de taxas de inflação muito baixas, será importante avaliar o impacto mais alargado da recente evolução dos preços do petróleo nas tendências da inflação a médio prazo e evitar repercussões nas expetativas de inflação e na formação dos salários.

No contexto da recente evolução dos preços do petróleo, é essencial recordar que as previsões e projeções assentam em pressupostos técnicos relativos, em especial, aos preços do petróleo e às taxas de câmbio. Com base na informação disponível em meados de novembro, no momento em que foram finalizadas as projeções macroeconómicas de dezembro de 2014 para a área do euro dos especialistas do Eurosistema, a previsão era de que a inflação homóloga medida pelo IHPC fosse de 0.5% em 2014, 0.7% em 2015 e 1.3% em 2016. Em comparação com as projeções macroeconómicas de setembro de 2014 dos especialistas do BCE, os valores foram revistos significativamente em baixa. As revisões refletem sobretudo preços do petróleo em euros mais baixos e o impacto da revisão em sentido descendente das perspetivas para o crescimento, mas ainda não incorporam a queda dos preços do petróleo nas últimas semanas, ocorrida após a data de fecho da informação para as projeções. Nos próximos meses, as taxas homólogas da inflação medida pelo IHPC poderão registar novos movimentos descendentes, em virtude da recente descida adicional dos preços do petróleo.

O Conselho do BCE continuará a acompanhar atentamente os riscos para as perspetivas de evolução dos preços no médio prazo. Neste contexto, centrar -se -á, em particular, nas possíveis repercussões da menor dinâmica de crescimento, dos desenvolvimentos geopolíticos, da evolução da taxa de câmbio e dos preços dos produtos energéticos, bem como da transmissão das medidas de política monetária. Estará especialmente atento ao impacto mais alargado da evolução recente dos preços do petróleo nas tendências da inflação a médio prazo na área do euro.

No que respeita à análise monetária, os dados referentes a outubro de 2014 apoiam a avaliação de um crescimento subjacente comedido do agregado monetário largo (M3), cuja taxa de crescimento homóloga se situou em 2.5% em outubro, mantendo -se inalterada face a setembro. O crescimento homólogo do M3 continua a ser apoiado pelas suas componentes mais líquidas, tendo o agregado monetário estreito M1 registado uma taxa de crescimento homóloga de 6.2% em outubro.

A taxa de variação homóloga dos empréstimos às sociedades não financeiras (corrigida de vendas e titularização de empréstimos) situou -se em -1.6% em outubro, o que compara com -1.8% em setembro e revela uma recuperação gradual relativamente ao valor mínimo de -3.2% observado em fevereiro. Em média, nos últimos meses, os reembolsos líquidos apresentaram uma moderação face aos valores historicamente elevados verificados há um ano. Os empréstimos às sociedades não financeiras continuam a refletir a relação desfasada com o ciclo económico, o risco de crédito, fatores associados à oferta de

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crédito e o ajustamento em curso dos balanços dos setores financeiro e não financeiro. A taxa de crescimento homóloga dos empréstimos às famílias (corrigida de vendas e titularização de empréstimos) situou -se em 0.6% em outubro, face a 0.5% em setembro. As medidas de política monetária aplicadas e a conclusão da avaliação completa realizada pelo BCE deverão apoiar uma estabilização adicional dos fluxos de crédito.

Resumindo, o cruzamento dos resultados da análise económica com os sinais fornecidos pela análise monetária corrobora a necessidade de o Conselho do BCE acompanhar atentamente os riscos para as perspetivas de evolução dos preços no médio prazo e de estar preparado para, se necessário, conferir uma orientação acomodatícia adicional à política monetária.

A política monetária visa a manutenção da estabilidade de preços a médio prazo e a sua orientação acomodatícia contribui para apoiar a atividade económica. No entanto, a fim de reforçar o investimento, impulsionar a criação de emprego e aumentar o crescimento da produtividade, é necessário o contributo decisivo de outras áreas de política. Em particular, a implementação determinada de reformas nos mercados de trabalho e do produto, bem como as iniciativas destinadas a melhorar o enquadramento empresarial, precisam de ganhar dinamismo em vários países. É crucial que as reformas estruturais sejam aplicadas de forma credível e eficaz, uma vez que tal aumentará as expetativas de rendimentos mais elevados e encorajará as empresas a expandir o investimento, permitindo acelerar a recuperação económica. As políticas orçamentais devem apoiar a retoma, assegurando simultaneamente a sustentabilidade da dívida, em consonância com o Pacto de Estabilidade e Crescimento, que permanece a âncora da confiança. Todos os países devem fazer uso da margem disponível para a consecução de políticas orçamentais com uma composição mais favorável ao crescimento. O plano de investimento para a Europa, anunciado pela Comissão Europeia em 26  de novembro de 2014, também apoiará a retoma.

A edição de dezembro de 2014 do Boletim Mensal inclui um artigo, intitulado “Projeções macroeconómicas de dezembro de 2014 para a área do euro elaboradas por especialistas do Eurosistema”.

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A economia mundial prossegue gradualmente na sua trajetória de recuperação. Após um crescimento muito moderado no início do ano, o dinamismo em algumas economias avançadas tem registado um reforço, suportado pela redução de fatores adversos e por políticas acomodatícias. Contudo, a divergência das perspetivas económicas entre e dentro das regiões tem aumentado, refletindo de forma crescente fatores mais estruturais do que cíclicos, que têm influência sobre a confiança, a evolução do mercado financeiro e as políticas económicas. Os indicadores mais recentes com base em inquéritos apontam para algum abrandamento do dinamismo de crescimento no quarto trimestre. Os riscos geopolíticos na Ucrânia/Rússia e no Médio Oriente permanecem elevados, embora, até agora, com repercussões limitadas na atividade mundial e nos preços dos produtos energéticos. O comércio mundial continuou fraco face ao investimento moderado em muitos países, mas recuperou no terceiro trimestre, embora a partir de níveis baixos. A inflação mundial diminuiu nos últimos meses, em grande parte, devido à queda acentuada dos preços do petróleo. As pressões inflacionistas deverão permanecer baixas num contexto de excesso de capacidade produtiva e queda dos preços das matérias -primas.

1 . 1 A T I V I D A D E E C O N Ó M I C A E C O M É R C I O A N Í V E L M U N D I A L

A recuperação mundial permanece gradual e desigual. Após um crescimento mundial bastante volátil e moderado na primeira metade do ano, a atividade registou um fortalecimento na segunda metade, apoiada sobretudo pela consolidação dos fundamentos em algumas das principais economias avançadas, apesar de sinais de algum abrandamento do dinamismo económico no quarto trimestre. Para além do curto prazo, a atividade mundial deverá melhorar de forma gradual, mas de acordo com as expectativas, a recuperação ainda continuará modesta. A  combinação de desequilíbrios económicos acumulados, impedimentos estruturais, incerteza política e económica e, em vários países, condições financeiras restritivas pesam sobre as perspetivas de crescimento a médio prazo. Riscos geopolíticos relacionados com o conflito na Ucrânia e tensões em alguns países produtores de petróleo continuam elevados, mas o seu impacto sobre os preços do petróleo, a atividade a nível mundial e a inflação tem sido fraco até agora, atuando sobretudo através do canal da confiança. As  estimativas provisórias mostram que a

Q u a d r o 1 C r e s c i m e n t o d o P I B r e a l e m e c o n o m i a s s e l e c i o n a d a s

Taxas de crescimento homólogas Taxas de crescimento trimestrais

2012 2013 2014 2014 2014 2014 2014 2014

T1 T2 T3 T1 T2 T3

Fontes: Dados nacionais, BIS, Eurostat e cálculos do BCE.

1) O valor referente ao terceiro trimestre de 2014 é uma estimativa baseada nos dados disponíveis mais recentes. 2) O valor referente ao terceiro trimestre de 2014 para a Rússia, corrigido de sazonalidade, não se encontra disponível.

2.9 3.0 3.5 3.3 3.1 0.6 0.7 1.0 3.7 3.7 4.0 3.8 3.8 0.7 0.8 1.1 2.3 2.2 1.9 2.6 2.4 -0.5 1.1 1.0 1.5 1.5 2.6 -0.1 -1.1 1.6 -1.9 -0.4 0.7 1.7 2.9 3.2 3.0 0.7 0.9 0.7 -0.4 0.4 1.3 0.0 - 0.6 -0.3 -1.3 1.6 1.8 1.9 - -0.1 0.2 -1.1 1.9 2.4 1.6 1.9 0.4 0.3 0.6 1.0 2.5 1.9 -0.9 -0.2 -0.2 -0.6 0.1 7.7 7.7 7.4 7.5 7.3 1.5 2.0 1.9 4.9 4.7 6.1 5.8 6.0 2.0 0.8 2.0 3.4 1.3 0.9 0.8 0.7 0.1 0.2 -2.1 4.1 4.7 2.1 - 1.8 -0.5 -2.1 1.6 3.5 3.3 - 1.1 0.6 --0.9 -0.9 2.9 2.7 - 0.8 0.0 --1.7 1.2 3.3 3.7 - 1.1 0.8 -G201)

G20 excluindo a área do euro1) Estados Unidos Japão Reino Unido Dinamarca Suécia Suíça Brasil China Índia Rússia 2) Turquia Polónia República Checa Hungria

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atividade económica nos países do G20 (excluindo a área do euro) cresceu 1.1% em termos trimestrais em cadeia no terceiro trimestre de 2014, num contexto de divergências contínuas entre países (ver Quadro 1). O crescimento ficou mais forte nos Estados Unidos e continuou robusto no Reino Unido, suportado pela sólida procura interna. Pelo contrário, o PIB contraiu -se no Japão pelo segundo trimestre consecutivo, levando a medidas adicionais de menor restritividade quantitativa por parte do Banco do Japão. Na China, a atividade registou uma ligeira moderação, principalmente devido ao enfraquecimento do investimento. No que respeita a outras economias de mercados emergentes, nos últimos trimestres, o Brasil registou baixo crescimento e elevada inflação, enquanto na Rússia o crescimento tem sido prejudicado, em parte, devido a condições financeiras mais restritivas e sanções internacionais. Pelo contrário, na Índia, a economia tem vindo a recuperar.

Os indicadores de sentimento a nível mundial mais recentes apontam para um dinamismo positivo, mas ligeiramente mais fraco no quarto trimestre. O  Índice de Gestores de Compras (IGC) compósito do produto excluindo a área do euro manteve -se globalmente inalterado em novembro num nível ligeiramente inferior quer à sua média de longo prazo quer ao seu valor no terceiro trimestre, devido a uma queda bastante significativa no setor da indústria transformadora (ver Gráfico 1). A evolução foi diferente entre os países, com melhorias assinaláveis no IGC compósito para o Reino Unido, Japão e Índia, mas quedas para os Estados Unidos, China e Rússia. Em termos prospetivos, a componente novas encomendas do IGC mundial compósito abrandou ligeiramente, sugerindo uma recuperação mais gradual na atividade mundial em novembro. Ao mesmo tempo, os indicadores avançados compósitos da OCDE, destinados a prever pontos de viragem para a atividade económica em relação à tendência, apontaram para perspetivas mistas entre as principais economias em setembro, caraterizadas pelo enfraquecimento do crescimento no Japão, crescimento estável nos Estados Unidos, Brasil e China, algum abrandamento no ritmo de crescimento no Reino Unido, apesar dos seus níveis elevados, e melhoria do dinamismo do crescimento

G r á f i c o 1 I G C m u n d i a l ( e x c l u i n d o a á r e a d o e u r o )

(dados mensais corrigidos de sazonalidade)

25 30 35 40 45 50 55 60 65 25 30 35 40 45 50 55 60 65 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

IGC do produto: global

IGC do produto: indústria transformadora IGC do produto: serviços

Fonte: Markit.

G r á f i c o 2 I n d i c a d o r a v a n ç a d o c o m p ó s i t o e p r o d u ç ã o i n d u s t r i a l

(escala da esquerda: média do índice normalizada=100; escala da direita: taxas de variação (%) trimestrais em cadeia)

Fontes: OCDE e cálculos do BCE.

Notas: O  indicador avançado compósito refere-se aos países da OCDE e ao Brasil, China, Índia, Indonésia, Rússia e África do Sul. A linha horizontal em 100 representa a tendência da atividade económica. A  produção industrial refere-se ao mesmo exemplo, excluindo a Indonésia.

indicador avançado compósito (escala da esquerda) produção industrial (escala da direita)

-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

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na Índia (ver Gráfico 2). Entretanto, o indicador do clima económico mundial do Ifo (Ifo World

Economic Climate) para o quarto trimestre de 2014

caiu significativamente, atingindo o seu nível mais baixo desde o terceiro trimestre de 2013.

O comércio mundial recupera de forma gradual de níveis baixos, embora permaneça bastante fraco. Após um aumento no início de 2014, o dinamismo do comércio mundial perdeu algum vigor no segundo trimestre do ano, tendo recuperado com bastante força no terceiro trimestre. De acordo com dados do gabinete de análise económica dos Países Baixos (o CPB Netherlands Bureau for Economic Policy Analysis), o volume das importações de bens a nível mundial aumentou 2.1%, em comparação com o terceiro trimestre. A  recuperação foi generalizada nas economias avançadas e de mercados emergentes, sendo os Estados Unidos a principal exceção, com o comércio de mercadorias a enfraquecer significativamente. Por outro lado, registaram -se

melhorias acentuadas no Japão, nos países emergentes da Ásia e América Latina. Contudo, o IGC relativo às novas encomendas de exportações do setor da indústria transformadora diminuiu ligeiramente em novembro, apontando para alguma moderação do dinamismo do comércio mundial na parte final do ano. Globalmente, as origens da fraqueza subjacente ao comércio mundial mudaram de forma gradual dos países avançados para as economias de mercados emergentes (ver Gráfico 3). A alteração do crescimento do comércio resultou de um abrandamento assinalável nos países emergentes da Ásia, América Latina, Rússia e Europa Central e de Leste devido a fatores adversos específicos de cada país.

Numa perspetiva a mais longo prazo, a fraca resposta do comércio mundial à recuperação gradual a nível mundial é um aspeto importante. A  elasticidade do comércio mundial, medida pela taxa de crescimento média das importações dividida pela taxa de crescimento média do PIB caiu de 1.7 antes da crise financeira mundial (entre 1990 e 2007) para apenas 1.0 desde 2011. Esta evolução pode ser explicada, em parte, por um crescimento do investimento invulgarmente moderado, que é tipicamente uma componente da procura altamente intensiva em comércio, em diversas economias mundiais chave. Globalmente, as projeções macroeconómicas de dezembro de 2014 elaboradas por especialistas do Eurosistema (ver o artigo na presente edição do Boletim Mensal) preveem apenas um fortalecimento moderado do crescimento económico mundial. Enquanto algumas das principais economias avançadas beneficiam da diminuição de fatores adversos e políticas acomodatícias, desafios estruturais crescentes e condições financeiras mais restritivas restringem as perspetivas de crescimento para as economias de mercados emergentes. De acordo com as expetativas, a recuperação do crescimento do comércio mundial será também muito gradual e, no médio prazo, a elasticidade do comércio em relação à atividade continuará a ser inferior à sua média de longo prazo.

O balanço dos riscos para as perspetivas mundiais continua enviesado no sentido descendente. Riscos geopolíticos elevados, bem como a evolução dos mercados financeiros a nível mundial e das economias de mercados emergentes, poderão potencialmente afetar de forma negativa as condições económicas.

G r á f i c o 3 C r e s c i m e n t o d a s i m p o r t a ç õ e s

(variação (%) trimestral em cadeia, dados trimestrais)

-1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 -1.0 -0.5 0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5

Mar. Set. Mar. Set. Mar. Set. Mar.

2011 2012 2013 2014

economia mundial economias avançadas mercados emergentes

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1 . 2 E V O L U Ç Ã O D O S P R E Ç O S A N Í V E L M U N D I A L

A inflação mundial registou uma moderação desde junho, após um ligeiro aumento no início do corrente ano, tendo a inflação global dos preços no consumidor na área da OCDE estabilizado em 1.7%, em termos homólogos, em outubro. A moderação da inflação deveu -se sobretudo a um ligeiro contributo negativo da componente dos produtos energéticos, compensado pelo aumento dos preços dos produtos alimentares. Excluindo os produtos alimentares e os produtos energéticos, a inflação homóloga medida pelo IPC nos países da OCDE também permaneceu estável em 1.8% em outubro (ver Quadro 2). Nas economias avançadas, a inflação medida pelos preços no consumidor desceu no Japão, manteve -se estável nos Estados Unidos e aumentou no Reino Unido. A  evolução também foi diferente entre as economias de mercados emergentes, tendo a inflação homóloga medida pelos preços no consumidor descido na Índia, permanecido globalmente inalterada na China e no Brasil e aumentado na Rússia. Em termos prospetivos, a inflação deverá continuar baixa, numa conjuntura de absorção muito lenta da capacidade produtiva disponível e de fragilidade dos preços das matérias -primas.

As perspetivas para a inflação mundial estão fortemente influenciadas pela evolução dos preços das matérias -primas, em particular, dos preços do petróleo. Desde o início de julho de 2014, os preços do petróleo têm seguido um trajetória descendente, atingindo níveis de cerca de USD 84 por barril em média no corrente trimestre. Os  preços do petróleo bruto Brent situaram -se em USD 71 por barril em 3 de dezembro de 2014, ou seja, cerca de 35% abaixo do seu nível um ano antes (ver Gráfico 4). Esta descida dos preços do petróleo reflete níveis da oferta de petróleo que excederam os da procura. Apesar dos conflitos na Líbia e no Iraque, a OPEP produziu acima do objetivo oficial para o grupo, enquanto a produção de petróleo por parte de países não pertencentes à OPEP aumentou, na sequência da exploração de óleo de xisto nos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, a procura de petróleo permaneceu fraca, em parte, devido a um abrandamento no setor industrial chinês. Em termos prospetivos, o mercado de futuros de petróleo espera preços do petróleo ligeiramente mais altos no médio prazo, sendo os contratos de futuros de petróleo Brent que se vencem em dezembro de 2015 transacionados a USD 76 por barril.

Q u a d r o 2 E v o l u ç ã o d o s p r e ç o s e m e c o n o m i a s s e l e c i o n a d a s (taxas de variação homólogas (%))

2012 2013 2014 2014 2014 2014 2014 2014

Maio Jun. Jul. Ago. Set. Out.

OCDE Estados Unidos Japão Reino Unido Dinamarca Suécia Suíça Brasil China Índia Rússia Turquia Polónia República Checa Hungria Por memória:

OCDE excluindo produtos alimentares e energéticos 2.3 1.6 2.1 2.1 1.9 1.8 1.7 1.7 2.1 1.5 2.1 2.1 2.0 1.7 1.7 1.7 0.0 0.4 3.7 3.6 3.4 3.3 3.2 2.9 2.8 2.6 1.5 1.9 1.6 1.5 1.2 1.3 2.4 0.5 0.3 0.4 0.5 0.3 0.3 0.3 0.9 0.4 0.1 0.5 0.4 0.2 0.0 0.3 -0.7 -0.2 0.3 0.1 0.0 0.0 -0.1 0.0 5.4 6.2 6.4 6.5 6.5 6.5 6.7 6.6 2.6 2.6 2.5 2.3 2.3 2.0 1.6 1.6 9.7 10.1 8.3 7.5 8.0 7.7 6.5 5.5 5.1 6.8 7.6 7.8 7.4 7.6 8.0 8.3 8.9 7.5 9.7 9.2 9.3 9.5 8.9 9.0 3.7 0.8 0.3 0.3 0.0 -0.1 -0.2 -0.3 3.5 1.4 0.5 0.0 0.6 0.7 0.8 0.7 5.7 1.7 0.0 -0.1 0.5 0.3 -0.5 -0.3 1.8 1.6 1.9 1.9 1.9 1.9 1.8 1.8

(14)

A evolução dos preços das matérias -primas não -energéticas tem registado uma tendência ligeiramente ascendente desde o início do quarto trimestre, após uma descida em setembro. Desde o início de outubro, os preços dos produtos não--energéticos subiram 2%, refletindo um aumento de 8% nos preços dos cereais e de 2% nos dos metais. O  tempo invulgarmente frio nos Estados Unidos, bem como o atual conflito entre dois importantes fornecedores de cereais, a Ucrânia e a Rússia, que está a afetar as atividades quer de plantação quer de comercialização, levaram a um aumento recente dos preços dos cereais. Em comparação com o mesmo período em 2013, o índice de preços das matérias -primas não-energéticas, em termos agregados (denominados em USD), situa -se atualmente cerca de 8% mais baixo, devido  sobretudo a preços de cereais reduzidos, impulsionados por colheitas recorde nos Estados Unidos.

1 . 3 E V O L U Ç Ã O E M E C O N O M I A S S E L E C I O N A D A S E S T A D O S U N I D O S

Nos Estados Unidos, a atividade económica ganhou dinamismo nos últimos trimestres, após significativa volatilidade dos dados no início do ano. Na sequência da forte recuperação do crescimento económico no segundo trimestre, foi mantido um sólido crescimento no terceiro trimestre de 2014. De acordo com a segunda estimativa do departamento de análise económica dos Estados Unidos (o Bureau of Economic Analysis), o PIB real aumentou a uma taxa anualizada de 3.9% (1.0% em termos trimestrais em cadeia), suportado pela procura quer interna quer externa. O  comércio líquido deu um forte contributo positivo para o crescimento, no contexto de um forte aumento das exportações e de uma descida das importações. Entretanto, a despesa de consumo pessoal e o investimento fixo privado deram igualmente um contributo positivo para o crescimento, confirmando fundamentos económicos robustos.

Os indicadores de alta frequência disponíveis sugerem que a economia norte -americana deverá manter o seu dinamismo de crescimento positivo no último trimestre de 2014, embora o crescimento do PIB real possa abrandar ligeiramente em comparação com os dois trimestres anteriores. O consumo privado é suportado por efeitos de riqueza positivos, contínuas melhorias nas condições do mercado de trabalho que levam a um crescimento mais elevado no rendimento disponível, níveis altos de sentimento dos consumidores e, desde o último Verão, descida significativa nos preços da gasolina. As perspetivas de curto prazo para a atividade das empresas também permanecem favoráveis, devido aos níveis elevados do sentimento empresarial. No que respeita ao mercado da habitação, os dados recentes estão em linha com a continuação da recuperação moderada, como indicado por um aumento das vendas de casa, construção de novas habitações e licenças de construção ao longo dos últimos meses. Entretanto, os preços da habitação mantêm o seu dinamismo ascendente, embora ultimamente, a taxa de crescimento tenha vindo a abrandar ligeiramente, enquanto o rácio dos preços da habitação em relação às rendas regressou a níveis próximo das médias históricas. Analisando o comércio, o reforço esperado da

60 70 80 90 100 110 120 130 140 20 40 60 80 100 120 140 160 180 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

petróleo bruto Brent (USD/barril; escala da esquerda) matérias-primas não energéticas

(USD; índice: 2010 = 100; escala da direita)

G r á f i c o 4 P r i n c i p a i s d e s e n v o l v i m e n t o s n o s p r e ç o s d a s m a t é r i a s - p r i m a s

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procura interna, em particular, nas componentes da despesa intensivas em importações, como o investimento, também deveria levar a uma recuperação das importações no último trimestre de 2014. O dinamismo do crescimento das exportações, pelo contrário, deverá ser afetado pela recente apreciação do dólar dos Estados Unidos.

Em termos prospetivos, espera -se que a recuperação da economia norte -americana continue com crescimento acima da tendência, sustentada pela continuação da melhoria dos mercados de trabalho e da habitação, condições financeiras acomodatícias, e do desvanecimento de fatores adversos resultantes do ajustamento dos balanços das famílias e da política orçamental.

A inflação registou uma moderação após o recente pico atingido em maio e estabilizou ao longo dos últimos três meses. A  inflação homóloga global medida pelo IPC situou -se em 1.7% em outubro, baixando 0.5 pontos percentuais desde maio. Esta evolução reflete predominantemente o desaparecimento de fatores temporários, incluindo uma acentuada queda dos custos dos produtos energéticos (de 3.4%, em termos homólogos, em maio para -1.6%, em termos homólogos, em outubro), bem como a estabilização da inflação dos preços dos serviços. Pelo contrário, a inflação dos preços dos produtos alimentares e da habitação aumentou ligeiramente ao longo dos últimos cinco meses. A  inflação homóloga medida pelo IPC excluindo produtos alimentares e produtos energéticos permaneceu globalmente estável nos últimos meses, situando -se em 1.8% em outubro. Em termos prospetivos, a inflação deverá aumentar de forma gradual, apoiada pela redução lenta da folga no mercado de trabalho, embora a recente apreciação do dólar dos Estados Unidos e as descidas dos preços do petróleo tenham um impacto de moderação sobre a inflação no curto prazo.

No contexto de perspetivas económicas geralmente melhores, na reunião de 28 -29 de outubro de 2014, o Comité de Operações de Mercado Aberto do Sistema de Reserva Federal (Federal Open Market Committee – FOMC) anunciou a decisão de pôr termo ao programa de compra de ativos no final de outubro. O  FOMC reafirmou que, na determinação da duração da manutenção num intervalo entre 0% e 1/4% do objetivo da taxa dos fundos federais, “tomará em consideração um conjunto alargado de informação, incluindo medidas das condições do mercado de trabalho, indicadores de pressões inflacionistas e de expetativas de inflação, e dados sobre a evolução financeira”.

J A P Ã O

No Japão, a atividade económica ficou aquém do esperado no terceiro trimestre, na sequência da forte contração no segundo trimestre. De acordo com a primeira estimativa preliminar do Gabinete do Conselho de Ministros, o PIB real teve uma contração inesperada de 0.4% no terceiro trimestre, após uma queda de 1.9% no segundo trimestre, associada ao reequilíbrio da atividade após o aumento do imposto sobre o consumo em 1 de abril de 2014. A contração do produto no terceiro trimestre resultou principalmente das existências, bem como de uma redução do investimento quer residencial quer não-residencial. O  consumo privado voltou a crescer durante o terceiro trimestre, mas manteve -se moderado, enquanto as exportações recuperaram, após a fragilidade que tinha prevalecido desde a segunda metade de 2013. Como as importações também aumentaram, o comércio líquido deu apenas um contributo menor para o crescimento.

Em termos prospetivos, de acordo com as expetativas, o crescimento deverá registar uma retoma durante o quarto trimestre. Os dados observados mais recentes sobre a construção de novas habitações sugerem que o investimento residencial começou a ganhar dinamismo, recuperando parte da queda observada no terceiro trimestre. A  produção industrial expandiu -se 0.2%, em termos mensais em cadeia, em outubro, de acordo com dados preliminares e o IGC da produção na indústria transformadora aumentou para 52.7.

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Em termos da evolução dos preços, a inflação medida pelo IPC tem registado uma tendência descendente desde maio de 2014, atingindo 2.9%, em termos homólogos, em outubro, uma vez que se dissipou o impacto da anterior depreciação do iene e os preços dos produtos energéticos continuaram a cair. Embora a queda dos preços dos produtos energéticos deva dar um impulso ao rendimento disponível no médio prazo, a curto prazo pode atenuar a tendência ascendente dos preços e das expetativas de inflação que o Japão tem registado desde o lançamento do “Abenomics”. Por último, de acordo com as estimativas, o IPC excluindo os efeitos diretos do aumento do imposto sobre o consumo situar -se -á em cerca de 1%, segundo os valores mais recentes do Banco do Japão.

Na última reunião sobre política monetária realizada em 19 de novembro de 2014, o Banco do Japão optou por deixar inalteradas as principais orientações de política. Tal decorreu da sua decisão de expandir o seu Programa de Abrandamento Quantitativo e Qualitativo em outubro, acelerando o ritmo anual de crescimento da base monetária para cerca de JPY 80,000 mil milhões (anteriormente, cerca de JPY 60,000 -70,000 mil milhões). A decisão foi tomada para antecipar riscos em sentido descendente para os preços, resultantes da fraca procura após o aumento do imposto sobre o consumo e da queda significativa dos preços do petróleo.

R E I N O U N I D O

No Reino Unido, o ritmo da atividade económica manteve -se robusto nos três primeiros trimestres de 2014. O crescimento foi impulsionado pela forte procura interna, em particular o consumo privado e o investimento em habitação, por sua vez apoiado por uma descida da incerteza macroeconómica e condições de crédito relativamente menos restritivas. O mercado de trabalho continuou a fortalecer -se e a taxa de desemprego desceu para um mínimo de 6.0%, que não era registado há cinco anos, nos três meses até setembro, face a mais de 7% um ano antes. Numa análise prospetiva, os dados com elevada frequência e os inquéritos de expetativas sugerem que o crescimento económico permanecerá robusto no curto prazo, muito embora o ritmo de expansão se possa moderar ligeiramente, em comparação com os três primeiros trimestres de 2014. A médio prazo, a necessidade de ajustamentos dos balanços nos setores privado e público continuará a pesar sobre a atividade económica.

A inflação manteve -se abaixo do objetivo do Bank of England de 2% ao longo de 2014. A inflação homóloga medida pelo IPC aumentou marginalmente para 1.3% em outubro, sobretudo em virtude dos efeitos de base positivos dos preços dos transportes. A inflação dos preços no consumidor, excluindo produtos alimentares e produtos energéticos, manteve -se em torno de 1.5% em outubro. Em termos globais, as pressões inflacionistas deverão manter -se moderadas e espera -se que a taxa de inflação registe uma nova descida no curto prazo, refletindo quedas nos preços dos produtos energéticos e das importações.

Na reunião de 4 de dezembro de 2014, o Comité de Política Monetária do Bank of England manteve a taxa diretora em 0.5% e a dimensão do seu programa de aquisições de ativos em GBP 375 mil milhões.

O U T R A S E C O N O M I A S E U R O P E I A S

Na Suécia, o PIB real aumentou 0.3% em termos trimestrais em cadeia, no terceiro trimestre de 2014, face a 0.5% no trimestre anterior. Na Dinamarca, a atividade económica acelerou de 0.1% em termos trimestrais em cadeia no segundo trimestre de 2014 para 0.5% no terceiro trimestre. Em ambos os países, a atividade económica foi principalmente apoiada pela procura interna. Em termos prospetivos, o crescimento do PIB real deverá ganhar dinamismo nos dois países. Analisando a evolução dos preços, a inflação medida pelo IHPC manteve -se globalmente moderada ao longo dos últimos meses, situando--se em 0.3% em outubro, tanto na Dinamarca como na Suécia. Na Suíça, a atividade perdeu algum

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do seu dinamismo desde o início de 2014, devido à procura interna mais fraca e a exportações moderadas, enquanto a inflação se manteve em torno de zero. Numa análise prospetiva, espera -se que o PIB cresça apenas modestamente, num contexto de abrandamento do consumo privado, do aumento gradual do investimento e do enfraquecimento das condições da procura externa. Porém, o crescente rendimento disponível, as baixas taxas de juro e a imigração deverão continuar a apoiar as perspetivas de crescimento a médio prazo.

Nos maiores Estados -Membros da UE da Europa Central e de Leste, a atividade económica continuou a expandir -se a diferentes ritmos no terceiro trimestre de 2014, após um crescimento robusto global no primeiro semestre do ano. O crescimento no terceiro trimestre foi particularmente forte na Roménia, onde o PIB real se expandiu a uma taxa trimestral de 1.9%, após uma contração de 0.3% no segundo trimestre. A atividade económica permaneceu vigorosa também na Polónia, onde a taxa de variação trimestral do PIB real acelerou para 0.9% no terceiro trimestre, face a 0.7% no segundo trimestre. O crescimento do PIB real na República Checa acelerou também para uma taxa trimestral de 0.4% no terceiro trimestre, face a 0.2% no segundo. Na Hungria, por seu lado, o crescimento do PIB real continuou a desacelerar, abrandando para 0.5% no terceiro trimestre, depois de atingir 0.8% no trimestre anterior. Em termos prospetivos, a atividade económica na Europa Central e de Leste deverá manter--se relativamente robusta, apoiada pelo fortalecimento gradual da procura interna. Pelo contrário, prevê -se que a atividade de exportação registe um enfraquecimento, refletindo a menor procura por parte dos principais parceiros comerciais da região e perturbações no comércio devido às tensões geopolíticas entre a Rússia e a Ucrânia. A inflação homóloga medida pelo IHPC na região da Europa Central e de Leste permanece em geral moderada. Embora tenha acelerado ligeiramente nos últimos meses na República Checa e na Roménia, mantém -se próximo dos seus mínimos históricos – em torno de zero – na Polónia e na Hungria. Esta evolução reflete uma queda nos preços dos produtos alimentares e energéticos, traduzindo principalmente desenvolvimentos a nível mundial e pressões relativamente moderadas dos custos internos.

Na Turquia, após um crescimento robusto ao longo do último ano, a atividade económica registou uma contração de 0.5% em termos trimestrais no segundo trimestre de 2014, impulsionada por um enfraquecimento generalizado a todas as componentes. Até ao final do ano, indicadores avançados e de elevada frequência apontam para um ritmo de crescimento moderado. Do lado positivo, o dinamismo da produção industrial e das vendas a retalho melhorou recentemente, à medida que o relaxamento da orientação da política monetária desde maio se reflete na economia. Do lado negativo, as condições financeiras externas deterioraram -se, enquanto a procura externa enfraqueceu, refletindo um crescimento moderado na UE, um agravamento das tensões no Iraque e uma procura mais fraca da Rússia. Além disso, a inflação continuou elevada, enfraquecendo assim o poder de compra das famílias.

Na Rússia, o crescimento económico manteve -se anémico em 2014. O PIB real cresceu apenas 0.2% em termos trimestrais em cadeia no segundo trimestre de 2014, impulsionado por uma descida notória do consumo privado. A escalada do conflito com a Ucrânia, que levou a uma maior restritividade das condições financeiras, restrições de financiamento e ao comércio, aceleração das pressões inflacionistas e maior incerteza, afetou o crescimento na segunda metade do ano. A recente queda dos preços do petróleo contribui com novas pressões sobre a economia, que se encontra já restringida por substancial rigidez estrutural, com implicações potencialmente negativas para o investimento em projetos relacionados com o setor da energia. A  inflação de preços no consumidor continuou a aumentar, atingindo 8.3% em termos homólogos em outubro, situando -se consideravelmente acima do objetivo do banco central de 4% (com um intervalo de tolerância de ±1.5 pontos percentuais). Esta evolução refletiu a acentuada depreciação do rublo e a subida dos preços dos produtos alimentares, levando o

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banco central a aumentar de novo a restritividade da orientação de política monetária através de uma série de subidas da principal taxa de juro ao longo do ano, até 9.5% em novembro de 2014 (+400 pontos base desde o início do ano).

E C O N O M I A S E M E R G E N T E S D A Á S I A

A diminuição gradual do crescimento do PIB na China registada desde o final de 2013 prosseguiu no terceiro trimestre. O  consumo e o comércio foram os principais impulsionadores do crescimento, enquanto o contributo do investimento enfraqueceu, refletindo principalmente um abrandamento do investimento na habitação e uma moderação do crescimento do crédito. O mercado da habitação na China, embora registe ainda uma deterioração, mostra sinais preliminares de estabilização. O ritmo de descida quer da atividade no mercado da habitação quer dos preços diminuiu no início do quarto trimestre, após a promulgação de várias medidas acomodatícias pelas autoridades centrais e locais nos últimos meses, tais como uma redução das restrições em termos de reservas mínimas obrigatórias e aquisições. Além disso, a urbanização em curso e o forte crescimento do rendimento continuam a prestar apoio.

As pressões sobre os preços ao nível do conjunto da economia encontram -se numa trajetória descendente, oscilando próximo dos mínimos históricos de dois anos e meio, e refletem a fraca procura e o excesso de capacidade das indústrias pesadas. Em particular, a inflação medida pelo IPP situa -se em território negativo desde há 32 meses, o período mais longo desde 1997. Em linha com a baixa inflação, o banco central da China reduziu as suas taxas de referência activas e passivas em 21 de novembro de 2014, pela primeira vez desde julho de 2012. Acompanhando o objetivo das autoridades de limitar o aumento da alavancagem ao nível de toda a economia, os fluxos de crédito continuaram a registar uma moderação, devido em particular a uma supervisão mais rigorosa da atividade bancária paralela. Refletindo possivelmente este aumento da dívida, o crédito mal parado tem aumentado de forma constante desde 2012, disparando no terceiro trimestre do presente ano. Cerca de 1% do crédito mal parado, porém, atinge ainda níveis extremamente baixos em termos históricos.

No que se refere a outras economias emergentes da Ásia, a recuperação económica continua a ser gradual, após um período de crescimento moderado, uma vez que o abrandamento da economia chinesa nos últimos meses afetou particularmente vários países na região orientados para a exportação. Na Índia, a confiança mantém -se elevada desde a eleição do novo governo e os mercados bolsistas continuam a crescer. O sentimento económico favorável está em linha com o crescimento do PIB de 6% em termos homólogos (a preços de mercado) no terceiro trimestre de 2014. Na qualidade de grande importador líquido de matérias -primas, a Índia beneficia das quedas nos preços das matérias -primas, enquanto as exportações impulsionadas pelos serviços são menos afetadas pelo atual enfraquecimento da procura mundial de bens transformados. A  inflação tem também diminuído acentuadamente ao longo do ano, em resultado de uma queda dos preços dos produtos alimentares e energéticos e de uma política orçamental e monetária restritiva.

Na Indonésia, a melhoria do sentimento económico relacionada com a eleição do novo presidente não teve ainda reflexo num melhor desempenho económico, e o crescimento do PIB manteve -se fraco no terceiro trimestre de 2014, em 1.2% em termos trimestrais em cadeia, devido principalmente a condições de procura externa pouco dinâmica. Após uma acentuada descida nos oito primeiros meses do ano, a inflação acelerou, no contexto do recente corte nos subsídios aos combustíveis pelo novo governo. Em resposta ao aumento dos preços dos combustíveis, o banco central da Indonésia decidiu aumentar a sua taxa diretora em 25 pontos base para 7.75%.Na Coreia do Sul, o crescimento do PIB melhorou

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ligeiramente no terceiro trimestre de 2014 (0.9% em termos trimestrais em cadeia), uma vez que o consumo beneficiou de medidas de estímulo monetário e orçamental. Porém, a procura moderada da China, juntamente com um iene japonês fraco, tiveram um impacto sobre as exportações coreanas, que se contraíram no terceiro trimestre, gerando incerteza quanto à recuperação impulsionada pelas exportações na Coreia. Uma vez que a inflação de preços no consumidor se mantém baixa, o banco central da Coreia decidiu reduzir de novo as taxas de juro em 25 pontos base em outubro.

A M É R I C A L A T I N A

O abrandamento do crescimento na América Latina prosseguiu na segunda metade do ano, enquanto as tendências divergentes na região se tornaram mais pronunciadas. Esta evolução reflete principalmente um substancial enfraquecimento interno, parcialmente associado aos preços das matérias -primas mais baixos e aos custos de produção mais elevados, mas também a desequilíbrios consideráveis em algumas economias importantes.

O Brasil enfrenta um quadro de baixo crescimento e elevada inflação. Após dois trimestres de crescimento negativo, o PIB real expandiu -se apenas 0.1% em termos trimestrais em cadeia no terceiro trimestre de 2014, apoiado pelo consumo e investimento públicos, enquanto o consumo privado continuou a deteriorar -se. A orientação da política monetária substancialmente mais restritiva, a menor procura externa, a fraca confiança e as incertezas de política afetaram o crescimento. Ao mesmo tempo, as pressões inflacionistas intensificaram -se nos últimos meses, excedendo o limite superior de 6.5% do objetivo de inflação, impulsionadas em larga medida por uma depreciação da taxa de câmbio. Juntamente com as expetativas de elevada inflação, isso levou o banco central a aumentar de novo a taxa de juro da política monetária para 11.25% em outubro (+25 pontos base).

A Argentina encontra -se atualmente numa face recessiva. De acordo com o indicador mensal de atividade económica, o produto real desceu -0.2% em termos homólogos em setembro de 2014. Significativos desequilíbrios internos, inflação elevada e uma posição orçamental fraca estão a prejudicar o crescimento. A  menor procura por parte do Brasil, um dos principais parceiros comerciais da Argentina, e a maior incerteza após o incumprimento técnico, no final de outubro, no que respeita às suas obrigações estrangeiras, colocaram um ónus adicional sobre a economia.

Pelo contrário, no México, a atividade está a recuperar de um acentuado abrandamento em 2013, beneficiando simultaneamente de uma procura mais  forte dos EUA, de uma política orçamental expansionista e de taxas de juro baixas. O crescimento do PIB situou -se em 0.5% em termos trimestrais em cadeia no terceiro trimestre, o que compara com 1% no trimestre anterior. A perda de dinamismo esteve principalmente associada a um enfraquecimento nos sectores da indústria e dos serviços, enquanto a produção agrícola melhorou. Contudo, o governo está a intensificar esforços no sentido de implementar o pacote de medidas estruturais substanciais introduzido em 2013, que se destinam a estimular o crescimento nos próximos anos. A inflação homóloga dos preços no consumidor recuperou nos últimos meses, atingindo 4.3% em outubro de 2014, principalmente impulsionada pelos preços dos produtos agrícolas e energéticos.

1 . 4 T A X A S D E C Â M B I O

Entre o início de setembro e 3 de dezembro de 2014, o euro registou uma depreciação face às moedas da maior parte dos principais parceiros comerciais da área do euro. Os movimentos cambiais estiveram amplamente associados à evolução das expetativas quanto à política monetária futura, bem como a

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ajustamentos nas expetativas de mercado quanto às perspetivas económicas na área do euro face a outras grandes economias. Em 3 de dezembro de 2014, a taxa de câmbio efetiva nominal do euro, medida face às moedas de 20 dos principais parceiros comerciais da área do euro, situava -se 1.8% abaixo do seu nível no início de setembro e 3.9% abaixo do seu nível um ano antes (ver Gráfico 5 e Quadro 3).

Contudo, o movimento geral descendente da taxa de câmbio efetiva do euro ao longo do período em análise oculta alguns padrões divergentes da taxa de câmbio bilateral do euro face às moedas não pertencentes à UE. Em termos bilaterais, desde o início de setembro, o euro enfraqueceu face ao dólar dos Estados Unidos (6.1%) e, em muito menor dimensão, face à libra esterlina. Pelo contrário, apreciou -se consideravelmente face ao iene do Japão (7.5%), após o anúncio da expansão do programa de abrandamento monetário quantitativo e qualitativo (quantitative and qualitative monetary

easing programme) pelo banco central do Japão

no final de outubro. Durante aquele período, o euro registou também uma apreciação face à maioria

das moedas dos países exportadores de matérias -primas e a várias moedas das economias de mercado emergentes da Ásia, com a assinalável exceção do renminbi da China, face ao qual registou uma depreciação de 6.1%. Entretanto, desde o início de setembro, o euro fortaleceu -se 33.5% face ao rublo da Rússia.

G r á f i c o 5 T a x a s d e c â m b i o e f e t i v a s n o m i n a i s d o e u r o , d o d ó l a r d o s E s t a d o s U n i d o s e d o i e n e d o J a p ã o

(dados diários; índice: T1 1999 = 100)

80 90 100 110 120 130 140 80 90 100 110 120 130 140 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 euro

dólar dos Estados Unidos iene do Japão

Fonte: BCE.

Notas: A taxa de câmbio efetiva nominal do euro é calculada face às moedas de 20 dos mais importantes parceiros comerciais da área do euro. As taxas de câmbio efetivas nominais do dólar dos Estados Unidos e do iene do Japão são calculadas face às moedas de 39 dos mais importantes parceiros comerciais dos Estados Unidos e do Japão.

Q u a d r o 3 E v o l u ç ã o d a t a x a d e c â m b i o d o e u r o (dados diários; unidades monetárias por euro; variações em percentagem)

TCE-20 Renminbi da China Dólar dos Estados Unidos Libra esterlina Iene do Japão Franco suíço Zlóti da Polónia Coroa checa Coroa sueca Won sul -coreano Forint da Hungria Coroa dinamarquesa Novo leu da Roménia Kuna da Croácia -1.8 -3.9 18.7 -6.1 -8.4 16.8 -6.1 -9.2 14.8 -0.5 -4.9 7.2 7.5 5.7 6.4 -0.3 -2.1 6.2 -1.2 -1.0 5.0 -0.4 0.6 4.7 0.9 4.6 3.9 3.3 -4.6 3.2 -2.4 1.3 2.6 -0.1 -0.2 2.0 0.7 -0.8 0.6 0.8 0.5 Fonte: BCE.

Nota: A taxa de câmbio efetiva nominal é calculada face às moedas de 20 dos parceiros comerciais mais importantes da área do euro.

Peso na taxa de câmbio efetiva do euro (TCE -20)

Variação da taxa de câmbio do euro em 3 de dezembro de 2014 face a

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No que se refere às moedas dos outros Estados--Membros da UE, a taxa de câmbio do euro registou um fortalecimento ao longo dos últimos três meses face à coroa sueca (0.9%), à kuna da Croácia (0.8%) e ao leu da Roménia (0.7%), mas enfraqueceu face ao forint da Hungria (2.4%) e ao zloty da Polónia (1.2%). O litas da Lituânia e a coroa dinamarquesa, que participam no MTC II, mantiveram -se globalmente estáveis face ao euro, sendo transacionados às respetivas taxas centrais ou próximo destas.

No que respeita aos indicadores de competitividade internacional de preços e custos da área do euro, em novembro de 2014, a taxa de câmbio efetiva real do euro, com base nos preços no consumidor, situava -se 4.0% abaixo do seu nível um ano antes (ver Gráfico  6). Esta descida reflete quer a depreciação da taxa de câmbio efetiva nominal, quer a inflação dos preços no consumidor ligeiramente mais baixa na área do euro face aos seus principais parceiros comerciais.

G r á f i c o 6 T a x a s d e c â m b i o e f e t i v a s r e a i s d o e u r o

(dados mensais/trimestrais; índice: T1 1999 = 100)

80 85 90 95 100 105 110 115 80 85 90 95 100 105 110 115 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 deflacionada pelo IPC

deflacionada pelos CUTCE deflacionada pelo PIB deflacionada pelo IPP

Fonte: BCE.

Notas: As taxas de câmbio efetivas reais do euro são calculadas face às moedas de 20 dos mais importantes parceiros comerciais da área do euro. As séries são deflacionadas pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC), pelos custos unitários do trabalho no conjunto da economia (CUTCE), pelo deflator do Produto Interno Bruto (PIB) e pelo Índice de Preços no Produtor (IPP), respetivamente.

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2 . 1 M O E D A E C R É D I T O D E I F M

A informação disponível para o terceiro trimestre e outubro de 2014 confirma a continuação de um crescimento da moeda e de uma dinâmica do crédito moderados num contexto caraterizado por inflação baixa. Ao mesmo tempo, o crescimento do M3 recuperou ligeiramente, após o nível mínimo observado em abril. Além disso, confirmaram -se os sinais de um ponto de viragem na dinâmica dos empréstimos no segundo trimestre (particularmente no que diz respeito aos empréstimos a sociedades não financeiras). Neste contexto, a diminuição da incerteza no seguimento da conclusão da avaliação completa do BCE e as mais recentes medidas de política monetária deverão apoiar os incentivos dos bancos para conceder empréstimos, bem como a transmissão de condições favoráveis de financiamento bancário às condições de concessão de crédito. No que respeita às outras contrapartidas do M3, a criação de moeda na área do euro foi apoiada no terceiro trimestre e em outubro por uma nova descida das responsabilidades financeiras a mais longo prazo e uma redução do impacto moderador da contração do crédito. A  acumulação pelas IFM de disponibilidades líquidas sobre o exterior continuou a ser a principal fonte de criação de moeda na área do euro em termos anuais, embora o ritmo dessa acumulação tenha diminuído. As contrações nos principais ativos das IFM voltaram a fortalecer -se em outubro, motivadas sobretudo por contrações mais fortes em países que não se encontram sob pressão.

A taxa de crescimento homóloga do M3 continuou a recuperar, situando -se em 2.5% em outubro, o que compara com 2.0% no terceiro trimestre e 1.1% no segundo trimestre (ver Gráfico 7 e Quadro 4). A evolução do crescimento homólogo do M3 refletiu a continuação da preferência dos detentores de moeda por liquidez monetária, na presença de taxas de juro muito baixas. Os níveis bastante baixos de remuneração dos ativos monetários mostraram que os detentores de moeda continuaram a preferir os depósitos à ordem a outros depósitos contidos no M3, apoiando o crescimento anual robusto observado no M1. Ao mesmo tempo, considerações relativas

ao risco e rendimento podem ter levado os investidores, na procura de rendibilidade, a mudar parte dos seus ativos monetários para instrumentos menos líquidos fora do M3 com níveis mais elevados de remuneração, tais como fundos de investimento.

Os empréstimos às administrações públicas voltaram a descer no terceiro trimestre, mas a uma taxa mais lenta. De igual modo, os empréstimos ao setor privado não financeiro continuaram a apresentar uma dinâmica moderada tanto no terceiro trimestre como em outubro, mas a sua taxa de contração voltou a descer. Isto dá um maior suporte à avaliação de que a dinâmica dos empréstimos atingiu um ponto de viragem no segundo trimestre, particularmente nos empréstimos às sociedades não financeiras. Esta inflexão seria consistente com o histórico relacionamento de avanço e atraso entre os empréstimos setoriais de IFM e o ciclo económico. Além disso, é de esperar que o crédito ao setor privado beneficiasse da

redução da incerteza após a conclusão da recente Fonte: BCE.

G r á f i c o 7 C r e s c i m e n t o d o M 3

(variações em percentagem; dados corrigidos de efeitos de sazonalidade e de calendário) -2 0 2 4 6 8 10 12 14 -2 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 2013 0 2 4 6 8 10 12 14 M3 (taxa de crescimento homóloga)

M3 (média móvel de 3 meses centrada da taxa de crescimento homóloga)

(23)

avaliação completa do BCE bem como a implementação das medidas de política monetária não convencionais anunciadas em junho e setembro. Estas últimas incluem, em particular, operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas (ORPA direcionadas), o programa de aquisição de instrumentos de dívida titularizados e o terceiro programa de compra de obrigações hipotecárias. Estas medidas têm como objetivo melhorar as condições de financiamento dos bancos e a sua capacidade para conceder crédito, mas irão necessitar de um certo tempo para se repercutirem nos volumes de crédito. De igual modo, o inquérito aos bancos sobre o mercado de crédito de outubro de 2014 dá mais indicações de uma viragem na dinâmica dos empréstimos, com os bancos a reportar melhorias graduais das condições de crédito para as empresas e famílias da área do euro, bem como uma recuperação da procura de empréstimos.

A acumulação pelas IFM de disponibilidades líquidas sobre o exterior continuou a ser a principal fonte de criação de moeda na área do euro no terceiro trimestre e em outubro, embora o ritmo dessa acumulação tenha diminuído. Nos 12 meses até outubro, as disponibilidades líquidas sobre o exterior do setor das IFM da área do euro registaram um aumento de €306 mil milhões, face a um pico de €413 mil milhões nos 12 meses até julho. A  redução das responsabilidades financeiras a mais longo prazo (excluindo capital e reservas) também continuou a apoiar a criação de moeda no terceiro trimestre e fortaleceu -se de novo em outubro. Em contraste, os bancos continuaram a aumentar o respetivo capital no terceiro trimestre e em outubro, o que conduziu a novas entradas de capital e reservas.

As contrações das principais disponibilidades das IFM voltaram a intensificar -se em outubro. Especificamente, as principais disponibilidades das IFM diminuíram €119 mil milhões no período de três meses até outubro, face a uma diminuição de €21 mil milhões nos três meses anteriores. Esta contração mais forte foi motivada sobretudo por maiores descidas nos países que não se encontram sob pressão. Analisando os vários tipos de disponibilidades, a contração das principais disponibilidades refletiu sobretudo uma diminuição considerável do crédito interbancário e uma redução do crédito

M1

Circulação monetária Depósitos à ordem

M2 - M1 (= outros depósitos de curto prazo) Depósitos com prazo acordado até 2 anos Depósitos reembolsáveis com pré -aviso até 3 meses

M2

M3 - M2 (= instrumentos negociáveis)

M3

Crédito a residentes na área do euro

Crédito às administrações públicas Empréstimos às administrações públicas Crédito ao setor privado

Empréstimos ao setor privado

Empréstimos ao setor privado corrigidos de vendas e titularização 2)

Responsabilidades financeiras a mais longo prazo (excluindo capital e reservas)

Taxas de crescimento homólogas 2013 2014 2014 2014 2014 2014

T4 T1 T2 T3 Set. Out.

Fonte: BCE.

1) No final do último mês disponível. Os valores podem não corresponder à soma das parcelas devido a arredondamentos. 2) Corrigidos do desreconhecimento de empréstimos no balanço estatístico das IFM devido à sua venda ou titularização. Q u a d r o 4 Q u a d r o s í n t e s e d e v a r i á v e i s m o n e t á r i a s

(os valores trimestrais são médias; dados corrigidos de efeitos de sazonalidade e de calendário)

Saldos em percentagem do M31) 56.7 6.4 6.0 5.3 5.8 6.2 6.2 9.4 4.1 6.0 5.6 5.7 6.0 5.6 47.3 6.9 6.0 5.2 5.8 6.2 6.3 37.1 -1.2 -2.4 -2.1 -1.7 -1.6 -2.1 16.0 -6.3 -6.8 -5.4 -4.3 -3.9 -4.9 21.0 3.3 1.4 0.7 0.3 0.3 0.2 93.8 3.1 2.4 2.1 2.6 3.0 2.7 6.2 -17.1 -13.1 -12.4 -6.8 -4.4 -1.0 100.0 1.5 1.2 1.1 2.0 2.5 2.5 -1.2 -1.9 -2.3 -1.9 -1.6 -1.3 0.1 -0.2 -1.3 -1.5 -0.5 -0.1 -6.7 -4.0 -2.6 -1.0 -0.7 -1.3 -1.6 -2.3 -2.5 -2.0 -1.9 -1.7 -2.2 -2.3 -1.9 -1.5 -1.2 -1.1 -1.8 -2.0 -1.5 -0.9 -0.6 -0.5 -3.6 -3.4 -3.4 -3.4 -3.7 -4.8

(24)

bancário ao setor privado, o que foi parcialmente compensado por aumentos do crédito às administrações públicas.

No seu conjunto, a evolução monetária no período até outubro confirmou a fragilidade global da dinâmica monetária e de crédito num contexto caraterizado por inflação baixa, tendo havido sinais de um ponto de viragem desde o segundo trimestre de 2014.

P R I N C I P A I S C O M P O N E N T E S D O M 3

O crescimento homólogo do M3 no terceiro trimestre e em outubro continuou a ser motivado sobretudo pela evolução do M1. Os  níveis de remuneração muito reduzidos dos ativos monetários continuaram a mostrar uma preferência dos detentores de moeda por depósitos à ordem ao invés de outros depósitos contidos no M3. A mudança em curso para depósitos à ordem sugere que a evidência pontual das taxas negativas cobradas aos grandes depósitos de empresas ainda

não levou os clientes a movimentar montantes significativos de fundos para depósitos a prazos muito curtos. Por conseguinte, o agregado monetário estreito (M1) foi a única componente a dar um contributo positivo para o crescimento homólogo do M3 (ver Gráfico 8). O contributo negativo dos outros depósitos de curto prazo (ou seja, M2 menos M1) estabilizou no terceiro trimestre, antes de se tornar mais negativo em outubro. Em contraste, o contributo negativo dos instrumentos negociáveis (i.e. M3 menos M2) continuou a moderar -se.

Analisando as componentes individuais do M3, a taxa de crescimento homóloga do M1 registou um novo aumento numa base trimestral, situando -se em 5.8% no terceiro trimestre e 6.2% em outubro, face a 5.3% no segundo trimestre (ver Quadro 4). Isto refletiu um aumento dos depósitos à ordem, que no terceiro trimestre se ficou a dever sobretudo aos depósitos de famílias (e, em menor grau, de sociedades não financeiras). Em outubro, os intermediários financeiros não monetários, à exceção das sociedades de seguros e fundos de pensões (ou seja, OIF) também contribuíram para essas entradas. Entretanto, a taxa de crescimento homóloga da moeda em circulação manteve -se globalmente estável em 5.7% no terceiro trimestre, face a 5.6% no segundo trimestre e situando -se em 5.6% em outubro. O crescimento dos outros depósitos de curto prazo enfraqueceu, com taxas de crescimento homólogas negativas de -1.7% e -2.1% registadas no terceiro trimestre e em outubro, respetivamente, enquanto a taxa de crescimento homóloga dos instrumentos negociáveis continuou a tornar -se menos negativa, subindo de -12.4% no segundo trimestre para -6.8% no terceiro trimestre e -1.0% em outubro. No que respeita aos outros depósitos de curto prazo, as saídas de depósitos de curto prazo (ou seja, depósitos com prazo acordado até 2 anos) aumentaram de novo em outubro, com a taxa de crescimento homóloga desses depósitos a situar -se em -4.9% (face a -4.3% no terceiro trimestre e -5.4% no segundo). A taxa de crescimento homóloga dos depósitos de poupança de curto prazo (ou seja, depósitos com pré -aviso até 3 meses) registou uma nova descida, situando -se em 0.2% em outubro e 0.3% no terceiro trimestre (face a 0.7% no segundo trimestre). Estes desenvolvimentos globais continuaram a ser amplamente motivados pelos rendimentos excecionalmente baixos relativamente a outras formas de

-20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 -20 -15 -10 -5 0 5 10 15 20 25 2004 2006 2008 2010 2012 2014 M1

outros depósitos de curto prazo instrumentos negociáveis

Fonte: BCE.

G r á f i c o 8 P r i n c i p a i s c o m p o n e n t e s d o M 3

(taxas de variação homólogas (%); dados corrigidos de efeitos de sazonalidade e de calendário)

Referências

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