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2.6 T IPOS DE SAEI

2.6.4.7 Constituição de SAEI por água nebulizada

SAEI de água nebulizada podem ser de vários tipos, à semelhança dos sistemas tipo sprinkler, nomeadamente os seguintes:

 Húmido;  Seco;  Dilúvio;  Pré-ação.

Quanto ao tipo de cobertura destes sistemas, tomando como base a NFPA 750 [70], podemos classificar os sistemas de água nebulizada em:

 Sistemas de aplicação total em compartimentos;

 Sistemas de aplicação local de um equipamento ou objeto;

 Sistemas de aplicação por zonas, onde são utilizadas válvulas seletoras, que dividem a área a proteger em zonas de descarga, em correspondência com um sistema de deteção automática. Nesse sentido os bocais de descarga podem classificar-se em:

 Bocais automáticos, que possuem dispositivo térmico de atuação automática (Figura 2.41.a);  Bocais não automáticos, que estão permanentemente na posição aberta (Figura 2.41.b);

 Bocais híbridos, que possuem dispositivo térmico, mas, por meio de um sinal externo, podem abrir.

a) Bocal automático, equipado com bolbo de vidro b) bocal não automático, permanentemente aberto Figura 2.41  Tipos de aspersores de água nebulizada. Fonte: [74].

Os constituintes principais de um sistema de extinção automática por água nebulizada, apresentam-se na Figura 2.42, nomeadamente os seguintes:

 Fonte de fornecimento de água;  Dispositivo de pressurização de água;  Rede de tubagem;

 Válvulas;

 Bocais de descarga;

Os métodos para gerar água nebulizada são vários e encontram-se em constante desenvolvimento, variando com a utilização de sistemas de baixa, média ou alta pressão, combinada com a utilização de diferentes métodos de pulverização.

Manhinney [67] considera adequados todos os métodos que permitam dividir a água em gotículas inferiores a 1000 µm, ou seja, inferiores a 1 mm e que a pulverizem água com caudal e velocidade adequados para cenários de incêndios desenvolvidos à escala real.

Quanto à pressão utilizada no sistema, a NFPA 750 [70] estabelece três categorias:

 Sistemas de baixa pressão, onde a pressão de funcionamento não ultrapassa 175 psi (123,12 mca);

 Sistemas de média pressão, onde a pressão de funcionamento é inferior 500 psi (351,77 mca);  Sistemas de alta pressão, onde a pressão de funcionamento é igual ou superior a 500 psi. Os bocais mais comuns, para descarga da água nebulizada, podem categorizar-se em:

 Impingement nozzles - Que funcionam pelo princípio de projeção de um jato de água sólido contra um defletor, que reparte o jato sólido em pequenas gotículas de água. Estes bocais trabalham em regime de baixa pressão, onde os orifícios possuem diâmetros na ordem de 1mm a 3mm, sendo, portanto, menos suscetíveis a entupimentos. O fabrico destes bocais exige menor precisão e são por isso mais económicos;

 Impinging jets – Que funcionam pelo princípio de colisão entre dois jatos de água, antes destes passarem pelo orifício de saída dos bocais, provocando a sua desintegração em gotículas. Estes bocais trabalham em regime de médias pressões e o seu bom funcionamento exige que a execução dos bocais e seus orifícios seja feita com muita precisão, o que leva a que estes sejam mais dispendiosos.

 Jet pressure nozzles – Que funcionam pelo princípio de fazer passar um jato de água a alta velocidade por um pequeno orifício, que leva à desintegração do jato em pequenas gotículas, após passar pelo orifício. Estes bocais trabalham em regimes de baixas, médias ou altas pressões. A reduzida dimensão dos orifícios, leva à necessidade de instalar filtros no interior dos bocais e a ter cuidados adicionais de manutenção.

 Twin fluid nozzles – Também conhecidos por air atomizing nozzles, que funcionam pelo princípio de mistura de um gás comprimido (ar comprimido, nitrogénio, etc.) no fluxo de água, levando ao seu corte em finas partículas. Estes bocais trabalham em regime de médias pressões. Procura-se nestes casos que a relação “gás para líquido” seja a menor possível, tendo em conta os custos mais elevados do gás comprimido (Figura 2.43).

Quanto à dimensão das gotículas de água nebulizada, contabilizadas a 1m de distância do bocal, considerando 90% das gotas de água (Dv0.90), a NFPA 750 [70] estabelece três categorias:

 Classe 1 - Dv0.90< 200 μm;

 Classe 2 - 200 μm < Dv0.90 < 400 μm;

 Classe 3 - Dv0.90 > 400 μm.

Os meios utilizados para pressurização da água, variam consoante se pretenda baixa, média ou alta pressão nos sistemas, podendo ser do tipo:

 Centrais de bombas centrífugas, para sistemas de baixa pressão;

 Centrais de cilindros com gás pressurizado, para sistemas de alta pressão (Figura 2.44.a);  Centrais de bombas de deslocamento positivo, utilizadas para sistemas de média e alta pressão

(Figura 2.44.b).

a) Central de cilindros a gás pressurizado b) Central de eletrobombas de pistão Figura 2.44  Tipos de centrais de pressurização. Fonte: [76].

Os sistemas de água nebulizada cujos bocais de descarga possuem orifícios com diâmetros da ordem dos microns, são bastante sensíveis a questões de entupimentos, por isso devem haver cuidados adicionais na rede de transporte de água, tais como:

 Utilização de filtros ou outros meios de tratamento da água utilizada nestes sistemas, nomeadamente, relativos a calcário e a micro-organismos que possam levar à criação e algas etc.;

 Utilização de tubagens com resistência adequada à corrosão interna, para além de deverem possuir resistência a altas pressões, sendo por isso normal utilizar-se o aço inoxidável ou o cobre;

 Utilização de bombas com peças interiores em materiais resistentes à corrosão, como o aço inoxidável;

 Adoção de medidas manutenção da qualidade da água armazenada, com vista a evitar o crescimento de micro-organismos ou algas.

Refere-se por fim que os sistemas automáticos de extinção de incêndios por água nebulizada, podem ser complementados com sistemas manuais da mesma natureza, como sejam meios semifixos do tipo mangueiras em carretel ou meios móveis do tipo extintores portáteis.