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PARTE II – INVESTIGAÇÃO DESENVOLVIDA

6.2. População em estudo e grupo de respondentes

6.2.3. Constituição do grupo de respondentes

O grupo de conveniência, alvo da entrevista exploratória, abarcou 12 indivíduos, atualmente ativos com funções no setor privado.

A população objeto de estudo, definida a partir dos critérios já apresentados, consistia num conjunto de 11 407 empresas, que no total disponham de 376 143 colaboradores. No entanto, a pesquisa de e-mails não permitiu obter o endereço eletrónico de todas estas empresas, pelo que o número de empresas e colaboradores diminuiu, respetivamente, para 9 475 e 330 162.

Quando os contactos por e-mail foram iniciados verificou-se a receção de milhares de mensagens de devolução, com indicações variadas, como: contacto já não disponível, caixa de correio cheia e outros tipos de erros. Devido à elevada quantidade de e-mails recebidos e à

receção repetida dos mesmos, associado ao funcionamento do sistema informático, não foi possível contabilizar quantos e-mails foram de facto devolvidos, nem a quantas empresas correspondiam. No entanto, coloca-se a hipótese de a população em estudo ter sofrido uma redução substancial. Da totalidade das empresas contactadas, 32 solicitaram o acesso aos resultados do estudo. Porém, não é possível confirmar se essas empresas de facto colaboraram no estudo e em que percentagem. Apesar disto, este número tão reduzido reforça que a percentagem de empresas a colaborar com o estudo foi, efetivamente, muito limitado.

O recurso à rede de contactos pessoais para preenchimento e divulgação do questionário, também não permitiu uma contagem específica dos indivíduos que integravam o grupo, pela simples razão de ter sido solicitado a cada um dos contactos que reenviasse o e-mail

com a solicitação para os seus contactos.

Até 14 de Abril de 2013 foram rececionadas 567 respostas. Destas foram eliminadas: 80 respostas, por se tratar de colaboradores do setor público ou de outros; e 2 respostas, por os questionários não terem sido totalmente preenchidos. Deste modo, a amostra final, alvo de análise e tratamento estatístico, foi constituída por 485 respostas. Considera-se que as respostas provenientes de outros setores, que não o privado, surgiram na sequência dos contactos realizados pelo conjunto de respondentes obtidos através da rede pessoal de contactos, já que estes receberam a indicação de reenvio do questionário para os seus contactos (Apêndice3). Esta indicação era acompanhada de informação sobre quem estava ilegível ao preenchimento do questionário, no entanto, por desconhecimento ou descuido, o questionário foi preenchido também por colaboradores de outros setores.

Apesar de não ter sido possível contabilizar o número de indivíduos que recebeu o questionário e, como tal, a taxa de respostas do estudo, é plausível inferir que a mesma foi bastante reduzida. Várias explicações podem ser apontadas. Um aspeto fundamental prende-se com o facto de o questionário ter sido enviado para as empresas e não diretamente para os colaboradores. Coube aos responsáveis pelo departamento de recursos humanos e/ou à direção decidir reenviar, ou não, o questionário para os colaboradores. Tendo em especial atenção que o tema em estudo é bastante sensível, por abordar aspetos relacionados com compensações e por explorar a atual situação dos colaboradores em termos das recompensas que recebem e quais gostariam de receber, é possível que os indivíduos que receberam o e-mail, depois de analisarem o seu conteúdo, tenham optado por não o reenviar aos colaboradores. De modo a

reforçar este argumento revela-se interessante referir que algumas empresas contactadas responderam indicando que o questionário não seria enviado aos colaboradores, por diferentes motivos: momento não ser oportuno, o questionário incidir sobre políticas de recompensas da empresa que são confidenciais; e, para não sensibilizar os colaboradores para o tema em questão. A este propósito é pertinente apresentar um excerto de uma resposta recebida por parte de uma empresa que rejeitou colaborar e que será mantida em anonimato: “… porque a “chaga” ainda não sarou internamente, colocar este questionário para resposta dos trabalhadores, seria avivar um problema, que embora não resolvido, encontra-se adormecido, razão porque não o disponibilizamos aos nossos trabalhadores”. Este excerto revela o que poderá ter sido um entrave a uma maior divulgação do estudo e do questionário, já que, possivelmente, este terá ficado retido pela direção das empresas.

Outras explicações podem passar pelo facto de se tratar de um questionário online

enviado a partir de um endereço não institucional, o que poderá ter diminuído a confiança face à confidencialidade e anonimato referidos. Em algumas situações, o e-mail poderá até ter sido recebido como spam. Também o elevado número de solicitações, para colaboração em estudos, que as empresas recebem poderá ter contribuído para um menor interesse e motivação em colaborar no estudo. A este respeito, importa referir que algumas empresas deram a conhecer que os colaboradores já se encontravam a colaborar com outros estudos, pelo que não seria apropriado envolvê-los em mais estudos. Outras empresas referiram ainda que, pelo reduzido número de colaboradores em funções, consideravam que a colaboração no estudo não seria relevante.

Por último, não poderá ser negligenciada a motivação e interesse dos colaboradores em responder ao questionário, nos casos em que estes poderão ter tido acesso ao questionário. É importante destacar que o questionário apresenta várias questões, das quais, três envolvem uma reflexão face a 45 fatores, o que implica, não só um dispêndio de tempo considerável, como um esforço deliberado para responder de modo consciente e cuidado ao questionário. Para além de o tema abordado ser familiar a todos os que trabalham, o conjunto de fatores e o modo como foram apresentados poderá ter-se revelado uma novidade para os colaboradores, o que se poderá ter refletido na taxa de respostas. Importa também ter presente que o facto de o e-mail

mail e acesso à internet, o que poderá também ter representado uma limitação a uma maior divulgação do questionário.